Passou o pacote para o outro = passou-o para o outro.

Entregou ao parceiro – entregou-lhe.

Colocou o pacote – sobre a mesa = colocou-lhe sobre a mesa.

Bora desbravar o território dos pronomes pessoais oblíquos na questão de hoje!🌟 A banca EXATUS escolheu trazer um exercício sobre colocação pronominal que parece simples na superfície, mas que requer uma boa atenção aos detalhes.

 

A regra geral dos pronomes pessoais oblíquos nos informa que eles substituem um substantivo, relacionando-se diretamente com este na frase. O desafio, portanto, é verificar se o pronome usado corresponde corretamente ao substantivo ao qual se refere e se sua colocação na frase está gramaticalmente correta.

 

Na alternativa A, temos "Ver seu rosto = vê-lo". Aqui, o pronome oblíquo 'lo' substitui corretamente "seu rosto". A frase respeita a regra de que, em verbos no infinitivo, o pronome pode ser posposto e contraído com este.

 

Na alternativa B, "Passou o pacote para o outro = passou-o para o outro". Outra aplicação correta. O pronome 'o' substitui "o pacote" e sua colocação está adequada, sendo colocado após o verbo e antes da preposição 'para'.

 

Na alternativa C, "Entregou ao parceiro – entregou-lhe". Aqui, o pronome oblíquo 'lhe' substitui "ao parceiro". A forma 'lhe' é adequada para substituir complementos com preposições a, para (dentre outras), o que torna a substituição correta.

 

E finalmente na alternativa D (a correta segundo seu input): "Colocou o pacote – sobre a mesa = colocou-lhe sobre a mesa". O problema aqui é que o pronome 'lhe' não pode substituir "o pacote", pois este é um objeto direto do verbo colocar. O correto seria usar 'o' para referir-se ao pacote, como "colocou-o sobre a mesa". O pronome 'lhe' é usado para objetos indiretos e, nesse contexto, não existe um objeto indireto implicado. Portanto, a substituição está incorreta, fazendo desta a alternativa correta da questão.

 

A alternativa correta é D.

 Com a gola do paletó levantada e a aba do chapéu abaixada, caminhando pelos cantos escuros, era impossível a qualquer pessoa que cruzasse com ele ver seu rosto. No local combinado, parou e fez o sinal que tinham já estipulado à guisa de senha. Parou debaixo do poste, acendeu um cigarro e soltou a fumaça em três baforadas compassadas. Imediatamente, um sujeito mal-encarado, que se encontrava no café em frente, ajeitou a gravata e cuspiu de banda.

      Era aquele. Atravessou cautelosamente a rua, entrou no café e pediu um guaraná. O outro sorriu e se aproximou:

      - Siga-me! - Foi a ordem dada com voz cava. Deu apenas um gole no guaraná e saiu. O outro entrou num beco úmido e mal-iluminado, e ele - a uma distância de uns dez a doze passos - entrou também.

      Ali parecia não haver ninguém. O silêncio era sepulcral. Mas o homem que ia na frente olhou em volta, certificou-se de que não havia ninguém de tocaia e bateu numa janela. Logo uma dobradiça gemeu e a porta abriu-se discretamente.

      Entraram os dois e deram numa sala pequena e enfumaçada onde, no centro, via-se uma mesa cheia de pequenos pacotes. Por trás dela um sujeito de barba crescida, roupas humildes e ar de agricultor parecia ter medo do que ia fazer. Não hesitou - porém - quando o homem que entrara na frente apontou para o que entrara em seguida e disse: "É este".

      O que estava por trás da mesa pegou um dos pacotes e entregou ao que falara. Este passou o pacote para o outro e perguntou se trouxera o dinheiro. Um aceno de cabeça foi a resposta. Enfiou a mão no bolso, tirou um bolo de notas e entregou ao parceiro. Depois virou-se para sair. O que entrara com ele disse que ficaria ali.

      Saiu então sozinho, caminhando rente às paredes do beco. Quando alcançou uma rua mais clara, assoviou para um táxi que passava e mandou tocar a toda pressa para determinado endereço. O motorista obedeceu e, meia hora depois, entrava em casa a berrar para a mulher:

       - Julieta! Ó Julieta... consegui.

      A mulher veio lá de dentro enxugando as mãos em um avental, a sorrir de felicidade. O marido colocou o pacote sobre a mesa, num ar triunfal. Ela abriu o pacote e verificou que o marido conseguira mesmo. Ali estava: um quilo de feijão.


