A análise da afirmativa exige a compreensão do caráter multifacetado da evolução linguística, relacionando elementos como língua, cultura e sociedade. Inicialmente, adotar a premissa de que o uso exclusivo de gírias e neologismos se vincula apenas à "geração dos jovens" representa uma simplificação excessiva da dinâmica da linguagem. Essas variações linguísticas são, de fato, expressões culturais e históricas que refletem a mudança constante do contexto social. Assim, embora seja verdade que os jovens frequentemente impulsionem inovações linguísticas – seja por meio da invenção de gírias ou de novos termos – outros segmentos da sociedade também participam desse processo de renovação e adaptação da língua, demonstrando que tais fenômenos não se restringem exclusivamente a uma única faixa etária.

Observe que a linguagem passa por transformações contínuas a partir de interações entre diferentes gerações. Por exemplo, termos oriundos de gírias podem ser incorporados ao vocabulário formal e, depois, serem aceitos em contextos mais amplos, como na mídia e na literatura. Adicionalmente, os neologismos surgem em resposta a necessidades comunicativas específicas decorrentes de avanços tecnológicos, mudanças socioculturais e tendências globais – fatores que afetam diversas faixas etárias, e não somente os jovens. Dessa forma, a ideia de que tais fenômenos se restringem ao universo juvenil não considera a complexidade do processo de formação e evolução do idioma.

É importante destacar que a linguagem é um organismo vivo, sujeito a influências constantes e diversificadas, inclusive as que não estão vinculadas a um grupo etário específico. Nos estudos de linguística, observa-se que tanto a cultura quanto a história da sociedade desempenham papéis determinantes na maneira como a língua se transforma, e essa transformação pode ser atribuída a múltiplas camadas sociais. Sendo assim, negar ou reduzir essa interação ao estereótipo de uma única geração significa desconsiderar as contribuições coletivas e históricas que moldam a lexicologia e a semântica do idioma.

Alternativa Correta:
A alternativa E está correta por evidenciar que atribuir o uso de gírias e neologismos exclusivamente à geração dos jovens simplifica e reduz o complexo entrelaçamento entre língua, cultura e sociedade, ignorando as diversas influências e contextos históricos presentes no desenvolvimento linguístico.

Gabarito: Letra E

O uso de gírias e neologismos só tem conexão com o contexto histórico e cultural da geração dos jovens.


Considerando os elementos língua, cultura e sociedade, julgue o item a seguir.


A questão proposta aborda a interação entre os elementos língua, cultura e sociedade para a compreensão das variações linguísticas presentes no Brasil. O enunciado afirma que “todas as diferenças linguísticas entre as regiões do Brasil têm uma única causa comum: o processo histórico de colonização”. Essa afirmação precisa ser analisada à luz de fatores que influenciaram a formação do nosso panorama linguístico.

Inicialmente, é importante destacar que o processo de colonização foi, de fato, um marco histórico central que introduziu o português no território brasileiro, impondo estruturas linguísticas e estabelecendo uma base para a comunicação inicial entre colonizadores, indígenas e africanos. Contudo, ao afirmar que a colonização é a única causa responsável pelas variações linguísticas regionais, desconsidera-se a influência de outros elementos relevantes. As diferenças linguísticas observadas atualmente também são consequência de fatores como a migração interna, a convivência de comunidades com raízes culturais diversas, o contato com línguas indígenas e africanas, bem como a influência econômica e social que resultou em fenômenos de contato linguístico e variação dialetal.

Por exemplo, embora o português colonizador tenha se estabelecido inicialmente, a maneira como a língua evoluiu nas diferentes regiões não pode ser atribuída exclusivamente a esse processo histórico. O isolamento geográfico, as adaptações necessárias ao novo ambiente e a interação com línguas autóctones e de outros grupos étnicos contribuíram para a formação de distintos dialetos e sotaques. Dessa forma, a diversidade linguística brasileira é resultado de um conluio entre fatores históricos, culturais e sociais, e não de uma única origem.

Alternativa Correta:
A alternativa correta é E) Errado, pois a diversidade linguística no Brasil emerge de um complexo conjunto de influências e não se reduz unicamente à colonização.

Gabarito: Letra E

Todas as diferenças linguísticas entre as regiões do Brasil têm uma única causa comum: o processo histórico de colonização.


