Para analisar a afirmação contida na questão, devemos concentrar nossa atenção nas regras atualizadas de ortografia do português, especificamente aquelas que tratam da formação e do uso de hífens em locuções.

A expressão "dia a dia" compõe uma locução adverbial de tempo que significa "cotidianamente" ou "diariamente". De acordo com o Acordo Ortográfico em vigor, a formação geral das locuções não exige o uso de hífen, salvo algumas exceções que não incluem a expressão “dia a dia”.

 

O Novo Acordo Ortográfico, que entrou em vigor no Brasil em 2009, estabeleceu que locuções como "dia a dia" devem ser escritas separadamente, sem hífen. Antes do acordo, era comum a utilização do hífen em algumas locuções, mas essa norma foi simplificada para evitar as frequentes dúvidas que surgiam quanto ao uso correto do hífen em tais contextos.

 

Logo, a afirmação do item que sugere que "dia a dia" poderia ser corretamente escrito como "dia-a-dia" está incorreta segundo as regras ortográficas atuais. Portanto, grafar essa locução com hífen constituiria um erro ortográfico, e não está conforme a norma padrão da língua portuguesa vigente.

 

Sendo assim, a alternativa correta para a questão, segundo as informações apresentadas e de acordo com a norma vigente é:

Gabarito: Letra E

No terceiro parágrafo, a expressão “dia a dia” poderia ser grafada como dia-a-dia, sem prejuízo da correção do texto, pois as duas formas são admitidas pela ortografia oficial em vigor.

    Dizer que o petróleo é um elemento de influência nas relações geopolíticas contemporâneas é repetir o óbvio. Desde que ele se tornou a matriz energética básica da sociedade industrial e o elemento fundamental para o funcionamento da economia moderna, ter ou controlar as fontes de petróleo e as rotas por onde ele é transportado representa questão de vida ou morte para as sociedades contemporâneas.
    Quando pensamos na geopolítica do petróleo neste início do século XXI, o primeiro fato que nos vem à mente são os conflitos do Oriente Médio, como a guerra Irã-Iraque e a guerra do Golfo em 1990-1991. Reduzir esses conflitos ao elemento “petróleo” seria um erro, pois questões outras estavam e estão envolvidas. Contudo, não se deve esquecer que aí estão as maiores reservas petrolíferas do mundo.
    No entanto, se examinarmos com alguma atenção as notícias do dia a dia, veremos como o problema do petróleo dentro da geopolítica contemporânea não é algo que afeta apenas os países do Oriente Médio. A busca pelo “ouro negro” está tendo impacto em outras regiões do mundo.
    Em nível menor, países como o Brasil têm enfrentado os mesmos problemas das maiores potências no que se refere a suprir suas necessidades energéticas, e isso tende apenas a piorar.
Aqui cabe uma reflexão sobre os efeitos geopolíticos da futura mudança da matriz energética global. Mesmo sendo algo pouco provável em curto e médio prazo, o próprio esgotamento do petróleo vai obrigar a economia global a convocar outras fontes de energia, como a nuclear ou as células de hidrogênio.
As alterações na sociedade global que tal mudança provocará serão, evidentemente, imensas, mas ninguém parece ainda ter refletido a contento sobre seus impactos geopolíticos.


Acerca dos sentidos e de aspectos linguísticos do texto CB1A1-I,
julgue o item a seguir.


"é neceSSário que você tenha" - (aSSintoso)

"a sutileZa de um sábio" - (delicadeZa )

"a aceitaÇão de um santo" - (intenÇão)

"a compreenSão de um filósofo"- (pretenSão)

"a fleXibilidade de uma criança" - (óXido)

Para responder a questão, é preciso conhecer as formas corretas de cada uma das palavras apresentadas nas alternativas. Analisarei cada opção baseado nas regras ortográficas da língua portuguesa.

