Zebedeu, aluno responsável e exemplar, 
aprovado fora no vestibular de 2002 da UFP.  Seus pais, 
Pafúncio e Felisberta, boquiabertos e estupefactos até 
hoje estão, pois, além de ter sido em Medicina, aquele 
fora outrossim  o  primeiro  e   único  vestibular  em  que, 
confiante, o idolatrado  filho se  inscrevera,  enquanto  
que  bom  número  de  colegas  seus  a  três  e   até  
quatro  tentativas  se  submeteram, não   passando  talvez   
em  cinco  e,  quiçá,  seis  outros  vestibulares  
enfrentados. 
          Zebedeu, porém, não se conformou com a terceira 
colocação que, pela listagem divulgada, obtivera.  
Segundo ele, a prova de Português primara pela 
ocorrência de duas falhas gritantes: má elaboração de 
uma questão, nela pontificando a inadequação vocabular 
que propiciava duplicidade de resposta e o império do 
subjetivismo colhido no enunciado de outras duas 
questões apresentadas. E tais desacertos lhe roubaram, 
segundo ele, a grande chance da primeira colocação 
com que tanto sonhara e pela qual denodadamente tanto 
lutara. 
          Renitente  que  era, Zebedeu  não  sossegou. 
Inquiriu alguns professores que, além de o receberem 
com bastante atenção e carinho, lhe deram inteira razão. 
Chegou a pensar em procurar professores da banca 
oficial, idéia logo desfeita por achar que seria tudo em 
vão, consoante andaram lhe enchendo os ouvidos. 
         Agendou, então, por telefone um encontro com 
Astrogildo e Felisbino, dois ex-professores seus de 
Português no Ensino Médio.  Em ambos ele depositava a 
maior confiança, e eles eram, realmente, gabaritados.  
Solícitos e prestativos, eles foram dissecando questão 
por questão, concordando com este e discordando 
daquele gabarito oficial, justificando cada asserção 
apresentada sempre que disparidade aqui e ali fosse 
surgindo.   
         Zebedeu, reanimado, pensou em pedir, junto à 
banca oficial, revisão e, para tanto, queria contar com a 
presença dos dois docentes amigos. Ambos, peremptória 
e categoricamente, se prontificaram a ir e se dispuseram 
a estudar a melhor data em disponibilidade. Conversa 
vai, conversa vem, o tempo foi passando e a dupla não 
conseguia apresentar uma solução. E a saída que eles 
encontraram foi a desistência, decisão negativa 
traduzida pelo não ao amigo Zebedeu.   
        Já em casa, seus curiosos pais logo questionaram 
Zebedeu sobre o derradeiro passo a ser dado.  E 
Zebedeu, ainda transtornado, taxativo foi e abrupto: 
Nada mais há a fazer. Agora, já estou mais conformado, 
mas aquele não magoou-me  profundamente. 

pesca é um substantivo formado a partir do verbo correspondente.

estrelas-do-mar é palavra composta por justaposição.

vivos e vida são palavras formadas por derivação sufixal.

biodiversidade é palavra formada por radical de origem grega que significa vida.

antiviral e anticancerígena são palavras formadas com prefixo de origem grega que significa idéia contrária.

