Para determinar a quantidade de advérbios na frase destacada no enunciado, precisamos entender a função de cada palavra dentro da oração:

- "Em uma cidade onde muita gente não mora bem e alguns estão na rua, a cidade toda é doente e vive mal. São Paulo é um exemplo disso."

Advérbios são palavras que modificam verbos, adjetivos ou outros advérbios, indicando circunstâncias como modo, tempo, lugar, intensidade, entre outras.

Vamos identificar os advérbios na frase:

1. "bem": modifica o verbo "mora", indicando o modo de morar.
2. "mal": modifica o verbo "vive", indicando o modo de viver.
3. "onde" (nas duas ocorrências): indica o lugar onde algo acontece, modificando o contexto do verbo "mora" e posteriormente do verbo "estão".

Aqui, contamos com três advérbios na frase. Não há outros termos na sentença que desempenhem a função de advérbio. Palavras como "muita" e "alguns" são pronomes indefinidos; "toda" é um pronome ou adjetivo (dependendo do contexto) e "doente" é um adjetivo.

Gabarito: Letra B

De cada 8 habitantes do planeta, 1 mora hoje em favelas
 ou casas inadequadas, apontam dados da ONU. A questão é
 ainda mais preocupante porque a maior parte do crescimento
 da humanidade previsto para as próximas décadas se dará nas
5 cidades, onde faltam áreas adequadas para receber mais
 moradias. Nesta terça (15), as Nações Unidas preveem que o
 mundo chegará à marca de 8 bilhões de habitantes.
 A entidade define como casa inadequada uma que tenha
 ao menos uma das seguintes condições: é feita de materiais
10 pouco resistentes; não conta com acesso adequado a água
 potável e esgoto; e abriga mais de três pessoas por cômodo.
 Nas últimas décadas, de todo modo, a tendência vinha
 sendo de alguma melhora. Em 2000, 31,2% dos moradores do
 planeta que viviam em cidades estavam sob essas condições.
15 Depois de 20 anos, o percentual caiu para 24,2% – na América
 Latina, a queda foi maior, de 31,9% para 17,7% nesse período,
 mas o índice ainda se mantém distante do observado na
 Europa e na América do Norte (que, pela ONU, exclui o
 México), onde só 0,7% da população urbana vive de forma
20 inadequada.
 Ao mesmo tempo, o crescimento das cidades segue
 acelerado. Em 2000, o mundo tinha 371 municípios com mais
 de 1 milhão de moradores; em 2018, eram 548; e até 2030
 devem ser 706.
25 As megacidades, conglomerados com mais de 10 milhões
 de habitantes, também se multiplicam. Eram 33 em 2018, que
 devem se tornar 43 em 2030. A região metropolitana de São
 Paulo é a quarta maior metrópole global, com população atual
 estimada em 21,8 milhões de pessoas, segundo o site World
30 Population Review. O top 3 global tem Tóquio (37,4 milhões),
 Nova Déli (29,3 milhões) e Xangai (26,3 milhões).
 Já grandes conglomerados urbanos europeus, bem como
 alguns nos EUA, estão em processo de encolhimento devido ao
 envelhecimento acelerado, à baixa natalidade e à migração
35 interna em busca de moradias mais baratas – mesmo em
 países ricos, o preço dos imóveis vem subindo, o que dificulta a
 compra por jovens adultos.
 Acompanhando o crescimento populacional, a maior parte
 do crescimento das cidades se dará no chamado Sul Global,
40 que reúne América Latina, África, Oriente Médio e Sudeste
 Asiático.
 A lista de municípios a atingir o patamar de megacidade
 nos próximos anos inclui Luanda (Angola), Dar es Salaam
 (Tanzânia), Teerã (Irã) e Ho Chi Minh (antiga Saigon, no
45 Vietnã). China e Índia, os países mais populosos do mundo,
 possuem seis e cinco megacidades, respectivamente. E, do 1
 bilhão de pessoas que vivem em favelas hoje, 85% estão na
 Ásia (ao menos 665 milhões) e na África (230 milhões).
