Vamos analisar cada alternativa fornecida no enunciado, identificando e confirmado a natureza gramatical de cada palavra mencionada, com foco especial nos adjetivos biformes que têm formas diferentes para o masculino e o feminino. 

Alternativa A: "pequenos" (ℓ.4)
A palavra "pequenos" refere-se ao substantivo "montantes" e é um adjetivo qualificativo biforme, pois varia em gênero entre masculino (pequeno) e feminino (pequena), conforme o substantivo a que se refere. 

Alternativa B: "total" (ℓ.5)
O termo "total" é um adjetivo que qualifica a "carga tributária". Ele é uniforme, pois não varia em gênero, sendo usado da mesma forma tanto no masculino quanto no feminino. 

Alternativa C: "final" (ℓ.11)
Similarmente ao exemplo anterior, "final" é um adjetivo uniforme, usado para qualificar "preço". Ele mantém sua forma tanto no feminino quanto no masculino, sem variação. 

Alternativa D: "especiais" (ℓ.19)
"Especiais" é um adjetivo que se refere a "participações" e é uniforme. Sua forma é a mesma, seja em contextos femininos ou masculinos, como em "níveis especiais" ou "momentos especiais". 

Tendo em vista que a questão solicita a identificação de um adjetivo biforme, a resposta correta é a Alternativa A, pois "pequenos" é o único adjetivo na lista que apresenta formas distintas para gêneros diferentes, sendo "pequeno" para o masculino e "pequena" para o feminino. 

Gabarito: Letra A

Apesar de o Brasil ser detentor de uma das mais generosas
 riquezas naturais do mundo, como o pré-sal, as rendas
 governamentais vinculadas à exploração dessas riquezas
 geram montantes relativamente pequenos aos cofres públicos
5 diante do tamanho da economia e da carga tributária total.
 No caso do petróleo, a parcela dos impostos incidentes na
 comercialização dos seus derivados, constituída
 principalmente do ICMS, é paga pelo consumidor. Mesmo essa
 carga não é das maiores no mundo: na média da OCDE
10 (Organização para Cooperação e Desenvolvimento
 Econômico), a participação dos tributos sobre o preço final de
 comercialização é de 54% (dados da Opep de 2020). No Brasil,
 essa carga na gasolina é de 39%; no diesel, 20%; e no GNV (gás
 natural veicular), 23%.
15 E a carga de impostos que incidem na exploração do
 petróleo e gás no Brasil paga pelas empresas? Esses tributos
 são constituídos de impostos federais sobre lucros (CSLL e IRPJ)
 e as rendas de exploração, que são os royalties e as
 participações especiais recolhidas por estados, municípios e
20 União.
 Segundo a Receita Federal, a arrecadação dos impostos
 federais sobre lucros do setor petroleiro foi de irrisório 0,05%
 do PIB na média dos anos de 2011 a 2020, período em que
 ocorreu um aumento das deduções legais praticadas. Já o
25 pagamento de royalties e participações atingiram níveis
 recordes de R$ 74,4 bilhões em 2021, mas representam apenas
 0,86% do Produto Interno Bruto. Assim, se em 2021 a soma
 dos dois totalizar uma carga tributária perto de 1% ou 1,5% do
 PIB, a contribuição da produção de petróleo na receita
30 tributária brasileira fica entre 3% e 4,5% do total arrecadado.
 De fato, dados apresentados no livro "International
 Taxation and the Extractive Industries", por Philip Daniel e
 outros, ilustram que a arrecadação advinda da indústria
 extrativa (incluindo petróleo e minérios) tem peso
35 extremamente baixo na receita tributária total no Brasil
 (menos de 5%), em grande contraste com outros países. Essa
 participação chega a mais de 60% na Arábia Saudita e Emirados
 Árabes; no México fica próxima de 30%; na Noruega e na
 Rússia, 20%; e, no Chile, 15%.
40 Na comparação setorial, dados da Firjan (relativos a 2016),
 considerando impostos de todos os entes da Federação sobre
 produtos líquidos de subsídios, mostram que os setores
 intensivos na exploração de commodities (incluindo a
 agropecuária e a indústria extrativa) pagam, juntos, apenas 7%
45 do valor bruto da produção. Já a indústria da transformação
 paga uma carga tributária de 45%; os serviços de utilidade
 pública, 40%; o comércio, 36%; outros serviços privados, 23%;
 a construção, 14%.
 Essa subtributação da exploração do petróleo indica fazer
50 sentido a criação de um imposto sobre o direito de exportar o
 óleo cru, conforme já foi defendido por Sergio Gobetti e
 outros. O pulo do gato é que esse imposto tem uma lógica
 oposta aos demais porque não é repassado ao consumidor; 
 pelo contrário, é um incentivo a reduzir o preço interno. Como
55 os preços do petróleo são formados nos mercados
 internacionais, o imposto sobre a exportação resulta numa
 redução do lucro exigido pelo exportador para vender
 internamente.
 Embora o preço seja cotado nos mercados internacionais,
60 o custo de extração não é homogêneo e, no Brasil, com o
 pré-sal, situa-se entre os menores do mundo. Com esse
 imposto, a regra de preço da Petrobras pode manter a
 paridade internacional, descontando, porém, essa parcela de
 impostos. Essa alíquota deve ser flexível e escalonada de forma
65 que o desconto tributário seja tão maior quanto maior o preço.
 Assim, o imposto acaba tendo um papel regulador contra
 as oscilações dos preços. Essa alíquota deve ser zerada caso o
 preço internacional caia para um limiar, de forma a preservar o
 lucro normal da empresa, considerando seu (baixíssimo) custo
70 de extração e todos os outros, inclusive os custos de
 importações dos derivados. No médio prazo, esse imposto é
 também um incentivo fiscal ao aumento da capacidade de
 refino e de investimentos em escoamento do gás associado.

