Comentário: solicita-se indicação da alternativa na qual a alteração de posição do adjetivo opera alteração semântica. Por alteração "mais significativa" a banca que dizer a força da ênfase naturalmente dada ao adjetivo anteposto. A banca requer a mudança integral do sentido intencionado, e não somente o uso de ênfase. Em "a" - Errado: o adjetivo "necessária", anteposto ou posposto ao substantivo, expressa o mesmo sentido: pertinente, que se necessita.Em "b" - Errado: o adjetivo "alheios", anteposto ou posposto, conserva o sentido: destoantes, diferentes, distintos.Em "c" - Errado: o adjetivo "fantásticas", anteposto ou posposto, conserva o sentido: extraordinárias, incríveis.Em "d" - Certo: aqui, temos um adjetivo que, dependendo da posição em relação ao substantivo que qualifica, possui sentidos distintos:se anteposto, conforme no enunciado, expressa conveniência, superioridade: "este é o verdadeiro produto, o produto certo, o melhor produto"; se posposto, sob a forma "produto verdadeiro", indica a qualidade do que é genuíno, original, não falsificado.Em "e" - Errado: o adjetivo "falsas", anteposto ou posposto, conserva o sentido: mentirosas, inverídicas. Resposta: Letra D.

As redes sociais se apresentam como uma espécie de “praça pública virtual”, na qual indivíduos interagem e empresas anunciam seus produtos. Entretanto, ao contrário do espaço público tradicional (físico), plataformas de redes sociais moldam quem e o que encontraremos durante a conexão. A lógica por trás disso é que tenhamos um espaço customizado, no qual nos deparemos com aqueles que conosco se assemelham e com produtos que almejamos. Conectar-se de forma sadia às redes sociais demanda alguns cuidados. O primeiro deles, é saber como a maior parte das redes sociais funciona. Não ignorar que cada um de nós é o verdadeiro produto pode nos garantir experiência saudável nesse ambiente. Desconsiderar esse ponto é o atalho para vivenciar aquilo que se pode definir como conectividade tóxica.
 Um segundo aspecto, decorrente do anterior, diz respeito às pessoas, às notícias e aos produtos com os quais nos deparamos. Nosso histórico de acessos na internet permite que as plataformas direcionem conteúdo sob medida a cada um de nós. Isso inclui sugestões de amizade, apresentação de notícias e, claro, publicidade. A depender das configurações de nossos aparelhos eletrônicos, falas simples, mesmo enquanto não usamos tais dispositivos, podem ser captadas por mecanismos de inteligência artificial e transformadas em material que chega às nossas telas sem que nada busquemos. Um terceiro aspecto consiste em não nos deixarmos levar pelo aparente conforto que as redes propiciam. Com o uso frequente, permitimos que as plataformas criem nossa “própria bolha”.
 Levados pelo desejo, curvamo-nos à facilidade do consumo e tornamo-nos presas fáceis de golpes que prometem vantagens fantásticas e inverídicas. Diante de falsas notícias, que tendem a nos agradar ou atemorizar, abrimos mão da necessária reflexão, e preferimos compartilhá-las sem nem mesmo conferir se provêm de fonte confiável. Em ambos os casos, somos fantoches manipulados por interesses alheios.

Ele mesmo um cigarro em chamas.

Toda rosa, o lenço no pescoço, gatinha na janela depois do banho.

Formigas de fogo mordem sob a camisa.

não pode negar, meio feio?

brincando com o arco-íris na ponta dos dedos.

Em "a" - Errado: a palavra está empregada no sentido conotativo, realizando uma comparação com o sujeito e seu estado efêmero.Em "b" - Errado: a palavra está empregada no sentido conotativo, fazendo referência ao aspecto da moça.Em "c" - Errado:a palavra está empregada no sentido conotativo, fazendo uma referência ao efeito que a aproximação da moça causa no rapaz, representação de seu nervosismo.Em "d" - Certo:&nbsp;dentre todos os termos, é o único empregado em sentido denotativo, fazendo referência à aparência do rapaz.Em "e" - Errado:&nbsp;a palavra está empregada no sentido conotativo, fazendo referência ao modo como o rapaz vê a moça. Resposta: Letra D.

