Para resolver essa questão, devemos identificar o processo de formação da palavra "curiosamente". Esta palavra é um advérbio derivado do adjetivo "curioso". A formação de "curiosamente" ocorre por derivação, que é um processo em que se adiciona um sufixo ao adjetivo para formar um advérbio. No caso de "curiosamente", o sufixo "-mente" é adicionado a "curioso".

Vamos analisar cada uma das alternativas para identificar qual palavra passou por um processo semelhante:

 

A) "jardim" - Esta palavra não é formada pela adição de um sufixo a um adjetivo para formar um advérbio. Ela é um substantivo e sua origem é diferente, portanto, não se assemelha ao processo de formação de "curiosamente".

B) "imprevisto" - Embora "imprevisto" seja um adjetivo que possa ser considerado formado por derivação prefixal (com o prefixo "im-" adicionado a "previsto"), esse processo é diferente do usado em "curiosamente", que envolve a adição de um sufixo a um adjetivo para formar um advérbio.

C) "infiel" - Similar a "imprevisto", "infiel" é um adjetivo formado por derivação prefixal (com o prefixo "in-"). Não segue a mesma estrutura de formação de um advérbio com o sufixo "-mente".

D) "ligação" - A palavra "ligação" é formada pelo substantivo "ligação", derivado do verbo "ligar" com o acréscimo do sufixo "-ção". Esse processo de adicionar um sufixo para formar um substantivo é semelhante ao processo de formação de "curiosamente" em que um sufixo "-mente" é adicionado a um adjetivo para formar um advérbio, apesar de "curiosamente" ser um advérbio e "ligação" um substantivo.

 

Gabarito: Letra D

Como presente de fim de ano, a namorada, entusiasta defensora da ecologia, deu-lhe um celular biodegradável. Explicou que se tratava de um aparelho especial, feito de um plástico que, decompondo-se, não poluiria a natureza. E, detalhe poético, havia ali uma semente de flor que germinaria quando o aparelho fosse jogado à terra.

Ele agradeceu muito, disse que se tratava de um presente sensível e de fino gosto. A namorada, contudo, fez uma exigência: ele só poderia usar o celular em chamadas para ela. Para outros tipos de chamadas, profissionais, por exemplo, deveria recorrer a um celular comum. Com o que ele concordou. O aparelho daria testemunho do amor deles, amor que, achava, seria eterno.

Estava enganado. Dois meses depois ela ligou, de uma cidade distante. Pelo celular biodegradável ele ouviu a notícia que o deixou arrasado: na viagem, ela conhecera um rapaz, adepto, como ela, da ecologia, e se apaixonara. Você entende, ela explicou, tudo na vida tem de ser reciclado, inclusive o amor. Desejou-lhe felicidades e disse que ele agora poderia usar o celular ecológico para fazer qualquer tipo de ligação, e para qualquer pessoa: o aparelho, para ela, já era coisa do passado.

Furioso, ele atirou o celular pela janela da casa. Nunca mais queria ouvir falar daquela coisa. Nunca mais queria ouvir falar da infiel namorada. Era uma página virada de sua vida. Algo que pretendia esquecer e da forma mais completa possível.

Na mesma noite foi até um bar próximo de sua casa, um clássico ponto de encontro para solitários. Ali conheceu uma moça; não era bem o seu tipo, mas ele precisava de um novo caso para esquecer o antigo. O que, esperava, não seria difícil.

Mas aí aconteceu o imprevisto. No jardim de sua casa brotou uma flor. O que, num primeiro momento, deixou-o intrigado. Só ele cuidava daquele jardim e não se lembrava de ter plantado coisa alguma recentemente. De súbito deu-se conta: era a semente que estava no celular biodegradável. Era o passado que voltava sob a forma de uma flor.

Que, curiosamente, tem um perfume parecido com o da antiga namorada. Mais: quando ele está junto à flor e, sempre que ele pode, está junto à flor parece-lhe ouvir a voz dela sussurrandolhe doces palavras de paixão. E dizendo que tudo na vida pode ser reciclado. Inclusive o amor.

