 Fique à distância de pessoas problemáticas.

 O pescador foi à terra para trocar peixes por redes.

 Isso não se refere às alunas problemáticas.

 Cheguei à casa tarde, pois todos faltaram ao trabalho.

 Fui a São Paulo no último final de semana.

Vamos analisar cada alternativa à luz das regras de emprego da crase e identificar por que a alternativa C está correta.

Alternativa A – “Fique à distância de pessoas problemáticas.” 
Nesta alternativa, a crase aparece em “à distância”. Embora o termo "distância" seja feminino, geralmente admite o artigo “a” ("a distância") e a expressão "à distância de" é comum para indicar afastamento, existe certa controvérsia quanto ao uso fixo da locução, sendo mais habitual encontrar “de longe” em contextos informais. Contudo, a dúvida interpretativa que a banca pode ter gerado faz com que esta alternativa não seja considerada a melhor dentre as apresentadas, mesmo que muitos gramáticos reconheçam “à distância” como opção correta.

Alternativa B – “O pescador foi à terra para trocar peixes por redes.” 
Nesta frase, o termo “terra” refere-se ao solo, mas o uso da crase depende se há a fusão da preposição “a” com o artigo feminino “a”. No entanto, “terra” pode ser utilizado sem artigo quando se refere a um conceito de solo em sentido amplo, o que inviabiliza a crase. Portanto, o emprego do acento indicativo (“à terra”) é discutível e pode ser considerado incorreto no contexto proposto.

Alternativa C – “Isso não se refere às alunas problemáticas.” 
Esta alternativa apresenta o emprego correto da crase. Isso ocorre porque o verbo “referir-se” rege a preposição “a” e, quando seguido de um termo feminino plural (“alunas”), que admite o artigo “as”, ocorre a fusão da preposição “a” com o artigo feminino “as”, formando “às”. Dessa forma, a construção mostra o uso adequado da crase.

Alternativa D – “Cheguei à casa tarde, pois todos faltaram ao trabalho.” 
Aqui, o uso de “à” antes de “casa” pode ser controverso dependendo do sentido. Quando “casa” indica o lar (no sentido de "em casa"), geralmente não se usa artigo. Assim, a frase “cheguei em casa” é a forma mais comum e natural, tornando o emprego da crase inadequado.

Alternativa E – “Fui a São Paulo no último final de semana.” 
Neste caso, não ocorre a fusão da preposição “a” com o artigo, uma vez que nomes de cidades, como “São Paulo”, não são acompanhados pelo artigo definido na maioria das situações. Dessa forma, a ausência de crase está correta e o seu uso (se houvesse) seria um erro. Entretanto, como a questão pedia a alternativa em que a crase foi empregada corretamente, esta opção não atende à exigência.

Alternativa Correta:
A alternativa C apresenta emprego impecável da crase, pois “referir-se” exige a preposição “a” e “alunas” admite o artigo “as”, resultando na fusão “às”.

Gabarito: Letra C

 Referiu-se a aluna mais dedicada da turma.

Análise Geral:

Nesta questão, o foco é o emprego do acento indicativo de crase, que ocorre quando há a fusão da preposição “a” com o artigo definido feminino “a”. Assim, para que o acento indicativo de crase seja obrigatório é necessário que: (i) haja uma regência que exija a preposição “a”; (ii) o termo seguinte admita a presença de artigo feminino; e (iii) a combinação “a + a” se concretize, resultando em “à”.

Análise das Alternativas:

<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
 <li>Alternativa A – "Voltei a casa muito tarde."
 Nesta frase, “a” é preposição que indica direção e, embora o termo “casa” possa vir acompanhado do artigo em determinadas situações, no uso adverbial de “casa” (para indicar lugar onde se mora) o artigo é normalmente omitido, e, portanto, não ocorre a fusão “a + a”. Assim, o acento indicativo de crase não é justificado.
 </li>

 <li>Alternativa B – "Ele gosta de andar a cavalo."
 No caso de “a cavalo”, trata-se de um uso fixo da locução adverbial que indica a maneira de andar sobre o animal. Nesta expressão, não há artigo definido que se combine com a preposição “a”, razão pela qual o acento indicativo de crase não se aplica.
 </li>

 <li>Alternativa C – "Chegou a tempo para a reunião."
 A locução “a tempo” é uma expressão adverbial de modo e não admite o artigo definido que permitiria a fusão com a preposição “a”. Dessa forma, a crase não é utilizada nesta frase.
 </li>

 <li>Alternativa D – "Referiu-se a aluna mais dedicada da turma."
 Aqui, o verbo “referir-se” exige a preposição “a”. Além disso, o termo “aluna” é um substantivo feminino que, por padrão, admite o artigo “a” (ou “a aluna”). Assim, ocorre a fusão da preposição “a” com o artigo “a”, formando “à”. Portanto, a forma correta e que exige o acento indicativo de crase seria “referiu-se à aluna mais dedicada da turma”. Sendo assim, nesta situação, a crase é obrigatória.
 </li>
</ul>

Alternativa Correta:

A alternativa D é a correta, pois, na construção da frase, o uso do acento indicativo de crase é exigido pela combinação da preposição “a” (imposta pelo verbo “referir-se") com o artigo definido feminino “a” que acompanha o substantivo “aluna”. Esse caso ilustra perfeitamente a regra de crase, tornando indispensável a sua presença na frase, o que não ocorre nas outras alternativas apresentadas.

