Analisando a oração “Extremamente reservado por conta da criação rigorosa que recebera dos pais”, observa-se que o termo “por conta da criação rigorosa” estabelece a razão pela qual o sujeito se encontrava de determinada maneira. A expressão “por conta de” é uma locução prepositiva que, na estrutura sintática, funciona como um adjunto adverbial de causa, pois indica o motivo, a causa que justifica a condição ou o estado expresso anteriormente.

Vamos analisar as alternativas:

<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
 <li>A) Predicativo: O predicativo caracteriza sujeito ou objeto, atribuindo-lhes uma condição ou qualidade por meio de um verbo de ligação ou similaridade. Na oração em análise, o termo não funciona atribuindo uma qualidade ao sujeito, mas sim explicando a razão de sua reserva.</li>
 <li>B) Complemento nominal: O complemento nominal normalmente integra-se a um nome, completando o sentido de um substantivo, adjetivo ou advérbio. “Por conta da criação rigorosa” não está completando o significado de um nome, mas sim indicando a causa de um estado.</li>
 <li>C) Adjunto adverbial de modo: O adjunto adverbial de modo informa a maneira como a ação ocorre. No entanto, “por conta da criação rigorosa” não responde à pergunta “como?”, mas sim “por que?”.</li>
 <li>D) Adjunto adverbial de causa: É essa a função do termo, pois ele esclarece o motivo da reserva extrema do sujeito. A criação rigorosa dos pais é apresentada como a causa que explica o comportamento do personagem.</li>
 <li>E) Adjunto adverbial explicativo: O adjunto explicativo serve para apresentar uma explicação ou justificativa, mas, nesse caso, o termo funciona mais diretamente como causa, respondendo à interrogação “por que ficou reservado?”.</li>
</ul>

Observa-se, pois, que o termo “por conta da criação rigorosa” traz uma função causal clara, justificando o estado de reserva extrema de Clarquinho, sem acrescentar uma explicação ou complementar um nome, mas sim apontar o motivo que leva àquela característica. Esse recurso sintático caracteriza-se, portanto, como adjunto adverbial de causa, atuando como elemento que modifica o sentido do predicado, conferindo-lhe a ideia de causa para o fato expresso.

Concluindo, a alternativa que melhor identifica a função do termo na oração é a referente ao adjunto adverbial de causa.

Gabarito: Letra D

    Super-homem estava cansado. Não, não tinha nada a ver com o típico esgotamento físico que jamais afetaria o homem de aço. No entanto, havia anos, o super-herói estava cansado da humanidade e dos caminhos tortuosos que ela seguia. Havia décadas ele tentava salvar o ser humano de tragédias incontroláveis e, principalmente, de si mesmo.
    No entanto, após tantos planos e esforços, estratégias e salvamentos, ele percebia que as pessoas sempre voltavam à estaca zero. Apático, constatou que bastava salvar alguém de um buraco para este cair em uma vala, no segundo seguinte.
    Diante disso, Clarquinho – como era conhecido desde que se mudara para o Brasil – passava seus dias deprimido, trabalhando em um portal de “notícias”, escrevendo artigos sensacionalistas e inócuos: “Este celular vai revolucionar a humanidade” ou “Finalmente, a cura da calvície”.
    Na verdade, Clarquinho tinha vontade de escrever um artigo com o título “A tediosa vida de um super-herói”. Despejaria no artigo todo seu desalento, toda mágoa e angústia que o enfraquecia mais do que um quilo de kriptonita aninhado em seu colo.
    Certo dia, porém, ele abriu um perfil no Instagram. Extremamente reservado por conta da criação rigorosa que recebera dos pais, era a primeira vez que Clarquinho se enveredava pelas redes sociais. Começou a seguir velhos amigos. Sentiu-se nostálgico ao rever as fotos daqueles que, de uma forma ou outra, fizeram parte de sua vida. Sentiu-se especialmente emocionado ao entrar no perfil de Irene Lane, bisneta de Louis – ela tinha o mesmo sorriso meigo da bisavó.
    A rede social prendeu definitivamente sua atenção. Não tendo necessidade de dormir, ele varava noites e madrugadas seguindo pessoas, vasculhando fotos, postando feeds e stories.
    Certa noite, lá estava ele novamente vendo o perfil de Irene, quando houve um terrível incêndio na vizinhança – um incêndio de proporções assustadoras. Este era o momento em que ele abriria o pijama, arrebentando desnecessariamente botões – para tão somente ter que costurá-los novamente –, e exibiria o “S” colossal em seu peito. Sua chance de voar em alta velocidade, salvar a vida de inocentes e dar a eles a chance de não caírem no próximo buraco.
    No entanto, por algum motivo, Clark não ouviu as sirenes e nem sentiu o cheiro de fumaça. Estava hipnotizado, olhos presos na tela do celular.
    Naquele exato momento, Irene havia acabado de postar no Instagram uma foto em preto-e-branco de sua bisavó.