Essa questão aborda um dos aspectos fundamentais da Linguística: a inter-relação entre língua, cultura e sociedade. A afirmação "Uma língua não pode sobreviver sem uma sociedade, da mesma forma que uma sociedade não pode existir sem língua" resume a ideia de que a linguagem é um elemento indispensável para a constituição e a manutenção de uma comunidade social, e que, inversamente, a existência de uma sociedade implica a necessidade de um meio de comunicação, o que torna a língua essencial para o convívio social. Essa relação dialética sustenta que a língua é uma construção social e cultural, intrinsecamente ligada à identidade e ao funcionamento das comunidades.

Alternativa Correta:
Ao afirmarmos que uma língua não pode sobreviver sem uma sociedade, estamos reconhecendo que o desenvolvimento, a evolução e a manutenção de uma língua dependem da interação humana e dos processos comunicativos que ocorrem em uma comunidade. A língua, nesse sentido, é o meio pelo qual a cultura se expressa e é transmitida de geração em geração. Por outro lado, dizer que uma sociedade não pode existir sem língua enfatiza que o convívio social, a organização das relações interpessoais e a transmissão de conhecimentos dependem dessa ferramenta comunicativa. Assim, a língua é considerada tanto o produto quanto o instrumento da sociedade, sendo inseparável do processo de socialização.

Em concursos públicos, é esperado que o candidato demonstre a compreensão do caráter indissociável da língua e da sociedade, reconhecendo que ambas se coconstituem e se fortalecem mutuamente. Dessa forma, a alternativa "Certo" está correta, pois a afirmação proposta reflete fielmente esse aspecto essencial do fenômeno linguístico.

Gabarito: Letra C

Uma língua não pode sobreviver sem uma sociedade, da mesma forma que uma sociedade não pode existir sem língua.


Na análise proposta pela questão, é fundamental reconhecer que a relação entre linguagem e cultura não é fixa, mas sim dinâmica e sujeita a transformações ao longo do tempo. A linguagem é um reflexo dinâmico da cultura e das interações sociais, estando em constante evolução em resposta às mudanças dos valores sociais, das práticas culturais e dos contextos históricos. Esse componente essencial da comunicação reflete as transformações da sociedade, adaptando-se a novas realidades, contextos tecnológicos, culturais e até políticos.

Ao afirmar que “a relação entre linguagem e cultura é fixa, permanecendo imutável ao longo do tempo e das interações sociais”, o enunciado da questão desconsidera os processos de mudança e adaptação que são característicos tanto da linguagem quanto da cultura. Por exemplo, podemos observar como o uso das palavras e expressões varia entre diferentes gerações e contextos culturais, havendo a inclusão de novas palavras, gírias, ou até mesmo a obsolescência de termos outrora comuns. Essa dinâmica demonstra que a linguagem é vivencial, gerada e transformada pelos indivíduos em suas interações diárias.

Além disso, a inter-relação entre sociedade, cultura e língua revela um movimento constante em que cada elemento influencia e molda o outro. As transformações tecnológicas, como a expansão da internet, contribuíram para a criação de novos meios de comunicação e novas formas linguísticas que refletem novas práticas culturais. Em suma, a concepção de que há uma imutabilidade na relação entre linguagem e cultura mostra uma visão simplista e obsoleta dos processos sociais e comunicativos.

Alternativa Correta:
Portanto, a alternativa correta é a letra E, que demonstra compreensão acerca da natureza dinâmica dessa relação.

Gabarito: Letra E

A relação entre linguagem e cultura é fixa, permanecendo imutável ao longo do tempo e das interações sociais.

Analisando o texto “CG1A1”, percebe-se que o autor não procura apenas estabelecer uma oposição simplista entre dois mundos – o subterrâneo dos mineiros e o da superfície. O texto retrata a dimensão subterrânea de forma a evidenciar a importância dos trabalhadores que, mesmo em condições adversas, garantem o funcionamento do mundo da superfície, evidenciando uma relação de interdependência e não apenas de contraste. Assim, não há no texto uma simples contraposição entre “trabalho árduo em completa escuridão” e “exposição à luz do dia”. Enquanto o autor enfatiza a distância física e simbólica entre o esforço dos mineiros e o conforto da vida na superfície, é igualmente ressaltada a necessidade intrínseca desse trabalho para o funcionamento da sociedade (por exemplo, o uso cotidiano do carvão, presente em atividades que vão de tomar um sorvete a escrever um romance), mostrando uma complementaridade entre os dois mundos.