A fronteira da biodiversidade é azul. Atrás das ondas,
mais do que em qualquer outro lugar do planeta, está o maior
número de seres vivos a descobrir. Os mares parecem guardar
as respostas sobre a origem da vida e uma potencial revolução
para o desenvolvimento de medicamentos, cosméticos e
materiais para comunicações. Sabemos mais sobre a superfície
da Lua e de Marte do que do fundo do mar. Os oceanos são
hoje o grande desafio para a conservação e o conhecimento da
biodiversidade, e os especialistas sabem que ela é muitas
vezes maior do que hoje conhecemos. Das planícies abissais –
o verdadeiro fundo do mar, que ocupa a maior parte da
superfície da Terra – vimos menos de 1%. Hoje sabemos que
essa planície, antes considerada estéril, está cheia de vida. Nos
últimos anos, não só se fizeram novos registros, como também
se descobriram novas espécies de peixes e invertebrados
marinhos – como estrelas-do-mar, corais, lulas e crustáceos.
Em relação à pesca, porém, há más notícias. Pesquisadores
alertam que diversidade não é sinônimo de abundância. Há
muitas espécies, mas as populações, em geral, não são
grandes.
A mais ambiciosa empreitada para conhecer a
biodiversidade dos oceanos é o Censo da Vida Marinha, que
reúne 1.700 cientistas de 75 países e deverá estar pronto em
2010.  Sua meta é inventariar toda a vida do mar, inclusive os
microorganismos, grupo que representa a maior biomassa da
Terra.  Uma pequena arraia escura, em forma de coração, é a
mais nova integrante da lista de peixes brasileiros. Ela foi
coletada entre os Estados do Rio de Janeiro e do Espírito
Santo, a cerca de 900 metros de profundidade. Como muitas
espécies marinhas recém-identificadas, esta também é uma
habitante das trevas.
O mar oferece outros tipos de riqueza. Estudos feitos no
exterior revelaram numerosas substâncias extraídas de animais
marinhos e com aplicação comercial. Há substâncias de
poderosa ação antiviral e até mesmo anticancerígena. Há
também uma esponja cuja estrutura inspirou fibras óticas que
transmitem informação com mais eficiência. Outros compostos
recém-descobertos de bactérias são transformados em cremes
protetores contra raios ultravioleta. Vermes que devoram ossos
de baleias produzem um composto com ação detergente. Já o
coral-bambu é visto como um substituto potencial para próteses
ósseas.

Para resolver essa questão, é essencial entender o que são prefixos e sufixos dentro da formação de palavras. Prefixos são morfemas que se colocam antes do radical (base) da palavra para modificar seu sentido, e sufixos são morfemas que se colocam após o radical, também podendo alterar seu significado ou indicar a classe gramatical.

Vamos analisar cada uma das alternativas:

A) destinar
- "destinar" é formado pelo prefixo "des-" que adiciona a ideia de reversão ou negação ao verbo e pelo radical "tino", relacionado a "destino". Não possui sufixo que modifica o sentido do verbo ou indica uma classe gramatical diferente.

B) desfivelar
- "desfivelar" é composto pelo prefixo "des-", que indica ação contrária, e pelo sufixo "-ar", que é característico dos verbos na língua portuguesa. O radical seria "fivel".

C) desfavorecer
- "desfavorecer" tem o prefixo "des-", que implica uma negação ou oposição, o radical "favor", e o sufixo "-ecer", que é comum em alguns verbos que indicam uma mudança de estado.

D) desbanalizar
- "desbanalizar" inclui o prefixo "des-", que comunica uma ação oposta, o radical "banal", e o sufixo "-izar", que transforma substantivos ou adjetivos em verbos, indicando a ação de tornar algo no sentido do radical.

E) despraguejar
- "despraguejar" apresenta o prefixo "des-", que sugere remoção ou reversão, o radical "praga", e o sufixo "-ear", utilizado em verbos que indicam uma atividade ou estado.

 
Assim, a alternativa A ("destinar") é a única que, mesmo possuindo prefixo, não apresenta um sufixo que altera a classe gramatical do verbo ou modifica significativamente o significado do radical. As demais opções possuem tanto prefixo quanto sufixo em sua formação.

Gabarito: Letra A

Para resolver a questão proposta pela FUNRIO, é necessário entender a etimologia e o significado dos elementos que compõem as palavras apresentadas nas alternativas, focando-se especialmente no radical que indica o número oito.

Em primeiro lugar, vamos examinar o radical presente nas opções:

- O radical "octa", usado em "octamístico" (alternativa B), vem do grego "octo", que significa "oito". Este radical é comumente usado em palavras que se referem ao número oito, como "octógono" (uma figura com oito lados).

- Os outros radicais das alternativas não têm relação com o número oito:
 - "Exo", em "exomístico" (alternativa A), geralmente se refere a "externo" ou "fora".
 - "Hexa", em "hexamístico" (alternativa C), significa "seis" em grego.
 - "Hipo", em "hipomístico" (alternativa D), significa "abaixo", "sub" ou pode indicar uma diminuição.
 - "Hepta", em "heptamístico" (alternativa E), significa "sete" em grego.