A classificação correta da palavra "geometria" na linha 4 do texto encontrada entre as opções dadas é um aspecto fundamental para solucionar essa questão. A palavra "geometria" é usada aqui para se referir a um ramo da matemática que estuda as propriedades e medidas de figuras no espaço ou no plano. Para decidir entre as alternativas, vamos analisar cada uma dentro do contexto gramatical: A) Simples: Um substantivo simples é composto por apenas um elemento e não deriva de outras palavras. Não é o caso.B) Composto: Um substantivo composto é formado pela união de dois ou mais elementos, que podem ser outras palavras ou radicais."Geometria" → Geo (Terra) + metria (medição, medida)Logo, "geometria" é um substantivo composto.C) Próprio: Um substantivo próprio é usado para designar nomes de pessoas, lugares, empresas, e outros itens que são únicos e, normalmente, escritos com letra inicial maiúscula. "Geometria" não nomeia um ente único e específico, sendo um termo geral para uma área de estudo, ao contrário de, por exemplo, "Brasil" ou "Maria".D) Coletivo: Um substantivo coletivo se refere a um conjunto de seres da mesma espécie. Exemplos incluem "rebanho" para um grupo de ovelhas ou "floresta" para um conjunto de árvores. "Geometria" não descreve um conjunto de objetos ou seres, mas sim uma área de conhecimento. Dessa forma, pela análise, o substantivo "geometria" se encaixa melhor na categoria de substantivo composto, pois é uma única palavra que é formada pela junção de outras e não designa um nome próprio ou um conjunto.Gabarito: Letra B

