... passou velozmente pelo punho da rede e entrou na palha do telhado.

Era o presente do rato de merda que fez meu dedão de queijo...

Tenho a certeza de que estou envenenado.

... a ser cortada o mercúrio cromo, que escorre pelo pé...

... os ratos do sertão não são venenosos como os seus irmãos urbanos.

A questão tem o objetivo de avaliar os conhecimentos sobre orações subordinadas. A) Alternativa incorreta. Observam-se orações coordenadas, que não são dependentes sintaticamente. Elas se unem pelo conectivo "e", portanto são orações coordenadas sindéticas.B) Alternativa incorreta. Observa-se que a expressão "que fez meu dedão de queijo" é uma oração subordinada adjetiva.C) Alternativa correta. A oração destacada é oração subordinada substantiva completiva nominal.D) Alternativa incorreta. Observa-se que a expressão "que escorre pelo pé" é uma oração subordinada adjetiva.E) Alternativa incorreta. Observa-se que a expressão apresenta critério adverbial. Não é uma oração substantiva.


    Transcrevo um encontro com um rato, ocorrido numa aldeia dos nativos Apinayé, nos anos 60.

    “Insone, senti um tremor nas cordas da rede. Com a lanterna, vi um rato saindo dos meus pés. O velhaco me olhou, passou velozmente pelo punho da rede e entrou na palha do telhado. Sentado, examinei trêmulo cada dedo. Foi um exercício de ioga ver o meu pé; no esforço, derrubei a lanterna. Conformado, vi no dedão do pé direito um arranhão sangrento. Era o presente do rato de merda que fez meu dedão de queijo...

    Eu volto desconfiado para a rede, só que nela entro com um pé calçado de meias e botas. Numa das mãos, empunho a lanterna; na outra, o revólver. Cubro-me parcialmente com o lençol e espero atento pelo rato.

    Esmiúço com a lanterna o teto e ouço apenas as batidas do meu coração. O rato sumiu e no seu lugar sinto minha perna direita ficar dormente. Tenho a certeza de que estou envenenado. Pulo da rede, abro minha caixa de primeiros socorros, tiro dela um bisturi (para casos de emergências) e me preparo para cortar o dedo no local da mordida para que o sangue renovado expulse o veneno. Agarro meu próprio pé, dobro a perna direita sobre o joelho esquerdo, meço com cautela o lugar onde farei a incisão que vi muitas vezes no cinema os mocinhos fazendo em si próprios sem o menor problema, derramo na “área” a ser cortada o mercúrio cromo, que escorre pelo pé, mas quando encosto no dedo a lâmina fria, falta-me a coragem, o tutano, a força dos verdadeiros heróis. Contento-me em fazer um bom e útil curativo.

    Afinal, justifico, os ratos do sertão não são venenosos como os seus irmãos urbanos. Desisto da caçada do roedor por incompetência e da autocirurgia por covardia.

    Deprimido, desfaço-me do aparato de cirurgião e, insone e com medo da volta do rato, volto ao balanço da rede onde acabo dormindo com saudade de tempos normais.” (Roberto DaMatta. 

Falou, galera! Bora botar as cartolas de gramática porque tem questão de interpretação de texto na área! A frase que estamos analisando é essa aqui ó: "Se a chuva chovia mansa o dia inteiro, o amor da mãe se revelava com mais delicadeza." A gente precisa entender qual é a relação entre as duas orações, certo? Então bora lá! 
 
Na primeira oração, temos uma clássica condição: "Se a chuva chovia mansa o dia inteiro." Isso aqui é uma condicional, como se estivéssemos dizendo "Se isso acontece, então aquilo outro vai rolar." Sacou? É um "se" que coloca uma condição para algo acontecer. 
 
Agora, a segunda oração: "o amor da mãe se revelava com mais delicadeza." Aqui, a gente tá vendo a consequência da condição estabelecida antes. Se a tal da chuva tá de boa, suave, então o amor da mãe aparece de forma mais delicada. É tipo um efeito diretinho da condição colocada lá no "se". 
 
Portanto, estamos lidando com uma relação de condição (causada pela chuva suave) e consequência (o amor da mãe se revelando suavemente). Nada de causa direta, concessão, ou questões de tempo ou finalidade aqui, só uma boa e velha relação de "se isso, então aquilo". 
 
A alternativa correta é A.

Leia um trecho do romance Vermelho amargo, em que o narrador se refere à falecida mãe.

 Se a chuva chovia mansa o dia inteiro, o amor da mãe se revelava com mais delicadeza. O tempo definia as receitas.
Na beira do fogão ela refogava o arroz. O cheiro de alho frito acordava o ar e impacientava o apetite. A couve, ela cortava mais fina que a ponta de agulha que borda mares em ponto cheio. Depois, mexia o angu para casar com a carne moída, salpicada de salsinha, conversando com o caldo de feijão.
Tudo denunciava o seu amor. Nós, meninos, comíamos devagar, tomando sentido para cada gosto. Ela desconfiava que matar nossa fome era como nos pedir para viver. A comida descia leve como o andar do gato da minha irmã.

 Exige-se longo tempo e paciência para enterrar uma ausência. Aquele que se foi ocupa todos os vazios.

Vamos entender a função do vocábulo "se" mencionado na questão, focando na oração "Se depender de Juliana, haverá festa." Esse "se" é bastante especial, porque ele não tem nenhuma função sintática como objeto ou sujeito, nem serve para nada além de integrar a formação verbal, sacou? Isso é o que chamamos de parte integrante do verbo. 
 
