Olá, vamos mergulhar no sentido das expressões usadas no texto CB3A1 para desvendar essa questão, beleza? O texto aborda as exposições de corpos humanos e a maneira como eles são percebidos pela sociedade. As expressões “objetos de tabu”, “fontes de mana” e “impuros, perigosos e (...) repugnantes” são usadas para descrever a visão cultural e social sobre os cadáveres. Porém, elas não têm significados sinônimos. 
Vamos detalhar um pouco: 
<ul style="text-align: left; margin-bottom: 10px;"> 
<li>Objetos de tabu: Indica que os corpos são vistos como algo proibido ou evitado por razões culturais ou sociais.</li> 
<li>Fontes de mana: Mana aqui poderia ser interpretado como uma força ou poder espiritual que os mortos possuem, trazendo uma dimensão quase mágica ou sagrada.</li> 
<li>Impuros, perigosos e repugnantes: Essa expressão transmite uma visão negativa e de repulsa, destacando o desconforto e o medo que os cadáveres podem provocar.</li> 
</ul> 
Como você pode ver, cada expressão tem seu próprio espectro de significado dentro do contexto cultural e social. Enquanto a primeira e a última expressão carregam uma vibração mais negativa e de evitação, "fontes de mana" traz uma ideia de um poder residual que ainda pode ser respeitado ou temido de forma mais mística. 
Portanto, dizer que estas expressões têm significados sinônimos seria simplificar excessivamente a complexidade da forma como diferentes culturas interpretam a morte e os corpos mortos. 
A alternativa correta é E.

As expressões “objetos de tabu”, “fontes de mana” e “impuros, perigosos e (...) repugnantes” (terceiro período do primeiro parágrafo) são empregadas no texto como sinônimas.


Texto CB3A1 

 Em 2007, o Brasil recebeu a exposição de anatomia intitulada Bodies revealed: fascinating + real, traduzida como Corpo humano: real e fascinante. Cerca de 670 mil pessoas de diversas cidades brasileiras puderam visitar a exposição na qual os objetos expostos eram nada menos do que 16 cadáveres e 225 órgãos humanos. Adentrar em um salão repleto de cadáveres estripados e mutilados deveria suscitar a mesma sensação de uma câmara dos horrores, já que os mortos são notoriamente objetos de tabu, fontes de mana, considerados impuros, perigosos e, não raramente, repugnantes. Entretanto, os corpos dissecados da exposição, apresentados esfolados ou fatiados, inteiros ou em partes, eviscerados ou não, e tematicamente organizados em sistemas — esquelético, muscular, nervoso, respiratório, digestório, excretor, reprodutor, circulatório — eram tratados como objetos de “arte”. Ao contrário daqueles grandes vidros de formol que distorcem a imagem do seu conteúdo desbotado, largamente usados em laboratórios e museus para conservar restos biológicos, Bodies revealed é um espetáculo cadavérico no qual corpos dissecados e partes corporais — reduzidos a formas, cores e texturas — são espetacularmente exibidos em pedestais, displays e caixas transparentes, distribuídos meticulosamente em espaços organizados e iluminados para realçar suas formas e cores.
 Há um evidente sensacionalismo mórbido nas exposições de corpos humanos, visto que não haveria o mesmo impacto se os corpos expostos fossem sintéticos ou de animais. Isto evidencia o fato de que a relação que se estabelece entre nós, espectadores, e os cadáveres expostos tem uma dimensão social, distinta da que teríamos se fossem apenas modelos de plástico ou cera, ainda que reproduções perfeitas, ou de um cadáver animal, qualquer que seja a técnica de conservação. As exposições de corpos humanos até podem oferecer motivações mais nobres do que o simples entretenimento mórbido, mas sem abrirem mão da morbidez como peça fundamental do espetáculo. Com efeito, o tom geral daqueles que defendem essas exposições apela para a utilidade educativa de se usarem corpos humanos reais, dissecados e modelados, em posições didáticas, pois essa técnica possibilita o acesso a “espécimes” cuja riqueza de detalhes e de informações era antes acessível apenas aos anatomistas.

No que se refere aos sentidos do texto CB3A1, julgue o item a seguir.


Bom, vamos destrinchar essa questão de um jeito mais tranquilo, que tal? A pegada aqui é entender se os termos "economia" e "indústria" tão sendo usados como par de gêmeos no texto, né? Spoiler: a resposta é não! 
 
