Na análise da frase "por meio do pai, que é pedreiro", devemos considerar a função sintática da palavra “que”. Essa palavra não introduz uma oração subordinada substantiva (conjunção integrante) que complemente o sentido de um verbo, mas sim exerce a função de pronome relativo. Em orações subordinadas adjetivas, o pronome relativo “que” retoma um termo antecedente, no caso “pai”, e estabelece uma relação de subordinação adjetiva, caracterizando ou explicando o substantivo ao qual se refere.

Os conectivos denominados de conjunções integrantes são empregados para introduzir orações subordinadas substantivas, especialmente aquelas que funcionam como complemento de verbos que exprimem ação mental, opinião ou comunicação, como “dizer”, “afirmar”, “perguntar”, entre outros. Nesses contextos, a conjunção integrante (por exemplo, “que”) não remete a um termo já mencionado, mas sim introduz o conteúdo de uma oração, conforme pode ser observado em frases como “Ele disse que viria”.

No caso em análise, “que é pedreiro” é uma oração relativa que caracteriza “pai”, operando como oração subordinada adjetiva explicativa. Assim, a função sintática de “que” não é a de conjunção integrante, mas sim a de pronome relativo, cujo papel é retomar o antecedente e estabelecer uma ligação explicativa ou restritiva.

Em relação às alternativas apresentadas:
<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
 <li>C) Certo: Incorreta, pois classifica erroneamente “que” como conjunção integrante.</li>
 <li>E) Errado: Correta, pois reconhece que “que” não é uma conjunção integrante, mas sim um pronome relativo.</li>
</ul>

Alternativa Correta:
Portanto, a classificação correta da palavra “que” no trecho “que é pedreiro” é como pronome relativo e não como conjunção integrante, justificando a alternativa “Errado”.

Gabarito: Letra E

Na linha 10, em “que é pedreiro”, a palavra “que” é uma conjunção integrante.  


1     Uma adolescente, de 17 anos, teve os dentes
   desgastados com necrose pulpar e óssea [morte da
   polpa dentária e dos ossos] após fazer a aplicação de
4  entes de resina com uma mulher que não era dentista.
   A menina, que não quis se identificar, disse ter pago R$ 1
   mil pelo procedimento. “Não tinha noção que ela não era
7  dentista”, desabafou.
      Moradora de São Vicente, no litoral de São
   Paulo, ela contou ter conhecido a mulher por meio do pai,
10 que é pedreiro e havia sido contratado pela profissional.
   Segundo o relato, o homem decidiu presentear a filha
   com a aplicação das lentes após ver “muitas pessoas”
   passando pelo procedimento.
      O advogado Gabriel Ferreira Lacerda, que
   representa Andreza Aline, informou que ela é considerada
16 “hábil” para prestar o serviço de aplicação de lentes de
   resina. Ele acrescentou que a cliente “não se passou por
   dentista e tampouco exerceu a função”.
19    A aplicação aconteceu em junho deste ano, na
   casa de Andreza, em São Vicente (SP). A adolescente
   contou que voltou ao local três dias depois do
22 procedimento, uma vez que três lentes tinham caído.
   Segundo a jovem, a profissional justificou a situação
   dizendo que ela não tomou os cuidados necessários.
25    “Não conheço o material de dentista só que vi
   que algumas coisas que ela estava usando eram muito
   parecidas com [os utensílios] de manicure”, disse a
28 adolescente. “Ainda falei para ela que parecia, e ela
   falou que realmente parecia, só que não era, que eram
   materiais profissionais”.
31    A adolescente relatou que outras lentes caíram
   em seguida, mas sequer voltou à residência da mulher
   para não ser cobrada pelo serviço. Ela passou a sentir
34 incômodo na gengiva e percebeu que a arcada dentária
   estava ficando “escura”.
      Preocupada, a adolescente encaminhou uma
37 foto para a irmã, que é estudante de odontologia.
   A parente recomendou que ela procurasse uma
   clínica odontológica com urgência para remover as
40 lentes, pois estava com infiltração nos dentes e com a
   gengiva inflamada.


Com base no texto, julgue o item seguinte.


Na frase "A estudante concluiu o ensino médio no Colégio de Aplicação (Coluni), em Viçosa, na Zona da Mata", o termo destacado “em Viçosa” estabelece uma localização, funcionando como adjunto adverbial de lugar. Essa função se dá uma vez que o termo indica “onde” a ação de concluir o ensino médio ocorreu, ou seja, localiza o Coluni no espaço.

