Para abordar esta questão, é essencial compreender e considerar as regras de regência verbal e de colocação pronominal conforme a norma-padrão da Língua Portuguesa.

- A alternativa **A ("Esquecerei-me o trabalho!")** está incorreta devido à inapropriada utilização da preposição. O verbo "esquecer", quando pronominal, exige o uso da preposição "de" antes do objeto direto. Além disso, a colocação pronominal "esquecerei-me" (próclise) viola a norma coloquial que privilegia a ênclise (pronome depois do verbo) quando não há palavras que atraiam o pronome para antes do verbo.

- A alternativa **B ("Me esquecerei do trabalho!")** também está incorreta. Apesar de usar a preposição correta ("do" = de + o), o uso da próclise ("Me esquecerei") neste caso contraria a norma que sugere a ênclise quando a frase não inicia com uma palavra que justifique a próclise.

- A alternativa **C ("Tenho esquecido-me do trabalho!")** peca pelo uso da colocação pronominal. A próclise ("me") não é justificada nesta construção, uma vez que não há palavra que naturalmente atraia o pronome para antes do verbo. A ênclise seria a forma mais adequada ("Tenho esquecido-me" deveria ser "Tenho-me esquecido").

- Finalmente, a alternativa **D ("Quero esquecer-me do trabalho!")** está correta tanto em termos de regência verbal quanto de colocação pronominal. O verbo "querer" segue a correta construção, com "esquecer" regendo um pronome reflexivo no infinitivo ("esquecer-me") e a preposição "de", que é a forma adequada de ligação do verbo com seu objeto indireto ("do trabalho"). Além disso, a ênclise ("esquecer-me") é utilizada de maneira correta, mantendo a fluência natural do idioma.

Portanto, a alternativa correta é D.

A questão compreende assuntos relacionados à reescrita de textos, mais precisamente em relação ao uso da regência verbal. Com base nisso, passemos às alternativas:Em "a": Errado - O verbo "prover" não requer a presença da preposição "a", mas sim a presença da preposição "de".Em "b": Errado - O verbo "necessitar" não requer a presença da preposição "em", mas sim a presença da preposição "de".Em "c": Certo - Nesse caso, está correto, pois o verbo "depender" requer justamente a presença da preposição "de".Em "d": Errado - O verbo "precisar", nesse caso, requer a presença da preposição "de".Resposta: Letra C.

 O garoto relutou, mas sua namorada insistiu: queria lhe conhecer melhor.

 O garoto queria silêncio: a algazarra dos amigos começava a lhe irritar.

 A sede do garoto era tanta, que não lhe interessava mais a algazarra dos amigos.

 Ao beber a água, o menino percebeu algo que lhe intrigaria muito.

 O menino beijara a estátua, e isso lhe atordoou por alguns instantes.

Para entender a correção das alternativas, é necessário analisar a regência do pronome "lhe", que indicam complemento indireto (geralmente precedendo verbos transitivos indiretos).

Análise das Alternativas:
<ul>
<li>A) O garoto relutou, mas sua namorada insistiu: queria lhe conhecer melhor. 
Este uso é incorreto. O verbo "conhecer" é transitivo direto e requer o uso do pronome "o" ou "a" (no caso deveria ser "queria conhecê-lo melhor").</li>

<li>B) O garoto queria silêncio: a algazarra dos amigos começava a lhe irritar. 
Novamente, o uso de "lhe" está incorreto. "Irritar" aqui é empregado como transitivo direto, esperando o pronome "o" ou "a" (seria "começava a irritá-lo").</li>

<li>C) A sede do garoto era tanta, que não lhe interessava mais a algazarra dos amigos. 
Correto. O verbo "interessar" é transitivo indireto e correto com o uso do "lhe", indicando a quem algo é interessante, sem atrativo ou relevância.</li>

<li>D) Ao beber a água, o menino percebeu algo que lhe intrigaria muito. 
Aqui o uso de “lhe” também está correto, pois o verbo “intrigar”, quando usado na forma pronominal (intrigar-se), pode admitir pronome como complemento indireto (o que causa intrigação ao menino).</li>

<li>E) O menino beijara a estátua, e isso lhe atordoou por alguns instantes. 
Incorreto. "Atordoar" é normalmente usado como transitivo direto, exigindo o uso de "o" ou "a" ("isso o atordoou por alguns instantes").</li>
</ul>

No caso da alternativa C, o uso de "lhe" está em conformidade com a regência do verbo "interessar", caracterizando a forma correta de seu emprego em contexto. Portanto, a alternativa correta é C.

