 futura que se relaciona com um fato passado.

 passada e anterior à outra também passada.

 futura que não foi efetivamente realizada.

 passada e interrompida por fatos presentes.

 presente e projetando um futuro distante.

Analisando o enunciado e as alternativas proporcionadas à questão, vamos discernir a flexão predominante dos verbos nos dois primeiros parágrafos do texto e como estas relacionam-se às alternativas oferecidas: 

<ul>
<li>Alternativa A: futura que se relaciona com um fato passado.</li>
No extrato apresentado, os verbos estão flexionados, em sua maioria, no tempo futuro (Ex.: "seria", "conheceria", "descobriria"). Essa disposição sugere eventos que eram contemplados como futuros em relação ao momento em que o narrador os enunciou. Além disso, tais eventos se conectam com os desdobramentos da vida do narrador de uma maneira que confirma uma relação com fatos ou expectativas passadas.

<li>Alternativa B: passada e anterior à outra também passada.</li>
Esta interpretação parece distante do texto, pois os verbos "seria", "conheceria", "encontraria" indicam uma projeção para o futuro, não uma análise sobre eventos que já ocorreram completamente no passado.

<li>Alternativa C: futura que não foi efetivamente realizada.</li>
Esta alternativa poderia ser pertinente se considerarmos que o autor sinaliza que a situação é um exercício criativo e fictício. Contudo, ela não relaciona os eventos ao passado, como faz a alternativa A, estando, portanto, incompleta.

<li>Alternativa D: passada e interrompida por fatos presentes.</li>
Tal opção também não encaixa com os trechos analisados, já que não houve interrupção por eventos presentes, mas um exercício de narrativa focado no que poderia acontecer, mantendo-se uma coerência de sequência, e não de interrupção.

<li>Alternativa E: presente e projetando um futuro distante.</li>
Esta alternativa sugere que existam ações no presente projetando um futuro. No entanto, no trecho, o modo como os verbos são empregados alude mais a um futuro projetado do ponto de vista de um presente imediato (como parte de uma ficção), não projetando um "futuro distante".
</ul>

Com base nesta análise, a alternativa correta é A, pois ela acuradamente reflete a utilização de uma flexão verbal que antevê um futuro baseado em relação a um passado ou contexto já existente.

(Martha Medeiros)

 Quando abri os olhos pela manhã, não podia imaginar que seria o dia que mudaria a minha vida.
 Que seria o dia que conheceria o homem que me fez cometer um crime. O dia que eu me enxergaria no espelho pela última vez. O dia que descobriria que estava grávida. O dia que encontraria um envelope lacrado, com uma carta remetida a mim 20 anos antes.
 (Que dia foi esse? Quem está falando?) 
 É apenas um exercício de criação. Iniciei a crônica com uma frase fictícia e demonstrei os desdobramentos que ela poderia ter. Uma vez escolhido o caminho a seguir, uma história começa a ser contada, que pode ser longa ou curta, verdadeira ou fantasiosa. Bem-vindo ao mundo encantado da escrita.
 Convém que a primeira frase seja cintilante.
A partir dela, o leitor será fisgado ou não. Exemplo clássico: “Todas as famílias felizes se parecem; cada família infeliz é infeliz à sua maneira”, início do romance Anna Karenina, de Tolstói.
Arrebatador. Uma vez aberta a janela do pensamento, a mágica acontece: o leitor é puxado para um local em que nunca esteve, é deslocado para um universo que poderá até ser hostil, mas certamente fascinante, pois novo. Talvez não se identifique com nada, mas será desafiado a enfrentar sua repulsa ou entusiasmo. Não estará mais em estado neutro. A neutralidade é um desperdício de vida, uma sonolência contínua.
 A crônica tem o mesmo dever: o de jogar uma isca para o leitor e atraí-lo para o texto.
Gênero híbrido (literário/jornalístico), encontrou no Brasil a sua pátria. Somos a terra de Rubem Braga e Antônio Maria, para citar apenas dois gênios entre tantos que fizeram da leitura de jornal um hábito não só informativo, mas prazeroso e provocador. Se eu fosse citar todos os colegas que admiro, teria que me estender por meia dúzia de páginas, mas só tenho essa.
 A crônica é um gênero livre por excelência.
Pode ser nostálgica, confessional, lunática, poética. Pode dar dicas, polemizar, elogiar, criticar. Pode ser partidária ou sentimental, divertida ou perturbadora, à toa ou filosofal – é caleidoscópica, tal qual nosso cotidiano. Ao abrirmos os olhos pela manhã, nem imaginamos que uma miudeza qualquer poderá nos salvar da mesmice, nos oferecer um outro olhar, mas assim é. Todos nós vivemos, por escrito ou não, uma crônica diária. Hoje, antes de adormecer, você já estará um pouco transformado.

Analisemos cada alternativa da questão, baseando-nos em conceitos gramaticais e na estrutura do período apresentado, “Convém que a primeira frase seja cintilante.”.

