O termo "bandeirantemente", usado no texto, é absolutamente rico em nuances de sentido e implicações além de sua forma literal. Vamos quebrar isso a fundo para você ver como essa parada é profunda, tá ligado?

Primeiro, olha só o contexto: o pedido de não ser visto apenas como um seguidor de Marinetti coloca Mário de Andrade numa posição similar à dos bandeirantes históricos. Tipo, os bandeirantes eram exploradores, desbravadores das terras desconhecidas do Brasil. Já sacou a parada, né? O uso de "bandeirantemente" sugere que, assim como os bandeirantes, Mário estava explorando novos terrenos artísticos, sem ficar preso em velhas ideias (passadistas). Esse é o sentido conotativo que a gente tá procurando na questão.

Essa narrativa conotativa não é apenas um simples uso de palavras bonitas; ela carrega um significado poderoso de liderança, inovação e busca por liberdade artística, que define bem a vibe dos modernistas brasileiros da época. E isso não para por aí, man! O termo ainda sublinha um contraste entre a vanguarda e os ideais mais conservadores e acadêmicos, como se o Mário e os outros modernistas quisessem sacudir o status quo da arte brasileira.

No fundo, a utilização conotativa de "bandeirantemente" serve como uma ironia suave, adicionando uma dimensão extra ao texto que diz: "Estamos aqui para renovar, não para repetir." Baita expressão libertária, né?

Portanto, avaliando a parada toda, vê-se claramente que o enunciado está correto ao interpretar o uso de "bandeirantemente" como uma expressão conotativa do pioneirismo e das ideologias libertárias de Mário de Andrade, ao invés de apenas andar na linha dos futuristas.

 

A alternativa correta é C.

O neologismo “‘bandeirantemente’” (linha 19) descreve, em linguagem conotativa, o pioneirismo de Mário de Andrade como modernista brasileiro e sua preferência por não se apresentar simplesmente como um artista regido pelos ideais futuristas de Marinetti, e sim por ideais libertários.


1 A primeira das apresentações seria dedicada à pintura
 e à escultura; a segunda, à literatura, e a terceira à música. A
 notícia da Semana fora recebida “com um frêmito de
4 curiosidade” nas rodas intelectuais e “altamente mundanas”
 de São Paulo, o que seria natural, pois se tratava da primeira
 tentativa de realizar no Brasil “um certame dessa natureza”.
7 Os modernistas de São Paulo usavam habitualmente o termo
 “futurismo”, mas o faziam em sentido elástico, para
 designar as propostas mais ou menos renovadoras que se
10 opunham às receitas “passadistas” e “acadêmicas”. A
 polarização futurismo x passadismo servia como uma tática
 retórica eficaz – mas também simplificadora. Esse aspecto
13 do discurso modernista, que se apresentava como ruptura
 com o “velho”, acabava por atirar na lata de lixo do
 “passadismo” manifestações variadas, às quais, diga-se, não
16 raro os próprios “novos” estavam atados. O rótulo
 “futurista” gerava incompreensões e facilitava ataques por
 sugerir subordinação às ideias de Marinetti. Por isso, Mário
19 de Andrade preferia, “bandeirantemente”, recusar em
 público a batuta do vanguardista italiano. Os “rapazes
 modernistas” desejavam apenas “ser atuais, livres de
20 cânones gastos, incapazes de objetivar com exatidão o
 ímpeto feliz da modernidade”. A expressão “ímpeto feliz”
 vinha como um grito de frescor e juventude em oposição à
25 sisudez “passadista” e ao ambiente soturno dos anos
 anteriores, imposto pela guerra. Mário gostava de citar a
 “mocidade alegre” e Oswald, alguns anos depois, em 1928,
28 sentenciaria no Manifesto Antropófago: “A alegria é a prova
29 dos nove”.

Com relação às ideias e aos sentidos do texto, julgue (C ou E) o item a seguir.


A questão compreende temas relacionados a uma adequada interpretação da tirinha. Com base nisso, passemos às alternativas:Em "a": Errado - Ainda que exista a possibilidade de ambiguidade (duplo sentido), não foi essa a intenção do autor ao conjugar ambas as linguagens. A conjugação foi proposta em virtude de ajudar a interpretação das ideias.Em "b": Errado - Não há a ausência de harmonia entre ambas as linguagens. Em "c": Errado - Também não há uma relação de causa e consequência. Em "d": Errado - A linguagem não verbal auxilia na compreensão da linguagem verbal; por isso, não há como as ideias estarem opostas entre si. Em "e": Certo - As linguagens são conjugadas justamente por estarem em uma relação de concordância. Resposta: Letra E.

