Diante de tantos abaixos-assinados, teve de acatar a solicitação.

Considerando os incontestáveis contra-argumento, reconheceu a falha do projeto.

Ele é um dos mais antigos tabeliões deste cartório.

Os guardas-costas do artista foram agressivos com os jornalistas.

Os funcionários da manutenção já instalaram os corrimãos.

Nesta questão, somos levados a verificar a correta aplicação de algumas palavras no contexto de suas frases, com foco específico no uso plural de substantivos e adjetivos compostos. A análise se concentra nos critérios de formação do plural em contextos específicos da língua portuguesa.

<ul>
<li>
A) A expressão "abaixos-assinados" está incorreta. O correto seria "abaixo-assinados", onde apenas o segundo elemento assume a forma plural, pois "abaixo" funciona como um advérbio, que é invariável, e "assinado" é o elemento variável (adjetivo).
</li>
<li>
B) A frase contém a palavra "contra-argumento" no singular, que deveria ser "contra-argumentos" para estar em concordância com o artigo plural "os" e o adjetivo "incontestáveis".
</li>
<li>
C) A alternativa sugere o plural de "tabelião" como "tabeliões", que está correto conforme a regra gramatical que determina o plural de substantivos acabados em -ão para -ães.
</li>
<li>
D) A expressão "guardas-costas" está mal empregada pois sugere um plural indevido. O plural correto de "guarda-costas" é invariável, permanecendo como "guarda-costas".
</li>
<li>
E) "corrimãos" é mencionada corretamente como uma das formas de plural de "corrimão", que pode ser tanto "corrimãos" quanto "corrimões". 
</li>
</ul>

Com base nessa análise, a alternativa correta é E, que corretamente usa a palavra "corrimãos".

Analisando o trecho “E Tia Laura, a viúva eterna que foi morar na nossa casa e que repetia que meu pai era um homem instável”, percebemos que as orações destacadas desempenham a função de caracterizar o substantivo “viúva eterna”. Ou seja, elas atuam de modo similar a um adjetivo, qualificando ou especificando melhor essa expressão nominal.Neste contexto, as orações “que foi morar na nossa casa” e “que repetia que meu pai era um homem instável” são orações subordinadas adjetivas restritivas. Isso ocorre porque, ao não serem isoladas por vírgulas, elas restringem ou delimitam o sentido do substantivo “viúva eterna”, identificando uma pessoa específica dentre outras possibilidades. A substituição por um adjetivo, apesar de nem sempre ser possível de forma fiel, exemplifica a função adjetiva dessas orações: elas caracterizam ou atribuem uma qualidade ao substantivo a que se referem.Analisando as alternativas apresentadas:<ul><li>A) adverbial: Incorreta, pois as orações não alteram circunstancialmente o sentido de tempo, lugar, causa ou modo, o que caracteriza uma oração adverbial.</li><li>B) substantivo: Incorreta, já que orações substantivas funcionam como sujeitos, objetos ou complementos, o que não ocorre aqui.</li><li>C) adjetivo: Correta, visto que as orações subordinadas adjetivas restringem o sentido do substantivo “viúva eterna”, cumprindo a função de qualificá-lo ou caracterizá-lo.</li><li>D) pronominal: Incorreta, pois não há nexo com a função de pronomes que substituem ou se relacionam com nomes em posições específicas.</li><li>E) prepositivo: Incorreta, já que não há relação de subordinação que atue como complemento de preposição.</li></ul>Conclui-se que a análise sintática demonstra que as orações destacadas desempenham o papel de caráter adjetivador, qualificando o substantivo “viúva eterna”. Essa classificação evidencia por que a alternativa correta é a opção “C – adjetivo”. Essa função é essencial para se compreender a estrutura frasal e a coesão textual, aspectos fundamentais para a redação oficial e a interpretação de textos em concursos públicos.Gabarito: Letra C

    Chão da infância. Algumas lembranças me parecem fixadas nesse chão movediço, as minhas pajens. Minha mãe fazendo seus cálculos na ponta do lápis ou mexendo o tacho da goiabeira ou ao piano, tocando suas valsas. E Tia Laura, a viúva eterna que foi morar na nossa casa e que repetia que meu pai era um homem instável. Eu não sabia o que queria dizer instável mas sabia que ele gostava de fumar charutos e gostava de jogar. A tia um dia explicou, esse tipo de homem não consegue parar muito tempo no mesmo lugar e por isso estava sempre sendo removido de uma cidade para a outra como promotor. Ou delegado.
Então minha mãe fazia os tais cálculos de futuro, dava aquele suspiro e ia tocar piano. E depois arrumar as malas.
    - Escutei que a gente vai se mudar outra vez, vai mesmo? Perguntou minha pajem Maricota.
Estávamos no quintal chupando os gomos de cana que ela ia descascando. Não respondi e ela fez outra pergunta: Sua tia vive falando que agora é tarde porque Inês é morta, quem é essa tal de Inês?
    Sacudi a cabeça, não sabia. Você é burra, Maricota resmungou cuspindo o bagaço. Fiquei olhando meu pé amarrado com uma tira de pano, tinha sempre um pé machucado (corte, espinho) onde ela pingava tintura de iodo (ai, ai!) e depois amarrava aquele pano. No outro pé, a sandália pesada de lama.
[...]