Análise das alternativas:

<ul>
<li>A) abóboda / abóbada.
 A forma correta é "abóbada". O termo "abóboda" não é aceito em português. Assim, essa alternativa está incorreta porque a segunda forma está correta e a primeira incorreta.</li>

<li>B) deslise / deslize.
 A forma correta é "deslize", derivada do verbo "deslizar". "Deslise" não é reconhecida em português. Portanto, essa alternativa também está incorreta, pois apenas a segunda forma está correta.</li>

<li>C) mantegueira / manteigueira.
 A forma correta é "manteigueira", que se refere a um recipiente para manteiga. A palavra "mantegueira" é uma forma errada. Assim, somente a segunda forma é correta, invalidando esta alternativa.</li>

<li>D) freada / freiada.
 "Freada" e "freiada" são aceitas em português, ambas significam a ação de frear. No entanto, "freada" é a forma mais comum e tem origem no verbo "frear". "Freiada" é uma forma variantemente menos usada. Neste contexto, as duas formas são consideradas corretas, embora "freada" seja preferencial.</li>

<li>E) bandeija / bandeja.
 A forma correta é "bandeja". "Bandeija" não é aceita no português. Portanto, esta alternativa é incorreta pois só a segunda forma é correta.</li>
</ul>

A partir dessa análise, verifica-se que a alternativa D não cumpre com o comando da questão, que é ter apenas a primeira forma correta e a segunda forma errada. A alternativa correta deveria ter como premissa apenas a primeira forma sendo correta e a segunda errada. Contudo, observa-se que a alternativa mais coerente com o enunciado é E) bandeija / bandeja, onde apenas "bandeja" está correta. 

Ao revisar esta questão, conclui-se que houve potencialmente um engano na marcação da alternativa correta. A partir da revisão feita, a alternativa correta é E.

Análise das Alternativas:

<ul>
<li>A) Pulsão, conssentimento, desfalecer:
 
 "Pulsão" está corretamente escrita, representando o som /s/ com o "s". No entanto, "conssentimento" é incorretamente grafada com "ss" onde deveria ser "consentimento" com um único "s". "Desfalecer" está corretamente grafada, mas não apresenta a grafia do som /s/.
 
 Veredicto: Incorreta devido ao erro ortográfico em "conssentimento."</li>

<li>B) Pretensioso, missiva, decente:
 
 "Pretensioso" usa "s" para representar o som /s/ assim como em "tensão", "missiva" utiliza "ss" para representar o mesmo som como em "agressiva", e "decente" usa "c" para representar o som /s/ como em "acontecido". 
 
 Veredicto: Correta, conforme a ortografia oficial e o padrão dado pelas palavras originais.</li>

<li>C) Obtensão, passista, pacifista:
 
 "Obtensão" não é uma grafia correta ou usual em Português (seria "obtenção"). "Passista" e "pacifista" estão corretamente grafadas, mas apenas repetem a representação do som /s/ com "ss".
 
 Veredicto: Incorreta devido à grafia incorreta de "Obtensão".</li>

<li>D) Densidade, emissário, cacetete:
 
 "Densidade" e "emissário" estão corretas e representam o som /s/ com "s" e "ss" respectivamente, mas "cacetete" usa "c" para representar o som /k/, não o som /s/.
 
 Veredicto: Incorreta devido à representação de som incorreta em "cacetete".</li>

<li>E) Repulsivo, endossar, farcesco:
 
 Todas corretamente grafadas para o som /s/, mas "farcesco" representa o som /s/ com "sc", que não estava previsto nas palavras referenciais.
 
 Veredicto: Incorreta devido ao uso adicional de "sc" em "farcesco".</li>
</ul>

Após analisar todas as opções e compará-las com as referências fornecidas na questão, está claro que a alternativa que atende completamente à norma ortográfica para representação do som /s/ conforme mostrado nas palavras "tensão", "agressiva" e "acontecido" é a alternativa B.

