Neste enunciado, observamos a frase “Yoyo, o menor tamanduá do mundo, foi transportado em segurança com a Gollog…”. O segmento “o menor tamanduá do mundo” vem entre vírgulas e, ao ser intercalado, tem a função de explicar ou especificar de forma adicional o referente “Yoyo”. Essa é uma característica típica do aposto explicativo, ou seja, uma expressão que esclarece ou resume o sentido de um substantivo, sem que haja a necessidade de estabelecer uma relação sintática mais intensa, como faria uma oração adjetiva.

Dessa forma, a alternativa correta é aposto explicativo. Para elucidar, vejamos a análise das demais alternativas:

<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
 <li>A) Uma oração adjetiva: Incorreta, pois a oração adjetiva é uma oração subordinada que qualifica um substantivo, trazendo verbo e sujeito, o que não ocorre aqui, já que “o menor tamanduá do mundo” é apenas um grupo nominal.</li>
 <li>B) Um aposto explicativo: Correta, pois o termo “o menor tamanduá do mundo” funciona como aposto, oferecendo uma explicação ou esclarecimento sobre “Yoyo”.</li>
 <li>C) Um vocativo: Incorreta, pois o vocativo é utilizado para chamar ou invocar interlocutores diretamente, o que não se aplica à função do termo destacado.</li>
 <li>D) Um adjunto adverbial deslocado: Incorreta, pois o adjunto adverbial modifica o sentido do verbo, informando circunstâncias como tempo, modo ou lugar, sem, contudo, ser responsável pela explicação do sujeito.</li>
 <li>E) Aposto enumerativo: Incorreta, pois o aposto enumerativo indica uma enumeração de elementos, o que não condiz com a função de esclarecer “Yoyo”.</li>
</ul>

Portanto, a utilização das vírgulas neste caso evidencia o aposto explicativo, que tem como finalidade fornecer uma informação adicional relevante sobre o sujeito da oração, sem alterar sua estrutura sintática principal.

Exemplo prático: Em “Carlos, o engenheiro responsável pelo projeto, apresentou os resultados”, o aposto “o engenheiro responsável pelo projeto” especifica e explica quem é Carlos, funcionando da mesma forma que no exemplo apresentado na questão.

Gabarito: Letra B

Yoyo; o menor tamanduá do mundo, foi transportado em segurança com a Gollog até o ZooParque, em Itatiba (SP).

    As aventuras do tamanduá Yoyo, a menor espécie de tamanduá do mundo, começaram no delta do Parnaíba, no Piauí, onde ele foi encontrado debilitado e desnutrido. Levado ao Instituto Tamanduá, referência em pesquisa e manejo de tamanduás, tatus e preguiças, ele passou por uma reabilitação. "Yoyo chegou ao instituto com 400 gramas. Ele era tratado como um animal doméstico, alimentado de forma errada por pessoas que não tinham informações sobre o bicho", conta Keila Izaias, analista de Produtos da Gollog Animais.
    Foram meses sendo cuidado até ele estar pronto para partir em direção a sua futura casa: o ZooParque em Itatiba. "Como os profissionais do instituto trabalharam dia e noite para que ele recuperasse seu peso, Yoyo acabou se adaptando ao convívio humano e, dessa forma, acabamos iniciando um processo de conservação fora do habitat natural dele", relata Débora Alcântara Ribeiro, Coordenadora Ambiental e Educacional do ZooParque. "O tamanduá é uma espécie sobre a qual temos poucas informações. O Yoyo tem um papel muito importante, ele vai nos ajudar a entender um pouco mais sobre tamanduás.”    
    O bichinho foi transportado em segurança. “Biólogas do instituto entraram em contato conosco em maio e conseguimos realizar o transporte dele em outubro, depois de cumprir as exigências do Ibama e acertar a documentação”, diz Keila, As equipes da Gollog e do ZooParque foram até o pequeno tamanduá. "Vimos muito amor nesse trabalho. Foi uma honra poder transportar um animal tão único”. Yoyo viajou em uma caixa de madeira produzida especialmente para ele, com buracos para ventilação e tela para protegê-lo durante o transporte. “Tivemos muito cuidado com barulho, temperatura. Uma das biólogas da equipe colocou uma mantinha para deixá-lo aquecido no porão do avião.", conta Keila.
    "Ele chegou ao ZooParque saudável graças ao trabalho árduo do Instituto Tamanduá que cuidou do restabelecimento do Yoyo durante um ano e meio”, conta Debora. O recinto de Yoyo no ZooParque foi todo projetado e adaptado para ele, de forma a manter temperatura e umidade adequadas. "Como um bom tamanduá, ele dorme o dia inteiro e começa suas atividades por volta das 17,18 horas. Basicamente, essa espécie só se alimenta de formigas e pode ser encontrada em árvores bem altas, em florestas tropicais”, detalha.