Na frase “os participantes se sentiram mais dispostos”, temos um caso clássico de emprego do pronome reflexivo. Nesse contexto, a partícula “se” atua indicando que a ação expressa pelo verbo “sentir” recai sobre o próprio sujeito, isto é, os participantes sentiram-se mais dispostos, ou seja, experimentaram essa disposição internamente. Assim, “se” funciona como um pronome reflexivo, elemento que retoma o sujeito, reforçando a ideia de reflexividade da ação.

Analisemos as alternativas apresentadas: 

<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
 <li>A) Pronome reflexivo. Correta, pois “se” retoma o sujeito “os participantes”, indicando que são eles mesmos os que experienciam a disposição.</li>
 <li>B) Índice de indeterminação do sujeito. Incorreta, pois esse índice é utilizado em construções onde o sujeito não é determinado, o que não ocorre na frase em questão, onde o sujeito “os participantes” está claramente identificado.</li>
 <li>C) Conjunção integrante. Incorreta, pois conjunções integrantes ligam orações subordinadas, o que não se aplica ao uso reflexivo de “se”.</li>
 <li>D) Substantivo. Incorreta, pois “se” não exerce função nominal e não faz parte de um grupo de substantivos; ele atua como um pronome que retoma o sujeito.</li>
 <li>E) Apassivadora. Incorreta, pois as apassivadoras transformam orações ativas em passivas, e o “se” nesse caso não cumple essa função. A voz passiva seria indicada por uma estrutura como “foram sentidos”, o que não ocorre na sentença analisada.</li>
</ul>

Portanto, o emprego de “se” na frase “os participantes se sentiram mais dispostos” mostra que estamos diante de um exemplo típico de pronome reflexivo, já que a ação recai sobre o sujeito que a executa. Assim, a alternativa correta é a letra A.

Gabarito: Letra A

    Escolher ou não ajudar os outros depende, em parte, de estarmos repousados, conclui um relatório do campus de Berkeley da Universidade da Califórnia. O documento descreve um estudo recente que analisou as imagens cerebrais de 24 voluntários depois de 8 horas de sono e depois de virar a noite. As áreas cerebrais envolvidas no entendimento do que os outros sentem ou precisam ficaram menos ativas quando os participantes estavam cansados.
    Em outro estudo no mesmo relatório, os participantes se sentiram mais dispostos a realizar atos de gentileza após uma boa noite de sono. Um terceiro estudo examinou doações para caridade nos Estados Unidos e constatou que toda primavera elas caíam temporariamente 10% mas só em locais que adotavam o horário de verão, no qual as pessoas perdem uma hora de sono na noite em que os relógios são adiantados.
    Todos esses resultados indicam que o sono insuficiente nos deixa menos compassivos e prestativos. Nos países desenvolvidos, mais da metade dos adultos não dorme o suficiente, mas todos deveríamos valorizar o sono adequado em vez de tratá-lo como algo opcional, ou improdutivo, argumentam os autores. Eles dizem que isso seria bom para todos, porque nos permitiria ser a melhor versão de nós mesmos.


 Há uma oração subordinada adverbial temporal.

 Há uma oração coordenada sindética alternativa.

 O predicado da oração principal é verbal.

 O sujeito da oração principal é simples.