Gabarito: Letra D

A questão analisa o emprego do sinal indicativo de crase no trecho “cheirando a piche”. Para determinar a ocorrência da crase, é necessário que haja a fusão da preposição “a” com um artigo feminino ou com um “a” inicial de um nome feminino. Nesse caso, “piche” é um substantivo que, segundo o uso consagrado e os dicionários, aparece como masculino (o piche) – referindo-se à substância semelhante a betume ou alcatrão –, o que inviabiliza a possibilidade de ocorrer a fusão com um artigo feminino.

Dessa forma, o uso do sinal indicativo de crase (“à”) não se justifica, pois não ocorre a combinação da preposição “a” com o artigo definido feminino “a” ou “as”. Se a contração fosse possível, o esperado seria encontrarmos o artigo “a” apenas diante de substantivos femininos, como em “cheirando à erva” (caso o nome fosse feminino). No segmento apresentado, a formação “a piche” não admite o uso do acento grave, posto que o artigo que acompanharia “piche” é o masculino “o”, originando, se houver regência, a forma “ao piche”.

Portanto, afirmar que o emprego do sinal indicativo de crase em “cheirando a piche” é opcional é incorreto, pois a crase não pode ocorrer diante de palavras masculinas. Assim, a alternativa proposta deve ser considerada errada.

Alternativa analisada: “o emprego do sinal indicativo de crase é opcional” – o que, nesse contexto, é uma afirmação equivocada.

Gabarito: Letra E

No segmento “cheirando a piche” (segundo período do segundo parágrafo), o emprego do sinal indicativo de crase no vocábulo “a” é opcional.


    Observando os mineiros trabalharem, você percebe, por um breve instante, como são diferentes os universos habitados por diferentes pessoas. Os subterrâneos onde se escava o carvão são uma espécie de mundo à parte, e é fácil viver toda uma vida sem jamais ouvir falar dele. É provável que a maioria das pessoas até prefira não ouvir falar dele. E, contudo, esse mundo é a contraparte indispensável do nosso mundo da superfície.
Praticamente tudo que fazemos, desde tomar um sorvete até atravessar o Atlântico, desde assar um filão de pão até escrever um romance, envolve usar carvão, direta ou indiretamente. Para todas as artes da paz, o carvão é necessário; e, se a guerra irrompe, é ainda mais necessário. Em épocas de revolução, o mineiro precisa continuar trabalhando, do contrário a revolução tem que parar, pois o carvão é essencial tanto para a revolta como para a reação. Seja lá o que for que aconteça na superfície, as pás e picaretas têm que continuar escavando sem trégua — ou fazendo uma pausa de algumas semanas, no máximo. Porém, de modo geral, não temos consciência disso; todos sabemos que “precisamos de carvão”, mas raramente, ou nunca, nos lembramos de tudo o que está envolvido no processo para se obter carvão.
    Aqui estou eu escrevendo, sentado diante da minha confortável lareira a carvão. De quinze em quinze dias, a carroça de carvão para na porta e uns homens de blusão de couro trazem o carvão para dentro de casa em sacos robustos, cheirando a piche, e o despejam no depósito de carvão embaixo da escada. É só muito raramente, quando faço um esforço mental bem definido, que estabeleço a conexão entre esse carvão e o penoso trabalho realizado lá longe, nas minas. É apenas “carvão”, algo que eu preciso ter, uma coisa escura que chega misteriosamente, vinda de nenhum lugar em especial, como o maná, só que devemos pagar por ele.
    Seria fácil atravessar de carro todo o norte da Inglaterra sem lembrar, nem uma só vez, que, dezenas de metros abaixo da estrada, os mineiros estão atacando o carvão com suas picaretas.
E, contudo, são eles que estão fazendo seu carro andar. O mundo deles lá embaixo, iluminado por suas lâmpadas, é tão necessário para o mundo da superfície, da luz do dia, como a raiz é necessária para a flor.


Julgue o item subsequente, relativo a aspectos linguísticos do texto CG1A1.


 Fiz uma visita à velha casa de meu pai.