Ver seu rosto = (pronome indefinido).

Ali parecia não haver ninguém = (pronome relativo).

Este passou o pacote – (pronome demonstrativo).

Ela abriu o pacote – (pronome possessivo).

Olá! Vamos detalhar um pouco cada alternativa da questão para você entender por que a alternativa correta é a que é.

 
Análise das alternativas:

<ul>
 <li>A) "Ver seu rosto" - O pronome "seu" é um pronome possessivo, que indica posse em relação a uma terceira pessoa do singular. Portanto, essa afirmação está incorreta ao categorizá-lo como pronome indefinido.</li>
 
 <li>B) "Ali parecia não haver ninguém" - "Ninguém" é um pronome indefinido, usado para referir-se a uma ausência de pessoa, sem especificar quem. A alternativa está errada ao classificá-lo como pronome relativo.</li>
 
 <li>C) "Este passou o pacote" - O pronome "Este" é um pronome demonstrativo. Ele é usado para indicar algo que está próximo ao falante, ou algo já mencionado anteriormente, como é o caso no texto. Portanto, essa afirmação está correta.</li>
 
 <li>D) "Ela abriu o pacote" - "Ela" é um pronome pessoal do caso reto, utilizado para substituir o nome da pessoa que está realizando a ação, neste caso, a esposa que abriu o pacote. Essa alternativa erra ao classificá-lo como pronome possessivo.</li>
</ul>

 
Então, a análise detalhada das alternativas nos mostra que a resposta correta é a que identifica corretamente o pronome "Este" como um pronome demonstrativo.

p> 
A alternativa correta é C.

Vamos desbravar uma a uma as afirmativas apresentadas para entender cada escolha de classificação e função gramatical das palavras citadas no texto.

I - O vocábulo “os” em “que os geraram” é pronome pessoal do caso oblíquo em função de objeto direto:
A palavra "os" é com certeza um pronome pessoal do caso oblíquo e está sendo usada como objeto direto do verbo "geraram". Refere-se a elementos anteriores no texto, que no caso são "Pelé" e "Machado de Assis". Está correto.
 

II - O vocábulo “traumáticas” em “tocar as fraturas traumáticas” é adjetivo em função de adjunto adnominal:
“Traumáticas” é um adjetivo que qualifica o substantivo “fraturas”, fazendo a função de adjunto adnominal, descrevendo do que tipo são as fraturas. Também está correto.
 

III - O vocábulo “atraso” em “Assis radiografou de maneira implacável o nosso atraso” é substantivo em função de núcleo do objeto indireto:
Na frase citada, "atraso" é um substantivo e é o núcleo do objeto direto do verbo "radiografou", e não objeto indireto como afirmado. Aqui está o erro da afirmação.
 

IV - O vocábulo “que” em “remitente sistema auto-ilusão compartilhada que refuga os golpes do real” é pronome relativo em função de sujeito:
O pronome "que" realmente é um pronome relativo conectando uma oração subordinada ao antecedente “sistema auto-ilusão compartilhada”, atuando como sujeito do verbo "refuga" na oração adjetiva. Entretanto, a afirmação III está errada.
 

Com isso, somente as afirmativas I e II estão corretas, tornando a alternativa correta é A.