<ul>
<li>A) desinencial. Um sujeito é classificado como desinencial quando pode ser identificado pela desinência do verbo, isto é, não aparece claramente na frase, mas é subentendido. No caso dado, o sujeito não é identificado por uma desinência específica do verbo, e sim pela oração subordinada. Portanto, esta opção está incorreta.</li>

<li>B) indeterminado. O sujeito indeterminado ocorre quando não se quer ou não se pode identificar o agente da ação. Geralmente, este tipo de sujeito é acompanhado de verbos na terceira pessoa do singular ou com o índice de indeterminação do sujeito "se". No entanto, no caso dessa oração, o sujeito é explícito e identificável, representado pela oração que segue o verbo. Portanto, esta opção também está incorreta.</li>

<li>C) oracional. O sujeito oracional é aquele constituído por uma oração subordinada. No exemplo em questão, "que a primeira frase seja cintilante" funciona como sujeito do verbo "convém", classificando-se, portanto, como sujeito oracional. Esta opção está correta.</li>

<li>D) inexistente. O sujeito inexistente normalmente é usado com verbos que indicam fenômenos naturais ou com o verbo haver no sentido de existir. Não é o caso desta frase, que possui um sujeito bem definido. Portanto, esta opção está incorreta.</li>

<li>E) composto. Um sujeito é considerado composto quando há mais de um núcleo do sujeito, ou seja, mais de um elemento assume a função de sujeito na frase. Isso não ocorre no exemplo fornecido. Portanto, esta opção está incorreta.</li>
</ul>

Portanto, após a análise, a alternativa correta é C.

 Todos convinham que era a melhor saída.

 Nessa situação, seu discurso não conviu.

 Quando convier, busque apresentar sua posição.

 Suas atitudes convirão apenas no futuro.

 Se conviesse, você deveria se pronunciar.

Vamos analisar a flexão do verbo convir, que é irregular, em cada uma das alternativas propostas, para verificar a correção das formas verbais usadas:

<ul>
<li>A) Todos convinham que era a melhor saída. 
A forma "convinham" representa o pretérito imperfeito do indicativo na terceira pessoa do plural. A conjugação correta é "convinham", portanto, esta alternativa está correta.</li>

<li>B) Nessa situação, seu discurso não conviu. 
"Conviu" pretendia ser uma forma do pretérito perfeito do indicativo do verbo "convir". No entanto, a forma correta para a terceira pessoa do singular no pretérito perfeito do indicativo de "convir" é "conveio". Portanto, esta alternativa está incorreta.</li>

<li>C) Quando convier, busque apresentar sua posição. 
"Convier" é a forma do futuro do subjuntivo. É utilizada corretamente para expressar uma condição futura hipotética. Esta alternativa está correta.</li>

<li>D) Suas atitudes convirão apenas no futuro. 
"Convirão" é a forma futura do presente do indicativo na terceira pessoa do plural do verbo "convir". Esta forma está correta, tornando a alternativa também correta.</li>

<li>E) Se conviesse, você deveria se pronunciar. 
"Conviesse" é a forma do pretérito imperfeito do subjuntivo, usada para expressar hipóteses ou condições não realizadas no passado, e está corretamente empregada. Portanto, esta alternativa está correta.</li>
</ul>

A alternativa incorreta, onde se erra na flexão do verbo "convir", é a alternativa B, pois deveria ser "conveio" em vez de "conviu". Portanto, a resposta do usuário está alinhada com a análise gramatical correta. A alternativa correta é B.

A questão solicita a flexão das formas verbais da segunda pessoa do plural (vós) para a segunda pessoa do singular (tu). Analisemos cada alternativa:

**Alternativa A:** "tu que trabalha, pense, veja."
- "trabalha" está flexionado na terceira pessoa do singular, o que é incorreto para "tu", que deve ser "trabalhas".
- "pense" e "veja" são formas no modo subjuntivo e não estão adequadas à solicitação do enunciado, que pede a forma do imperativo afirmativo.

**Alternativa B:** "tu que trabalhas, pensa, vê."
- "trabalhas", "pensa", e "vê" estão corretamente flexionados no imperativo afirmativo da segunda pessoa do singular. Isso está em conformidade com o que é exigido para a transformação do "vós" no original.

**Alternativa C:** "tu que trabalhas, pensas, vejas."
- Embora "trabalhas" esteja correto, "pensas" está no indicativo, não no imperativo.
- "vejas" está no subjuntivo, não no imperativo.

**Alternativa D**: "tu que trabalhes, penses, vês.”
- "trabalhes" e "penses" estão incorretamente no modo subjuntivo.
- "vês" está corretamente no indicativo, mas o enunciado pede imperativo.

**Alternativa E:** "tu que trabalhe, pense, vê."
- "trabalhe" e "pense" estão no subjuntivo, contrariando a exigência do imperativo.

A única alternativa que respeita plenamente a mudança solicitada do plural (vós) para o singular (tu) em cada caso no modo imperativo afirmativo é a **Alternativa B**.

A alternativa correta é B.

Vós, que trabalhais na reforma das leis, pensai, assim como grande jurisconsulto Beccaria, se é racional que, para ensinar os homens a detestar o homicídio, os magistrados sejam homicidas e matem um homem em grande aparato.
 Vede se é necessário matá-lo quando é possível puni-lo de outra maneira, e se cabe empregar um de vossos compatriotas para massacrar habilmente outro compatriota. [...] Em qualquer circunstância, condenai o criminoso a viver para ser útil: que ele trabalhe continuamente para seu país, porque ele prejudicou o seu país. É preciso reparar o prejuízo; a morte não repara nada.
 Talvez alguém vos diga: “O senhor Beccaria está enganado: a preferência que ele dá a trabalhos penosos e úteis, que durem toda a vida, baseia-se apenas na opinião de que essa longa e ignominiosa pena é mais terrível que a morte, pois esta só é sentida por um momento”.
 Não se trata de discutir qual é a punição mais suave, porém a mais útil. O grande objetivo, como já dissemos em outra passagem, é servir o público; e, sem dúvida, um homem votado todos os dias de sua vida a preservar uma região da inundação por meio de diques, ou a abrir canais que facilitem o comércio, ou a drenar pântanos infestados, presta mais serviços ao Estado que um esqueleto a pendular de uma forca numa corrente de ferro, ou desfeito em pedaços sobre uma roda de carroça.

Questões de Português - Sintaxe - Flexão verbal e nominal