 Quanto a pregos que danifiquem as paredes, nunca coloco-os.

 Busco um local com um fogão, para lhe acender e fazer meu pão.

 Prego? Coloquem-no na parede somente se for permitido.

 São clientes que entram pela janela, sem que eu possa impedir-lhes.

 São vozes que talvez façam-se ouvir no escritório.

A resposta correta para esta questão é a alternativa C, visto que o uso do pronome átono -no junto ao verbo Coloquem, respeita à regra que diz que o pronome átono deve estar acompanhado do N quando o verbo que o precede terminar em M, respeitando, ainda, a concordância nominal com o substantivo referenciado Prego. As demais alternativas não apresentam o que pede o enunciado.Na alternativa A, a palavra negativa nunca pede que o pronome os apareça antes do verbo, devendo o trecho ficar "nunca os coloco".Já em B, o pronome lhe não é adequado para fazer referência ao fogão, devendo a reescrita ser "para acendê-lo".Na alternativa D, por sua vez, o pronome lhe deve ser posicionado antes do verbo, devendo ficar o trecho "lhes impedir".E em E, por fim, o pronome se só deve aparecer após o verbo caso seja início de oração, ademais, seu uso é anterior ao verbo, ficando adequada a reescrita "talvez se façam ouvir".

Aluguei um escritório. Minha senhoria é a Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência – o que quer dizer que começo bem, sob a égide de um santo de minha particular devoção. Espero que ele me assista nesta grave emergência.
 Grave, porque assumi compromisso, com contrato registrado e sacramentado, de cumprir fielmente o regulamento do prédio na minha nova condição de inquilino. Não posso, por exemplo, colocar pregos que danifiquem as paredes.
 Mas escritório de quê? Advocacia? A tanto não ousaria, sendo certo que minha qualidade de bacharel nunca me animou sequer a ir buscar o diploma na Faculdade (onde, confio, esteja ainda bem guardado à minha espera, se dele precisar para qualquer eventualidade: a de ser inesperadamente convocado à vida pública, por exemplo, com uma honrosa nomeação, sacrifício a que seria difícil esquivar-me). Pelo que, não ousariam a esta altura da minha vida, iniciar-me na profissão a que o dito diploma presumivelmente me habilita.
Além do mais, eu não poderia mesmo colocar o prego para dependurá-lo na parede.
 Fica sendo então escritório, tão-somente. Nem mesmo de literatura: apenas um local onde possa acender diariamente o forno (no sentido figurado, apresso-me a tranquilizar o condomínio) desta padaria literária de cujo produto cotidiano, fresco ou requentado, vou vivendo como São Francisco é servido. Levo para o meu novo covil uma mesa, uma cadeira, a máquina de escrever – e me instalo, à espera de meus costumeiros clientes.
 Estranhos clientes estes, que entram pela janela, pelas paredes, pelo teto, trazidos pelas vozes de antigamente, vindos numa página de jornal, ou num simples ruído familiar: projeção de mim mesmo, ecos de pensamento, fantasmas que se movem apenas na lembrança, figuras feitas de ar e imaginação.

 Serei o primeiro a comprá-lo para mim ler suas novas crônicas.

 Serei o primeiro a comprá-lo para eu ler suas novas crônicas.

 Serei o primeiro a comprá-los para eu ler suas novas crônicas.

 Serei o primeiro a comprar ele para mim ler suas novas crônicas.

 Serei o primeiro a comprar eles para eu ler suas novas crônicas.