Analisemos cada alternativa apresentada:

<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
 <li>A) Aposto: O aposto tem a função de explicar, esclarecer ou suplementar um termo anterior, normalmente um substantivo. Como “em Viçosa” não exerce essa função de explicação, essa alternativa não é a correta.</li>
 <li style="margin-bottom: 1.5em;">B) Vocativo: O vocativo é um termo utilizado para chamar, invocar ou chamar atenção de alguém. O trecho “em Viçosa” claramente não se dirige a um interlocutor para chamar atenção, descartando essa opção.</li>
 <li style="margin-bottom: 1.5em;">C) Adjunto adverbial: O adjunto adverbial agrega à oração uma circunstância, como tempo, lugar, causa, modo, dentre outras. Neste caso, “em Viçosa” indica o local onde a ação se refere, configurando-se perfeitamente como um adjunto adverbial de lugar, o que torna esta alternativa correta.</li>
 <li style="margin-bottom: 1.5em;">D) Adjunto adnominal: O adjunto adnominal caracteriza-se por modificar ou especificar um substantivo, geralmente vinculado a ele, mas “em Viçosa” não modifica o substantivo “Coluni” diretamente de forma atributiva, sendo parte de uma locução adverbial. Assim, esta alternativa não se aplica.</li>
</ul>

Alternativa Correta:

A função sintática do termo “em Viçosa” é a de adjunto adverbial de lugar, pois fornece a informação de onde o Coluni está situado, contribuindo para a localização contextual do sujeito e do verbo na oração. Esse recurso é bastante comum em textos jornalísticos e literários, onde a ambientação da narrativa é essencial para a compreensão do leitor.

Gabarito: Letra C

<center>Além dela, Minas teve outra nota máxima no concurso, mas de um estudante de escola particular; no Brasil, só 12 pessoas "gabaritaram" a redação</center>
 A estudante Samille Leão Malta foi a única aluna do Brasil vinda de uma escola pública a tirar nota 1.000 na redação do Enem em 2024. A estudante concluiu o ensino médio no Colégio de Aplicação (Coluni), em Viçosa, na Zona da Mata.

 A informação foi confi rmada pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), instituição a que o Coluni é vinculado. Samille também é ex-estudante da rede de ensino estadual. Ela frequentou a Escola Estadual Nossa Senhora do Patrocínio, em Virginópolis, no Vale do Rio Doce.

 “Estou muito feliz e surpresa com o resultado. Sou grata a todos que me apoiaram ao longo do meu caminho de preparação, minha família, meus professores, meus amigos", disse a jovem, que espera que essa nota a ajude a garantir uma vaga no curso de medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

 Além de Samile, um candidato de uma escola particular também alcançou a nota máxima na redação. Ao todo, 12 participantes do Enem conquistaram tal feito. Minas também foi o estado com mais redações com notas entre 950 e 1000, segundo o Ministério da Educação (MEC).

 Para o secretário de Estado de Educação de Minas Gerais, Igor de Alvarenga, esse resultado é motivo de orgulho e motivação para continuar avançando. "Os estudantes mineiros mostraram sua dedicação e capacidade, alcançando resultados expressivos em um exame de relevância nacional, que vai influenciar diretamente no futuro profissional deles", disse.

 Os demais estados com estudantes que tiveram as notas máximas são Alagoas, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e São Paulo.

Os dados foram apresentados pelo Ministério da Educação (MEC) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Mais de 3 milhões de pessoas fi zeram as provas da última edição. As notas individuais estão disponíveis na Página do Participante.

Nesta questão, analisamos a função sintática do termo destacado “por essa tecnologia” dentro do contexto do trecho “Além desse feito, outras coisas que puderam ser decifradas por essa tecnologia foram o grande arquivo a respeito dos reinados de 27 reis coreanos.” A construção da frase revela que a ação de “decifrar” foi realizada por um agente externo à estrutura passiva. Quando passamos de uma voz ativa para uma voz passiva, o agente da passiva é o termo que indica quem ou o que executa a ação expressa pelo verbo.

No caso apresentado, “por essa tecnologia” exerce justamente essa função, pois indica o meio ou a entidade responsável pela ação de decifrar os textos. Se fossemos converter a frase para a voz ativa, teríamos uma estrutura semelhante a: “Essa tecnologia decifrou outras coisas...” Assim, o elemento “por essa tecnologia” se transformaria, na passiva, em um termo que retém a informação de quem (ou o que) realiza a ação, configurando, portanto, o agente da passiva.

<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
 <li>Alternativa A – sujeito: Incorreta, pois “por essa tecnologia” não exerce a função nominal que designa quem é o sujeito da oração.</li>
 <li>Alternativa B – objeto indireto: Também incorreta, já que o objeto indireto geralmente vem regido por preposição e indica um complemento verbal, mas não identifica o agente da ação na passiva.</li>
 <li>Alternativa C – adjunto adverbial: Inadequada, pois, apesar de ser um termo adverbial que modifica a ideia do verbo, não possui a função de indicar o executor da ação.</li>
 <li>Alternativa D – agente da passiva: Correta, já que “por essa tecnologia” é o termo que, na voz passiva, indica quem executa a ação de decifrar os textos.</li>
</ul>

Alternativa Correta:
O termo “por essa tecnologia” classifica-se sintaticamente como agente da passiva. Essa função é atribuída ao termo preposicionado que desempenha o papel de indicar o executor da ação na estrutura passiva, sendo, portanto, indispensável na reconstrução do sujeito agente da voz ativa original.

