Analisando a questão proposta pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia/TO sobre figuras de linguagem, identifica-se corretamente o fenômeno usado pelo autor no trecho mencionado. A questão pede para identificar a figura de linguagem utilizada para omitir um termo que pode ser facilmente subentendido, focando na última parte do texto fornecido.

O termo "necessidade" é introduzido no texto e, em seguida, uma série de complementos são apresentados sem a repetição desse termo, embora ele continue subentendido pelas construções verbais subsequentes como "de obedecer", "de observar", e outras. Esta técnica é característica da elipse, uma figura de linguagem que consiste na omissão de uma palavra ou expressão facilmente subentendível dentro do contexto, utilizada para conferir brevidade, dinamismo ou ênfase ao texto.

<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
<li>Alternativa A - Elipse: Correta. Conforme explicado, descreve a omissão de um termo que está subentendido, adequando-se completamente ao exemplo do texto.</li>
<li>Alternativa B - Silepse: Incorreta. A silepse é uma figura que ocorre quando há concordância ideológica, seja de gênero, número ou pessoa, que não segue a norma gramatical evidente.</li>
<li>Alternativa C - Antítese: Incorreta. Representa a presença de ideias contrárias ou opostas em uma mesma estrutura, o que não é aplicável ao exemplo dado.</li>
<li>Alternativa D - Perífrase: Incorreta. Esta figura consiste em expressar um conceito através de um conjunto de outras expressões que circundam a ideia, sem nomeá-la diretamente. O texto não faz uso dessa técnica.</li>
<li>Alternativa E - Símile: Incorreta. Um símile é uma comparação explícita entre duas coisas, geralmente utilizando as palavras "como" ou "assim". Não há tal comparação no texto.</li>
</ul>

Portanto, a análise correta da figura de linguagem empregada com a omissão proposital de "necessidade" para as ações listadas pelo autor em seu argumento é a elipse. Dessa forma, a alternativa correta é A.

Em termos gerais, parece haver dois métodos para reunir forças de combate – para convencer ou obrigar com sucesso coleções de homens a se envolverem no empreendimento violento, profano, sacrificial, incerto, masoquista e essencialmente absurdo conhecido como guerra. Os dois métodos levam a modos de guerrear distintos, e a distinção pode ser importante.

Intuitivamente, poderia parecer que o método mais fácil (e mais barato) para recrutar combatentes é alistar indivíduos que se deleitam com violência e a adotam rotineiramente, ou que a empregam para se enriquecerem ou as duas coisas. Na vida civil, temos um nome para essas pessoas – criminosos...
Os conflitos violentos em que pessoas desse tipo são maioria podem ser chamados de guerras criminais, uma forma em que os combatentes são induzidos a causar violência primeiramente pelo divertimento e pelo proveito material que tiram da experiência.

Os exércitos de criminosos parecem surgir por dois processos. Às vezes, os criminosos – assaltantes, bandidos, aventureiros, sequestradores de cargas, vândalos, arruaceiros, salteadores, piratas, gangsters, indivíduos fora da lei – se organizam ou se juntam em gangues, bando ou máfias. Quando essas organizações se tornam suficientemente grandes, podem ficar parecidas com verdadeiros exércitos e agir praticamente da mesma forma como estes o fariam.

Alternativamente, os exércitos criminosos podem ser formados quando um governante precisa de combatentes para levar a termo uma guerra e conclui que empregar ou recrutar criminosos e bandidos é o método mais eficaz para conseguir isso. Neste caso, os criminosos e bandidos agem essencialmente como mercenários. 

Acontece, porém, que criminosos e bandidos tendem a ser guerreiros indesejáveis. Para começar, são frequentemente difíceis de controlar. São desordeiros, indisciplinados, desobedientes e rebeldes, cometendo frequentemente, em serviço ou fora dele, crimes não autorizados que podem ser prejudiciais ou mesmo deletérios para a ação militar.

