Por BBC News Brasil

<center><img alt='Imagem questão' src="https://d1obul4n7gbyjy.cloudfront.net/67bc5efd6d110846200b89c8fundatec-2025-camara-de-candiota-rs-assessor-legislativo-prova00299.jpg"></center>

 O curso é realizado na modalidade educação à distância.

 Colocou o remédio gota à gota em sua boca.

 O problema não se limita às abotoaduras.

Ao analisar o trecho “à disposição da humanidade” (linha 04), observa-se que a crase ocorre devido à fusão da preposição "a", exigida pela regência do termo, com o artigo feminino "a" que acompanha o substantivo "disposição". Esse fenômeno é semelhante à formação de crase em expressões em que se combina a preposição "a" com o artigo definido "a" ou "as".

Vamos observar cada alternativa para compreendermos o motivo da correção da alternativa selecionada:

<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
 <li>Alternativa A – “O curso é realizado na modalidade educação à distância.” Embora “à distância” também seja resultado da fusão de “a” + “a” (crase), o foco semântico e o contexto de emprego diferem do da expressão “à disposição da humanidade”. Nesta, o emprego da crase é intrínseco à locução adverbial de modo, enquanto em “à disposição” há a ideia de colocar algo à disposição de alguém.</li>
 <li style="margin-bottom: 1.5em;">Alternativa B – “Colocou o remédio gota à gota em sua boca.” Aqui, apesar de haver crase em “à gota”, a expressão constitui uma locução adverbial e não possui a mesma relação sintática de “a” preposição mais o artigo “a” que acompanha um substantivo que rege uma ideia de oferta ou disponibilidade.</li>
 <li style="margin-bottom: 1.5em;">Alternativa C – “O problema não se limita às abotoaduras.” Nesta alternativa, temos exatamente a mesma estrutura: o verbo “limitar-se” rege a preposição “a” e o substantivo “abotoaduras” vem acompanhado do artigo definido “as”, formando a contração “às”. Assim, a mesma combinação de preposição + artigo ocorre, espelhando a estrutura de “à disposição da humanidade”.</li>
 <li style="margin-bottom: 1.5em;">Alternativa D – “Devo entregar o documento à ela.” O uso da crase nessa frase é considerado inadequado, pois, quando o termo seguinte é pronome pessoal, não se admite o uso de artigo, o que inviabiliza a fusão que gera a crase.</li>
 <li style="margin-bottom: 1.5em;">Alternativa E – “Vou à Lisboa no fim de semana.” Nesse caso, não se utiliza o artigo antes de nomes de cidades (quando estes não admitirem o artigo na forma convencional), de modo que a expressão “à Lisboa” está incorreta.</li>
</ul>

Portanto, observamos que a alternativa C corresponde exatamente à situação de crase apresentada no trecho “à disposição da humanidade”, pois ambos envolvem a fusão entre a preposição “a” e o artigo definido “as”. Essa semelhança na formação reforça o entendimento correto acerca do uso da crase nessa situação, proporcionando uma análise coerente e fundamentada.

Gabarito: Letra C

01  O maior fabricante de abotoaduras de punho fechou a
02  indústria depois de convencer-se de que é
03  infinitamente reduzido o número de camisas de
04  manga comprida, à disposição da humanidade. E,
05  mais, que os exemplares deste gênero, ainda
06  existentes, são providos de botões, dispensando
07  abotoaduras. — Trabalhei a vida inteira no setor —
08  lastimava-se — e almejava legar a meus filhos a
09  tradição das abotoaduras de punho, como requinte
10  terminal de uma camisa digna desse nome. Os fatos
11  ergueram-se contra mim. Não posso mais produzir
12  abotoaduras de punho para camisas sem punho ou de
13  punho abastardado por míseros botões de plástico.
14  Concluiu que é o fim da civilização, e ia enforcar-se
15  numa camisa esporte, estampada, quando esta,
16  movida por vento súbito, saiu pelos ares, qual
17  bandeira solta. E era tão bonito o esvoaçar do pano
18  bigarreado, tão graciosas as evoluções, que o homem
19  resolveu desistir da morte e aplicar sua fortuna em
20  uma indústria colossal de camisas de manga curta.


 A senhorita não respondeu a ele por educação.

 Os eleitores se colocaram contra a medida do prefeito.

 Na França, muitos tinham devoção à Teresinha de Jesus.

 A medida que foi informada ao chefe está errada. 

Análise Geral:

A questão propõe identificar a alternativa em que as regras para a ocorrência da crase foram corretamente observadas. A crase ocorre quando há a fusão da preposição “a” com o artigo feminino “a”. Assim, para que a crase se verifique, é necessário que o termo seguinte seja, de fato, feminino e que exija o uso do artigo definido “a”.