A questão pede para identificar as palavras que são acentuadas seguindo a mesma regra que a palavra "código". Para isso, precisamos primeiro entender a regra de acentuação da palavra "código". 

"Código" é uma palavra paroxítona (a penúltima sílaba é a mais forte) que termina em um ditongo crescente -o(ço)do-. Segundo as regras de acentuação das palavras paroxítonas em português, elas são acentuadas quando terminam em ditongo crescente, dentre outras terminações específicas. 

Examinando cada uma das alternativas: 

A) "órgão" é uma paroxítona terminada em ditongo nasal "ão", enquanto "açúcar" é uma oxítona terminada em par nasal "ar". A regra de acentuação para "órgão" não é a mesma de "código", e "açúcar" não segue a mesma regra por ser oxítona. 

B) "pródigo" é uma paroxítona com a terminação "igo", que cai na mesma regra geral de paroxítonas terminadas em ditongo, similar a "código". Por sua vez, "plástico" é uma paroxítona terminada em vogal, semelhante a "código", conforme a regra de paroxítonas terminadas em ditongo ou vogal. 

C) "renovável" e "sanitário" são paroxítonas acentuadas pela terminação em "l" e "rio", respectivamente, não correspondendo à regra de "código". 

D) "além" e "porém" são paroxítonas terminadas em "em", e são acentuadas por serem exceções especificas na regra, e não seguem a regra de ditongo de "código". 

E) "acarajé" e "pajé" são proparoxítonas, o que significa que são acentuadas pela regra de todas as proparoxítonas serem acentuadas, diferente da regra para paroxítonas como "código". 

Gabarito: Letra B

A questão tem o objetivo de avaliar os conhecimentos sobre a formação de palavras. A) Parassíntese: há a adição de prefixo e sufixo simultaneamente. Alistamento.B) Alternativa correta. Composição por aglutinação: ocorre quando um dos radicais passa por alteração. Plano + alto: planalto. C) Sufixação: há o acréscimo de sufixo. Rapidamente.D) Sufixação: há o acréscimo de sufixo. Licitação.E) Parassíntese: há a adição de prefixo e sufixo simultaneamente. Entardecer.

Montar listas se tornou, além de um hábito, um truque que aumentou o rendimento profissional da produtora de televisão americana 
e especialista em produtividade Paula Rizzo, 36. 
Ela é autora do livro “Listomania: Organizando Pensamentos” (Editora DVS, 140 págs., R$ 19,20), em que compartilha métodos 
para organizar o fluxo de tarefas do trabalho e de casa. Segundo Rizzo, com as listas é possível planejar reuniões e até criar um plano 
de carreira. 
Como primeiro passo, a autora aconselha colocar todas as ideias no papel, separá-las por categorias e saber priorizar e descartar 
alguns itens, quando necessário. Para ajudar, vale usar um caderninho ou lançar mão de aplicativos para smartphone. 
Não há um método único ou fórmula mágica. “É preciso testar o que funciona melhor e adaptar o modelo ao seu dia a dia”, disse. 
[…] 

Comparação, para demonstrar a forma como nos comportamos.

Contraste, em algumas partes, para realçar as diferenças entre o que se 
quer e o que o se faz.

Enumeração, para hierarquizar os caminhos para se obter a liberdade.

Exemplificação, para ilustrar e explicar pontos de vista.

Vamos dar uma olhada nas técnicas de linguagem mencionadas no texto e cristalizar por que a alternativa C não se enquadra. Deixe-me destrinchar isso para você. 

A alternativa A menciona a comparação, utilizada pelo autor para mostrar as pressões e expectativas da sociedade que moldam comportamentos. Isso é claramente visível ao longo do texto quando o autor descreve como as pessoas são impulsionadas a seguir certos padrões — jovens, bem-sucedidos, sem tempo para luto, etc. 

A alternativa B destaca o uso do contraste, especialmente entre o que as pessoas realmente querem ser e o que a sociedade espera delas. Isso é evidente no trecho em que se discutem as expectativas de não mostrar tristeza e seguir em frente rapidamente após uma perda, contrariando o processo natural de luto. 

