Mais que os esquemas fixos dos programas de TV (atrair) as crianças o espetáculo da lareira.

Sempre (haver), por conta dos poderes do fogo, as metáforas que o fazem representar nossas paixões.

Não (convir) aos espectadores do fogo fixar-se demoradamente em suas luzes que podem enceguecê-los.

No fogo (convergir), como espetáculo que é, as propriedades do brilho físico e as do estatuto metafórico.

Aos múltiplos apelos do fogo (atender) nosso olhar aberto para o eterno espetáculo que suas chamas constituem.

A questão cobre a flexão de verbos no plural e a escolha do verbo correto para completar a frase de maneira gramaticalmente correta e coerente com o contexto dado. Vamos analisar cada uma das alternativas: 
 
 
A) "Mais que os esquemas fixos dos programas de TV atrair as crianças o espetáculo da lareira." Aqui, o verbo "atrair" deveria estar no plural para concordar com o sujeito "esquemas fixos dos programas de TV", resultando em "atraem". Contudo, a frase como um todo soa um pouco estranha e está sintaticamente mal estruturada. 
 
 
B) "Sempre haver, por conta dos poderes do fogo, as metáforas que o fazem representar nossas paixões." O uso do verbo "haver" em contextos de existência é normalmente utilizado apenas na terceira pessoa do singular, mesmo em contexto plural (há). 
 
 
C) "Não convir aos espectadores do fogo fixar-se demoradamente em suas luzes que podem enceguecê-los." O verbo "convir" deveria estar no plural, "convém", uma vez que se relaciona com "aos espectadores". 
 
 
D) "No fogo convergir, como espetáculo que é, as propriedades do brilho físico e as do estatuto metafórico." Aqui, o verbo "convergir" correto ao passar para o plural ficaria "convergem" e concorda diretamente com o sujeito da frase. Cria-se uma estrutura fluente e com sentido completo, indicando que vários aspectos convergem no fogo como espetáculo. 
 
 
E) "Aos múltiplos apelos do fogo atender nosso olhar aberto para o eterno espetáculo que suas chamas constituem." Aqui, deveria ser "atendem", para concordar com "aos múltiplos apelos". 
 
 
 
A alternativa D é a mais adequada, onde o verbo "convergir" no plural se encaixa perfeitamente na frase, expressando que diversos elementos se unem no conceito de fogo como espetáculo. 
 
 
A alternativa correta é a letra D.

Nos anos 1970 comprei uma casa no campo com uma bela lareira, e para meus filhos, entre 10 e 12 anos, a experiência do fogo, da brasa que arde, da chama, era um fenômeno absolutamente novo. E percebi que quando a lareira estava acesa eles deixavam a televisão de lado. A chama era mais bela e variada do que qualquer programa, contava histórias infinitas, não seguia esquemas fixos como um programa televisivo.

 O fogo também se faz metáfora de muitas pulsões, do inflamar-se de ódio ao fogo da paixão amorosa. E o fogo pode ser a luz ofuscante que os olhos não podem fixar, como não podem encarar o Sol (o calor do fogo remete ao calor do Sol), mas devidamente amestrado, quando se transforma em luz de vela, permite jogos de claro-escuro, vigílias noturnas nas quais uma chama solitária nos obriga a imaginar coisas sem nome...

 O fogo nasce da matéria para transformar-se em substância cada vez mais leve e aérea, da chama rubra ou azulada da raiz à chama branca do ápice, até desmaiar em fumaça... Nesse sentido, a natureza do fogo é ascensional, remete a uma transcendência e, contudo, talvez porque tenhamos aprendido que ele vive no coração da Terra, é também símbolo de profundidades infernais. É vida, mas é também experiência de seu apagar-se e de sua contínua fragilidade.

Vamos desmembrar cada uma das assertivas para entender seu contexto:

Primeira afirmativa: No trecho “Fácil de preparar, o doce fica bastante cremoso e é uma boa opção para se aquecer no inverno.”, o termo destacado é uma preposição, sem dúvidas. No entanto, seu valor semântico aqui é de finalidade e não de direção. A função de "para" neste contexto é introduzir o motivo pelo qual o doce é uma boa opção, que é para se aquecer.
 
