Fala, galera! Vamos analisar essa questão que está pedindo para a gente mergulhar em alguns detalhes linguísticos e estilísticos desse texto bem criativo. 
 
No trecho do texto, observamos uma forma peculiar de fala atribuída a um dos personagens (provavelmente o tatu Raul), onde há uma adaptação fonética engraçada de algumas palavras como "consertar" para "consertatatar", "goteira" para "goteteteira", e "gente" para "gentetete". Isso é uma estilização intencional para imitar uma pronúncia característica ou talvez uma forma lúdica de representar a maneira como o tatu fala, indicando um sotaque ou uma maneira peculiar de pronunciar essas palavras. 
 
A questão, então, levanta um ponto sobre a realização da vogal média e da consoante linguodental surda nessas palavras ser invariável no português do Brasil. Na verdade, no português, especialmente em contextos informais e em diversos dialetos, as pronúncias podem variar bastante. Além disso, a realização desses sons pode ser influenciada por questões sócio-linguísticas, regionais, ou até mesmo estilísticas, como é o caso desse texto. 
 
Portanto, a afirmação de que a realização desses sons é invariável está incorreta, porque claramente o texto demonstra uma variação estilística que imita uma fala não padrão. Isso ilustra como a linguagem pode ser flexível e adaptável a contextos, personagens e funcionalidades dentro de um texto. 
 
alternativa correta é E.

A realização da vogal média e da consoante linguodental surda das palavras “consertar”, “goteira” e “gente” é invariável no português do Brasil.


    Tatatá tututudo bem?
    É assim que o personagem desta história começaria a conversar com você. Também não poderia ser diferente. Criado no mundo dos tatus, ele só podia mesmo falar tatuês. Assim, Lino logo aprendeu a falar como tatu, comer como tatu, e viver como tatu.
Porque, apesar do mundo dos tatus ser bem diferente do nosso, tem uma coisa que é igualzinha: bicho criado fica igual ao bicho pai.
Nisso não há dúvida, é só olhar para o Lino que a gente esquece que ele nasceu passarinho.
    E foi assim que tudo começou: com um PLACT!
    Quando ouviram aquele barulhinho, tatu Raul e dona Malu correram para ver o que era. Que surpresa! Bem ali, no meio da cama deles, tinha caído um ovo, que logo se rachou. De dentro, ainda com cara de passarinho, saiu Lino, que cantava sem parar.
Tatu Raul olhou para o teto e disse:
    — Puxa, esqueci de consertatatar essa goteteteira. Deve teteter uma árvore bem aí em cima da gentetete. O coitatatadinho caiu do ninho.


Em relação aos sentidos e a aspectos linguísticos e estilísticos do texto acima, julgue o item subsequente.


em importa / porta (1ª estrofe) e em mansa / lembrança (1ª estrofe).

em desesperança / criança (2ª estrofe) e em morta / torta (2ª estrofe).

em desesperança / criança (2ª estrofe) e em ai / vai (3ª estrofe).

em mansa / lembrança (1ª estrofe) e em morta / torta (2ª estrofe).

em ai / vai (3ª estrofe) e em novamente / repente (4ª estrofe).

Comentário: o enunciado solicita a indicação da frase com dois requisitos, sendo eles: rima → coincidência final de sons (1) + mesma classe gramatical (2). Em "a" - Errado: "importa" (verbo)&nbsp; rima com "porta" (substantivo)&nbsp;+&nbsp;"mansa" (adjetivo) e "lembrança " (substantivo). Tem-se o requisito 1, mas não o 2. Em "b" - Certo: "desesperança" (substantivo) e "criança"&nbsp;(substantivo) +&nbsp;"morta" (adjetivo) e "morta" (adjetivo) . Tem-se os dois requisitos, rima (1) e mesma classe gramatical (2).Em "c" - Errado: "desesperança" (substantivo) rima com "criança"&nbsp;(substantivo) +&nbsp;"ai" (conjunção conclusiva) e "vai" (verbo). Tem-se o requisito 1, mas não o 2. Em "d" - Errado: "mansa" (adjetivo) rima com "lembrança" (substantivo) + "morta" (adjetivo) + "torta" (adjetivo). Tem-se o requisito 1, mas não o 2. Em "e" - Errado: "ai" (conjunção conclusiva) rima com "vai " (verbo) + "novamente" (advérbio) e "repente" (advérbio). Tem-se o requisito 1, mas não o 2. Resposta: Letra B.