      Estudantes e professor próximos da nascente de um rio:
   pode até não parecer, mas esse é o cenário de uma aula de
   matemática. É ali que o educador explica conceitos de
   geometria, como área e raio de uma circunferência.
5     Mas não só. Ele ainda propõe algumas reflexões aos
   estudantes sobre preservação ambiental e os efeitos que as
   ações humanas têm na natureza.
      O método de ensino pode parecer estranho à primeira
   vista. Afinal, aulas de matemática normalmente contêm
10 operações na lousa, cálculos de figuras geométricas e fórmulas
   difíceis. Para Marcílio Leão, 51, no entanto, não é bem assim.
      A situação descrita no início do texto é um exemplo que
   Leão aborda em sua tese de doutorado sobre como o ensino
   de matemática pode ter um caráter voltado à disseminação de
15 valores contrários à violência.
      "Eu tive a ideia de fazer esse trabalho voltado para uma
   sociedade melhor. Por meio da educação, em especial da
   educação matemática, a gente consegue alcançar uma
   sociedade em que nós não tenhamos tantas dores. Isso virou
20 meu objetivo de vida."
      Morador de São José do Rio Pardo, no interior de São
   Paulo, Leão é policial militar há 22 anos e ainda continua na
   corporação atuando na área ambiental.
      Já no que diz respeito à vida acadêmica, ele se formou em
25 matemática na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras em São
   José do Rio Pardo (SP) e, em 2022, entregou sua tese de
   doutorado em educação matemática na Unesp (Universidade
   Estadual Paulista).
      Desde o início de sua trajetória acadêmica, ele conta, já
30 tinha convicção de que gostaria de estudar a relação entre
   violência e matemática. “Eu comecei a me interessar pela
   questão da violência justamente pelo fato de estar perto
   dessas dores e dessas dificuldades por ser policial.”
      No doutorado, Leão pesquisou justamente como o ensino
35 de matemática pode ajudar na construção de um mundo mais
   justo e pacífico.
      Para isso, diz Leão, o educador pode, por exemplo,
   trabalhar com os alunos gráficos que abordem os índices de
   violência. Assim, além de explicar conceitos de matemática e
40 estatística, o educador será capaz de discutir esse fenômeno
   que atinge profundamente o Brasil, com contribuições da
   turma.
      O estudo feito pelo policial envolveu um questionário
   aplicado em duas escolas públicas no estado de São Paulo e em
45 uma Fundação Casa. As perguntas tentaram entender como os
   jovens viam a iniciativa de uma educação que tratasse sobre
   temáticas que envolvessem a violência em meio a aulas de
   matemática.
      (...)
50    A preocupação em desenvolver uma pesquisa que envolva
   o tema da violência foi motivada, além do trabalho de policial
   que Leão desempenha, por vivências pessoais recentes. A
   partir de perdas que enfrentou nos últimos anos, diz Leão,
   procurou se aprofundar em um assunto que possa colaborar
55 para a construção de uma sociedade melhor.
      (...)
      Agora o policial militar espera que o seu estudo consiga ter
   um impacto positivo na construção de currículos de
   matemática. "Tem inúmeras situações da vida que a gente
60 pode trabalhar em sala de aula o comportamento e o
   desenvolvimento de consciência dos alunos. Essas questões
   favorecem a formação de valores", diz.


Para responder corretamente essa questão, precisamos entender a natureza funcional dos numerais no contexto das frases em que aparecem. Vamos analisar cada alternativa com base nos trechos citados no texto.

A) primeira (l.8) 
O numeral "primeira" em "Afinal, aulas de matemática normalmente contêm operações na lousa, cálculos de figuras geométricas e fórmulas difíceis. Para Marcílio Leão, 51, no entanto, não é bem assim." refere-se à primeira vez que algo é visto ou considerado, funcionando como adjetivo modificando a palavra "vista". 

B) 51 (l.11) 
O numeral "51" em "Para Marcílio Leão, 51, no entanto, não é bem assim." refer-se à idade do sujeito (Marcílio Leão, 51 anos), desempenhando papel de adjetivo que modifica um substantivo, no caso, o nome 'Marcílio Leão'. 

C) 22 (l.22) 
O numeral "22" em "Morador de São José do Rio Pardo, no interior de São Paulo, Leão é policial militar há 22 anos e ainda continua na corporação atuando na área ambiental." refere-se à quantidade de anos que Leão atua como policial militar, atuando como adjetivo que especifica a duração de tempo em que ele vem exercendo sua profissão. 

D) 2022 (l.26) 
O numeral "2022" em "Já no que diz respeito à vida acadêmica, ele se formou em matemática na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras em São José do Rio Pardo (SP) e, em 2022, entregou sua tese de doutorado em educação matemática na Unesp (Universidade Estadual Paulista)." é usado para indicar o ano em que um evento ocorreu, o que o configura como advérbio de tempo. 

Gabarito: Letra D

O enunciado apresenta uma análise linguística dos termos utilizados para descrever um personagem. No sexto período do texto citado, específica-se sobre um "mulato meio velho e magro, de óculos, o dedo em riste, a voz rascante". Os termos "velho" e "magro" funcionam como adjetivos que qualificam diretamente o mulato, descrevendo suas características físicas.

 

Entretanto, a palavra "rascante" não está qualificando diretamente o mulato, mas sim a sua voz, como indicado na frase "a voz rascante". Portanto, "rascante" é um adjetivo, porém, qualifica a voz do mulato, e não o mulato em si.

 

Analisando a estrutura da frase, vemos claramente que os termos "velho" e "magro" se aplicam ao sujeito "mulato", mas "rascante" se aplica ao complemento "voz". Isso reflete uma sutil, mas importante distinção sobre o papel que "rascante" desempenha no texto, sendo empregado para caracterizar um aspecto específico do comportamento vocal do personagem, não sua aparência ou condição física.