    Para conhecer mais sobre a Gollog, acesse Gollog.com.br    

Por Fantástico

<center><img alt='Imagem questão' src="https://d1obul4n7gbyjy.cloudfront.net/67bc569aba5f4a5314035f36fundatec-2025-camara-de-candiota-rs-agente-administrativo-prova2630.jpg"></center>

 Separar uma oração adverbial deslocada.

Por BBC News Brasil

<center><img alt='Imagem questão' src="https://d1obul4n7gbyjy.cloudfront.net/67bc5efd6d110846200b89c8fundatec-2025-camara-de-candiota-rs-assessor-legislativo-prova00299.jpg"></center>

 O patrão gostava muito das nossas abotoaduras, e eu levava-lhe quantas podia comprar.

 Ele falou sobre o livro, e falou, e falou.

 O Brasil está difícil, e pior, estamos a transformá-lo num péssimo exemplo.

 O soldado estava ferido, e continuou lutando.

Nesta questão, analisamos o emprego da vírgula na frase “Concluiu que é o fim da civilização, e ia enforcar-se numa camisa esporte...” (linhas 14-15). A vírgula, nesse contexto, serve para isolar orações coordenadas quando elas possuem sujeitos diferentes, conferindo ênfase e clareza à mudança de sujeito entre as ações narradas. Assim, a vírgula delimita a conclusão do pensamento “Concluiu que é o fim da civilização” da ação que se segue “ia enforcar-se numa camisa esporte...” que possui sujeito diverso ou implícito, evidenciando a troca de foco do narrador para a atitude de enforcar-se.

Analisando as alternativas:

<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
 <li>Alternativa A: “Ele sai agora e eu, logo mais.” – Nesta alternativa, a vírgula é colocada de forma inadequada, separando “eu” do resto da frase, o que não representa uma divisão entre orações com sujeitos diferentes. Portanto, não é o exemplo procurado.</li>
 <li style="margin-bottom: 1.5em;">Alternativa B: “O patrão gostava muito das nossas abotoaduras, e eu levava-lhe quantas podia comprar.” – Aqui, a vírgula antes do “e” serve para separar duas orações com sujeitos distintos: “O patrão gostava...” e “eu levava-lhe...” Assim como no trecho da questão, há uma mudança de sujeito, justificando o emprego da vírgula. Esta alternativa é a correta.</li>
 <li style="margin-bottom: 1.5em;">Alternativa C: “Ele falou sobre o livro, e falou, e falou.” – A vírgula neste caso enfatiza a repetição do verbo, porém não se trata da separação de orações independentes com sujeitos diferentes, não sendo equivalente ao exemplo apresentado.</li>
 <li style="margin-bottom: 1.5em;">Alternativa D: “O Brasil está difícil, e pior, estamos a transformá-lo num péssimo exemplo.” – Apesar da vírgula antes de “e pior” introduzir uma informação adicional, a estrutura evidencia um elemento intercalado, e não exatamente o mesmo uso de vírgula para separar orações com sujeitos variados.</li>
 <li style="margin-bottom: 1.5em;">Alternativa E: “O soldado estava ferido, e continuou lutando.” – Nesta alternativa, a vírgula não representa a mudança de sujeito, pois a oração “continuou lutando” faz referência ao mesmo sujeito “o soldado”, o que difere do caso proposto.</li>
</ul>

Alternativa Correta:
A alternativa B apresenta o mesmo uso da vírgula, onde ocorre a separação de orações independentes com sujeitos distintos. Assim, a reticulação facilita a compreensão de que há uma mudança temática e de foco entre as informações, similar ao trecho “Concluiu que é o fim da civilização, e ia enforcar-se numa camisa esporte...”.

Gabarito: Letra B

01  O maior fabricante de abotoaduras de punho fechou a
02  indústria depois de convencer-se de que é
03  infinitamente reduzido o número de camisas de
04  manga comprida, à disposição da humanidade. E,
05  mais, que os exemplares deste gênero, ainda
06  existentes, são providos de botões, dispensando
07  abotoaduras. — Trabalhei a vida inteira no setor —
08  lastimava-se — e almejava legar a meus filhos a
09  tradição das abotoaduras de punho, como requinte
10  terminal de uma camisa digna desse nome. Os fatos
11  ergueram-se contra mim. Não posso mais produzir
12  abotoaduras de punho para camisas sem punho ou de
13  punho abastardado por míseros botões de plástico.
14  Concluiu que é o fim da civilização, e ia enforcar-se
15  numa camisa esporte, estampada, quando esta,
16  movida por vento súbito, saiu pelos ares, qual
17  bandeira solta. E era tão bonito o esvoaçar do pano
18  bigarreado, tão graciosas as evoluções, que o homem
19  resolveu desistir da morte e aplicar sua fortuna em
20  uma indústria colossal de camisas de manga curta.