Primeiro, vamos lembrar que "economia criativa" é um termo mais abrangente qui faz referência ao sistema econômico onde valor é gerado a partir de criação criativa e inovação, abraçando diversos setores e atividades. 
 
Por outro lado, quando se fala "indústrias criativas", a vibe muda um cadinho. Esse termo é mais específico e se refere aos setores que produzem bens e serviços criativos, suportados na criatividade, habilidade, e talento, e que possuem um rolê na geração de emprego e riqueza através da propriedade intelectual – uma parada mais específica dentro de todo o conceito de economia criativa. 
 
Saca só a diferença: um é mais um guarda-chuva que cobre várias coisinhas dentro dele, enquanto o outro é algumas dessas coisinhas que estão sendo cobertas. Portanto, não são sinônimos. Eles têm uma ligação, mas não são a mesma coisa. 
 
A alternativa correta é E.

No segundo parágrafo, os termos “economia” (primeiro período) e “indústria” (segundo período) são empregados no texto como sinônimos.


A preocupação com o desenvolvimento das indústrias criativas ocorre de forma não intuitiva e direcionada há muitos anos. Em 1918, o presidente dos Estados Unidos da América, Woodrow Wilson, promoveu a nascente indústria cinematográfica, considerando que “o comércio vai atrás dos filmes”, uma afirmação clássica sobre o fato de que as indústrias criativas têm um significado que vai muito além do seu impacto econômico imediato. O governo australiano publicou, em 1994, um documento chamado Creative Nation, no qual já apresentava alguns posicionamentos oficiais sobre a pauta. Nele, afirmava que “uma política cultural também é uma política econômica” e que “o nível de nossa criatividade determina substancialmente nossa capacidade de adaptação aos novos imperativos econômicos”.

 Após as eleições para primeiro-ministro do Reino Unido, em 1997, foi realizado o primeiro mapeamento concreto e aprofundado sobre a economia criativa em uma nação. Esse mapeamento causou polêmica quanto à conceituação de indústria criativa. De acordo com a definição do governo inglês, as indústrias criativas são aquelas atividades que têm origem na criatividade, na habilidade e no talento individual e que potencializam a geração de riqueza e empregos por meio da geração e da exploração da propriedade intelectual. Os críticos que analisaram o projeto de Tony Blair/DCMS consideraram que as colocações deixaram o contexto muito aberto, pois poderia englobar áreas como engenharia e indústria farmacêutica, que não têm conexão com a economia criativa.

 Como em qualquer área de pesquisa, alguns cientistas apresentam visões bem controversas. O pesquisador estadunidense Richard Florida, por exemplo, trouxe o conceito de classe criativa. Segundo Florida, regiões metropolitanas com alta concentração de trabalhadores ligados a tecnologia, artistas, músicos, lésbicas e gays e o grupo definido por high bohemians são áreas com alto potencial de crescimento neste milênio. Na visão de Florida, as cidades devem posicionar-se de forma diferente no novo milênio e virar todos os holofotes para a economia criativa.

Julgue o item seguinte, no que diz respeito às ideias e a aspectos linguísticos do texto precedente.


No texto, o termo "controversas" é utilizado para descrever visões que podem provocar debates ou discordâncias dentro de um campo de estudo, ou seja, ideias que, por não serem amplamente aceitas ou porque provocam discussões, são consideradas controversas. Assim, esse uso do termo indica que as visões apresentadas pelo cientista podem causar discussões ou não serem unanimemente aceitas devido à sua natureza inovadora ou diferente. 
 
Agora, ao considerar o sentido da palavra "condenáveis", percebemos que este termo carrega uma conotação mais negativa, implicando em algo que merece reprovação ou que é inaceitável moral ou eticamente. "Condenável" sugere algo que deve ser evitado ou punido, o que claramente não é o sentido utilizado no contexto das "visões controversas" de um cientista no campo acadêmico, onde a controvérsia pode ser vista como algo estimulador de debate e progresso intelectual. 
 
Portanto, o termo "controversas" no texto não é usado como sinônimo de "condenáveis". Ele não sugere uma avaliação moral ou qualitativa negativa das ideias de Richard Florida, mas sim a capacidade dessas ideias de provocar debate e desafiar o status quo. 
 
A alternativa correta é E.

O vocábulo “controversas” (primeiro período do último parágrafo) é empregado no texto com o mesmo sentido de condenáveis.

