Para ajudar a determinar qual das alternativas reflete a segmentação correta dos elementos mórficos do verbo "pudesse", é essencial entender os componentes do verbo, ou seja, o radical, a vogal temática, o sufixo e os elementos desinenciais. O verbo "pudesse" vem do verbo "poder" no modo subjuntivo, mais precisamente no pretérito imperfeito. A formação deste verbo envolve:<ul><li>Radical: Onde começa a ideia principal do verbo. No caso de "poder", o radical seria "pod".</li><li>Desinência modo-temporal: Indica o modo e o tempo verbal. No subjuntivo pretérito imperfeito, essa desinência é "sse".</li><li>Desinência número-pessoal: Mostra a pessoa do discurso e o número (singular ou plural). Aqui temos a consonante "s" pertencente ao radical do verbo alterado pelas características fonéticas do português.</li></ul> Olhando para as opções de resposta:<ul><li>A) Pudes + se - Esta opção desconsidera a vogal temática hétero do português.</li><li>B) Pu + des + se - Divide incorrectamente o radical e atribui uma parte como se fosse um sufixo, o que não é correto pela construção do verbo "poder".</li><li>C) Pud + es + se - Também atribui incorretamente a "es" como uma parte separada, o que não se aplica.</li><li>D) Pud + e + sse - Esta divisão respeita o radical "pud", adiciona a vogal temática "e", e usa "sse" como desinência modo-temporal, o que está correto.</li></ul> Portanto, a forma correta de segmentação do verbo "pudesse", seguindo a estrutura do modo subjuntivo e respeitando a integridade mórfica dos verbos em português, está refletida na alternativa:Gabarito: Letra D

1     Verde-claro, verde-escuro, canteiro de flores, arbusto 
   entalhado, e de novo verde-claro, verde-escuro, imenso lençol do
   gramado; lá longe o palácio. Assim o jardineiro via o mundo, 
   toda vez que levantava a cabeça do trabalho.
      Já se fazia grande e frondosa a primeira árvore que havia 
   plantado naquele jardim, quando uma dor de solidão começou
   a enraizar-se no seu peito. E passados dias, e passados meses, 
   só não passando a dor, disse o jardineiro a si mesmo que
5  era tempo de ter uma companheira.
      No dia seguinte, trazidas num saco duas belas mudas de rosa, 
   o homem escolheu o lugar, ajoelhou-se, cavou cuidadoso
   a primeira cova, mediu um palmo, cavou a segunda, e com 
   gestos sábios de amor enterrou as raízes. Ao redor afundou um
   pouco a terra, para que a água de chuva e rega mantivesse 
   sempre molhados os pés da rosa.
      Durante meses trabalhou conduzindo os ramos de forma a 
   preencher o desenho que só ele sabia, podando os espigões
10 teimosos que escapavam à harmonia exigida. E aos poucos, 
   entre suas mãos, o arbusto foi tomando feitio, fazendo surgir dos
   pés plantados no gramado duas lindas pernas, depois o ventre, 
   os seios, os gentis braços da mulher que seria sua. Por último,
   cuidado maior, a cabeça levemente inclinada para o lado.
      O Jardineiro ainda deu os últimos retoques com a ponta da 
   tesoura. Ajeitou o cabelo, arredondou a curva de um joelho.
   Depois, afastando-se para olhar, murmurou encantado:
15    - Bom dia, Rosamulher.
      Mas, enquanto todos os arbustos se enfeitavam de flores, nem 
   uma só gota de vermelho brilhava no corpo da roseira.
   Nua, obedecia ao esforço de seu jardineiro que, temendo que 
   viesse a floração a romper tanta beleza, cortava rente todos os
   botões.
      De tanto contrariar a primavera, adoeceu, pois, o jardineiro. E 
   ardendo de amor e febre na cama, inutilmente chamou
20 por sua amada.
      Muitos dias se passaram antes que pudesse voltar ao jardim. 
   Quando afinal conseguiu se levantar para
   procurá-la, percebeu de longe a marca da sua ausência. 
   Embaralhando-se aos cabelos, desfazendo a curva da testa, uma
   rosa embabadava suas pétalas entre os olhos da mulher. E já 
   outra no seio despontava.
      Parado diante dela, ele olhava e olhava. Perdida estava a 
   perfeição do rosto, perdida a expressão do olhar. Mas do
25 seu amor nada se perdia. Florida, pareceu-lhe ainda mais linda. 
   Nunca Rosamulher fora tão rosa. E seu coração de jardineiro
   soube que jamais teria coragem de podá-la. Nem mesmo para 
   mantê-la presa em seu desenho.
      Então, docemente a abraçou descansando a cabeça no seu 
   ombro. E esperou. E sentindo sua espera, a mulher-rosa
   começou a brotar, lançando galhos, abrindo folhas, envolvendo-o 
   em botões, casulo de flores e perfumes.
      Ao longe, raras damas surpreenderam-se com o súbito 
   esplendor da roseira. Um cavaleiro reteve seu cavalo. Por um
30 instante pararam, atraídos. Depois voltaram a cabeça e a 
   atenção, retomando seus caminhos. Sem perceber debaixo das
   flores o estreito abraço dos amantes.