Na análise do terceiro período do primeiro parágrafo, “As áreas cerebrais envolvidas no entendimento do que os outros sentem ou precisam ficaram menos ativas quando os participantes estavam cansados”, é importante observar os diversos termos de função sintática presentes na estrutura da frase. A questão nos pede para identificar qual das afirmações acerca dessa estrutura não é correta. Vamos analisar cada uma delas:

<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
 <li>A) Há uma oração subordinada adverbial temporal. 
 Análise: De fato, a oração “quando os participantes estavam cansados” funciona como uma oração adverbial temporal, indicando o tempo em que a ação principal “ficaram menos ativas” ocorreu. Assim, essa alternativa está correta.</li>
 
 <li>B) Há uma oração coordenada sindética alternativa. 
 Análise: Não há na estrutura nenhuma oração coordenada que, por meio de conjunção alternativa (como “ou”), indique uma ideia de alternância. Portanto, essa alternativa descreve algo que não ocorre na frase e está incorreta.</li>
 
 <li>C) O predicado da oração principal é verbal. 
 Análise: Na oração principal “As áreas cerebrais envolvidas no entendimento do que os outros sentem ou precisam ficaram menos ativas”, o verbo “ficaram” é de ligação e estabelece uma ligação entre o sujeito e o seu atributo, “menos ativas”. Assim, o predicado é do tipo nominal, pois tem o papel de atribuir uma característica ao sujeito, não expressando apenas uma ação. Logo, afirmar que o predicado é verbal é equivocado.</li>
 
 <li>D) Há uma oração adjetiva restritiva. 
 Análise: Oração “envolvidas no entendimento do que os outros sentem ou precisam” exerce a função adjetiva, especificando o sujeito “as áreas cerebrais”. Apesar de ser uma forma reduzida de oração adjetiva (pela utilização do particípio “envolvidas”), ela restringe o significado do substantivo e, para efeitos didáticos, pode ser interpretada como oração adjetiva restritiva. Assim, essa alternativa está correta.</li>
 
 <li>E) O sujeito da oração principal é simples. 
 Análise: O sujeito “As áreas cerebrais envolvidas no entendimento do que os outros sentem ou precisam” é simples, pois possui um núcleo único ("áreas"). Apesar de ter complementos que especificam seu significado, não se trata de um sujeito composto. Dessa forma, essa alternativa também está correta.</li>
</ul>

Desta forma, a alternativa que incorre em erro é a opção C, pois o predicado da oração principal não é verbal, mas sim nominal, dada a presença de um verbo de ligação que reúne o sujeito a um predicativo. Essa análise é fundamental para compreender a função sintática dos termos na frase, auxiliando no domínio da gramática normativa para concursos públicos.

Gabarito: Letra C

 assumiu a forma "lo" pela terminação verbal.

Análise Geral da Questão

Na frase “em vez de tratá-lo como opcional”, o pronome “lo” está posicionado após o infinitivo “tratar”, configurando uma ênclise – ou seja, o pronome vem depois do verbo. Essa posição sintática é obrigatória, em regra, em formas verbais não finitas ou quando há palavras que determinam essa próclise. Além disso, o “lo” funciona como objeto direto e é anafórico, isto é, retoma o antecedente “sono” mencionado previamente no texto. Assim, o pronome “lo” se refere diretamente ao “sono”, recebendo a ação do verbo tratar.

Análise de cada Alternativa

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 <li>A) Exerce a função de objeto indireto. – Incorreta. O pronome “lo” nesse contexto atua como objeto direto do verbo “tratar”, e não como objeto indireto, pois não há regência prepositiva que caracterize a complementação indireta. Essa é a alternativa incorreta, conforme solicitado na questão.</li>
 <li>B) Se posiciona em ênclise. – Correta. Como o pronome vem depois do verbo “tratar” (forma verbal não finita), sua colocação em ênclise está de acordo com as normas gramaticais.</li>
 <li>C) Assumiu a forma "lo" pela terminação verbal. – Correta. A forma “lo” é uma realização clítica que ocorre na aglutinação com a forma verbal “tratar”, obedecendo a regras fonéticas e de regência, geralmente para evitar hiato ou confusão sonora.</li>
 <li>D) É anafórico de "sono". – Correta. O pronome “lo” retoma o substantivo “sono”, funcionando como referência à ideia de “sono” mencionado anteriormente no texto.</li>
 <li>E) É um pronome substantivo. – Correta. Apesar de “lo” não ser um pronome substantivo no sentido pleno de nomear um ser, ele exerce a função de substituto nominal (objeto direto), caracterizando uma das funções dos pronomes oblíquos átonos.</li>
</ul>

Conclusão

Portanto, a análise dos elementos sintáticos e da posição do pronome oblíquo “lo” na expressão “tratá-lo” evidencia que a única afirmação incorreta é a de que ele exerce a função de objeto indireto, pois ele funciona, na verdade, como objeto direto da ação verbal. Essa abordagem está em consonância com a análise gramatical normativa e demonstra como o estudo da topologia dos pronomes é fundamental para a compreensão da função sintática nas sentenças.