Olá, pessoal! Vamos dar uma olhada nesse trecho interessante do texto entre a onça e a raposa. A palavra embuste aparece bem no coração do conto, e nossa missão é entender como ela se encaixa nessa história toda cheia de astúcia e planos.

 

Embuste, nesse contexto, é usada para se referir a uma tentativa de enganar ou trapacear alguém. A onça tenta um truque ao fingir estar morta, só para pegar a raposa — clássico caso de pegadinha animal! O termo se encaixa perfeitamente em situações onde alguém tenta burlar ou ludibriar outro alguém, geralmente com algum plano ou artimanha.

 

Vamos aos sinônimos para confirmar nossa escolha:
<ul>
<li>Raiva: Não tem nada a ver com esquema ou trapaça. Descartamos essa!</li>
<li>Crime: Um pouco pesado demais, não? Crime implica em uma violação da lei, o que é diferente de um plano astucioso.</li>
<li>Chateação: Mais ligada a irritação ou incômodo, então também não cola.</li>
<li>Emboscada: Aqui sim, temos um match! Emboscada é basicamente um plano para surpreender alguém inesperadamente, geralmente em um ataque ou armadilha, o que se alinha com o plano da onça, apesar de ter um toque mais militar ou agressivo.</li>
<li>Deselegância: Isso soa mais como falta de polidez ou refinamento, então não está no jogo.</li>
</ul>

 

Dessa forma, fica claro que a alternativa D — 'emboscada' é a que melhor substitui 'embuste' no contexto da estratégia falha da onça. Embora a conotação de 'emboscada' possa sugerir um ataque mais direto, aqui ela reflete o aspecto de montar uma armadilha ou plano, o que se alinha bem com o truque da "morte fingida" da onça. Portanto, sim, a alternativa correta é D.


    A raposa e a onça eram inimigas antigas. Cansada de ser enganada pela raposa, sem poder apanhá-la, a onça resolveu atraí-la à sua furna, fazendo correr a notícia de que tinha morrido, e deitando-se no chão da caverna a fingir de cadáver. Todos os bichos vieram olhar a defunta, contentíssimos. A raposa também, mas prudentemente, pondo-se de longe. E, por trás dos outros animais, gritou:

     — Minha avó, quando morreu, espirrou três vezes. Espirrar é o único sinal verdadeiro da morte.

    Para mostrar que estava morta de verdade, a onça espirrou três vezes e a raposa fugiu às gargalhadas.

    A onça ficou furiosa por ter ela descoberto facilmente seu embuste e resolveu agarrá-la, quando fosse beber água. Havia seca no sertão e somente numa cacimba, ao pé duma serra, se encontrava ainda um pouco de água. Todos os bichos eram obrigados a matar a sede ali. A onça ficou à espera da adversária dia e noite, ao pé da bebida.

    Nunca a raposa curtira tanta sede em dias de sua vida. Ao fim de uns três, já não aguentava mais. Resolveu empregar astúcia para se desalterar. Procurou um cortiço de abelhas. furou-o e, com o mel que dele escorreu, untou todo o corpo. Espojou-se, depois, num monte de folhas secas, que se grudaram aos seus pelos e a cobriram toda.

    Ao cair da tarde, foi à cacimba. A onça montava guarda, olhou-a muito tempo e perguntou-lhe:

     — Que bicho és tu que não conheço e nunca vi?

    Ela respondeu, disfarçando a voz.

    — Sou o bicho Folharal.

    — Está bem. Podes beber.

    Mais que depressa, a raposa desceu a pequena rampa do bebedouro, meteu-se na água, sorvendo-a com delícia, e a onça, lá de cima, vendo aquela sofreguidão no beber de animal que trazia sede de vários dias, desconfiou e murmurou:

     — Quanto bebes, Folharal! 

    Mas a água derretia o mel e as folhas iam-se despregando. Quando a raposa se fartou, caíra a última. Então, a onça a reconheceu e, com um urro de triunfo, saltou ferozmente sobre ela. A noite viera, o pulo foi mal calculado no escuro e a raposa escapou, fugindo às gargalhadas.

nova verificação (1° parágrafo).

zelo científico (6° parágrafo).

aparência normal (6° parágrafo).

exclusivos pés (6° parágrafo).

No enunciado, estamos focados na função dos adjetivos que qualificam os substantivos nas expressões dadas. O adjetivo "banal" em "acontecimento banal" significa algo comum, corriqueiro, ou seja, que acontece frequentemente e não é especial. Vamos comparar com as opções para encontrar a que tenha significado oposto. 
 