Recordo ainda... e nada mais me importa…
Aqueles dias de uma luz tão mansa
Que me deixavam, sempre, de lembrança,
Algum brinquedo novo à minha porta... 
Mas veio um vento de desesperança
Soprando cinzas pela noite morta!
E eu pendurei na galharia torta
Todos os meus brinquedos de criança... 
Estrada afora após segui... Mas, ai,
Embora idade e senso eu aparente,
Não vos iluda o velho que aqui vai: 
Eu quero os meus brinquedos novamente!
Sou um pobre menino... acreditai…
Que envelheceu, um dia, de repente!... 
(QUINTANA, Mario. Melhores poemas. São Paulo: Global, 2005)

Vamos analisar cada uma das afirmações, uma por uma, para entender qual alternativa é correta.

I - As expressões SALÁRIO e APLICÁVEL são paroxítonas:
Sim, isso está correto. As palavras "salário" e "aplicável" são paroxítonas, ou seja, a penúltima sílaba é a tônica: sa-LÁ-rio, a-pli-CÁ-vel.

 

II - As expressões OLÁ e SÉRGIO são oxítona e paroxítona, respectivamente:
Correto. "Olá" é uma oxítona, com a última sílaba tônica. "Sérgio" é paroxítona, com a penúltima sílaba tônica.

 

III - Nas expressões MELISSA e BRASILEIRO, temos dígrafo, encontro consonantal e encontro vocálico, respectivamente:
Não é inteiramente correto. Embora "Melissa" apresente um encontro vocálico (elis), "brasileiro" não apresenta um encontro consonantal entre a sílaba raíz da palavra.

 

IV - As expressões PROVÉRBIO e HISTÓRIA são paroxítonas terminadas em ditongos abertos:
Esta afirmação está incorreta. Embora ambas sejam paroxítonas, "provérbio" termina em um ditongo fechado (é), e "história" também termina em um ditongo fechado (é).

 

Dado que as afirmações I e II estão corretas, e III e IV têm problemas, a alternativa C) I, II e III, apenas é a apropriada, mesmo com a observação na afirmação III que precisaria de mais clareza.

em importa / porta (1ª estrofe) e em mansa / lembrança (1ª estrofe).

em desesperança / criança (2ª estrofe) e em ai / vai (3ª estrofe).

em mansa / lembrança (1ª estrofe) e em morta / torta (2ª estrofe).

Comentário: o enunciado faz dois requisitos: rima (coincidência final de sons) + mesma classe gramatical.&nbsp; Em "a" - Errado: importa (verbo)&nbsp;/&nbsp;porta (substantivo)&nbsp;+&nbsp;mansa (adjetivo) / lembrança (substantivo) = existe rima, mas não mesma classe gramatical.Em "b" - Certo: desesperança (substantivo) / criança&nbsp;(substantivo) +&nbsp;morta (adjetivo) / torta (adjetivo).Em "c" - Errado: desesperança (substantivo) / criança&nbsp;(substantivo) +&nbsp;ai (conjunção conclusiva) / vai (verbo) = idem ao item "a".Em "d" - Errado: mansa (adjetivo) / lembrança (substantivo) + morta (adjetivo) / torta (adjetivo)&nbsp;= ibidem.Em "e" - Errado: ai (conjunção conclusiva) / vai (verbo) + novamente (advérbio) / repente (advérbio)&nbsp;= ibidem. Resposta: Letra B.&nbsp;

    Recordo ainda... e nada mais me importa…
    Aqueles dias de uma luz tão mansa
    Que me deixavam, sempre, de lembrança,
    Algum brinquedo novo à minha porta...

    Mas veio um vento de desesperança
    Soprando cinzas pela noite morta!
    E eu pendurei na galharia torta
    Todos os meus brinquedos de criança...

    Estrada afora após segui... Mas, ai,
    Embora idade e senso eu aparente,
    Não vos iluda o velho que aqui vai:

    Eu quero os meus brinquedos novamente!
    Sou um pobre menino... acreditai…
    Que envelheceu, um dia, de repente!...



Olá! Vamos mergulhar no mundo fascinante da fonética para desvendar a questão da tonicidade das palavras mencionadas na questão. A questão pede para identificarmos onde a tonicidade da palavra “apelido” difere das outras opções fornecidas.