A questão aborda o uso da crase, que é a fusão da preposição “a” com o artigo definido “a” ou com pronomes que admitam essa fusão. Assim, a crase só ocorre antes de palavras femininas que exijam o uso do artigo “a”. No caso da alternativa A, “Isto cheira à vinho”, verifica-se que “vinho” é um substantivo masculino, o que impede a ocorrência de crase, pois o artigo a ser empregado, se necessário, seria “o” – resultando em “ao”, não havendo fusão com “a”.

Análise das Alternativas:
<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
 <li>Alternativa A: “Isto cheira à vinho.” – Como mencionado, “vinho” é masculino e, mesmo que a preposição “a” se faça necessária, a junção com o artigo “o” resultaria em “ao”, não ocorrendo crase. Portanto, essa alternativa indica corretamente onde não pode haver crase.</li>
 <li style="margin-bottom: 1.5em;">Alternativa B: “Exige-se presença às aulas.” – Aqui temos o substantivo “aulas”, que é feminino. A preposição “a” unida ao artigo “as” forma “às”, configurando assim a ocorrência da crase, o que se mostra adequado.</li>
 <li style="margin-bottom: 1.5em;">Alternativa C: “Avançamos rente à parede.” – Da mesma forma, “parede” é um substantivo feminino. A preposição “a” combinada com o artigo “a” resulta em “à”, demonstrando o uso correto da crase.</li>
 <li style="margin-bottom: 1.5em;">Alternativa D: “Fiz uma visita à velha casa de meu pai.” – Nesta alternativa, “casa” é feminino, e a preposição “a” junto com o artigo “a” forma a crase “à”, o que é gramaticalmente correto.</li>
</ul>

Cabe destacar que a identificação correta da ocorrência de crase depende da verificação tanto da presença da preposição “a” quanto da existência do artigo feminino que acompanha o substantivo posterior. No caso da alternativa A, em que se utiliza “vinho”, não haveria artigo feminino, não sendo possível a fusão “a + a”. Assim, a alternativa A apresenta um erro na aplicação da crase, fazendo dela a resposta correta para a questão “onde não pode ocorrer a crase”.

Observação: É importante atentar-se à flexão de gênero dos substantivos para determinar a eventual ocorrência da crase, já que sua presença se dá unicamente com palavras femininas que admitam o artigo “a”.

Gabarito: Letra A

 Sua frequência às aulas é muito irregular.

 Todas farão jus à uma grande recompensa.

 Os candidatos chegaram à uma hora e saíram às três.

 Dirija-se àquela próxima sala por gentileza.

 À semelhança do que foi ensinado, redigimos.

Análise geral da questão:

A questão aborda o emprego da crase, que ocorre na fusão da preposição “a” com o artigo definido “a” ou “as”. Observa-se que, para identificar o uso correto da crase, é necessário analisar a presença do termo regido e se este admite o artigo. Assim, para cada alternativa, deve-se verificar se há a necessidade da fusão “a” + “a(s)” ou se a crase é indevida.

Análise das alternativas:

<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
 <li>Alternativa A: “Sua frequência às aulas é muito irregular.” – Aqui, a crase ocorre antes de “aulas”, termo feminino que admite o artigo definido “as”, sendo a fusão da preposição “a” com o artigo “as”. O emprego da crase está correto.</li>
 <li>Alternativa B: “Todas farão jus à uma grande recompensa.” – Nesta frase, a expressão “fazer jus” não exige a preposição “a” seguida de artigo, pois o uso correto é “fazer jus de”. A utilização da crase antes de “uma” é indevida, configurando erro no uso do acento grave.</li>
 <li>Alternativa C: “Os candidatos chegaram à uma hora e saíram às três.” – No primeiro segmento, “à uma hora” resulta da fusão da preposição “a” com o artigo “a” que acompanha “hora”. No segundo segmento, “às três” está correto, pois “três” está subentendido com “horas”, termo feminino. Assim, ambos os usos estão adequados.</li>
 <li>Alternativa D: “Dirija-se àquela próxima sala por gentileza.” – A mescla entre a preposição “a” e o demonstrativo “aquela” é correta, caracterizando o uso necessário da crase.</li>
 <li>Alternativa E: “À semelhança do que foi ensinado, redigimos.” – Trata-se de locução prepositiva em que o emprego do acento grave é tradicional, pois “semelhança” admite o artigo “a”. O uso no enunciado caminha para a correção, sendo um exemplo comum nas redações.</li>
</ul>

Alternativa Correta:

Na Alternativa B, o erro ocorre justamente na utilização da crase antes de “uma”. Com isso, a preposição cruza-se indevidamente com o artigo, pois “fazer jus” é um conceito que exige a preposição “de” e, além disso, não há justificativa para a fusão “a” + “a”. Assim, a forma correta seria “farão jus de uma grande recompensa”.

Gabarito: Letra B

Questões de Português - Sintaxe - Uso da crase