Quando falamos de gramática, existem diversas funções para palavrinhas como "se". Aqui vão algumas possibilidades, só pra você ter noção: 
<ul style="text-align: left; margin-bottom: 10px;"> 
<li>Objeto direto: usado quando o "se" é o receptor direto da ação do verbo.</li> 
<li>Partícula expletiva ou de realce: apenas para dar um charme na frase, sem função sintática.</li> 
<li>Pronome apassivador: usado em construções passivas sintéticas.</li> 
<li>Pronome indeterminador: para indeterminar o sujeito, deixando-o no ar, meio misterioso.</li> 
</ul> 
 
Agora, voltando à nossa estrela, o "se" presente na oração analisada é aquele que faz parte do verbo, ou seja, sem ele, o sentido da frase e a própria estrutura verbal ficariam comprometidos. Essa mágica transforma o verbo em algo pronominal, adicionando um quê de reflexividade ou reciprocidade à ação. 
 
A alternativa correta é C.

    O emprego mais comum e cotidiano do termo gramática diz respeito a um tipo de livro, em geral, volumoso, que consultamos quando temos dúvidas na redação de um trabalho.
Na biblioteca escolar, as gramáticas costumam ficar no acervo de referência, i.e., fazem parte do conjunto de obras de consulta a que nós, leitores/alunos, temos acesso, localizadas perto das mesas de trabalho.

    O objetivo dessas obras não se restringiu à ajuda apenas na redação de textos mais cuidados. É o que se depreende da divisa “ensinar a falar e a escrever corretamente”. Em qualquer situação, na fala ou na escrita, aquelas formas recomendadas na gramática deveriam ser as formas utilizadas.

    Ao começarmos o curso de Letras, o termo gramática se torna bem mais frequente – mas aquele significado do tempo da escola não parece fazer sentido nos artigos científicos que temos de ler, nem no que ouvimos nas aulas de Linguística. É porque, na maioria das vezes, o significado é outro mesmo. Isso acontece com parte da terminologia empregada nos estudos linguísticos: parte dela tem origem no mundo antigo, e seu significado foi mudando ao longo dos séculos. Gramática está nesse grupo.


 misto, com orações coordenadas e subordinadas.

 simples, constituído de uma única oração.

Opa! Vamos desenrolar essa questão que caiu no seu colo, certo? Pra comerçar, vamos entender um pouquinho sobre a estrutura das orações e sentenças para sacar qual é a dessa pergunta. 
 
Quando a banca pergunta sobre ser um período "composto por subordinação", "misto" ou "composto por coordenação", eles estão buscando saber se você entende se existem várias orações que dependem umas das outras ou que simplesmente se adicionam na fala. 
 
<ul style="margin-bottom: 10px;"> 
<li>Período composto por subordinação - tem orações em que uma depende da informação da outra para fazer sentido completo.</li> 
<li>Período misto - é a junção da galera: tem tanto orações coordenadas (que não dependem uma da outra) quanto subordinadas.</li> 
<li>Período composto por coordenação - tem orações que estão justapostas ou ligadas por conectivos, mas cada uma poderia ser uma frase completa por si só.</li> 
<li>Período simples - esses são mais tranquilos, consistem numa única oração.</li> 
<li>Frase nominal - isso acontece quando a frase não tem um verbo, é mais uma expressão como "Bom dia!" ou "Que frio!".</li> 
</ul> 
 
No trecho citado do texto, "O critério definidor dos seis ciclos culturais é a gradativa introdução de novos meios de produção, armazenamento, transmissão e recepção de signos no seio da vida social", estamos lidando com uma única oração. Não há várias orações interagindo entre si, seja de forma coordenada ou subordinada, e muito menos uma estrutura sem verbo. 
 
Dessa forma, a sentença forma um período simples, composto por uma única oração. Não se deixe enganar pela extensão ou pela complexidade das informações no trecho; o foco aqui é a estrutura gramatical mesmo. 
 
Portanto, a alternativa correta é C.

Vivemos um período cultural de hipercomplexidade midiática. Para compreender esse período, é importante situar o atual sistema cultural em seu processo histórico, principalmente porque os sistemas culturais interagem entre si, um novo sistema cultural não desloca o que veio antes, mas agrega uma nova camada.

 Apesar da interação entre sistemas culturais, cada período fica sob o domínio da técnica ou da tecnologia de comunicação mais recente. No atual período de hipercomplexidade midiática, seis tipos de lógicas culturais, historicamente sequenciais e distintas, mesclam-se e interconectam-se de modo indissolúvel.
Essas seis lógicas são: a cultura oral, a cultura escrita, a cultura impressa, a cultura de massas, a cultura das mídias e a cibercultura.

 O critério definidor dos seis ciclos culturais é a gradativa introdução de novos meios de produção, armazenamento, transmissão e recepção de signos no seio da vida social. O específico das novas mídias da cibercultura é a possibilidade de agregar todas as outras em si. É a atual convergência das mídias no mundo ciber, na coexistência com a cultura das mídias e com a cultura das massas, juntamente com as culturas precedentes, a oral, a escrita e a impressa, todas ainda vivas e ativas, que tem sido responsável pelo nível de exacerbação que a densa rede de produção e circulação de bens simbólicos atingiu nos nossos dias. Essa é uma das marcas registradas da cultura digital.

A questão compreende temas que dizem respeito aos aspectos linguísticos que nortearam a construção do texto. Com base nisso, analisemos as assertivas:Assertiva I: Certo - As ênfases, como o uso de letras maiúsculas e negrito, evidenciam que o foco do combate é o mosquito. Assertiva II: Certo - Está empregada no sentido denotativo, ou seja, aquele sentido que encontramos no dicionário. Assertiva III: Errado - "Ao mosquito" não é sujeito, mas sim objeto indireto que complementa indiretamente o sentido do verbo "dar". Logo, a alternativa que corresponde às assertivas é a "b". Resposta: Letra B.

Questões de Português - Sintaxe