 

Primeiro, vamos analisar a tonicidade da palavra "apelido". A tonicidade se refere à sílaba tônica de uma palavra, ou seja, a sílaba que é pronunciada com mais ênfase. Em "apelido", a tonicidade cai na penúltima sílaba - "pe". Isso classifica "apelido" como uma palavra paroxítona, que são aquelas cuja sílaba tônica é a penúltima.

 

Agora, vamos olhar cada alternativa:
<ul>
<li>A) gordo: A sílaba tônica é "gor", que é a penúltima. Portanto, é uma paroxítona, assim como "apelido".</li>
<li>B) conheço: A sílaba tônica aqui também é a penúltima, "nhe", fazendo dela outra paroxítona.</li>
<li>C) jóquei: Esta é interessante porque a sílaba tônica é "jó", a primeira sílaba. "Jóquei" é uma palavra oxítona, que tem a última sílaba como tônica.</li>
<li>D) faquir: Aqui, a sílaba tônica é "quir", que é a última. "Faquir" é uma palavra oxítona, destacando-se das outras opções.</li>
</ul>

 

A questão pede especificamente onde a tonicidade é desigual à da palavra “apelido”. Comparando todas, vemos que tanto "jóquei" quanto "faquir" são oxítonas, mas significativamente, a resposta correta é D) faquir, pois ela destoa ainda mais ao ser uma palavra oxítona com tonicidade na última sílaba, enquanto "apelido" é paroxítona.

 

A alternativa correta é D.

Os apelidos são uma maneira poderosa de botar as pessoas nos seus devidos lugares. Essa frase é da escritora Doris Lessing e chamou minha atenção porque diz justamente o contrário do que eu sempre pensei de seus apelidos. Sempre achei que fossem um carinho, um atalho para a intimidade ou ao menos um meio mais rápido de chamar alguém: em vez de João Carlos, Joca; em vez de Maria Aparecida, Cida; em vez de Adalberto, Beto. Nenhuma má intenção.
 O que Doris Lessing quis lembrar é que apelidos nem sempre são afetuosos. A maioria dos apelidos nascem na infância e são dados por outras crianças que, como todos sabem, de anjo só têm a cara. Crianças adoram pegar no pé das outras, e ai que começa o batismo de fogo.
 Uma banana-split todo dia na hora do recreio, Gordo. Vai ser Gordo o resto da vida, mesmo que venha a ser jóquei, faquir, homem elástico: vai morrer Gordo.
 Se for loiro, é Xuxa, Mana, Maninha. Irmãos de quem, eu conheço? Fui colega de um cara bárbaro que se chamava Antônio, mas se alguém o chamasse assim, ele nem levantava os olhos. è o verde. Uma mãe e um pai colocam um nome lindo no filho e não pega.
 FHC, PC, ACM, agora é a mania transformar pessoas em siglas. Sorvetão era o apelido de uma paquita chamada Andrea: Sorvetão! E Caetano Veloso inova mais uma vez, registrando seus filhos como Zeca e Tom, que jamais serão apelidados.
 Muita gente, secretamente, detesta a própria alcunha, mas são obrigados a resignar-se, sob o risco de perder a identidade. Qual é o nome de Bussunda, do Tiririca, do Chitãozinho e Xororó? Anônimos Cláudios, Ricardos e Fernandos. Nomes que só existem em cartório. 
 Apelido gruda, cola, vira marca registrada. Tem negro que é Alemão, tem grandão que é Fininho, tem careca que é Cabeleira, tem ateu que é Cristo, tem moreno que é Ruivo, tem albino que é Tição. Apelido não tem lógica. Tem história.
 Doris Lessing, quando criança, tinha um apelido para sua segunda personalidade: chamava a si mesmo de Tigger.
Doris era o nome para consumo externo, para denominar a menina boazinha que aparentava ser. Tigger era o que ela era em segredo: sarcástica, atrevida, extrovertida. Com esse depoimento, Doris Lessing mostrou a verdadeira utilidade dos apelidos em vez daquela coisa antipática de "colocar as pessoas em seus devidos lugares".O bom do apelido é que ele nos dá * permissão para sermos vários: Afonso Henrique combina com gravata, mas que tem mais a ver com bermuda. Está aí uma maneira sutil de legalizar o nosso outro eu, o que ficou sem registro.

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