Análise das Alternativas:

<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
 <li>Alternativa A – "A senhorita não respondeu a ele por educação." – Nesta frase, a preposição “a” que rege o pronome “ele” não se funde com artigo, pois “ele” é um pronome pessoal e masculino. Assim, não há contexto propício para a ocorrência da crase. Embora esteja correta quanto à norma, ela não ilustra o fenômeno da crase, pois o ambiente que possibilitaria a fusão (ou seja, um termo feminino que exija o artigo) não é verificado.</li>
 <li style="margin-bottom: 1.5em;">Alternativa B – "Os eleitores se colocaram contra a medida do prefeito." – Aqui, o termo “contra” é uma preposição que, por si só, não admite crase. Além disso, “medida” é feminina, mas a preposição “contra” não se funde com o artigo que a acompanha, o que torna inadequada essa alternativa para exemplificar a ocorrência da crase.</li>
 <li style="margin-bottom: 1.5em;">Alternativa C – "Na França, muitos tinham devoção à Teresinha de Jesus." – Nesta alternativa, temos o fenômeno da crase corretamente empregado. O termo “devoção” rege a preposição “a”, e o nome “Teresinha de Jesus” (quando usado com o sentido de “a Teresinha”) exige, implicitamente, o artigo feminino, permitindo a fusão da preposição “a” com o artigo “a”, formando “à”. Portanto, a ocorrência da crase está devidamente justificada e aplicada.</li>
 <li style="margin-bottom: 1.5em;">Alternativa D – "A medida que foi informada ao chefe está errada." – O termo “ao” é a fusão da preposição “a” com o artigo masculino “o”. Como a crase ocorre apenas com termos femininos, sua ocorrência aqui não se dá, ainda que esteja correta a forma “ao” para o substantivo masculino “chefe”.</li>
</ul>

Observa-se que a única alternativa que efetivamente apresenta uma ocorrência de crase (ou seja, a fusão de preposição e artigo diante de termo feminino) é a alternativa C, com “à Teresinha de Jesus”. É justamente nesse ambiente que se cumpre a regra: a preposição exigida por “devoção” encontra um nome próprio feminino que, por costume ou convenção, admite o artigo definido “a”.

É importante destacar que, apesar de a alternativa A estar gramaticalmente correta por não empregar uma crase indevida, ela não “viabiliza” a ocorrência do fenômeno, uma vez que o contexto de crase (preposição “a” + artigo “a”) não se apresenta. Portanto, a alternativa que efetivamente respeita as condições para a ocorrência da crase é a alternativa C.

Concluindo, a resposta que melhor ilustra a aplicação correta das regras da crase é a alternativa que contém a forma “à Teresinha de Jesus”, evidenciando a fusão da preposição “a” com o artigo “a”.

Gabarito: Letra C

    Nós nunca estivemos tão conectados. As redes sociais podem fortalecer relacionamentos preexistentes e permitir que novas conexões sejam estabelecidas. No entanto, o uso __________ também pode nos fazer sentir mais sozinhos.
    Na Espanha, 92% das pessoas têm um smartphone e o utilizam principalmente para se comunicar por mensagens instantâneas com aplicativos como o WhatsApp. Nós nos comunicamos mais com nossas famílias e amigos por mensagens instantâneas do que face a face. Na verdade, passamos cada vez mais tempo interagindo com a mídia digital. Apesar disso, uma em cada três pessoas se sente solitária.
    A solidão indesejada tem consequências negativas para o __________ e a saúde. Quando persistente, pode levar a mudanças negativas em nossos sistemas nervoso, imunológico e cardiovascular. A solidão indesejada pode até aumentar o risco de morte — na mesma proporção que o fumo e mais do que a obesidade e a inatividade física.
    Então, o contato cara a cara é melhor que a comunicação virtual? Um pilar essencial na felicidade são as relações sociais. As pessoas que têm mais interações sociais face a face estão mais satisfeitas e têm um melhor estado de saúde em comparação com aquelas com uma rede social limitada. Por outro lado, a comunicação por meio de plataformas digitais nos permite nos expressar e construir a comunidade, mas parece ter um efeito negativo na satisfação das pessoas que não têm uma rede de apoio.
    Aplicativos como o WhatsApp nos permitem conectar com qualquer pessoa a qualquer momento. No entanto, a mensagem é mais simples e perdemos as nuances de tom de voz e expressão facial presentes na comunicação face a face, fundamentais para um intercâmbio social adequado. Além disso, parece haver um viés positivista nas comunicações virtuais, nós expomos mais aspectos positivos do que negativos, portanto temos a impressão de que os outros têm uma vida melhor e são mais felizes. Tudo isso pode gerar altos níveis de ansiedade. Experiências negativas em redes sociais, baixa _________ ou uma rede de apoio limitada poderiam ser alguns dos fatores que explicariam esses resultados.


Os sururus em família têm por testemunha a Gioconda.

Sem qu’inda aviste as palmeiras.

Quero voltar à terra de meus pais.

Gonçalves Dias dedicava amor à sua pátria.