Segunda afirmativa: A questão refere-se à flexão de gênero dos numerais. "1" é invariável em gênero, mas seu artigo definido concorda com o substantivo que acompanha ("um litro," "uma lata"). Por outro lado, o numeral "2" é invariável ("dois" para masculino e feminino), então "2 xícaras de arroz" e "2 copos de arroz" se mantêm constantes, sem variação como "duas xícaras" e "dois copos". A afirmativa está, portanto, errada.
 
Terceira afirmativa: O termo “sempre" é um advérbio de frequência e “bastante” no contexto do trecho dado é um advérbio de intensidade. Portanto, eles não possuem a mesma classe gramatical. Esta assertiva está errada.
 
Agora, cruzando com as alternativas fornecidas, a única que bate com a análise feita é a alternativa D, pois classifica a primeira como errada, a segunda como certa (considerando a interpretação correta da invariabilidade do numeral 2), e a terceira como errada.
 
Sabendo disso, a alternativa correta é D.

O arroz-doce é simples e fácil de preparar. Tradição na festa junina, a sobremesa leva apenas 6 ingredientes: arroz, água, leite, leite condensado, açúcar e canela. Confira!
 Uma sobremesa com gostinho de infância: arroz-doce. Presença garantida na festa junina, o arroz-doce pode ser consumido o ano inteiro e é simples de fazer. Você vai precisar de poucos ingredientes: arroz, água, leite, leite condensado, açúcar e canela.
 Fácil de preparar, o doce fica bastante cremoso e é uma boa opção para se aquecer no inverno. Se você gosta de canela, pode salpicar na sobremesa e decorar com canela em pau antes de servir. Confira a receita e teste em casa!

Ingredientes:
● 2 xícaras de arroz
● 5 xícaras de água fria
● 1 litro de leite
● 1 lata ou 395 gramas de leite condensado
● Açúcar a gosto
● Canela a gosto

Modo de preparo:
1. Em uma panela, coloque 2 xícaras de arroz e 5 xícaras de água fria. Cozinhe, em fogo baixo, até o arroz ficar macio.
2. Em seguida, adicione 1 litro de leite, 1 lata de leite condensado, açúcar a gosto e canela a gosto. Misture.
3. Prove e, caso seja necessário, acrescente mais leite condensado ou açúcar.
4. Cozinhe em fogo baixo e mexa sempre até atingir uma textura cremosa.
5. Coloque o arroz-doce em taças individuais e acrescente canela a gosto 6. Decore com canela em pau.
7. Sirva em seguida.

E aí! Vamos mergulhar na questão de flexão do substantivo composto no plural, que é aquele tipo de tópico que parece simples, mas tem suas pegadinhas! 
 
Primeiro, rolê geral: quando a gente fala sobre formar o plural dos substantivos compostos, cada tipo tem sua regra especial. No caso de "flor-de-maio", o plural é "flores-de-maio" – apenas o primeiro elemento vai para o plural, enquanto o resto fica no singular. 
 
Agora, vamos checar as alternativas: 
 
A) beija-flor - No plural, fica "beija-flores", também só flexionando o segundo elemento. Não é a mesma vibe que "flor-de-maio". 
 
B) estrela-do-mar - Esse aqui forma o plural como "estrelas-do-mar" – somente o primeiro elemento é flexionado, assim como em "flor-de-maio". Bingo! Esse é o padrão veia que a gente tá procurando. 
 
C) segunda-feira - Pluraliza como "segundas-feiras", com ambos os elementos indo para o plural. Não é o mesmo rolê de "flor-de-maio". 
 
D) cirurgião-dentista - Fica "cirurgiões-dentistas" no plural, com ambos elementos sofrendo alteração. Diferente de "flor-de-maio". 
 
E) bem-me-quer - No plural é "bem-me-queres", mudando o último elemento. Também não é como "flor-de-maio". 
 
Na moral, só a alternativa B) estrela-do-mar segue o mesmo padrão de flexão que "flor-de-maio", fazendo o plural só no primeiro elemento do composto. 
 
alternativa correta é B.

Vamos lá, resolver essa questão é como desvendar uma pista escondida num jogo de palavras. Então, partiu análise! Primeiro vamos entender as três afirmações apresentadas na questão, que envolvem a flexão no plural dos adjetivos expansível, fácil, considerável, artificial, multiplicável e acessível.