Dado que o enunciado pede um nome para um boneco sobrenatural com oito tentáculos, é essencial que o nome reflita essa característica quantitativa. Portanto, a única alternativa que corretamente utiliza o radical erudito para "oito" é a alternativa B, "octamístico", alinhando-se perfeitamente com a descrição do boneco fornecida no enunciado.

Gabarito: Letra B

A palavra "janta" é um exemplo interessante de formação de palavras na língua portuguesa, originando-se a partir do verbo "jantar". A formação de "janta" envolve um processo específico chamado de derivação regressiva. Esse processo consiste na redução de uma forma verbal para formar um substantivo comum, geralmente indicando o resultado ou o local da ação expressa pelo verbo. Neste caso, a ação de "jantar" leva ao resultado ou ao evento que é a "janta".

 

Para entender melhor, vejamos as alternativas dadas:

 

A) Perda de sufixo. Na formação de "janta" a partir de "jantar", ocorre, de fato, a remoção do sufixo -ar, que é típico dos verbos em sua forma infinitiva no português. Isso está em linha com o processo de derivação regressiva, onde parte da estrutura original do verbo é eliminada para formar o substantivo.

 

B) Retirada de sílaba. Embora a mudança de "jantar" para "janta" implique na eliminação de uma sílaba, isso acontece especificamente por meio da remoção do sufixo verbal "-ar", e não de uma sílaba arbitrária.

 

C) Inclusão de vogal. Esta opção é claramente incorreta, pois não há inclusão, mas sim exclusão de parte do verbo.

 

D) Acréscimo de prefixo. Não há adição de qualquer prefixo em "janta"; pelo contrário, há apenas a simplificação do verbo "jantar".

 

E) Substituição de letra maiúscula. Não se aplica, pois não há alteração de letras maiúsculas ou minúsculas envolvida na formação de "janta" a partir de "jantar".

 

Dadas estas análises, fica claro que a alternativa correta é a que indica que a palavra "janta" é formada pela perda de sufixo, que neste caso é o sufixo -ar do verbo "jantar". Assim, a alternativa A é a correta.

Gabarito: Letra A

Sabe todos aqueles ovos caipiras que você deixou de 
comer? Todas aquelas gemas moles misturando com o 
arroz? Pois é, você não precisava ter se esforçado tanto. A 
ciência provou o que seus instintos já gritavam há tempos: 
comer ovo de galinha não faz mal para o seu coração.
Acontece que o alimento sempre foi relacionado ao 
aumento de colesterol LDL (o que faz mal à saúde). Nada 
mais natural, afinal, o ovo é realmente um alimento muito 
rico na substância. O que o novo estudo da Universidade 
da Finlândia Oriental afirma é que comer um alimento com 
muito colesterol não significa que haverá um aumento de 
LDL no seu sistema circulatório. Você não vai infartar por 
causa daquele bife a cavalo.
O estudo começou a ser produzido em 1984 com 1.032 
homens que variavam entre 42 e 60 anos. Entre os 
participantes do estudo, 32,5% possuíam um gene, que 
provoca um mau funcionamento na proteína responsável 
pelo transporte do colesterol no corpo.  Dessa forma, a 
pesquisa envolveu pessoas com pré-disposição genética 
para problemas com colesterol. Os participantes foram 
alimentados com uma dieta rica em colesterol, incluindo 
um ovo por dia e 520 mg de colesterol diário, até 1989.
Os participantes foram acompanhados por 21 anos, e os 
resultados são claros: o consumo de ovos não aumentou 
as chances de doença cardíaca, nem mesmo para quem 
possui o gene que afeta o transporte do colesterol. De 
acordo com os testes, a alimentação rica em colesterol 
não alterou a espessura das artérias (o que causaria um 
infarto). O omelete na janta, segundo os pesquisadores, 
está liberado.

Questões de Português - Formação e estrutura das palavras - Fundamental - Múltipla escolha