No penúltimo período do texto, observamos o seguinte trecho: “Voltaire, o feliz Voltaire, que tão favorecido foi pela natureza, pensa como eu, quando diz: “A felicidade não passa de um sonho; só a dor é real”.” Neste trecho, os dois-pontos são utilizados imediatamente após “quando diz”, introduzindo uma citação direta de Voltaire. Esse recurso de pontuação tem a função de chamar a atenção para o que vem a seguir, ou seja, para as palavras do autor citado. Assim, a citação não só exemplifica o que foi dito anteriormente, como também reforça a argumentação central do texto, que trata da natureza efêmera dos prazeres e da presença marcante da dor como realidade. 

O uso dos dois-pontos nesse contexto permite que o leitor identifique claramente a transição entre a narração do autor e a fala atribuída a Voltaire. Essa forma de introdução enriquece o argumento do texto, demonstrando que a opinião de um pensador renomado corrobora a ideia de que a felicidade, por ser passageira, não se compara à solidez – ou à perenidade – da dor, que deixa uma marca mais expressiva na experiência humana. Assim, o recurso da citação, apresentado por meio dos dois-pontos, funciona como um elemento retórico que fortalece a tese defendida pelo autor e confere maior dinamismo e credibilidade à argumentação. 

Além disso, é importante destacar que o posicionamento da citação está de acordo com o uso normativo dos dois-pontos para introduzir elementos que explicam ou reforçam uma ideia previamente enunciada, demonstrando a afinidade entre a forma e o conteúdo do texto. Dessa forma, a afirmação de que “os dois-pontos foram empregados para introduzir uma citação que serve como argumento a favor da ideia central do texto” está correta.

Gabarito: Letra C

No penúltimo período, os dois-pontos foram empregados para introduzir uma citação que serve como argumento a favor da ideia central do texto.


    Sentimos a dor, mas não a ausência da dor; sentimos a inquietação, mas não a ausência da inquietação; o temor, mas não a segurança. Sentimos o desejo e o anelo, como sentimos a fome e a sede; mas, uma vez satisfeitos, tudo acaba, assim como o bocado que, uma vez engolido, deixa de existir para a nossa sensação. Enquanto possuímos os três maiores bens da vida, saúde, mocidade e liberdade, não temos consciência deles, e só os apreciamos depois de os havermos perdido, porque esses também são bens negativos. Só notamos os dias felizes da nossa vida passada depois de darem lugar aos dias de tristeza. À medida que os nossos prazeres aumentam, tornam-nos cada vez mais insensíveis; o hábito já não é um prazer. Por isso mesmo, a nossa faculdade de sofrer é mais viva; todo hábito suprimido causa um sentimento doloroso. As horas correm tanto mais rápidas quanto mais agradáveis são, tanto mais demoradas quanto mais tristes, porque o gozo não é positivo, diferentemente da dor, cuja presença se faz sentir. O aborrecimento dá-nos a noção do tempo; a distração tira-a. Não se poderia absolutamente imaginar uma grande e viva alegria se esta não sucedesse a uma grande miséria, porque nada há que possa atingir um estado de alegria serena e durável; o mais que se consegue fazer é distrair, satisfazer a vaidade. É por este motivo que todos os poetas são obrigados a colocar os seus heróis em situações cheias de ansiedades e de tormentos, a fim de os livrarem delas: drama e poesia épica só nos mostram homens que lutam, que sofrem mil torturas, e cada romance oferece-nos em espetáculo os espasmos e as convulsões do pobre coração humano. Voltaire, o feliz Voltaire, que tão favorecido foi pela natureza, pensa como eu, quando diz: “A felicidade não passa de um sonho; só a dor é real”. E acrescenta: “Há oitenta anos que o experimento; não sei fazer outra coisa senão resignar-me e dizer a mim mesmo que as moscas nasceram para serem comidas pelas aranhas, e os homens, para serem devorados pelos pesares”.


Julgue o item a seguir, referente às ideias e a aspectos linguísticos do texto precedente.


Questões de Português - Sintaxe - Pontuação