Já a alternativa D aponta para a exemplificação, que é amplamente usada no texto para tornar os conceitos mais concretos. Por exemplo, o autor fala sobre ter de parecer sempre jovem, implicando uma pressão constante pela juventude, ilustrada por expectativas sobre aparência física e comportamento. 

No entanto, a alternativa C fala sobre enumeração com o propósito de hierarquizar os caminhos para obter a liberdade. Neste aspecto, o texto não apresenta uma lista ordenada ou uma hierarquização de métodos ou etapas para alcançar a liberdade. A discussão do texto é mais uma crítica à sociedade moderna e às pressões impostas aos indivíduos, sem uma estrutura de 'passos para alcançar a liberdade'. 

Assim, a alternativa correta é C, porque não encontramos no texto uma enumeração que hierarquize maneiras de alcançar a liberdade, mas sim uma crítica geral à percepção distorcida de liberdade influenciada pela sociedade.

Lya Luft 
 
Essa é uma manifestação típica do nosso tempo, contagiosa e difícil de 
curar porque se alimenta da nossa fragilidade, do quanto somos impressionáveis, 
e da força do espírito de rebanho que nos condiciona a seguir os outros. Eu te-
nho de fazer o que se espera de mim. Tenho de ambicionar esses bens, esse 
status, esse modo de viver – ou serei diferente, e estarei fora. 
Temos muito mais opções agora do que alguns anos atrás, as possibili-
dades que se abrem são incríveis, mas escolher é difícil: temos de realizar tantas 
coisas, são tantos os compromissos, que nos falta o tempo para uma análise 
tranquila, uma decisão sensata, um prazer saboreado. 
A gente tem de ser, como escrevi tantas vezes, belo, jovem, desejado, 
bom de cama (e de computador). Ou a gente tem de ser o pior, o mais relaxado, 
ou o mais drogado, o chefe da gangue, a mais sedutora, a mais produzida. Outra 
possibilidade é ter de ser o melhor pai, o melhor chefe, a melhor mãe, a melhor 
aluna; seja o que for, temos de estar entre os melhores, fingindo não ter falhas 
nem limitações. Ninguém pode se contentar em ser como pode: temos de ser
muito mais que isso, temos de fazer o impossível, o desnecessário, até o absur-
do, o que não nos agrada – ou estamos fora. 
A gente tem de rir dos outros, rebaixar ou denegrir nem que seja o mais 
simples parceiro de trabalho ou o colega de escola com alguma deficiência ou 
dificuldade maior. A gente tem de aproveitar o mais que puder, e isso muitos pais 
incutem nos filhos: case tarde, aproveite antes! (O que significa isso?) [...]
A propaganda nos atordoa: temos de ser grandes bebedores (daquela 
marca de bebida, naturalmente), comprar o carro mais incrível, obter emprésti-
mos com menores juros, fazer a viagem maravilhosa, ter a pele perfeita, mostrar 
os músculos mais fortes, usar o mais moderno celular, ir ao resort mais sofistica-
do. 
Até no luto temos de assumir novas posturas: sofrer vai ficando fora de 
moda. Contrariando a mais elementar psicologia, mal perdemos uma pessoa 
amada, todos nos instigam a passar por cima. “Não chore, reaja”, é o que mais 
ouvimos. “Limpe a mesa dele, tire tudo do armário dela, troque os móveis, roupas 
de cama, mude de casa.” Tristeza e recolhimento ofendem nossa paisagem de 
papelão colorido. Saímos do velório e esperam que se vá depressa pegar a ma-
quilagem, correr para a academia, tomar o antidepressivo, depressa, depressa, 
pois os outros não aguentam mais, quem quer saber da minha dor? 
O “ter de” nos faz correr por aí com algemas nos tornozelos, mas talvez a 
gente só quisesse ser um pouco mais tranquilo, mais enraizado, mais amado, 
com algum tempo para curtir as coisas pequenas e refletir. Porém temos de estar 
à frente, ainda que na fila do SUS. 
Se pensar bem, verei que não preciso ser magro nem atlético nem um 
modelo de funcionário, não preciso ter muito dinheiro ou conhecer Paris, não 
preciso nem mesmo ser importante ou bem-sucedido. Precisaria, sim, ser um 
sujeito decente, encontrar alguma harmonia comigo mesmo, com os outros, e 
com a natureza na qual fervilha a vida e a morte é apaziguadora. 
Em lugar disso, porém, abraçamos a frustração, e com ela a culpa. 
A culpa, disse um personagem de um filme, “é como uma mochila cheia 
de tijolos. Você carrega de um lado para o outro, até o fim da vida. Só tem um 
jeito: jogá-la fora”. Mas ela tem raízes fundas em religiões e crenças, em ditames 
da família, numa educação pelo excessivo controle ou na deseducação pela indi-
ferença, na competitividade no trabalho e na pressão de nosso grupo, que cobra 
coisas demais. [...]
Nessa rede de complexidades, seria bom resistir à máquina da propa-
ganda e buscar a simplicidade, não sucumbir ao impulso da manada que corre 
cegamente em frente. Com sorte, vamos até enganar o tempo sendo sempre 
jovens, sendo quem sabe imortais com nariz diminuto, boca ginecológica e olhar 
 