A alternativa apresentada propõe que o texto “contrapõe duas dimensões distintas: a subterrânea, caracterizada pelo trabalho árduo dos mineiros em meio à completa escuridão, e a da superfície, exposta à luz do dia.” Tal interpretação é equivocada, pois, embora haja uma diferenciação entre os ambientes, a intenção do autor é evidenciar a dependência mútua, em que o mundo subterrâneo não serve apenas como antítese à superfície, mas como base essencial para ela. O autor ressalta a invisibilidade deste trabalho e enfatiza que o carvão, apesar de ser uma “coisa escura” que chega sem a devida valorização, mantém um elo essencial com a vida na superfície, sem que haja, portanto, uma oposição direta entre “luz” e “escuridão”.

Assim, a ideia de que o texto se resume a uma contraposição simplista entre dois ambientes distintos (escuro e luminoso) é imprecisa e desconsidera a complexidade da relação apresentada. O autor utiliza metáforas e paralelos para demonstrar a interconexão entre os mundos subterrâneo e da superfície, evitando categorizá-los de forma excludente.

Alternativa Correta:
A alternativa correta é a letra E, pois a interpretação que propõe a contraposição entre “trabalho árduo em completa escuridão” e “exposição à luz do dia” não capta a essência do texto, que enfatiza a complementaridade e interdependência desses dois mundos.

Gabarito: Letra E

O texto contrapõe duas dimensões distintas: a subterrânea, caracterizada pelo trabalho árduo dos mineiros em meio à completa escuridão, e a da superfície, exposta à luz do dia.


    Observando os mineiros trabalharem, você percebe, por um breve instante, como são diferentes os universos habitados por diferentes pessoas. Os subterrâneos onde se escava o carvão são uma espécie de mundo à parte, e é fácil viver toda uma vida sem jamais ouvir falar dele. É provável que a maioria das pessoas até prefira não ouvir falar dele. E, contudo, esse mundo é a contraparte indispensável do nosso mundo da superfície.
Praticamente tudo que fazemos, desde tomar um sorvete até atravessar o Atlântico, desde assar um filão de pão até escrever um romance, envolve usar carvão, direta ou indiretamente. Para todas as artes da paz, o carvão é necessário; e, se a guerra irrompe, é ainda mais necessário. Em épocas de revolução, o mineiro precisa continuar trabalhando, do contrário a revolução tem que parar, pois o carvão é essencial tanto para a revolta como para a reação. Seja lá o que for que aconteça na superfície, as pás e picaretas têm que continuar escavando sem trégua — ou fazendo uma pausa de algumas semanas, no máximo. Porém, de modo geral, não temos consciência disso; todos sabemos que “precisamos de carvão”, mas raramente, ou nunca, nos lembramos de tudo o que está envolvido no processo para se obter carvão.
    Aqui estou eu escrevendo, sentado diante da minha confortável lareira a carvão. De quinze em quinze dias, a carroça de carvão para na porta e uns homens de blusão de couro trazem o carvão para dentro de casa em sacos robustos, cheirando a piche, e o despejam no depósito de carvão embaixo da escada. É só muito raramente, quando faço um esforço mental bem definido, que estabeleço a conexão entre esse carvão e o penoso trabalho realizado lá longe, nas minas. É apenas “carvão”, algo que eu preciso ter, uma coisa escura que chega misteriosamente, vinda de nenhum lugar em especial, como o maná, só que devemos pagar por ele.
    Seria fácil atravessar de carro todo o norte da Inglaterra sem lembrar, nem uma só vez, que, dezenas de metros abaixo da estrada, os mineiros estão atacando o carvão com suas picaretas.
E, contudo, são eles que estão fazendo seu carro andar. O mundo deles lá embaixo, iluminado por suas lâmpadas, é tão necessário para o mundo da superfície, da luz do dia, como a raiz é necessária para a flor.


Em relação às ideias do texto CG1A1, julgue o item que se segue.


Questões de Português - Verdadeiro ou falso