 "A gente acha que há um crescimento desordenado [das
50 cidades] e que isso é algo inexorável. Não. O problema é
 entender que a ordem é essa. Há um crescimento de baixa
 qualidade, em regiões sem infraestrutura, devido ao preço da
 terra", aponta Valter Caldana, professor da Faculdade de
 Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana
55 Mackenzie.
 Com a crise econômica gerada pela pandemia de
 coronavírus, o acesso à moradia ficou mais difícil em muitas
 partes do mundo. O fechamento de atividades levou muita
 gente a ficar sem dinheiro para pagar o aluguel, acabar
60 despejada ou tendo de buscar moradias mais baratas. Ao
 mesmo tempo, falhas nas cadeias de suprimento e períodos de
 lockdown atrasaram a produção de novos imóveis, o que
 também gerou uma alta de preços em muitos países.
 Sem planejamento urbano adequado, muitas metrópoles
65 deixam os pobres sem opção de moradia acessível e, na
 prática, fingem que não veem a criação de favelas e habitações
 inadequadas nas periferias.
 "O preço das casas é fortemente direcionado pelo valor
 dos terrenos – que representa entre um quarto e um terço do
70 valor final, mas pode alcançar 90% em lugares onde o mercado
 está muito aquecido", diz Christophe Lalande, especialista em
 habitação da ONU Habitat, programa das Nações Unidas para
 os assentamentos humanos.
 Ele defende que governos tomem ações para evitar que o
75 preço dos terrenos suba demais e criem regulações para o uso
 da terra, como vetar que os espaços fiquem ociosos esperando
 valorização. "Na ausência de regulação pública, o mercado
 imobiliário fica distante de entregar casas a preços acessíveis
 nas cidades, mesmo em países de alta renda."
80 Fernando Túlio, presidente do departamento paulista do
 IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil), avalia que seria preciso
 investir algo em torno de US$ 3,5 trilhões para resolver a
 questão da falta de habitação de qualidade para 1 bilhão de
 pessoas no mundo. Ele considerou um custo médio de US$ 10
85 mil por moradia para prover os serviços urbanos necessários,
 com cada casa abrigando três pessoas.
 "Recursos existem. Mas como os bilionários mais ricos do
 planeta não devem doar esse dinheiro, os governos precisam
 investir em reformas políticas e tributárias", diz. "Os governos
90 dos países ricos também precisam transferir recursos para
 ajudar os do Sul Global, seja como reparação pela colonização
 ou para ajudar no combate às mudanças climáticas."
 Túlio lembra que as pessoas sem moradia adequada são as
 mais vulneráveis a eventos extremos como inundações e
95 tempestades.
 "Habitação de interesse social não é só prover moradia
 para quem não tem. É elevar a qualidade de vida de todos",
 aponta Caldana. "Em uma cidade onde muita gente não mora
 bem e alguns estão na rua, a cidade toda é doente e vive mal.
100 São Paulo é um exemplo disso."

Para responder a essa questão corretamente, é essencial entender a definição de um substantivo composto. Substantivos compostos são formados pela união de duas ou mais palavras ou elementos que, juntos, formam uma única noção.

Analisemos as alternativas apresentadas:

A) Pesquisadores (ℓ.1) 
O substantivo "pesquisadores" é formado pelo radical 'pesquisa' e o sufixo de agente '-dor', acompanhado do sufixo plural '-es'. Não representa um substantivo composto, mas sim um substantivo derivado. 

B) dinossauro (ℓ.5) 
O substantivo "dinossauro" vem do grego, onde 'dino' significa 'terrível' e 'saurus' significa 'lagarto'. A junção dessas duas raízes de palavras diferentes forma um substantivo composto, refletindo uma única ideia – um tipo de réptil pré-histórico gigante e temido. 