    Os dois mais murmuravam que conversavam: havia pouco iniciara-se o namoro e ambos andavam tontos, era o amor.
Amor com o que vem junto: ciúme.
    — Está bem, acredito que sou a sua primeira namorada, fico feliz com isso. Mas me diga a verdade, só a verdade: você nunca beijou uma mulher antes de me beijar? 
    Ele foi simples: 
    — Sim, já beijei antes uma mulher.
    — Quem era ela? — perguntou com dor.
    Ele tentou contar toscamente, não sabia como dizer.
    O ônibus da excursão subia lentamente a serra. Ele, um dos garotos no meio da garotada em algazarra, deixava a brisa fresca bater-lhe no rosto e entrar-lhe pelos cabelos com dedos longos, finos e sem peso como os de uma mãe. Ficar às vezes quieto, sem quase pensar, e apenas sentir — era tão bom. A concentração no sentir era difícil no meio da balbúrdia dos companheiros.
    E mesmo a sede começara: brincar com a turma, falar bem alto, mais alto que o barulho do motor, rir, gritar, pensar, sentir, puxa vida! — como deixava a garganta seca.
    E nem sombra de água. O jeito era juntar saliva, e foi o que fez. Depois de reunida na boca ardente engolia-a lentamente, outra vez e mais outra. Era morna, porém, a saliva, e não tirava a sede. Uma sede enorme maior do que ele próprio, que lhe tomava agora o corpo todo.
    A brisa fina, antes tão boa, agora ao sol do meio-dia tornara-se quente e árida e ao penetrar pelo nariz secava ainda mais a pouca saliva que pacientemente juntava.
    E se fechasse as narinas e respirasse um pouco menos daquele vento de deserto? Tentou por instantes, mas logo sufocava. O jeito era mesmo esperar, esperar. Talvez minutos apenas, enquanto sua sede era de anos.
    Não sabia como e por que, mas agora se sentia mais perto da água, pressentia-a mais próxima, e seus olhos saltavam para fora da janela procurando a estrada, penetrando entre os arbustos, espreitando, farejando.
    O instinto animal dentro dele não errara: na curva inesperada da estrada, entre arbustos estava... o chafariz de onde brotava num filete a água sonhada. O ônibus parou, todos estavam com sede, mas ele conseguiu ser o primeiro a chegar ao chafariz de pedra, antes de todos. 
    De olhos fechados entreabriu os lábios e colou-os ferozmente ao orifício de onde jorrava a água. O primeiro gole fresco desceu, escorrendo pelo peito até a barriga.
    Era a vida voltando, e com esta encharcou todo o seu interior arenoso até se saciar. Agora podia abrir os olhos.
    Abriu-os e viu, bem junto de sua cara, dois olhos de estátua fitando-o e viu que era a estátua de uma mulher e que era da boca da mulher que saía a água. Lembrou-se de que, realmente, ao primeiro gole sentira nos lábios um contato gélido, mais frio do que a água.
    E soube então que havia colado sua boca na boca da estátua da mulher de pedra. A vida havia jorrado dessa boca, de uma boca para outra.
    Intuitivamente, confuso na sua inocência, sentia-se intrigado: mas não é de uma mulher que sai o líquido vivificador, o líquido germinador da vida... Olhou a estátua nua.
    Ele a havia beijado.
    Sofreu um tremor que não se via por fora e que se iniciou bem dentro dele e tomou-lhe o corpo todo estourando pelo rosto em brasa viva.
    Deu um passo para trás ou para frente, nem sabia mais o que fazia. Perturbado, atônito, percebeu que uma parte de seu corpo, sempre antes relaxada, estava agora com uma tensão agressiva, e isso nunca lhe tinha acontecido.
    Estava de pé, docemente agressivo, sozinho no meio dos outros, de coração batendo fundo, espaçado, sentindo o mundo se transformar. A vida era inteiramente nova, era outra, descoberta com sobressalto. Perplexo, num equilíbrio frágil.
    Até que, vinda da profundeza de seu ser, jorrou de uma fonte oculta nele a verdade. Que logo o encheu de susto e logo também de um orgulho antes jamais sentido: ele...
    Ele se tornara homem.