Ele foi demitido por deslealdade.

Para determinar o processo de formação das palavras da questão, é essencial reconhecer os prefixos e sufixos envolvidos, bem como entender a influência deles nos significados das palavras. A palavra "inutilmente" é formada pela adição de um prefixo e um sufixo à palavra "útil". O prefixo "in-" confere negação, e o sufixo "-mente" confere o caráter de advérbio, geralmente indicando modo. Assim, "inutilmente" sugere "de modo inútil". Analisemos as palavras em destaque nas opções: A) "infeliz" – possui o prefixo "in-", que é de negação, más aplicado ao adjetivo "feliz", formando outro adjetivo, "infeliz". B) "embora" – uma palavra composta por justaposição, sem impacto de negação clara por prefixação ou sufixação. C) "desalmado" – possui o prefixo "des-", que também é de negação, aplicado ao substantivo "alma", criando "desalmado", adjetivo que implica em negação. D) "deslealdade" – formado a partir do acréscimo do sufixo "-dade" (indica qualidade ou estado) ao adjetivo "desleal", que por sua vez é formado com o prefixo de negação "des-" sobre "leal". Comparando as formações, notamos que tanto "inutilmente" quanto "deslealdade" envolvem a negação por meio de um prefixo ("in-" e "des-", respectivamente) e a relação é complementada por um sufixo que altera a categoria gramatical da palavra base ("mente" para advérbio, "dade" para substantivo). Desta forma, a estrutura de formação de ambas as palavras é semelhante. Portanto, tendo em conta o processo de formação gráfico-morfológico das palavras envolvidas, a alternativa correta é a letra D.Gabarito: Letra D

Para responder à questão corretamente, é essencial compreender os diferentes processos de formação de palavras na língua Portuguesa mencionados nas alternativas. Vamos analisar a palavra "atemporal" mencionada no texto. 

 

A palavra "atemporal" é formada pela junção do prefixo "a-" (indicando negação ou ausência) e do radical "temporal" (relacionado a tempo), oriundo de "tempo". Este processo envolve tanto a adição de um prefixo quanto a utilização de um radical já existente. Essencialmente, "atemporal" significa algo que não está confinado às limitações do tempo, ou seja, algo que é permanente, não temporário.

 

Analisemos agora as alternativas oferecidas:

 

A) sufixal: O processo de formação sufixal é caracterizado pela adição de um sufixo ao final do radical. No caso de "atemporal", não há sufixo envolvido.

 

B) prefixal: A formação prefixal envolve a adição de um prefixo antes do radical. Embora "atemporal" contenha o prefixo "a-", ele também requer o radical "temporal" para completar seu significado, portanto, não é exclusivamente prefixal.

 

C) imprópria: A formação imprópria ocorre quando há uma mudança na classe gramatical da palavra sem alteração de sua forma. Isso não se aplica a "atemporal".

 

D) regressiva: A formação regressiva envolve a redução de uma palavra geralmente de um verbo para um substantivo. Isso também não se aplica a "atemporal".