Gabarito: Letra D

<center>Com uma nova técnica, a inteligência artificial ajudou a decifrar papiros e mais textos antigos.</center>
 Para que uma inteligência artificial (IA) seja usada para determinada função, ela é treinada, por meio de experiências, para que as máquinas adquiram conhecimentos e possam se adaptar às condições e desempenhar tarefas como os seres humanos.
Seu uso pode ser infinito e nos mais variados campos. Como por exemplo, essa inteligência artificial que conseguiu decifrar o que dizem os textos de papiros históricos.

 Isso é algo que revoluciona todo o setor e traz vários dados inéditos sobre o passado. Com essa inteligência artificial, os especialistas foram capazes de decifrar os papiros de Herculano que foram queimados durante a erupção do Vesúvio em 79 d.C.

 Além desse feito, outras coisas que puderam ser decifradas por essa tecnologia foram o grande arquivo a respeito dos reinados de 27 reis coreanos, que viveram entre os séculos XIV e XX, e as tabuinhas de Creta, esculpidas com uma escrita complexa chamada “Linear B”.

 No caso dos papiros de Herculano, uma técnica de desenrolamento virtual foi criada. Ela consegue escanear os papiros, através de uma tomografia de raios X, e mapear cada camada. Depois que isso é feito, essa técnica o desenrola em uma imagem plana.

 A IA vem para fazer a distinção da tinta com a base de carbono, que é invisível nas digitalizações porque tem a mesma densidade do papiro. É assim que a inteligência artificial ajuda a decifrar essas folhas.

 Conseguir fazer isso é um grande passo no estudo da história da humanidade. Tanto que, no começo de 2024, três pesquisadores foram premiados com 700 mil dólares por terem conseguido produzir 16 colunas de texto claramente legíveis.
Também existiu uma competição internacional nesse tema que foi capaz de desvendar letras, palavras e sentenças inteiras dos textos que foram carbonizados.

 “Nesse momento você realmente pensa: ‘Agora estou vivenciando algo que constituirá um momento histórico para minha área'”, afirmou Federica Nicolardi, papirologista da Universidade Federico II de Nápoles.

 A inteligência artificial ter ajudado a decifrar os papiros é uma nova porta para que a leitura de outros textos, antes inacessíveis, também possa acontecer. Alguns exemplos são os que estão escondidos nas encadernações de livros medievais ou nas bandagens envolvendo múmias antigas.

Na frase apresentada, a forma verbal “é” funciona como verbo de ligação, unindo o sujeito ao seu predicativo ou à descrição. Assim, para identificar corretamente o núcleo do sujeito, precisamos localizar qual é o termo sobre o qual recai a ação expressa verbalmente. Nesse caso, o sujeito é “O distúrbio”.

Analisando a estrutura da oração, temos:

<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
 <li>Sujeito: “O distúrbio” – onde “distúrbio” é o núcleo, sendo o elemento que centraliza o sujeito.</li>
 <li>Predicado: “é normalmente diagnosticado com o cálculo do IMC, uma medida criada no século 19 calculada a partir do peso e da altura de um indivíduo” – o que se diz a respeito do sujeito.</li>
</ul>

Portanto, o núcleo do sujeito, isto é, o termo que expressa a ideia principal sobre o qual a ação da forma verbal “é” se estabelece, é “distúrbio”. Este termo é o elemento central que identifica o assunto do qual estamos falando, o que torna obrigatória a concordância com o verbo.

Examinar os demais termos nas alternativas mostra que eles não desempenham a função de núcleo do sujeito: “normalmente” trata-se de advérbio de modo, “diagnosticado” é parte do predicado, “cálculo” e “IMC” fazem parte de outra oração subordinada que explica a informação adicional, mas não compõem o núcleo do sujeito da oração principal.

Alternativa Correta:
A opção Distúrbio. é a resposta correta, pois foi esse o termo identificado como o núcleo do sujeito da oração.

Gabarito: Letra A

Para responder a seguinte questão, considere a frase “O distúrbio é normalmente diagnosticado com o cálculo do IMC, uma medida criada no século 19 calculada a partir do peso e da altura de um indivíduo”. 

Por André Biernath

<center><img alt='Imagem questão' src="https://d1obul4n7gbyjy.cloudfront.net/67b8723c6d110846200b7ea0fundatec-2025-prefeitura-de-sao-vicente-do-sul-rs-procurador-juridico-prova3237.jpg"></center>

Questões de Português - Função sintática