... ninguém apostava no seu êxito imediato ...

... com que ele não contava em experiências anteriores do uso do álcool ...

... provocaram a queda das vendas desses veículos ...

Na questão apresentada, é solicitado identificar qual dos verbos das alternativas exige o mesmo tipo de complemento que o verbo “acompanhar”, empregado na frase “Quem acompanhou a trajetória do Programa Nacional do Álcool…”. Neste caso, é fundamental compreender que “acompanhar” é um verbo transitivo direto, ou seja, ele exige um objeto direto sem a necessidade de preposição. Assim, o objeto “a trajetória” é expresso de forma direta, sem a intervenção de preposições que introduzam a complementação.

Analisemos cada uma das alternativas:

<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
 <li>A ) “ninguém apostava no seu êxito imediato” – Aqui o verbo “apostar” exige a preposição “em” (“apostar em algo”), ou seja, caracteriza-se como verbo transitivo indireto. Portanto, não apresenta a mesma regência do verbo “acompanhar”.</li>
 <li>B ) “com que ele não contava em experiências anteriores do uso do álcool” – O verbo “contar” no sentido de “depender” ou “confiar” é empregado com a preposição “com” (“contar com algo”), configurando também uma estrutura de transitividade indireta.</li>
 <li>C ) “sabe de seus altos e baixos.” – O verbo “saber”, quando relacionado ao conhecimento, exige o complemento com a preposição “de” (“saber de algo”), constituindo um caso de regência eri transitiva indireta.</li>
 <li>D ) “provocaram a queda das vendas desses veículos” – Neste item, o verbo “provocar” é transitivo direto, assim como “acompanhar”. Ele exige um objeto direto (“a queda das vendas desses veículos”) sem o auxílio de preposição, espelhando o mesmo tipo de complemento exigido pelo verbo “acompanhar”.</li>
 <li>E ) “que se tornaram residuais.” – O verbo “tornar-se”, na forma reflexiva ou pronominal, estabelece uma estrutura ligativa, onde o predicativo do sujeito é introduzido por meio de uma mudança de estado (neste caso, “residuais”), o que difere da transitividade direta requerida na comparação.</li>
</ul>

Dessa forma, conclui-se que a alternativa D apresenta um verbo, “provocar”, cuja regência é idêntica à do verbo “acompanhar” (isto é, ambos exigem complementação direta). A alternativa D, portanto, é a correta, pois apresenta o mesmo tipo de complemento exigido pelo verbo do trecho citado.

Gabarito: Letra D

Quando, há cerca de cinco anos, chegou ao mercado brasileiro o primeiro modelo de carro bicombustível, que pode utilizar gasolina e álcool em qualquer proporção, ninguém apostava no seu êxito imediato e muito menos na sua permanência no mercado por muito tempo. Na semana passada, a indústria automobilística brasileira atingiu a marca de 5 milhões de carros bicombustíveis – flexfuel ou simplesmente flex – vendidos. Esses veículos já respondem por 88% das vendas nacionais.
 O bom momento que vive a economia nacional estimula suas vendas, mas a indiscutível preferência do consumidor pelo modelo flex tem outras razões. O álcool continua sendo mais barato do que a gasolina. A possibilidade de utilização de um ou de outro combustível, conforme sua necessidade e seu desejo, dá ao consumidor uma liberdade de escolha com que ele não contava em experiências anteriores do uso do álcool como combustível automotivo.
 Quem acompanhou a trajetória do Programa Nacional do Álcool (Proálcool), lançado em 1975 como resposta brasileira às crises do petróleo de 1973 e 1979, sabe de seus altos e baixos.
Nos primeiros dez anos a produção nacional de álcool etílico deu um salto considerável. A oferta de combustível mais barato e os estímulos fiscais fizeram crescer exponencialmente as vendas de carros a álcool, que chegaram a responder por 90% do mercado. Mas, passada a crise do petróleo, as pressões dos produtores por reajustes e a crescente desconfiança do consumidor com relação ao futuro do Proálcool provocaram a queda das vendas desses veículos, que se tornaram residuais.
Carros a álcool usados perderam valor de revenda.
 Velhos temores quanto à regularidade do abastecimento interno de álcool e desconfianças com relação à nova tecnologia, desenvolvida no Brasil, deixavam uma sombra de dúvida sobre o destino do veículo bicombustível à época de seu lançamento. A sombra parece não mais existir. Atingida a marca de 5 milhões de unidades vendidas, já se projeta uma frota de 7 milhões de veículos flex no país ainda em 2008. O indiscutível êxito do produto demonstra que as dúvidas foram dissipadas e que o Brasil tem condições de exportar essa tecnologia – utilização de uma energia renovável, que não polui o ambiente como o combustível tradicional.