 

E) parassíntética: A parassíntese envolve tanto a adição de um prefixo quanto de um sufixo simultaneamente, mas no caso de "atemporal", a parassíntese refere-se mais apropriadamente à aplicação do prefixo "a-" colocado antes do radical "temporal", formando uma palavra com novo significado sem que qualquer destas partes possa existir isoladamente com o mesmo sentido na palavra derivada.

 

Dessa forma, a opção correta é "parassíntese", pois "atemporal" é formada pelo prefixo "a-" e pelo radical "temporal", demonstrando a ocorrência de uma modificação no significado pela junção destes elementos, caracterizando o processo parassintético.

Gabarito: Letra E

1 Há muitos séculos, as narrativas dos deuses e deusas 
 nórdicas têm fascinado o mundo ocidental, seja em 
 manifestações artísticas ou em narrativas literárias. Mesmo o 
 Brasil já apresentava certo interesse nessa temática, visto o 
 envolvimento de alguns acadêmicos do Império e da Primeira 
 República com as deidades nórdicas – a exemplo do naturalista 
 João Barbosa Rodrigues e sua busca pelos “filhos de Odin” na 
 Amazônia.
5 Na década de 1950, o escritor paulista Owen Mussolin – mais 
 conhecido como Esopinho – já escrevia obras de
 popularização sobre Mitologia Nórdica. Mais recentemente, o 
 sucesso do Dicionário de Mitologia Nórdica, publicado pela
 editora Hedra, demonstra a imensa atração que o público ainda 
 mantém em conhecer mais profundamente o universo que
 envolve as narrativas míticas da Escandinávia.
 Em se tratando de um estudo sobre mitologia, obviamente, 
 temos que definir o que é mito. Uma tarefa nada fácil, visto
10 que existem dezenas de definições, de conceitos e 
 perspectivas teóricas. De nossa parte, somos inclinados a não 
 tomar parte de um referencial fenomenológico. Ou seja, não 
 compartilhamos da visão de que existe uma essência humana 
 universal, atemporal, que constitui a base de todos os mitos em 
 todos os lugares e épocas. Em nossa concepção, os mitos 
 devem ser percebidos em um referencial histórico e ao mesmo 
 tempo, cultural.
 Neste sentido, os mitos são narrativas (orais, literárias ou 
 visuais), acerca de deuses, heróis, monstros, origem do
15 mundo ou elementos da natureza. São estruturas de sentido, 
 porque tem a função de explicar o mundo dos humanos, dos
 deuses e do cosmos. Podem ter conotação religiosa ou alguma 
 ligação com o “sagrado”, mas não necessariamente.
 Em Português o melhor recurso bibliográfico é o Dicionário de 
 Mitologia Nórdica: símbolos, mitos e ritos, publicado pela
 editora Hedra em 2005. Contando com a participação de vinte e 
 dois pesquisadores nacionais e estrangeiros, é composto por
 duzentos e dez verbetes e mais de quarenta ilustrações. O 
 dicionário detalha amplamente os mais variados deuses, deusas,
20 narrativas, localidades, fontes primárias, temas, símbolos e 
 sagas, apresentando em cada verbete indicações bibliográficas
 atualizadas.
 Além dele, há ainda alguns sites que servem como fonte de 
 pesquisa, como o Germanic Mythology – que fornecem
 ampla variedade de documentos para pesquisa, de obras 
 analíticas desde o século XVIII até a atualidade, dicionários e
 ferramentas linguísticas, narrativas e imagens artísticas – e o 
 The Norse Mythology Blog – outro site com arquivos e seções
25 interessantes. Já em Português, o melhor recurso online é o 
 site do NEVE (Núcleo de Estudos Vikings e Escandinavos) com
 acesso a diversos livros, artigos, eventos, dissertações e teses, 
 periódicos e ensaios sobre Mitologia Nórdica.

O primeiro passo para resolver essa questão é entender o significado e a função do sufixo presente na palavra "desigualdade". O sufixo "-dade" é comumente utilizado na língua portuguesa para formar substantivos abstratos, que geralmente se referem a uma qualidade, estado ou condição.