C) características (ℓ.9) 
Semelhantemente a "pesquisadores", o substantivo "características" é derivado a partir de 'característica', ao qual é adicionado o sufixo de plural '-s'. Assim, ele não se qualifica como um substantivo composto, pois não há junção de palavras distintas para formação de uma nova noção. 

D) quadrinhos (ℓ.31) 
Por fim, "quadrinhos" refere-se a livros ilustrados frequentemente usados em forma de tiras ou histórias compactas ilustradas. Este substantivo é apenas o plural de "quadrinho", que, por sua vez, é derivado de 'quadro'. Não é um substantivo composto, mas um derivado. 

Portanto, a alternativa que corretamente identifica um substantivo composto é a letra B, pois "dinossauro" é formado pela combinação de dois elementos de diferentes línguas que juntos expressam um único conceito.

Gabarito: Letra B

Para responder a essa questão corretamente, é essencial entender a definição de um substantivo composto. Substantivos compostos são formados pela união de duas ou mais palavras ou elementos que, juntos, formam uma única noção.

Analisemos as alternativas apresentadas:

A) Pesquisadores (ℓ.1) 
O substantivo "pesquisadores" é formado pelo radical 'pesquisa' e o sufixo de agente '-dor', acompanhado do sufixo plural '-es'. Não representa um substantivo composto, mas sim um substantivo derivado. 

B) dinossauro (ℓ.5) 
O substantivo "dinossauro" vem do grego, onde 'dino' significa 'terrível' e 'saurus' significa 'lagarto'. A junção dessas duas raízes de palavras diferentes forma um substantivo composto, refletindo uma única ideia – um tipo de réptil pré-histórico gigante e temido. 

C) características (ℓ.9) 
Semelhantemente a "pesquisadores", o substantivo "características" é derivado a partir de 'característica', ao qual é adicionado o sufixo de plural '-s'. Assim, ele não se qualifica como um substantivo composto, pois não há junção de palavras distintas para formação de uma nova noção. 

D) quadrinhos (ℓ.31) 
Por fim, "quadrinhos" refere-se a livros ilustrados freqüentemente usados em forma de tiras ou histórias compactas ilustradas. Este substantivo é apenas o plural de "quadrinho", que, por sua vez, é derivado de 'quadro'. Não é um substantivo composto, mas um derivado. 

Portanto, a alternativa que corretamente identifica um substantivo composto é a letra B, pois "dinossauro" é formado pela combinação de dois elementos de diferentes línguas que juntos expressam um único conceito.

Gabarito: Letra B

Pesquisadores descobriram no interior de São Paulo um
 fóssil que pode ser de uma nova espécie de dinossauro.
 O fóssil foi encontrado na cidade de Ibirá, próximo a São José
 do Rio Preto, e lembra a estrutura de um titanossauro, o
5 dinossauro herbívoro e pescoçudo que podia alcançar mais de
 20 metros de comprimento.
 Mas esse novo dinossauro é bem menor, da cabeça ao
 pescoço não chega a 6 metros e apresenta outras
 características que indicam ser de uma nova espécie, segundo
10 Bruno Navarro, paleontólogo do Museu de Zoologia da USP.
 Os resultados da pesquisa ainda estão sendo revisados e
 devem ser publicados em uma revista científica no segundo
 semestre. Enquanto isso, ainda não é possível ter acesso ao
 fóssil e nem mesmo a fotografias da descoberta. Também não
15 dá para saber como ele foi batizado.
 Mas já dá para ter uma ideia de como era esse antigo
 habitante do Brasil. O paleoartista Hugo Cafasso já fez uma
 reconstrução artística do novo dinossauro. Paleoartistas são os
 profissionais que fazem a representação de plantas e animais
20 pré-históricos a partir das descobertas científicas.
 A descoberta de fósseis em Ibirá não é novidade. A cidade
 de pouco mais de 12 mil habitantes que fica a quase 500
 quilômetros da capital paulista integra a Bacia Bauru, uma área
 que abarca o centro-oeste de São Paulo, o triângulo mineiro e
25 o sul de Goiás. Formada por rocha sedimentar, essa área foi
 propícia à preservação dos fósseis do período cretáceo, cerca
 de 80 milhões de anos atrás.
 Foi na região de Ibirá que, em 2014, foi descoberto um
 outro dinossauro, o Thanos simonattoi, um predador carnívoro
30 batizado com o nome grego que representa a morte e que
 também deu nome ao vilão da franquia de quadrinhos da
 Marvel.