 

Por último, a confirmação do entendimento dos usos dos adjetivos é crucial para responder corretamente a questão. Dois dos três adjetivos ("velho" e "magro") qualificam diretamente o mulato; "rascante", por sua vez, qualifica algo associado a ele (sua voz). Assim sendo, a assertiva que diz que todos os três adjetivos qualificam diretamente o mulato não está correta.

Gabarito: Letra E

No sexto período do texto, os vocábulos “velho”, “magro” e “rascante” são adjetivos que qualificam o citado “mulato”.


Abre-se uma janela do Centro Operário. Será a aula de Dona Palmira em 1920 ou há reunião para discutir os estatutos? Durante toda a minha infância, eles discutiram os estatutos. Eu não podia entender nada, mas havia pontos terrivelmente sérios.
Era “Centro Operário de Proteção Mútua” ou “Centro Operário E de Proteção Mútua”? Pela noite afora, ano após ano, um mulato meio velho e magro, de óculos, o dedo em riste, a voz rascante, atacava com extraordinária ferocidade aquele E. Não conseguiu derrubá-lo; os operários talvez se sentissem fracos, sozinhos, precisavam daquele E que os conjugava com outras camadas sociais. Ficou o E, meu pai foi diretor e, quando morreu, teve auxílio no enterro, tudo sem ser operário, tudo graças àquele E.
Sem o E eu talvez não tivesse estudado ali, não me sentaria no comprido banco, onde o último da esquerda era o preto Bernardino, e à direita, o rosto lindo de Lélia, com seus cabelos doces e uma covinha quando sorria. Quando não estavam discutindo os estatutos, ou providenciando um enterro de sócio, com a bandeira do Centro em cima do caixão, os operários E todos que queriam proteção mútua estavam dançando; sons de pistom atravessam meu sono infantil; eu achava estranho e ao mesmo tempo alegre e feliz haver baile na mesma sala onde eu tinha aulas.


Considerando os sentidos e aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item a seguir.


 E lembrou-se quanto fora injusto duvidando da realidade desse casamento de que ali tinha a prova irrecusável.

 Sr. Seixas arrependeu-se de não haver empregado melhor seu tempo.

 Quando viesse a faltar-lhe a mãe, não estava infelizmente nas condições de receber o difícil encargo.

 É certo que às vezes seu coração afagava uma esperança impossível.

 Este sentimento, que apenas pronunciado ela repeliu com todas as forças de sua alma, deixou-lhe contudo um desgosto profundo.

Para responder adequadamente a esta questão, é essencial entender a função de modalização dos advérbios, que consiste em expressar a atitude ou o estado psicológico do locutor em relação ao que está sendo dito.

Análise das alternativas:

<ul>
<li>A) "E lembrou-se quanto fora injusto duvidando da realidade desse casamento de que ali tinha a prova irrecusável." - Nesta frase, não há um advérbio que modalize o discurso, expressando a atitude do locutor.</li>

<li>B) "Sr. Seixas arrependeu-se de não haver empregado melhor seu tempo." - Aqui também não há a presença de um advérbio que exerça função de modalização. A frase contém um verbo que indica arrependimento, mas isso não se relaciona com a função especifica dos advérbios.</li>

<li>C) "Quando viesse a faltar-lhe a mãe, não estava infelizmente nas condições de receber o difícil encargo." - O advérbio "infelizmente" é usado aqui para mostrar o estado emocional negativo do locutor diante da ideia de assumir um encargo após a falta da mãe, modalizando o discurso ao expressar tristeza ou pesar.</li>

<li>D) "É certo que às vezes seu coração afagava uma esperança impossível." - A locução adverbial "É certo que" tem uma função introdutória, de certeza, mas não modaliza o discurso em relação ao estado psicológico do locutor.</li>

<li>E) "Este sentimento, que apenas pronunciado ela repeliu com todas as forças de sua alma, deixou-lhe contudo um desgosto profundo." - Embora "contudo" seja um advérbio, ele serve para contrapor ideias anteriormente mencionadas, sem transparecer ou modular as emoções ou atitudes do locutor.</li>
</ul>

Com base nessa análise, a única alternativa que apresenta um advérbio exercendo a função de modalizar o discurso ao expressar o estado emocional do locutor é a alternativa C, que usa o advérbio "infelizmente" para transmitir tristeza ou pesar. Portanto, a alternativa correta é C.

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