O mais importante é que criminosos tendem a ser pouco dispostos a resistir e combater quando as situações se tornam perigosas, e muitas vezes simplesmente desertam, quando há uma oportunidade que coincide com seus caprichos. O crime comum, afinal de contas, faz vítimas entre os fracos – velhinhas e não atletas sarados – e criminosos com frequência mostram ser executores prontos e eficientes de pessoas indefesas. Mas quando aparecem os guardas, estão sempre prontos para fugir. O lema para o criminoso, afinal, não é uma variante de “Sempre fiéis”, “Um por todos e todos por um”, “Dever, honra, pátria”, “Banzai” ou “Lembrem-se de Pearl Harbour”, mas “Pega a grana e dá no pé” ...

Esses problemas com o emprego de criminosos como combatentes levaram a esforços para recrutar pessoas comuns – pessoas que, à diferença dos criminosos e bandidos, não cometem violências em nenhum outro momento da vida.

O resultado tem sido o desenvolvimento de um guerrear disciplinado, no qual os homens se infligem a violência em geral não por diversão e interesse, mas porque seu treinamento e doutrinação incutiram neles a necessidade de obedecer ordens; de observar um código de honra coerentemente orientado e cuidadosamente restritivo; de buscar a glória e a reputação em combate; de amar, honrar ou temer seus oficiais; de acreditar numa causa; de temer a vergonha, humilhação e custos da rendição; ou, em particular, de ser leal a e merecer a lealdade de seus companheiros de armas.

No contexto apresentado pela questão, a "Lei da Selva" é utilizada para referenciar um período histórico em que as guerras eram frequentes e sem regulamentação. A expressão é claramente uma forma de representar simbolicamente um estado de natureza desregulado e violento, onde "vale tudo". Vamos analisar as alternativas para identificar por que "Metáfora" é a resposta correta:

<ul>
<li>Metonímia: Essa figura de linguagem ocorre quando uma palavra é usada para substituir outra com a qual tem uma relação lógica, geralmente baseada em contiguidade temporal, espacial ou causal. No caso da "Lei da Selva", não há substituição por contiguidade, mas sim um uso simbólico, o que não se encaixa na definição de metonímia.</li>
<li>Metáfora (Alternativa Correta): Uma metáfora ocorre quando se usa uma palavra ou expressão em um sentido não literal, simbólico, implicando uma comparação implícita. "Lei da Selva" não é utilizado literalmente para referenciar a lei real da selva, mas sim para sugerir um ambiente onde a violência e a sobrevivência dominam, similar a uma selva em termos metafóricos.</li>
<li>Antítese: Se refere ao uso de conceitos opostos em proximidade para criar um contraste. O texto em questão não coloca ideias opostas em confronto direto nesse sentido.</li>
<li>Paradoxo: Um paradoxo envolve uma afirmação que, apesar de aparentemente contraditória ou absurda, pode na realidade expressar uma verdade possível. A expressão "Lei da Selva" não apresenta uma contradição intrínseca que poderia ser interpretada como verdadeira, portanto, não é um paradoxo.</li>
<li>Símile: Esta figura cria uma comparação explícita entre duas coisas, geralmente usando as palavras "como" ou "assim como". A expressão "Lei da Selva" é utilizada de forma direta e não faz uma comparação explícita, portanto, não se enquadra como símile.</li>
</ul>

Devido a essas análises, fica claro que a alternativa correta é a Metáfora, visto que ela melhor expressa a substituição simbólica feita pelo autor ao se referir a um estado de desordem e violência extrema usando a expressão "Lei da Selva".

A alternativa correta é B.

Durante a segunda metade do século XX, a Lei da Selva finalmente foi quebrada, se é que foi suspensa. Na maior parte das regiões, as guerras eram raras. Enquanto nas antigas sociedades agrícolas a violência humana foi a causa de 15% de todas as mortes, durante o século XX a violência provocou apenas 5% dos óbitos, e no início do século XXI foi responsável por cerca de 1% da mortalidade global. Em 2012, aproximadamente 56 milhões de pessoas morreram no mundo inteiro; 620 mil morreram em razão da violência humana (guerras mataram 120 mil pessoas, o crime matou outras 500 mil). Em contrapartida, 800 mil cometeram suicídio, e 1,5 milhão morreram de diabetes. O açúcar é mais perigoso que a pólvora.