Gabarito: Letra A

Na sentença "os participantes se sentiram mais dispostos", o elemento “se” exerce função reflexiva. Neste caso, o “se” é um pronome reflexivo, o qual indica que a ação expressa pelo verbo recai sobre o próprio sujeito. Ou seja, os participantes realizaram a ação de sentir-se, voltada para si mesmos, demonstrando uma experiência interna relacionada à disposição e ao bem-estar.

Análise das Alternativas:
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 <li>Alternativa A – índice de indeterminação do sujeito: Incorreta, pois o “se” que indexa a indeterminação do sujeito é utilizado em construções como “Vive-se bem aqui”, onde o sujeito literal não está expresso. Na frase apresentada, o sujeito “os participantes” está claramente indicado, o que afasta essa classificação.</li>
 <li>Alternativa B – pronome reflexivo: Correta, visto que o “se” indica que o sujeito, que é “os participantes”, sofre a própria ação do verbo “sentir”. Essa função é típica dos pronomes reflexivos, onde o sujeito realiza a ação e, simultaneamente, a recebe. Por exemplo: “Ela se vestiu rapidamente”.</li>
 <li>Alternativa C – conjunção integrante: Incorreta, já que a conjunção integrante introduz orações subordinadas completivas (por exemplo, “Ele disse que viria”), não tendo relação com a função reflexiva demonstrada na sentença.</li>
 <li>Alternativa D – substantivo: Incorreta, pois “se” não é um substantivo; os substantivos são designadores de seres, coisas ou ideias, enquanto “se” é uma partícula pronominal que exerce função sintática específica (reflexiva, no caso).</li>
 <li>Alternativa E – apassivadora: Incorreta, uma vez que a partícula “se” apassivador (usada, por exemplo, em “Vende-se casa”) modifica a estrutura da voz passiva, o que não ocorre na frase “os participantes se sentiram mais dispostos”, onde o “se” indica reflexividade.</li>
</ul>

Portanto, o “se” na oração examina a própria condição dos participantes, agindo como pronome reflexivo e evidenciando que eles vivenciaram um estado autoexperimentado de disposição. Esta análise se baseia na compreensão clara da função reflexiva do pronome “se” em verbos pronominais, onde o sujeito pratica e recebe a ação simultaneamente.

Em síntese, ao identificar a natureza do “se” na oração, conseguimos compreender melhor a estrutura sintática e a semântica da frase, fortalecendo a interpretação correta de seu enunciado.

Gabarito: Letra B

    Escolher ou não ajudar os outros depende, em parte, de estarmos repousados, conclui um relatório do campus de Berkeley da Universidade da Califórnia. O documento descreve um estudo recente que analisou as imagens cerebrais de 24 voluntários depois de 8 horas de sono e depois de virar a noite. As áreas cerebrais envolvidas no entendimento do que os outros sentem ou precisam ficaram menos ativas quando os participantes estavam cansados.
    Em outro estudo no mesmo relatório, os participantes se sentiram mais dispostos a realizar atos de gentileza após uma boa noite de sono. Um terceiro estudo examinou doações para caridade nos Estados Unidos e constatou que toda primavera elas caíam temporariamente 10% - mas só em locais que adotavam o horário de verão, no qual as pessoas perdem uma hora de sono na noite em que os relógios são adiantados.
    Todos esses resultados indicam que o sono insuficiente nos deixa menos compassivos e prestativos. Nos países desenvolvidos, mais da metade dos adultos não dorme suficiente, mas todos deveríamos valorizar o sono adequado em vez de tratá-lo como algo opcional, ou improdutivo, argumentam os autores. Eles dizem que isso seria bom para todos, porque nos permitiria ser a melhor versão de nós mesmos.


Questões de Português - Função sintática