 um dos casos exemplifica uma ocorrência facultativa de crase.

 ilustram, sintaticamente, uma exigência de regência do verbo “dar”.

 o plural do pronome demonstrativo explica a ocorrência da crase.

 introduzem o complemento preposicionado do substantivo “visibilidade”.

A questão aborda o uso da preposição "a" em uma construção específica do texto, e as alternativas exploram diferentes aspectos gramaticais relacionados a essa ocorrência. Vamos analisar cada uma das alternativas: A) um dos casos exemplifica uma ocorrência facultativa de crase. - A crase ocorre quando há a fusão da preposição "a" com o artigo definido feminino "a" (antes de palavras femininas) ou com o "a" inicial dos pronomes demonstrativos "aquele(s)", "aquela(s)", "aquilo". No trecho citado, a preposição "a" introduz complementos e não ocorre antes de palavras femininas onde seria necessário o uso do artigo ou diante de pronomes que exigiriam a crase. Portanto, essa alternativa está incorreta. B) ilustram, sintaticamente, uma exigência de regência do verbo “dar”. - O verbo "dar", neste contexto, exige a preposição "a" para introduzir seu complemento, que neste caso são "àquelas pessoas e a seus cães". A expressão "dar visibilidade a" implica revelar, expor algo ou alguém, mostrando a relação de regência entre o verbo e os complementos introduzidos pela preposição "a". Esta alternativa está correta. C) o plural do pronome demonstrativo explica a ocorrência da crase. - Não há ocorrência de crase no trecho especificado. Além disso, a presença de um pronome demonstrativo no plural não justificaria por si só a utilização da crase. Portanto, esta alternativa é incorreta. D) introduzem o complemento preposicionado do substantivo “visibilidade”. - A preposição "a" neste caso não está relacionada com o substantivo "visibilidade", mas sim com o verbo "dar", indicando a quem ou ao que a visibilidade é concedida. Portanto, essa alternativa é incorreta. Com base nessa análise, a alternativa correta é B.

    Uma câmera na mão e uma pergunta na cabeça: “Como seria a vida dos cães de moradores de rua?” Foi assim que o inquieto e curioso fotógrafo Edu Leporo, de São Paulo, especialista em retratos de animais em estúdio, iniciou sua nova jornada rumo à solidariedade.
    Voltando de um trabalho, encontrou uma família de moradores de rua com três cães. Abordou-os e, no fim dos breves cliques, descobriu que o casal estava indo para a avenida Paulista. “Vão fazer o que lá?”, perguntou Leporo.
“Vamos ao McDonald’s. Nossos cachorros gostam do sorvete de lá”, contou a dupla, que dividia o pouco que arrecadava com a venda de latinhas de alumínio com os seus bichinhos.
    Era 2012 e aquela experiência nunca mais sairia da memória do fotógrafo. Tanto que a descoberta deste universo de afeto e respeito tornou-se combustível para o Moradores de Rua e Seus Cães (MRSC), projeto que nasceu oficialmente em 2015, também na capital paulista.
    Uma foto daquela dupla com seus cães foi publicada nas redes sociais de Leporo, gerando imenso interesse e comoção. O fotógrafo notou que, além de elogiar a beleza do clique, havia quem quisesse saber mais sobre os bastidores daquela imagem.
    Era isso! Para dar visibilidade àquelas pessoas e a seus cães, alvos de inúmeros preconceitos, era preciso narrar as suas histórias. E foi assim, de clique em clique, que Leporo observou que, onde falta, por vezes comida e cobertor, transbordam amor e companheirismo.
    “Um cachorro é, às vezes, o único vínculo que o morador de rua consegue ter com a sociedade. É com ele que tem amor, carinho e respeito”, afirma o fotógrafo, que já se deparou com histórias como a de seu José, morador da praça João Mendes, na região central de São Paulo, que viveu mais de 45 anos nas ruas, 14 deles ao lado do pequeno Duque. [...] 


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