Depois que vê a garota ele corre se olhar no espelho: não pode negar, meio feio? quase feio? Numa palavra, feio. Dia seguinte desiste do bigode ralo. Quem sabe costeleta ou cavanhaque? A menina o enfeitiça. Possuído, sim. Febrícula, sonho delirante, falta de ar, sede mas não de água. Ela surge enrolada no garfo do suculento espaguete à bolonhesa. De sainha xadrez na primeira tarde, ó deliciosa bolacha Maria com geleia de uva. Formigas de fogo mordem sob a camisa quando ela vem na rua, brincando com o arco-íris na ponta dos dedos.
 Consegue afinal apertar-lhe a mãozinha na luva de crochê, ri (descuidoso de ser feio) dentro de seus olhos glaucos. Discutem o narizinho, quem sabe arrebitado, segundo ela. E para ele, nada mais bonito que tal narizinho. Meio do sono acorda, olho arregalado no escuro. A sua imagem o percorre, impetuoso vento por uma casa de portas abertas. Ninguém por perto, fala sozinho. A mãe o acha mais magro. Quem dera ser o terceiro motociclista do Globo da Morte.
 Em guarda no portão, as mãos suadas, fumando. Ela aparece: um caramanchão florido de glicínia azul. Olhinho esquivo que fixa e foge. O sorriso (uma virgem fatal?) na pequena boca fresca. Um dentinho ectópico no lado esquerdo, onde a palavra tiau esbarra quando sai. Ah, se ela deixar, passa o resto da vida adorando esse dentinho. Espera outras vezes, fumando aflito, um cigarro aceso no outro. Ele mesmo um cigarro em chamas. A mocinha não quer lhe dar a mão. Como pode, uma santinha disfarçada na terra? Depois, deu.
 Brava, ainda mais linda. Toda rosa, o lenço no pescoço, gatinha na janela depois do banho. A curva altaneira da testa, os cachos loiros arrepiados ao vento. Ai, não, uma pérola na orelha. A pérola da orelha. Uma divina orelhinha esquerda, sabe o que é? A voz meio rouca: Adivinhe o que eu tenho na mão? “Bem, pode ser tanta coisa.” Bala de mel, seu bobo. Pra você que não merece. Já esquecido de timidez e feiura: “Sabe o que eu mais quero? É embalar você no colo.” Pronto, ofendida, lhe negaceou o rosto. De mal, até amanhã. Amanhã nosso herói vai cultivar uma barbicha.

Comentário: observe: "Recordo ainda...", "Eu quero os meus brinquedos novamente", "Sou um pobre menino que envelheceu". Isso indica que o o eu-lírico tem saudades de um passado. Em "a" - Errado: contraditório quer dizer incoerente, inverso, incompatível.Em "b" - Errado: satirizar consiste na composição poética que ridiculariza os vícios e as imperfeições.Em "c" - Certo: nostalgia é sinônimo de saudade, mas de uma saudade com tristeza, melancolia.Em "d" - Errado: irônico é o que dá a entender, em dado contexto, o contrário ou&nbsp;algo&nbsp;diferente&nbsp;do&nbsp;que&nbsp;significa.Em "e" - Errado: resignado é aquele que se sujeita sem reclamar. Resposta: Letra C.

    Recordo ainda... e nada mais me importa…
    Aqueles dias de uma luz tão mansa
    Que me deixavam, sempre, de lembrança,
    Algum brinquedo novo à minha porta...

    Mas veio um vento de desesperança
    Soprando cinzas pela noite morta!
    E eu pendurei na galharia torta
    Todos os meus brinquedos de criança...

    Estrada afora após segui... Mas, ai,
    Embora idade e senso eu aparente,
    Não vos iluda o velho que aqui vai:

    Eu quero os meus brinquedos novamente!
    Sou um pobre menino... acreditai…
    Que envelheceu, um dia, de repente!...



Comentário: "embora" é uma conjunção concessiva e equivale a conquanto, ainda que, mesmo que. Em "a" - Certo: conquanto =&nbsp;conjunção subordinativa concessiva.Em "b" - Errado: contanto que =&nbsp;conjunção subordinativa condicional; sinônimo de se, desde que (Se você chegar cedo, poderá almoçar comigo).Em "c" - Errado: porquanto =&nbsp;conjunção subordinativa causal = visto que.Em "d" - Errado: idem ao item "b".Em "e" - Errado: contudo =&nbsp;conjunção coordenativa adversativa = entretanto. Resposta: Letra A.

“cadeiras padronizadas” (19º parágrafo).

“pessoa comum” (1º parágrafo).

“poltronas deleitáveis” (19º parágrafo).

“quadros abstratos” (19º parágrafo).

“humildes pessoas” (25º parágrafo).

Comentário: explicando a solicitação do examinador, podemos dizer que o termo que qualifica o substantivo em "povo concreto" ("povo" é o substantivo e o termo que o qualifica é o adjetivo "concreto") tem sentido contrário ao termo que qualifica o substantivo em: Em "a" - Errado: o termo que qualifica o substantivo "cadeiras" é o adjetivo "padronizadas", adjetivo este que não possui sentido oposto a "concreto".Em "b" - Errado: o termo que qualifica o substantivo "pessoa" é o adjetivo "comum", adjetivo este que não possui sentido oposto a "concreto".Em "c" - Errado: o termo que qualifica o substantivo "poltronas" é o adjetivo "deletáveis", adjetivo este que não possui sentido oposto a "concreto".Em "d" - Certo: o termo que qualifica o substantivo "quadros" é o adjetivo "abstratos" (que não é concreto, que resulta de abstração), adjetivo este que é o oposto exato da palavra "concreto".Em "e" - Errado: o termo que qualifica o substantivo "pessoas" é o adjetivo "humildes", adjetivo este que não possui sentido oposto a "concreto". Resposta: Letra D.

Questões de Português - Semântica - Sentido denotativo e conotativo