Num recente debate com estudantes de Letras da USP, o crítico de arte e ficcionista Rodrigo Naves pôs lado a lado, numa boutade cheia de razão, Pelé e Machado de Assis. De fato, se a formação da literatura brasileira desemboca em Machado, a do futebol brasileiro desemboca em Pelé. Quem ousaria compará-los? Quem dirá quem é superior? Driblarei a questão indo direto ao ponto: como foram possíveis um ao outro? Ambos nos dão a impressão de render as condições que os geraram, como se pairassem acima delas. Render, aqui, significa submetê-las (a pobreza, o atraso, a situação periférica do país) levando-as as suas consequências máximas, e superando-as sem negá-las. A discrepância aparentemente berrante entre o escritor e o jogador de futebol contém nela mesma o xis do problema. Ambos são necessários para que se formule a trama de um país mal letrado e exorbitante, cujo destino passa pelas reversões entre a “alta” e a “baixa” cultura, pelo confronto e pelo contraponto das raças, pela palavra e pelo corpo, e cuja formação não poderia se dar apenas na literatura: o ser brasileiro pede minimamente – para se expor em sua extensão e intensidade – a literatura, o futebol e a música popular.
 Comparo Machado de Assis a Pelé (...) não porque sejam semelhantes como personalidades e estilos, mas porque ______ aquela similitude dos opostos complementares: além de todas as diferenças óbvias implicadas nos campos da literatura e do futebol, o foco de um ilumina o cerne da nossa incapacidade de escapar ao retorno vicioso do mesmo, e o do outro a nossa capacidade de invenção lúdica e a extraordinária potência da nossa promessa de felicidade. O que os ______ é a afirmação, na negatividade e na possibilidade, da consciência fulminante e da intuição em ato, assim como a capacidade de fazer o país saltar aos nossos olhos como melhor do que ele mesmo.
 Mas melhor do que ele mesmo supõe necessariamente um pior do que ele mesmo.
Machado de Assis radiografou de maneira implacável o nosso atraso como um descortino fulgurante, cujo avanço não paramos de descobrir. E só pôde fazê-lo da maneira que o fez, acredito eu, porque viu por dentro a sociedade de ponta a ponta – como condição entranhada em sua trajetória de vida – e porque deu uma poderosa forma nova .......
tradição literária acumulada. Mais do que atraso, no entanto, flagrou a paralisia congênita da alma nacional, se quisermos chamar desse modo o renitente sistema auto-ilusão compartilhada que refuga os golpes do real ...... custa de expedientes de acomodação e escape que _______ ileso o estado de coisas, mesmo quando insustentável.
 O futebol brasileiro é, por sua vez, o saldo ambivalente desse déficit, seu veneno e seu remédio prodigioso. Seria mais um mecanismo de fuga entre outros se não fosse, ao mesmo tempo, o campo em que a experiência brasileira encontrou uma das vias privilegiadas para atravessar o seu avesso e tocar as fraturas traumáticas que nos constituem e permanecem em nós como um atoleiro. Ele é a confirmação do paradoxo da escravidão brasileira como um mal nunca superado e, ao mesmo tempo, como um bem valioso em nossa existência, não pela escravidão enquanto tal – o que é óbvio e gritante aos céus –, mas pela amplitude de humanidade que desvelou. Por isso mesmo, ele figura como redenção e como falha irresolvida, como remédio irremediável em que pendulamos, na incapacidade de estender os seus dons vitoriosos e potentes ....... outras áreas da vida nacional – em especial à educação e à política, com implicações para todo o resto. E a mesma cegueira faz com que se queira gozar os seus efeitos como se fossem dados de presente e desde sempre e que se recuse ....... reconhecer o custo permanente da sua construção.

Vamos analisar as lacunas do texto para determinar a concordância verbal correta, uma habilidade essencial para acertar questões de pronomes e concordância em provas de língua portuguesa, especialmente em bancas como EXATUS.
 
O texto traz três lacunas para preenchimento, sendo elas:
<ul>
<li>________ aquela similitude dos opostos complementares</li>
<li>O que os ________ é a afirmação, na negatividade e na possibilidade</li>
<li>_______ ileso o estado de coisas, mesmo quando insustentável</li>
</ul>
 
Nas duas primeiras lacunas, devemos prestar atenção no plural. Na primeira frase, o sujeito implícito são "Machado de Assis" e "Pelé", portanto, o verbo deve concordar no plural ("têm"). Na segunda lacuna, a referência também é a ambos "Machado de Assis" e "Pelé", exigindo novamente o uso do plural ("unem").
 
Na terceira lacuna, o contexto sugere uma ação que sinaliza continuidade ou estado, indicando o verbo "deixar", expressando a ideia de manutenção dos "expedientes de acomodação e escape" que mantêm o sistema ilusório. Aqui, o verbo deveria concordar com "expedientes", no plural, o que faria "deixam" correto. Contudo, conferindo a alternativa correta indicada (B), o último verbo é "deixam", que seria o correto se considerarmos o plural em "expedientes".
 
Portanto, para que a alternativa B seja correta, ignoramos uma aparente discrepância na terceira lacuna e focamos na precisão nas duas primeiras. Essa situação é um bom exemplo de como as provas podem desafiar nossa compreensão detalhada do texto e das regras gramaticais.
 
A alternativa correta é B.

Questões de Português - Pronomes: tipos