 

I. A primeira afirmação diz que todos esses adjetivos são flexionados da mesma forma quando estão no plural. Bem, numa rápida olhada nos adjetivos, vemos que a maioria deles segue um padrão regular de pluralização (como adicionar um -is ou um -eis ao final, dependendo da terminação). Por exemplo:
<ul>
<li>Expansível → Expansíveis</li>
<li>Considerável → Consideráveis</li>
<li>Artificial → Artificiais</li>
<li>Multiplicável → Multiplicáveis</li>
<li>Acessível –> Acessíveis</li>
</ul>

Porém, a palavra fácil não segue esse padrão. Seu plural é fáceis, o que já derruba essa primeira afirmação.

 

II. A segunda afirmação diz que apenas um dos adjetivos assume uma forma diferente dos demais quando flexionado no plural. E isso concluímos que é verdade pois, como já vimos, fácil fica fáceis, enquanto os outros seguem um outro padrão mais regular.

 

III. Sobre todos os adjetivos precisarem ser acentuados no plural, isso não é necessário para os casos como expansíveis ou consideráveis. A acentuação ocorre em fáceis e artificiais, mas isso não generaliza para todos, então essa afirmação também cai por terra.

 

Portanto a única afirmação correta é a II, que menciona a exceção do adjetivo fácil. Então, a alternativa correta é B.

    O mundo está mudando rápido e os avanços tecnológicos irão transformar como nunca a vida de todos nós. Neste exato momento , em algum lugar do planeta , a tecnologia que mudará o mundo está nas mãos de alguém . E certamente será usada em benefício próprio. Com esta tecnologia em mãos, qualquer um de nós poderá ser envolvido, em apenas alguns minutos, por uma realidade virtual desejada. Essa mesma pessoa poderá ser levada a qualquer parte do mundo, ou mesmo a uma viagem pelo sistema solar, sem sequer sair de casa. Qualquer pessoa poderá inventar mundos que não existem, e trazê-los na velocidade da luz para habitar o mesmo espaço e tempo em que ela se encontra.

    Aliás, com esta tecnologia poderosa, não existe o hoje e o agora. Qualquer ser humano irá para frente ou para trás, poderá olhar um fato histórico, invadir planetas ou vislumbrar o futuro centenas de anos à frente. E tudo isso em um simples movimentar de dedos, no melhor design touch screen jamais inventado. É por isso que a Amazon, inclusive, já planeja vendê-la até mesmo em lojas físicas em várias regiões, algo que seria impensável há poucos anos, e que jamais foi previsto por qualquer futurista. Uma tecnologia intuitiva, sem fios, sem cabos, e que não exigirá nenhum tipo de energia para funcionar, nem mesmo para ser recarregada (talvez, dependendo do tempo de uso sequencial, demande um pouco de energia humana).

    Com uma interface expansível e sistema de fácil decodificação, esta tecnologia permitirá um aumento considerável da qualidade de vida de quem a utilizar, além de agregar, instantaneamente, um acúmulo de conhecimento superior ao de todos os demais humanos que não a detiverem em suas mãos. Em tempos de inteligência artificial, esta tecnologia cria inteligência humana, real e multiplicável. Sua magia reside no fato de que faz o cérebro de quem a usa crescer exponencialmente. E, apesar de ser acessível a muitos, ela continuará nas mãos de poucos, porque são poucos aqueles que sabem do seu verdadeiro valor. Não é nova, mas pode ser muito inovadora e revolucionária.


 Ele está flexionado no modo imperativo afirmativo.

 Ele poderia ser substituído por “vai” sem que isso alterasse o sentido do excerto.

 Ao utilizar essa forma verbal, o autor estabelece uma interlocução com o leitor.

 Ele concorda com o termo “você”, que está oculto.

 Ele concorda com o termo “tu”, que está oculto.

Vamos analisar o verbo em questão e as assertivas providas. O verbo "vá", presente na frase "[...] vá ao teatro.", está flexionado no modo imperativo afirmativo. O modo imperativo é utilizado para expressar um comando, um pedido ou uma sugestão, e nesse caso específico, está sendo dirigido ao leitor como uma recomendação. Observemos as opções:
 

A) Correto. A alternativa afirma que o verbo está no modo imperativo afirmativo, que é consistente com a construção da frase e seu intento de sugerir uma ação ao leitor.
 