A análise da questão proposta envolvendo a figura de linguagem do trecho "Os membros, as articulações desmaiam como se perdessem a vida" requer um entendimento claro sobre cada uma das alternativas listadas e como se aplicam ao trecho destacado.

<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
<li>Sinestesia: É a figura de linguagem que envolve a fusão de diferentes sensações sensoriais. No trecho em questão, não há uma mistura de sensações de diferentes sentidos, portanto, esta opção está incorreta.</li>
<li>Eufemismo: Caracteriza-se pelo uso de expressões mais suaves para tratar de algo que pode ser considerado desagradável. O trecho citado não suaviza, mas descreve de maneira direta a condição dos membros e articulações, então não se aplica aqui.</li>
<li>Ironia: A ironia consiste em dizer o contrário do que as palavras expressam, geralmente com uma intenção crítica. Não há ironia no trecho analisado, pois as descrições são literais e não há um tom contraditório ou crítico implícito.</li>
<li>Hipérbole: Esta figura de linguagem é usada para exagerar algo intencionalmente. A descrição "desmaiam como se perdessem a vida" é intensa, mas não chega a ser um exagero desproporcional ao contexto teatral que o autor está criando.</li>
<li>Personificação (ou prosopopeia): Consiste em atribuir características humanas a seres inanimados ou abstratos. No trecho, os "membros" e "articulações" são descritos como se pudessem "desmaiar", uma ação tipicamente humana. Esta atribuição de uma capacidade humana a partes do corpo que não têm consciência própria configura personificação.</li>
</ul>

Portanto, a descrição efetivamente corresponde a uma personificação, onde partes do corpo são humanizadas ao “desmaiar”. Isto é usado para intensificar o relato do estado do menino e transmitir a severidade de sua condição de maneira mais vívida.

A alternativa correta é E.

Eliane Brum

     A tragédia do menino é ter nascido no
    lado errado da cidade. No alto do Morro da
    Polícia, em um barraco encarapitado sobre
    uma ironia. Suspenso sobre um cartão-postal
5   de Porto Alegre, sobre a visão do Guaíba
    escavando a capital como um Michelangelo. O
    drama do menino é que nasceu duas vezes.
    Nos primeiros 12 anos descia a cidade vertical
    aos trambolhões de criança, resvalando pelos
10  barrancos, rindo das pedras. Espantando a
    fome que assombrava a família com aquela
    inocência que protege a infância. Suspirando
    por um videogame que jamais chegaria no
    Natal, mas mesmo assim sonhando como só os
15  meninos são capazes. Numa das incursões à
    planície, aconteceu. Não viu o carro, não viu
    mais nada. Despertou cinco meses depois.
    Acordou para o horror. Tinha as pernas
    retorcidas, as mãos em garras. O menino
20  renasceu. Como prisioneiro. (...)
     Quando se mergulha no coma, o corpo
    dorme. Os membros, as articulações
    desmaiam como se perdessem a vida. Para
    que não se cristalizem no lugar errado, é
25  preciso que um fisioterapeuta movimente os
    pés, as mãos, dia após dia. Não fizeram com o
    menino do alto. Selaram seu destino com a
    displicência com que a planície trata a cidade
    de cima. Não foi o acidente que roubou a
30  liberdade do menino. Não foi o traumatismo
    craniano que retorceu seus pés. Foi o crime.
    (...)
     Há menos de um mês aconteceu o que
    raramente acontece. A enfermeira do posto de
35  saúde descobriu o menino. Horrorizou-se com
    a indecência cometida, com o tanto que lhe
    roubaram. Aliou-se a ele. Uma luta invisível é
    travada agora duas vezes por semana. (...)