causa, como em: À revelia dos pais, inscreveu-se no curso de engenharia.

causa, como em: Por negligência, não percebeu o erro no documento.

modo, como em: Pesquisou horas na internet para encontrar os dados.

modo, como em: Fez o trajeto turístico com pessoas muito simpáticas.

modo, como em: Sem qualquer receio, apoiou o colega na empreitada.

A questão tem o objetivo de avaliar os sentidos de uma expressão adverbial. A) Alternativa incorreta. A expressão não apresenta a causa de carregar a malinha, mas sim o modo como isso se desenvolveu.B) Alternativa incorreta. A expressão não expressa a causa.C) Alternativa incorreta. A expressão tem o sentido de modo, mas o exemplo "na internet" apresenta o lugar onde se desenvolveu a pesquisa.D) Alternativa incorreta. A expressão tem o sentido de modo, mas o exemplo "com pessoas muito simpáticas" indica companhia.E) Alternativa correta. A expressão tem o sentido de modo, e o exemplo apresenta o modo como ele ou ela apoiou o colega na empreitada.

    Quando apareceu a decisão de ir para o sul, a mãe começou a pregar botões onde faltavam, cerzir puídos e refazer as barras desfeitas da meia dúzia de calças que levaria.
    O pai deu dois ou três conselhos de praxe, o dinheiro da passagem e um pouco mais. O tanto para aguentar perto de quinze dias na casa do tio, onde ficaria até conseguir emprego. E assim foi e ele se despediu, triste por deixar a irmã a quem era bastante ligado. Deve ter recebido a bênção protocolar, de longe. Não era hábito na família os mais velhos ficarem se expondo em demonstrações de afeto. Adulto só encostava em criança para dar cascudo.
    Andou sozinho até a rodoviária, sem ninguém junto para encurtar a partida. Foi carregando a malinha – leve, quase nada dentro –, com um travo no peito e o coração aos trancos.
    A viagem tomava um dia e uma noite, e eram poucas as paradas em postos de gasolina com bares cheios de moscas e banheiros imundos. No ônibus, cadeiras desconfortáveis e como companheira de viagem uma gente mirrada, graças a Deus, pois assim o barulho era pouco e ele podia descansar enquanto pensava na vida.
    Vinha inquieto. Mal conhecia os tios e os primos, três rapazes regulando com ele em idade, nunca sequer os tinha visto. Moravam do outro lado da baía na cidade vizinha e mais modesta. Então, para o estudo e o trabalho, teria de se deslocar em barcaças, vinte minutos sobre o mar até o centro rico do Rio de Janeiro que o atraíra para o sul. Seu propósito era trabalhar de dia e estudar à noite – Administração de Empresa – e abrir o leque das perspectivas fosse na iniciativa privada, fosse ao abrigo seguro do Estado.
    Assim ia encadeando o devaneio e mesmo agora, passados bons anos, tinha viva a sequência daqueles acontecimentos, talvez porque encerrassem uma etapa selada no adeus.
    Desembarcou, 24 horas de viagem nas costas, sentiu como se entrasse num mundo sem norte.


… conceito surgido antes da experiência.

Comentário: o examinador grafou a palavra "função" no enunciado, sem dar explicação ao que se refere essa função. Seria função morfológica ( a classe de palavra)? Ou seria função sintática (sobre os papéis desempenhados pelos termos no que diz respeito a sua relação com outros)? Se for morfológica, "sagrada" é adjetivo; se for sintática, sintaticamente, compõe o objeto direto "sagrada opinião".Dica! Uma das formas de identificar um adjetivo é colocar o tão antes da palavra. Se fizer sentido, é adjetivo. Em "a" - Errado: morfologicamente, a palavra "posição" é substantivo; sintaticamente, núcleo do complemento nominal. Em "b" - Errado: morfologicamente, "dentre" é preposição (contração entre as preposições "entre" e "de") e não exerce função sintática.Em "c" - Certo: morfologicamente, "sério" é adjetivo; sintaticamente, compõe o predicativo do sujeito "algo muito sério". Frente às alternativas, apenas esta é uma opção válida, já que a palavra "sério" apresenta a mesma classificação morfológica de "sagrada" (adjetivo).Em "d" - Errado: morfologicamente, "esperança" é substantivo; sintaticamente, complemento nominal. Em "e" - Errado: morfologicamente, "antes" é advérbio; sintaticamente, adjunto adverbial de tempo. Resposta: Letra C.