fatigado num rosto inexpressivo. Não nos faltam recursos: a medicina, a farmá-
cia, a academia, a ilusão, nos estendem ofertas que incluem músculos artificiais, 
novos peitos, pele de porcelana, e grandes espelhos, espelho, espelho meu. Mas 
a gente nem sabe direito onde está se metendo, e toca a correr porque ainda não 
vimos tudo, não fizemos nem a metade, quase nada entendemos. Somos eter-
nos devedores. 
Ordens aqui e ali, alguém sopra as falas, outro desenha os gestos, vai 
sair tudo bem: nada depressivo nem negativo, tudo tem de parecer uma festa, 
noite de estreia com adrenalina e aplausos ao final.

A pintura dos três lindos pintinhos ficou surpreendentemente boa.

O crente achou incrível aquela história toda.

O solista revelou-se um grande cantor, mas o solado do seu sapato estava furado.

O violeiro, em verdade, violou os direitos da plateia.

Vou à tesouraria do Clube pegar uma tesourinha e já volto.

Olha só, vamos dar uma olhada no radical das palavras nas alternativas e entender por que a resposta correta é a alternativa B.

Radical é a parte da palavra que carrega o significado principal e que se mantém quando se adicionam afixos (prefixos e sufixos).

 

<ul>
<li>A) "pintura" e "pintinhos" parecem ter um radix comum "pint-", mas na verdade a segunda palavra é uma forma diminutiva de "pinto", que se refere ao frango jovem, enquanto "pintura" tem a ver com o ato de pintar. Ou seja, os radicais são diferentes.</li>
<li>B) "crente" e "incrível" – Ambas as palavras partilham o radix "cre", relacionado à crença ou à ideia de acreditar em algo. "Incrível" é formada pelo prefixo "in-" (negativo) + "crível" (que vem de crer).</li>
<li>C) "solista" e "solado" – Apesar de começarem com "sol", os radicais descrevem coisas diferentes: "solista" relaciona-se a "solo" (alguém que faz algo sozinho), e "solado" conecta-se a "sola" do sapato.</li>
<li>D) "violeiro" e "violou" – essas duas palavras derivam de "viola", mas os radicais interpretam de forma distinta. "Violeiro" é quem toca viola e "violou" vem de violar, ou seja, outra ação.</li>
<li>E) "tesouraria" e "tesourinha" – De fato ambas compartilham o radix "tesour", mas são usadas para referir coisas distintas (uma instituição e um objeto).</li>
</ul>

 

Dessas análises, a alternativa B é a única em que as palavras mantêm o mesmo significado básico em seus radicais.

 

Alternativa correta é B.

Questões de Português - Formação e estrutura das palavras - Fundamental - Múltipla escolha