Comentário: Em "a" - Errado: os&nbsp;pronomes oblíquos são complementos, e não&nbsp;podem exercer a&nbsp;função de sujeito. Observe que o "mim" foi empregado como sujeito da frase: Eu comprarei o livro para&nbsp;quem&nbsp;ler as novas crônicas?&nbsp;Eu. Eu comprarei o livro para que&nbsp;eu&nbsp;leia as crônicas. O correto, então,&nbsp;não&nbsp;é o uso do&nbsp;mim, e sim de um&nbsp;pronome do caso reto&nbsp;(no caso, eu).Em "b" - Certo: observe que o verbo "comprar" é&nbsp;transitivo direto&nbsp;(quem compra compra&nbsp;algo). Assim, ara concordar o verbo com&nbsp;livro, utiliza-se&nbsp;lo, pronome oblíquo átono, empregado no lugar do nome. Comprar o livro = comprá-lo.Em "c" - Errado: o erro aqui é a&nbsp;concordância. Se a gente quer se referir ao livro (singular), o correto é&nbsp;lo, não&nbsp;los.Em "d" - Errado: essa alternativa tem dois erros; 1o erro =&nbsp;os&nbsp;pronomes retos&nbsp;(eu, tu, ela...)&nbsp;não&nbsp;podem ser&nbsp;objetos diretos&nbsp;de um verbo. Por isso. estão erradas construções como: "Perdi minha chave? Você viu ela?" ou "Seus tênis estavam sujos. Você lavou eles?". Note que os verbos são diretos (quem vê vê algo; quem limpa limpa algo). Como transitivos diretos,&nbsp;os verbos não&nbsp;aceitam pronomes oblíquos&nbsp;retos&nbsp;(eu, tu, ele...) como&nbsp;objetos diretos, O correto seria: "Você a viu?" ou "Você os limpou?" No caso em tela, o correto seria empregar o "lo" para concordar com o livro. 2o erro = idem ao item "a".&nbsp;Em "e" - Errado: os pronomes retos não podem ser objetos diretos = "compara eles" → comprá-los.&nbsp; Resposta: Letra B.&nbsp;

    Mesmo com decoração agradável, ar-refrigerado, sorrisos de uma atendente sexy, ficar plantado numa sala de espera é mais chato do que campeonato de boliche. Seus personagens não são muito variados: crianças que não param de se mexer; enxeridos loucos pela intimidade das pessoas; leitores compulsivos de revistas...
    Mas houve uma sala de espera terrível na minha vida.
Precisava de emprego. Desesperadamente. Não fora o primeiro a chegar, sempre há os que chegam antes. Fiquei horas com os olhos fixos na porta da esperança. O mais madrugador entrou como se fosse dono do emprego, saiu de cabeça baixa, perdidão. O segundo, que levava à mão um currículo enorme, deixou a entrevista picando-o com ódio em mil pedacinhos.
Minha vez. Entrei trêmulo, pálido, derrotado. O empresário abriu os braços, sorrindo. Conhecia-me. Conhecia-o.
Rodolfo! Não o sabia também dono daquilo! Meu dia de sorte!
    – É você? Aqui está seu maior fã! Li dois livros seus. Minha mulher disse que sairá outro. Serei o primeiro a comprar.
    Abraçados, senti que o mundo afinal acolhia este aquariano.
    – Estava na sala de espera desde as 2, Rodolfo.
– Por que não mandou me avisar? Eu o receberia imediatamente. 
Não calcula como o admiro.
    – Agora estou precisando de um emprego, amigo. A vida está dura.
– Dura? Está duríssima! Insuportável – confirmou, com uma pequena ressalva – mas não para os artistas. Vocês não sofrem nossos problemas. Devem rir da gente, reles homens de negócio. Como gostaria de ter talento para escrever! Viveria com pouco dinheiro, porém feliz. Eu aqui sou um mártir dos números.
    – O que poderia me arranjar, Rodolfo? Estou encalacrado. Qualquer coisa serve – revelei humilde.
    Ele lançou-me um olhar mais sábio do que compadecido: – Eu não o desviaria de sua vocação com um empreguinho. Conserve-se fora da maldita engrenagem.
    E confessou: 
    – Hoje ganhei o dia, vendo-o. Vou acompanhá-lo ao elevador.
    – Mas Rodolfo...
    – Faço questão.


disseminação do uso da expressão fake news.

dificuldade em se definir o que de fato é fake news.

 forma eficiente como as notícias falsas são combatidas.

 urgência pela coibição de erros em matérias jornalísticas.

ação de disfarçar as fake news de notícias verdadeiras.

Em "a": Errado – Veja que o que está em pauta é a ação do camuflar das fake news. Em "b": Errado – Pelo contrário: o autor apresenta precisão ao definir o que são as fake news. Em "c": Errado – Trata-se do tratamento para com a disseminação de notícias falsas. Em "d": Errado – Trata-se de como a linguagem usada nas fake news pode nos enganar. Em "e": Certo – Esse é o modo pelo qual as fake news podem ser tratadas como notícias verdadeiras. Resposta: Letra E.