A palavra "desigualdade" é formada pela junção do prefixo "des-", indicando negação ou contrariedade, com a palavra "igual", mais o sufixo "-dade". Assim, "desigualdade" sugere a qualidade ou estado de não ser igual, ou seja, a condição de existir desigual.

 
Ao analisar as alternativas: 

- Alternativa A sugere que "desigualdade" é um substantivo que significa "situação". De fato, "desigualdade" como substantivo designa uma condição de disparidade, uma "situação".
- Alternativa B e C classificam "desigualdade" como um adjetivo que significa "estado" e "condição", respectivamente. No entanto, "desigualdade" não é um adjetivo, mas um substantivo.
- Alternativa D afirma que "desigualdade" é um substantivo que significa "estado". Essa também é uma descrição adequada, porém a opção A expressa em maior detalhe ao referir-se também ao sentido de uma situação particular de disparidade.
- Alternativa E afirma que é um adjetivo que significa "quantidade", o que é claramente incorreto.

 
Portanto, a resposta correta é a Alternativa A, uma vez que ela fornece a melhor descrição de "desigualdade" como um substantivo derivado pelo sufixo "-dade", designando uma condição ou situação de disparidade entre elementos.

Gabarito: Letra A

1     O trabalho de cuidado é essencial para nossas sociedades e 
   para a economia. Ele inclui o trabalho de cuidar de
   crianças, idosos e pessoas com doenças e deficiências físicas e 
   mentais, bem como o trabalho doméstico diário – que inclui
   cozinhar, limpar, lavar, consertar coisas e buscar água e lenha. 
   Se ninguém investisse tempo, esforços e recursos nessas
   tarefas diárias essenciais, comunidades, locais de trabalho e 
   economias inteiras ficariam estagnadas. Em todo o mundo, o
5  trabalho de cuidado não remunerado e mal pago é 
   desproporcionalmente assumido por mulheres e meninas em 
   situação de pobreza, especialmente por aquelas que pertencem 
   a grupos que, além da discriminação de gênero, sofrem 
   preconceito em decorrência de sua raça, etnia, nacionalidade, 
   sexualidade e casta. As mulheres são responsáveis por mais de 
   três quartos do cuidado não remunerado e compõem dois terços 
   da força de trabalho envolvida em atividades de cuidado 
   remuneradas.


A análise da palavra "desproporcionalmente" nos permite entender claramente que ela é derivada do adjetivo "desproporcional" através da adição do sufixo "-mente". Para formar essa palavra, originalmente parte-se de "proporcional", ao qual se adiciona o prefixo "des-", e posteriormente o sufixo "-mente":

1. "Proporcional" é o adjetivo base, indicando algo que tem proporção.
2. O prefixo "des-" é adicionado para criar "desproporcional", que indica algo que não está em proporção, ou seja, algo desproporcional.
3. O sufixo "-mente", comum em muitos adverbios em português, é adicionado ao final de "desproporcional" para formar "desproporcionalmente". Esse sufixo geralmente transforma adjetivos em advérbios, transmitindo a ideia de "de maneira desproporcional".

Vamos compreender brevemente o porquê das outras alternativas serem impróprias para a formação dessa palavra:

- Hibridismo refere-se à formação de uma palavra por elementos oriundos de línguas diferentes, o que claramente não se aplica aqui.
- Aglutinação é um processo no qual duas palavras se fundem, geralmente perdendo parcialmente caracteres originais, o que também não ocorre nesse caso.
- Justaposição também se refere à junção de palavras sem alteração significativa de seus elementos, o que não se adequa à palavra em análise.
- Parassíntese envolve a adição simultânea de um prefixo e um sufixo ao radical, mas não de forma sequencial como "desproporcionalmente" sugere.

Assim, a forma correta de análise para a formação de "desproporcionalmente" envolve identificar tanto o prefixo quanto o sufixo adicionados sequencialmente, tornando claro que a alternativa correta é:

Gabarito: Letra A

Questões de Português - Morfologia - Formação e estrutura das palavras