    Os dois mais murmuravam que conversavam: havia pouco iniciara-se o namoro e ambos andavam tontos, era o amor.
Amor com o que vem junto: ciúme.
    — Está bem, acredito que sou a sua primeira namorada, fico feliz com isso. Mas me diga a verdade, só a verdade: você nunca beijou uma mulher antes de me beijar? 
    Ele foi simples: 
    — Sim, já beijei antes uma mulher.
    — Quem era ela? — perguntou com dor.
    Ele tentou contar toscamente, não sabia como dizer.
    O ônibus da excursão subia lentamente a serra. Ele, um dos garotos no meio da garotada em algazarra, deixava a brisa fresca bater-lhe no rosto e entrar-lhe pelos cabelos com dedos longos, finos e sem peso como os de uma mãe. Ficar às vezes quieto, sem quase pensar, e apenas sentir — era tão bom. A concentração no sentir era difícil no meio da balbúrdia dos companheiros.
    E mesmo a sede começara: brincar com a turma, falar bem alto, mais alto que o barulho do motor, rir, gritar, pensar, sentir, puxa vida! — como deixava a garganta seca.
    E nem sombra de água. O jeito era juntar saliva, e foi o que fez. Depois de reunida na boca ardente engolia-a lentamente, outra vez e mais outra. Era morna, porém, a saliva, e não tirava a sede. Uma sede enorme maior do que ele próprio, que lhe tomava agora o corpo todo.
    A brisa fina, antes tão boa, agora ao sol do meio-dia tornara-se quente e árida e ao penetrar pelo nariz secava ainda mais a pouca saliva que pacientemente juntava.
    E se fechasse as narinas e respirasse um pouco menos daquele vento de deserto? Tentou por instantes, mas logo sufocava. O jeito era mesmo esperar, esperar. Talvez minutos apenas, enquanto sua sede era de anos.
    Não sabia como e por que, mas agora se sentia mais perto da água, pressentia-a mais próxima, e seus olhos saltavam para fora da janela procurando a estrada, penetrando entre os arbustos, espreitando, farejando.
    O instinto animal dentro dele não errara: na curva inesperada da estrada, entre arbustos estava... o chafariz de onde brotava num filete a água sonhada. O ônibus parou, todos estavam com sede, mas ele conseguiu ser o primeiro a chegar ao chafariz de pedra, antes de todos. 
    De olhos fechados entreabriu os lábios e colou-os ferozmente ao orifício de onde jorrava a água. O primeiro gole fresco desceu, escorrendo pelo peito até a barriga.
    Era a vida voltando, e com esta encharcou todo o seu interior arenoso até se saciar. Agora podia abrir os olhos.
    Abriu-os e viu, bem junto de sua cara, dois olhos de estátua fitando-o e viu que era a estátua de uma mulher e que era da boca da mulher que saía a água. Lembrou-se de que, realmente, ao primeiro gole sentira nos lábios um contato gélido, mais frio do que a água.
    E soube então que havia colado sua boca na boca da estátua da mulher de pedra. A vida havia jorrado dessa boca, de uma boca para outra.
    Intuitivamente, confuso na sua inocência, sentia-se intrigado: mas não é de uma mulher que sai o líquido vivificador, o líquido germinador da vida... Olhou a estátua nua.
    Ele a havia beijado.
    Sofreu um tremor que não se via por fora e que se iniciou bem dentro dele e tomou-lhe o corpo todo estourando pelo rosto em brasa viva.
    Deu um passo para trás ou para frente, nem sabia mais o que fazia. Perturbado, atônito, percebeu que uma parte de seu corpo, sempre antes relaxada, estava agora com uma tensão agressiva, e isso nunca lhe tinha acontecido.
    Estava de pé, docemente agressivo, sozinho no meio dos outros, de coração batendo fundo, espaçado, sentindo o mundo se transformar. A vida era inteiramente nova, era outra, descoberta com sobressalto. Perplexo, num equilíbrio frágil.
    Até que, vinda da profundeza de seu ser, jorrou de uma fonte oculta nele a verdade. Que logo o encheu de susto e logo também de um orgulho antes jamais sentido: ele...
    Ele se tornara homem.


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