Alternativa Correta:

A alternativa correta é a letra “E”. Isso porque, na frase que contém "há pouco mais de mil exemplares da ‘supermáquina’ no mundo", o verbo “haver” está empregado com sentido de existência, e nessa função, ele é impessoal. Em verbos impessoais, a forma verbal permanece invariável, ou seja, não há flexão de número (nem singular nem plural), independentemente do substantivo que venha a seguir.

Podemos correlacionar esse entendimento com outros exemplos encontrados na norma culta da Língua Portuguesa. Veja: “Há pessoas esperando” ou “Há muitos livros na prateleira”. Em ambos os casos, o verbo “haver” mantém a forma “há” mesmo estando seguido de “pessoas” ou “livros”, por se tratar de um verbo impessoal que indica a existência de algo.

Nesse contexto, a sugestão de que “há” deveria aparecer flexionado no plural para concordar com “exemplares” é incorreta. A concordância nominal não se aplica nesse caso, pois o verbo “haver”, quando usado no sentido de existir, é invariável. Portanto, não há motivo para que o verbo se adapte ao plural do substantivo “exemplares”.

Para que o enunciado estivesse correto com relação à concordância verbal, seria necessário utilizar outro verbo que permita a flexão. Um exemplo seria: “Contam com pouco mais de mil exemplares”, onde o verbo “contar” se flexionaria para concordar com o sujeito em plural. Porém, como a construção correta é com o verbo “haver” empregando seu valor impessoal, a forma “há” está correta.

Gabarito: Letra E

Na linha 20, a forma verbal “há” deveria aparecer flexionada no plural, para concordar com “exemplares”.


1      O que era um hobby se tornou um pesadelo para um morador de Cachoeira Paulista, no interior de São Paulo, que criou uma réplica de uma Ferrari F‑40 na garagem da própria casa e acabou processado pela montadora italiana. Pela lei, réplicas podem configurar crime contra registro de marca.
4      O caso se arrasta na Justiça desde 2019, quando o dentista José Vitor Estevam Siqueira fez uma réplica do modelo de forma improvisada e colocou o protótipo à venda na internet, alegando dificuldades financeiras. A Ferrari, no entanto, descobriu e pediu a apreensão do veículo.
7      No processo, o dentista foi condenado a deixar de fabricar ou anunciar a venda de modelos que imitem a marca Ferrari e a pagar uma indenização por lucros cessantes (perda de receita) e danos materiais.
        Cinco anos após o caso, a montadora ainda tenta judicialmente receber a indenização. O valor atualizado da dívida é 
10    de R$ 42,5 mil. A Justiça fez buscas nas contas bancárias do dentista, e encontrou R$ 887,74, que foram bloqueados.
        Durante a disputa judicial, o dentista também chegou a processar a montadora pedindo indenização de R$ 100 mil por danos morais, o que foi negado. Ele alegou que teve que passar por tratamento psicológico, reflexo dos impactos 
13   sofridos pela exposição depois do caso ser exposto pela empresa e a réplica ser apreendida.
        O carro foi apreendido para a perícia. Nas redes sociais, o criador fez um apelo por temer que o veículo fosse destruído. A Ferrari diz que tem feito pente‑fino contra réplicas e o uso da marca sem autorização no Brasil.
16      Apaixonado pela escuderia desde criança, Vitor começou a produzir o modelo, de maneira artesanal, no fim de 2017. Dentista por formação, ele se diz entusiasta de ciência e tecnologia – por isso, desenvolveu máquinas e descobriu por “tentativa e erro” meios de construir um protótipo do “possante”.
19      O veículo original foi lançado em 1987. Esse foi o último veículo da Ferrari produzido com a supervisão de Enzo Ferrari, fundador da marca. O automóvel original alcança 300 km/h e há pouco mais de mil exemplares da ‘supermáquina’ no mundo. Por ser considerado raro no mercado, o preço do esportivo varia, ultrapassando os R$ 4 milhões.
22      O carro feito por Vitor foi construído do zero, com metais comprados em casas de ferragem e lojas de material de construção. As chapas, para dar forma ao automóvel, foram cortadas no laboratório que ele montou nos fundos da casa onde mora, em Cachoeira Paulista.
25      “Era um sonho infantil, inocente, eu não imaginei que poderia isso. Eu aceitei como um desafio para mim mesmo e comecei a estudar, investir tempo e dinheiro para que saísse do papel”, disse à época.


Com base no texto, julgue o item a seguir.


Os homens têm intenção de prestar favores até que consigam o poder.

Não merecem o doce quem não experimentaram o amargo.

Quando não sopra mesmo nenhum vento, até o cata-vento da torre da igreja tem caráter.

Aqueles que desejam menos coisas estão mais perto dos deuses.