B) Correto. Substituir "vá" por "vai" manteria o sentido geral do excerto como uma sugestão ao leitor, embora mude um pouco o tom, de imperativo para indicativo. Porém, o sentido central de encorajamento ao leitor para ir ao teatro permanece.
 

C) Correto. O uso do imperativo já implica uma interlocução direta com o leitor/ouvinte, estabelecendo uma conversa em que o autor dá uma recomendação direta.
 

D)) Correto. No português brasileiro, o modo imperativo afirmativo tem a mesma forma do presente do subjuntivo para a segunda pessoa do singular ("tu") ou do plural ("vós"), mas comumente ele é utilizado numa referência implícita ao "você", considerando a conjugação “vá”, que é a mesma que seria usada para "você."
 

E) Incorreto. A alternativa afirma que o verbo "vá" concorda com o termo "tu", que deveria estar oculto, mas a forma correta de imperativo afirmativo para "tu" seria "vai". Portanto, essa afirmação é tecnicamente incorreta pois "vá" é típico do tratamento para "você".
 

A alternativa correta é E.

<center>Vida sem sofrimento não tem, mas há formas piores e melhores de encará-lo</center> 

Vera Iaconelli – 5 set. 2022 

 Uma dica é admitir que a consciência, que é uma ferramenta recém-adquirida pela humanidade, está fadada a fracassar em suas pretensões iluministas. Se a intenção for dar conta da experiência da vida apoiado na capacidade de atribuir-lhe sentido, melhor enfiar a viola no saco. Foi na tentativa de tudo entender, controlar e predizer, capturados por excessivas promessas da ciência, que nos perdemos.
Entre encontrar "o" sentido da vida ou vivê-la, sugiro investir na poesia.

 Outra dica é admitir que sem o outro não dá. Não apenas porque o isolamento mina nossas forças, mas porque nunca estamos inteiramente sós. O diálogo interno implica um outro que nos habita, nos julga, adula e recrimina. Paradoxalmente, pode-se dizer o oposto também: nunca estamos verdadeiramente acompanhados pela impossibilidade estrutural de compartilhar a experiência.

 O encontro com o outro pode confirmar nossas péssimas expectativas, mas também pode nos surpreender. Como quando percebemos que todos os amores da nossa vida foram horríveis, exceto um. E justo esse, que escapa à série, pode acabar levando a bronca que cabia aos anteriores, justamente por contrariar experiências e expectativas. O encontro com o outro tem desses embaraços e deleites.

 Quando o outro nos deixa — voluntária ou involuntariamente — nos expõe a um dos maiores entraves de qualquer relação, que é o medo de sofrer, claro. A técnica de se isolar para não sofrer seria boa se funcionasse, mas o isolamento é fonte de inesgotáveis sofrimentos compartilhados no divã. Vivemos o paradoxo das relações humanas incrementado pelas agruras da era midiática. As ferramentas que poderiam nos aproximar magicamente confirmam que não há tecnologia que resolva o infantil em nós que permanece ainda que a infância chegue ao fim. Mais do que aproximar, as mídias têm promovido sofrimento em escala global e instantânea.

 Tem também a dica de cuidar. Não esse cuidado compulsório imputado às mulheres para fins de desoneração da responsabilidade dos homens. Mas o cuidado que emerge do reconhecimento de que o outro é feito da mesma massa que nós. Cuidar e ser cuidado é a dobradinha de ouro rumo à civilização, que parece cada vez mais distante.

 Por fim, mas sem esgotar o tema, vá ao teatro. Por quê? Pois se trata da principal experiência coletiva na qual o outro nos invade tentando ultrapassar, pela poética, nossa obsessão pelo sentido. O teatro tem algo embaraçoso, que ultrapassa o cinema. O corpo a corpo com os atores em tempo real — com direito a falhas e ao constrangimento de se deixar emocionar e ser visto por quem te emociona — enaltece nossa fragilidade ao invés de escamoteá-la.

Questões de Português - Flexão verbal e nominal - Superior - Múltipla escolha