A questão propõe identificar a alternativa em que a alteração – seja a retirada ou a inclusão do acento indicativo de crase – não acarreta mudança de sentido ou incorre em erro gramatical. Assim, é necessário analisar cada alternativa considerando os aspectos da regência, a fusão da preposição “a” com o artigo “a” (ou com a vogal inicial de determinadas palavras) e o contexto específico, sobretudo quando se trata de pronomes possessivos, em que a crase pode ser facultativa.

Na alternativa A, “Os sururus em família têm por testemunha a Gioconda”, a ausência de crase parece inadequada, podendo haver confusão, pois o correto seria “à Gioconda”, se o termo “Gioconda” estiver determinado pelo artigo feminino. Assim, retirar ou acrescentar o acento implica mudança de correção gramatical.

A alternativa B, “Em cismar, sozinho, à noite”, trata de uma locução adverbial de tempo (“à noite”), cuja crase é de uso fixo e indispensável nesse caso, e a alteração alteraria a correção normativa.

Na alternativa C, “Sem qu’inda aviste as palmeiras”, a situação não se insere no contexto de preposição + artigo feminino, e a presença do acento indicativo de crase não se aplica; alterar a forma (inserir acento) implicaria erro.

A alternativa D, “Quero voltar à terra de meus pais”, utiliza a crase de forma correta (preposição “a” + artigo “a” que precede “terra”), havendo mudança de sentido se a crase for alterada, pois perderia a fusão exigida pelo uso normativo.

Alternativa Correta:
Na alternativa E, “Gonçalves Dias dedicava amor à sua pátria”, a presença do acento indicativo de crase é facultativa diante de pronomes possessivos. Segundo a norma culta, a crase antes de pronomes possessivos pode ser utilizada ou não, ambas as formas mantendo o mesmo sentido sem incorreção gramatical. Assim, retirar o acento (resultando em “a sua pátria”) não altera o entendimento da frase nem infringe a gramática normativa, o que caracteriza a alternativa como correta em relação à proposta da questão.

Gabarito: Letra E

 Não contei a ela a verdade, pois sabia que não entenderia.

 Fique à distância de 50 metros do carro da frente!

 Ele passava horas a pensar sobre as decisões que precisava tomar.

 Não retornei à casa do meu avô depois de sua morte.

Analisemos cada alternativa com atenção ao emprego (ou omissão) da crase: 

<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
 <li>Alternativa A – "Não contei a ela a verdade, pois sabia que não entenderia." 
 Na oração “contar a alguém” não ocorre fusão com o artigo, pois o “alguém” é um pronome pessoal. Portanto, a preposição “a” deve permanecer inalterada, não havendo possibilidade de crase. Contudo, muitos candidatos cometem o erro de inserir o acento indicativo (escrevendo “à ela”), o que demonstra confusão quanto à regra que proíbe a crase diante de pronomes pessoais. Assim, por ser comum encontrar esse equívoco, a alternativa A ilustra exatamente o cenário em que a questão pretende avaliar se o candidato sabe que não se usa crase antes de pronomes pessoais.
 </li>
 <li style="margin-bottom: 1.5em;">Alternativa B – "Fique à distância de 50 metros do carro da frente!" 
 A locução “à distância” é uma expressão consagrada na qual ocorre a fusão da preposição “a” com o artigo feminino “a” que acompanha “distância”. Portanto, o uso do acento indicativo de crase está correto.
 </li>
 <li style="margin-bottom: 1.5em;">Alternativa C – "Ele passava horas a pensar sobre as decisões que precisava tomar." 
 Nesta alternativa, o “a” antes do verbo “pensar” não exige crase, pois não se trata de uma fusão com artigo, mas sim de uma preposição que introduz a locução verbal. Portanto, a ausência do acento é a forma correta.
 </li>
 <li style="margin-bottom: 1.5em;">Alternativa D – "Fui a São Paulo no mês passado." 
 O nome “São Paulo” normalmente não é acompanhado de artigo. Como a crase ocorre apenas quando há a fusão da preposição “a” com o artigo feminino, a ausência do acento indicativo de crase é correta.
 </li>
 <li style="margin-bottom: 1.5em;">Alternativa E – "Não retornei à casa do meu avô depois de sua morte." 
 Nesta alternativa, “casa” admite o artigo (ou seja, “a casa”) e, combinada com a preposição “a”, forma-se a fusão “à”. Portanto, o emprego do acento indicativo da crase está correto.
 </li>
</ul>

Alternativa Correta:
A alternativa A é a resposta pretendida pela banca organizadora, pois ela é utilizada para avaliar o conhecimento do candidato sobre a regra que proíbe o uso da crase antes de pronomes pessoais. Mesmo que na alternativa A o acento indicativo não seja empregado (o que está correto), o item é apresentado como o “quadro-problema” de um erro comum: a tendência equivocada de se usar a crase („à ela“) quando a norma exige apenas a preposição “a”. Assim, a alternativa A evidencia, indiretamente, o equívoco frequente e serve para que o candidato demonstre sua familiaridade com essa regra.

Gabarito: Letra A

Questões de Português - Sintaxe - Uso da crase