    Vou desafiar meus leitores e minhas leitoras. É um convite a uma posição mais científica na formulação de opiniões.
O pensamento científico tenta enfrentar o que for “preconceito”. Dentre muitos sentidos, a palavra indica um conceito surgido antes da experiência, algo que está na cabeça sem observação da realidade. Como na parábola dos cegos que apalpam um elefante, uns imaginam que a forma do mamífero seja de uma espada por tocarem no marfim, outro afirma ser uma parede por tocar seu abdômen e um terceiro garante que é uma mangueira por ter encostado, exclusivamente, na tromba. (…) Tenho encontrado defensores e detratores apaixonados da obra do recifense [Paulo Freire]. Encontro bem menos leitores. Lanço o desafio cheio de esperança no centenário dele: antes de defender ou atacar Paulo Freire, leia dois livros dele ao menos. Depois de ler e examinar a obra, (…) emita sua sagrada opinião, agora com certo embasamento. Educação é algo muito sério. Paulo Freire encarou o gravíssimo drama do analfabetismo. Hoje vivemos outro tipo de drama: pessoas que possuem a capacidade de ler e se recusam a fazê-lo.


O enunciado apresenta uma análise linguística dos termos utilizados para descrever um personagem. No sexto período do texto citado, específica-se sobre um "mulato meio velho e magro, de óculos, o dedo em riste, a voz rascante". Os termos "velho" e "magro" funcionam como adjetivos que qualificam diretamente o mulato, descrevendo suas características físicas.

 

Entretanto, a palavra "rascante" não está qualificando diretamente o mulato, mas sim a sua voz, como indicado na frase "a voz rascante". Portanto, "rascante" é um adjetivo, porém, qualifica a voz do mulato, e não o mulato em si.

 

Analisando a estrutura da frase, vemos claramente que os termos "velho" e "magro" se aplicam ao sujeito "mulato", mas "rascante" se aplica ao complemento "voz". Isso reflete uma sutil, mas importante distinção sobre o papel que "rascante" desempenha no texto, sendo empregado para caracterizar um aspecto específico do comportamento vocal do personagem, não sua aparência ou condição física.

 

Por último, a confirmação do entendimento dos usos dos adjetivos é crucial para responder corretamente a questão. Dois dos três adjetivos ("velho" e "magro") qualificam diretamente o mulato; "rascante", por sua vez, qualifica algo associado a ele (sua voz). Assim sendo, a assertiva que diz que todos os três adjetivos qualificam diretamente o mulato não está correta.

Gabarito: Letra E

No sexto período do texto, os vocábulos “velho”, “magro” e “rascante” são adjetivos que qualificam o citado “mulato”.


Abre-se uma janela do Centro Operário. Será a aula de Dona Palmira em 1920 ou há reunião para discutir os estatutos? Durante toda a minha infância, eles discutiram os estatutos. Eu não podia entender nada, mas havia pontos terrivelmente sérios.
Era “Centro Operário de Proteção Mútua” ou “Centro Operário E de Proteção Mútua”? Pela noite afora, ano após ano, um mulato meio velho e magro, de óculos, o dedo em riste, a voz rascante, atacava com extraordinária ferocidade aquele E. Não conseguiu derrubá-lo; os operários talvez se sentissem fracos, sozinhos, precisavam daquele E que os conjugava com outras camadas sociais. Ficou o E, meu pai foi diretor e, quando morreu, teve auxílio no enterro, tudo sem ser operário, tudo graças àquele E.
Sem o E eu talvez não tivesse estudado ali, não me sentaria no comprido banco, onde o último da esquerda era o preto Bernardino, e à direita, o rosto lindo de Lélia, com seus cabelos doces e uma covinha quando sorria. Quando não estavam discutindo os estatutos, ou providenciando um enterro de sócio, com a bandeira do Centro em cima do caixão, os operários E todos que queriam proteção mútua estavam dançando; sons de pistom atravessam meu sono infantil; eu achava estranho e ao mesmo tempo alegre e feliz haver baile na mesma sala onde eu tinha aulas.


Considerando os sentidos e aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item a seguir.


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