•  Para isso, lança mão da linguagem jornalística e busca popularidade nas redes sociais.

Em "a": Errado – Em norma-padrão, não há a forma "devem haver", haja vista que o verbo "haver" indica impessoalidade, isto é, oração sem sujeito. Em "b": Errado – Veja que indica um lugar e, por essa razão, a forma "os quais" torna-se insuficiente quanto à norma gramatical. Em "c": Errado – Em "que devem existir", há uma ideia de incerteza sobre a qual se predomina o discurso. Além disso, a conjunção integrante "que" não caberia nesse contexto.Em "d": Certo – Veja que existem grupos nesses locais. Logo, a substituição correta seria "nos quais" em virtude da presença de um local. Em "e": Errado – O correto seria: "em que devem existir". Resposta: Letra D.

     Não existe cooperação sem liderança. Um líder pode ser a diferença para o sucesso de empreendimentos coletivos, nos quais o líder empreendedor deve ser capaz de desenvolver os talentos e as competências do grupo na busca dos objetivos comuns que se pretende alcançar. Ele desperta no grupo ou na comunidade o ideal coletivo e mobiliza-os para, juntos, concretizá-lo, ajudando as pessoas a identificarem as próprias necessidades e a unirem forças em torno de objetivos comuns.
    Os líderes atuam em territórios, em setores, em empresas e em comunidades onde existem grupos minimamente organizados. Procuram assumir sua função na gestão do coletivo, baseando-se nos princípios da cooperação e promovendo a integração das equipes para alcançar os propósitos do grupo.
    Além disso, incentivam as pessoas a adotarem novas posturas na convergência de ideias, na convivência com opiniões divergentes e nos seus atos, buscando o atendimento das necessidades e metas. Com isso, os integrantes das organizações coletivas sabem que podem contestar e validar opiniões livremente, sem qualquer possibilidade de rejeição e retaliação.
    Articulando as forças em torno dos objetivos do grupo, associando recursos e integrando competências, o líder assegura que se possa fazer mais e melhor com menos.
    A nova postura tem como resultados sinérgicos a valorização do ser humano, o exercício pleno da cidadania e a consecução dos resultados pretendidos pelo grupo ou comunidade.
    Cada perfil de liderança influencia de modos distintos o ambiente de trabalho, o comportamento dos profissionais e o desenvolvimento das atividades profissionais.


Afirmativa Certa - Lhe é pronome pessoal oblíquo e funciona como objeto indireto. É equivalente a "a ele", "a ela". No texto, “roubando-lhe&nbsp;parte do ser”&nbsp;poderia ser reescrito como "roubando parte do&nbsp;ser dele".

Em “roubando-lhe parte do ser” (quarto período do primeiro parágrafo), a forma pronominal “lhe” transmite ideia de posse, indicando que as migrações roubam parte do ser dos indivíduos.


    Assim como cidadania e cultura formam um par integrado de significações, cultura e territorialidade são, de certo modo, sinônimos. A cultura, forma de comunicação do indivíduo e do grupo com o universo, é herança, mas também um reaprendizado das relações profundas entre o ser humano e o seu meio, um resultado obtido por intermédio do próprio processo de viver.
Incluindo o processo produtivo e as práticas sociais, a cultura é o que nos dá a consciência de pertencer a um grupo, do qual é o cimento. É por isso que as migrações agridem o indivíduo, roubando-lhe parte do ser, obrigando-o a uma nova e dura adaptação em seu novo lugar. Desterritorialização é frequentemente outra palavra para significar alienação, estranhamento, que são, também, desculturização.
    Esse processo é, também, o que comanda as migrações, que são, por si sós, processos de desterritorialização e, paralelamente, processos de desculturização. O novo ambiente opera como uma espécie de denotador. Sua relação com o novo morador se manifesta dialeticamente como territorialidade nova e cultura nova, que interferem reciprocamente, mudando paralelamente territorialidade e cultura, e mudando o ser humano.


Com relação aos aspectos linguísticos do texto CB2A1-I, julgue o item que se segue.


Questões de Português - Pronomes: tipos