Às vezes eu tento ser modesto, mas aí começam a me faltar argumentos.

Por André Biernath

<center><img alt='Imagem questão' src="https://d1obul4n7gbyjy.cloudfront.net/67b8723c6d110846200b7ea0fundatec-2025-prefeitura-de-sao-vicente-do-sul-rs-procurador-juridico-prova3237.jpg"></center>

Por Fantástico

<center><img alt='Imagem questão' src="https://d1obul4n7gbyjy.cloudfront.net/67bc569aba5f4a5314035f36fundatec-2025-camara-de-candiota-rs-agente-administrativo-prova2630.jpg"></center>

Análise da Alternativa:

No sétimo período do texto, encontramos a expressão “a dor, cuja presença se faz sentir”. A controvérsia proposta na questão está no fato de afirmar que o pronome relativo “cuja” está flexionado no feminino e no singular em razão da palavra “dor”. À primeira vista, como “dor” é um substantivo feminino e singular, pode parecer que a concordância de “cuja” se deve a ele. Contudo, uma análise mais aprofundada revela que o pronome relativo “cuja” relaciona-se, na sua função de indicador de posse, ao substantivo que efetivamente integra a locução “cuja presença”. Ou seja, “cuja” introduz o elemento “presença”, que é o atributo possuído – em sentido de que “a presença da dor se faz sentir”. Assim, a flexão de “cuja” ocorre por concordar formalmente com “presença”, palavra que, embora venha a seguir à referência “dor”, é o núcleo do complemento que se atribui à ideia de posse.

Portanto, afirmar que “cuja” está no feminino e no singular “porque estabelece concordância com a palavra ‘dor’” não é totalmente adequado. Isso ocorre porque o pronome relativo não concorda diretamente com “dor” – apesar de “dor” ser, logicamente, o elemento antecedente –, mas sim com o substantivo “presença”, que expressa o complemento da ideia de posse e que é, formalmente, o termo com o qual “cuja” mantém concordância.

Em síntese, a justificativa oferecida pela assertiva é equivocada, pois confunde o elemento lógico (dor) com o elemento formal de concordância (presença). Por esse motivo, a proposição apresentada na questão deve ser considerada incorreta.

Alternativa Correta:

A alternativa correta é a letra E, pois a justificativa dada para a flexão de “cuja” é inadequada.

Gabarito: Letra E

No sétimo período, o vocábulo “cuja” está flexionado no feminino e no singular porque estabelece concordância com a palavra “dor”.    


    Sentimos a dor, mas não a ausência da dor; sentimos a inquietação, mas não a ausência da inquietação; o temor, mas não a segurança. Sentimos o desejo e o anelo, como sentimos a fome e a sede; mas, uma vez satisfeitos, tudo acaba, assim como o bocado que, uma vez engolido, deixa de existir para a nossa sensação. Enquanto possuímos os três maiores bens da vida, saúde, mocidade e liberdade, não temos consciência deles, e só os apreciamos depois de os havermos perdido, porque esses também são bens negativos. Só notamos os dias felizes da nossa vida passada depois de darem lugar aos dias de tristeza. À medida que os nossos prazeres aumentam, tornam-nos cada vez mais insensíveis; o hábito já não é um prazer. Por isso mesmo, a nossa faculdade de sofrer é mais viva; todo hábito suprimido causa um sentimento doloroso. As horas correm tanto mais rápidas quanto mais agradáveis são, tanto mais demoradas quanto mais tristes, porque o gozo não é positivo, diferentemente da dor, cuja presença se faz sentir. O aborrecimento dá-nos a noção do tempo; a distração tira-a. Não se poderia absolutamente imaginar uma grande e viva alegria se esta não sucedesse a uma grande miséria, porque nada há que possa atingir um estado de alegria serena e durável; o mais que se consegue fazer é distrair, satisfazer a vaidade. É por este motivo que todos os poetas são obrigados a colocar os seus heróis em situações cheias de ansiedades e de tormentos, a fim de os livrarem delas: drama e poesia épica só nos mostram homens que lutam, que sofrem mil torturas, e cada romance oferece-nos em espetáculo os espasmos e as convulsões do pobre coração humano. Voltaire, o feliz Voltaire, que tão favorecido foi pela natureza, pensa como eu, quando diz: “A felicidade não passa de um sonho; só a dor é real”. E acrescenta: “Há oitenta anos que o experimento; não sei fazer outra coisa senão resignar-me e dizer a mim mesmo que as moscas nasceram para serem comidas pelas aranhas, e os homens, para serem devorados pelos pesares”.


Julgue o item a seguir, referente às ideias e a aspectos linguísticos do texto precedente.


Questões de Português - Sintaxe - Concordância nominal e verbal