Eliane Brum, jornalista e escritora brasileira, é autora de “crônicas-reportagem” como “O menino do alto”, que aliam a realidade dos fatos a uma linguagem poética, em um estilo bastante peculiar.


 ironia em “ainda impõe diversas barreiras”

A questão compreende assuntos que dizem respeito à correta identificação da figura de linguagem. Com base nisso, passemos às alternativas:Em "a": Errado - Não houve uma ideia de exagero em "em 1909"; há, aqui, apenas uma noção de tempo. Logo, a hipérbole não se faz presente. Em "b": Errado - Não há um sentido oposto daquilo que se quer dizer nesse caso. Exemplo: "ah, ela é um doce, né?...", no sentido de ela ser na verdade má. Em "c": Errado - Aqui não há ideias sendo repetidas desnecessariamente. "Hoje" expressa noção de tempo; já "ainda" é um advérbio de natureza enfática. Em "d": Errado - Nesse caso, não há ideias sendo suavizadas em termos de carga semântica. Exemplo: "ele partiu desta para uma melhor". Em "e": Certo - "Desenho do país" substitui a expressão "cenário brasileiro". Por isso, temos um caso de metáfora. Resposta: Letra E.

 “A alegria está no jardim que se planta, na criança que se ensina, no livrinho que se escreve.” 

 “Este poema fala de uma estranha alegria, a alegria que se tem diante da tristeza que é ver os preciosos dias passando...” 

 “Ah!”, retrucarão os professores, “a felicidade não é a disciplina que ensino. Ensino ciências, ensino literatura, ensino história, ensino matemática...” 

 “Chegou a hora de uma alegria maior: a de compartilhar com os homens a felicidade que nele mora.” 

 “Ao ler o texto de Hesse tive a impressão de que ele estava simplesmente repetindo um tema que se encontra em Nietzsche.”

A questão proposta pela Coordenadoria de Seleção envolve identificar a figura de linguagem chamada antítese. Para isso, é fundamental compreender que a antítese é a figura que estabelece uma oposição entre dois elementos, expressando contrastes. Analisaremos cada uma das alternativas para determinar qual delas exemplifica essa relação de oposição.

<ul>
 <li>
 A) “A alegria está no jardim que se planta, na criança que se ensina, no livrinho que se escreve.” 
 Esta frase traz uma imagem positiva e harmônica, sem estabelecer contrastes. Os elementos mencionados estão interligados de forma a reforçar um sentimento de alegria e aprendizado. Portanto, não se trata de antítese.
 </li>
 <li>
 B) “Este poema fala de uma estranha alegria, a alegria que se tem diante da tristeza que é ver os preciosos dias passando...” 
 Aqui se observa uma clara oposição entre “alegria” e “tristeza”. O uso do termo “estranha alegria” ao lado do conceito de tristeza que envolve a passagem dos dias revela o contraste presente na antítese. A coexistência desses sentimentos opostos é o que caracteriza a figura em questão. Portanto, esta alternativa é a correta.
 </li>
 <li>
 C) “Ah!”, retrucarão os professores, “a felicidade não é a disciplina que ensino. Ensino ciências, ensino literatura, ensino história, ensino matemática...” 
 Neste trecho, a proposição sobre felicidade frente à disciplina enfatiza uma negação, mas não configura uma oposição direta de significados. É mais uma afirmação sobre o que não é ensinado do que um contraste de ideias.
 </li>
 <li>
 D) “Chegou a hora de uma alegria maior: a de compartilhar com os homens a felicidade que nele mora.” 
 Este trecho fala sobre a ampliação da alegria em compartilhar, sem estabelecer uma oposição direta. A frase compõe um sentimento de crescimento, mas não contém um antítese, já que as ideias são complementares.
 </li>
 <li>
 E) “Ao ler o texto de Hesse tive a impressão de que ele estava simplesmente repetindo um tema que se encontra em Nietzsche.”
 Neste enunciado, a comparação entre Hesse e Nietzsche não revela uma oposição, mas sim uma percepção de semelhança temática. Portanto, não pode ser considerada antítese.
 </li>
</ul>

Diante da análise, tornou-se evidente que a alternativa B expressa a figura de linguagem chamada antítese, ao contrastar a alegria e a tristeza de forma explícita.

a alternativa correta é B

Questões de Português - Figuras de linguagem