<center><img alt='Imagem questão' src="https://d1obul4n7gbyjy.cloudfront.net/640749c05d08ab1a5541b817instituto-aocp-2022-sead-go-analista-de-gestao-governamental-licitacoes-e-contratos-provaimagem_2023-03-08_090233707.png"></center>
Disponível em: https://www.laerte.art.br/manual-dominotauro/page/2/.

A questão tem o objetivo de avaliar os conhecimentos sobre relações semânticas estabelecidas entre vocábulos. A) Alternativa incorreta. A sinonímia está presente quando os termos possuem significados similares.B) Alternativa incorreta. Os termos não se complementam. Ao contrário, se opõem.C) Alternativa incorreta. A ratificação é a confirmação de algo. Não se estabelece a relação da confirmação.D) Alternativa incorreta. Os termos não são equivalentes.E) Alternativa correta. "Extraordinária" significa "especial"; "ordinária" significa comum. Os termos são opostos.


    A metáfora é, para a maioria das pessoas, um recurso da imaginação poética e um ornamento retórico – é mais uma questão de linguagem extraordinária do que de linguagem ordinária. Mais do que isso, a metáfora é usualmente vista como uma característica restrita à linguagem, uma questão mais de palavras do que de pensamento ou ação. Por essa razão, a maioria das pessoas acha que pode viver perfeitamente bem sem a metáfora. Nós descobrimos, ao contrário, que a metáfora está infltrada na vida cotidiana, não somente na linguagem, mas também no pensamento e na ação. Nosso sistema conceptual ordinário, em termos do qual não só pensamos, mas também agimos, é fundamentalmente metafórico por natureza.
     Os conceitos que governam nosso pensamento não são meras questões do intelecto. Eles governam também a nossa atividade cotidiana até nos detalhes mais triviais.
Eles estruturam o que percebemos, a maneira como nos comportamos no mundo e o modo como nos relacionamos com outras pessoas. Tal sistema conceptual desempenha, portanto, um papel central na defnição de nossa realidade cotidiana.
    Para dar uma ideia de como um conceito pode ser metafórico e estruturar uma atividade cotidiana, comecemos pelo conceito de DISCUSSÃO e pela metáfora conceitual DISCUSSÃO É GUERRA. Essa metáfora está presente em nossa linguagem cotidiana numa grande variedade de expressões: 
    Seus argumentos são indefensáveis.
    Ele atacou todos os pontos da minha argumentação.
    É importante perceber que não somente falamos sobre discussão em termos de guerra. Podemos realmente ganhar ou perder uma discussão. Vemos as pessoas com quem discutimos como um adversário. Atacamos suas posições e defendemos as nossas. Planejamos e usamos estratégias. Se achamos uma posição indefensável, podemos abandoná-la e colocar-nos numa linha de ataque. Muitas das coisas que fazemos numa discussão são parcialmente estruturadas pelo conceito de guerra.
    Esse é um exemplo do que queremos dizer quando afrmamos que um conceito metafórico estrutura (pelo menos parcialmente) o que fazemos quando discutimos, assim como a maneira pela qual compreendemos o que fazemos.


No que se refere aos aspectos linguísticos do texto, julgue (C ou E) o item a seguir.


A palavra “chave” (linha 49) foi empregada em sentido conotativo.

 O mundo é como um camponês embriagado; basta ajudá-lo a montar sobre a sela de um lado para ele cair do outro logo em seguida.

 É praticamente impossível olhar para um pinguim e sentir raiva.

 Sempre que alguém quer esgotar um assunto, esgota a paciência do leitor.

 Cuidado ao ler livros sobre saúde, pois você pode morrer de um erro de impressão.

 Quando as mulheres erram, os homens vão atrás.

Em "a": Errado &nbsp;–&nbsp; Aqui há uma relação de comparação introduzida pela expressão "como" seguida de um exemplo para essa comparação. Em "b": Errado &nbsp;–&nbsp; Nesse caso, a causa e o efeito não serão concretizados, pois se trata de algo impossível do ponto de vista do autor. Em "c": Errado &nbsp;–&nbsp; Nesse caso, temos um objetivo que se alcança sempre baseado na mesma ação. Em "d": Errado &nbsp;–&nbsp; Temos aqui uma relação de advertência seguida de sua justificativa. Em "e": Certo &nbsp;–&nbsp; Temos a causa que se dá em um determinado tempo, qual seja: "errar". Logo adiante temos o seu efeito: a ação de ir atrás. Resposta: Letra E.

Questões de Português - Semântica - Sentido denotativo e conotativo