<ul style="text-align: left; margin-bottom: 10px;"> 
<li>A) rara coisa (7° parágrafo) - A expressão "rara coisa" possui o adjetivo "rara", que indica algo incomum, pouco frequente, ou seja, o oposto de "banal". Essa parece ser a escolha certa, como o candidato destacou.</li> 
<li>B) nova verificação (1° parágrafo) - "Nova" indica algo recente ou que foi renovado, mas não contrasta diretamente com "banal".</li> 
<li>C) zelo científico (6° parágrafo) - "Zelo" relaciona-se à diligência ou cuidado, que não apresenta uma relação de oposição com "banal".</li> 
<li>D) aparência normal (6° parágrafo) - "Normal" sugere algo padrão, usual, que na realidade tem uma conotação similar a "banal".</li> 
<li>E) exclusivos pés (6° parágrafo) - "Exclusivos" implica em ser único ou particular para algo ou alguém, também não apresentando uma relação direta de oposição a "banal".</li> 
</ul> 
 
A explicação se baseia no significado dos adjetivos e como eles alteram o sentido dos substantivos aos quais estão associados. Ao analisar cada expressão apresentada nas alternativas, observamos que apenas "rara coisa" contrasta claramente com "acontecimento banal", pois algo raro é precisamente o oposto de algo banal, que é comum. 
 
A alternativa correta é A.

1. Testemunhei ontem, na loja de Copacabana, um acontecimento banal e maravilhoso. A senhora sentou-se na banqueta e cruzou elegantemente as pernas. O vendedor, agachado, calçou-lhe o par de sapatos. Ela se ergueu, ensaiou alguns passos airosos em frente do espelho, mirou-se, remirou-se, voltou à banqueta. O sapato foi substituído por outro. Seguiu-se na mesma autocontemplação, e o novo par de sapatos foi experimentado, e nova verificação especular. Isso, infinitas vezes. No semblante do vendedor, nem cansaço, nem impaciência. Explica-se: a cliente não refugava os sapatos experimentados. Adquiria-os todos. Adquiriu dozes pares, se bem contei.
2. − Ela está fazendo sua reforma de base? − perguntei a outro vendedor, que sorriu e esclareceu: 
3. − A de base e a civil. Vai se casar pela terceira vez.
4. − Coitada... Vocação de viúva.
5. − Não é isso, senhor. Os dois primeiros maridos estão vivos. É casadeira, sabe como é? 
6. Não me pareceu que, para casar pela terceira vez, ela tivesse necessidade de tanto calçamento. Oito ou nove pares seriam talvez para irmãs de pé igual ao seu, que ficaram em casa? Hipótese boba, que formulei e repeli incontinente. Ninguém neste mundo tem pé igual ao de ninguém, nem sequer ao de si mesmo, quanto mais ao da irmã. Daí avancei para outra hipótese mais plausível.
Aquela senhora, na aparência normal, devia ter pés suplementares, Deus me perdoe, e usava-os dois de cada vez, recolhendo os demais mediante uma organização anatômica (ou eletrônica) absolutamente inédita. Observei-a com atenção e zelo científico, na expectativa de movimento menos controlado, que denunciasse o segredo. Nada disso. Até onde se podia perceber, eram apenas duas pernas, e bem agradáveis, terminando em dois exclusivos pés, de esbelto formato.
7. Assim, a coleção era mesmo para casar − e fiquei conjeturando que o casamento é uma rara coisa, exigindo a todo instante que a mulher troque de sapato, não se sabe bem para quê − a menos que os vá perdendo no afã de atirá-los sobre o marido, e eles (não o marido) sumam pela janela do apartamento.
8. A senhora pagou − não em dinheiro ou cheque, mas com um sorriso que mandava receber num lugar bastante acreditado, pois já reparei que as maiores compras são sempre pagas nele, e aos comerciantes agrada-lhes o sistema. As caixas de sapato adquiridas foram transportadas para o carro, estacionado em frente à loja. Mentiria se dissesse que eram doze carros monumentais, com doze motoristas louros, de olhos azuis. Não. Era um carro só, simplesinho, sem motorista, nem precisava dele, pois logo se percebeu sua natureza de teleguiado. Sem manobra, flechou no espaço e sumiu, levando a noiva e seus doze pares de França, perdão! de sapatos.
Eu preveni que o caso era banal e maravilhoso.

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