Nesta questão, é solicitado ao candidato que identifique a palavra que é um substantivo abstrato entre as opções fornecidas. Substantivos abstratos são aqueles que não podem ser percebidos pelos cinco sentidos (visão, audição, tato, paladar e olfato) pois designam estados, qualidades, sentimentos ou conceitos que existem independente de objetos físicos.

 

Análise das alternativas:
<ul>
<li>Alternativa A: "espécie" (linha 2). Esta palavra é um substantivo, mas é concreto, pois se refere a um grupo ou classe de animais ou plantas que têm características similares. Pode ser representado concretamente através de membros dessa categoria.</li>

 

<li>Alternativa B: "fóssil" (linha 2). Também é um substantivo concreto, pois designa uma coisa tangível, física — os restos de organismos antigos que foram preservados no solo ou rochas.</li>

 

<li>Alternativa C: "metros" (linha 6). É abstrato quando considerado literamente como a medida de distância, que é um conceito. No entanto, na frase está sendo usado para especificar uma quantidade física, ligando-se assim aos dinosaurios, o que lhe atribui uma característica concreta.</li>

 

<li>Alternativa D: "acesso" (linha 13). Este é um substantivo abstrato, pois representa a possibilidade ou permissão para entrar, ver ou utilizar algo, que não é tangível por si só. "Acesso" só pode ser compreendido através de sua manifestação ou execução, e não como um ente físico palpável.</li>
</ul>

 

Dessa forma, a alternativa que corretamente aponta um substantivo abstrato é a alternativa "D". O termo "acesso" incorpora um conceito que existe independentemente de uma manifestação física e não pode ser percebido diretamente pelos sentidos.

Gabarito: Letra D

Vejamos cada uma das opções fornecidas na questão para identificar corretamente um adjetivo uniforme, ou seja, um adjetivo que tenha a mesma forma tanto para o masculino quanto para o feminino. Portanto, é necessário analisar cada termo apresentado nas alternativas.

Alternativa A: "novo" (linha 7).
 
No texto, o termo "novo" é utilizado para descrever o dinossauro encontrado. Este é um adjetivo que varia em gênero, alterando-se para "nova" na forma feminina. Portanto, não é um adjetivo uniforme.
 
Alternativa B: "científica" (linha 12).
 
O termo "científica" refere-se a "revista". Este adjetivo também varia em gênero, alterando-se para "científico" no masculino. Assim, não cumpre o critério de ser um adjetivo uniforme.
 
Alternativa C: "possível" (linha 13).
 
O adjetivo "possível" é usado na frase "... ainda não é possível ter acesso ao fóssil ...". Esse é um exemplo clássico de um adjetivo uniforme, pois não altera sua forma entre masculino e feminino, mantendo-se sempre como "possível".
 
Alternativa D: "carnívoro" (linha 29).
 
O adjetivo "carnívoro", que descreve o dinossauro Thanos simonattoi, mudaria para "carnívora" no feminino, portanto, também não é um adjetivo uniforme.
 
Com base na análise das opções, fica evidente que somente a alternativa 'C' apresenta um adjetivo uniforme ("possível"), cumprindo o critério estabelecido no enunciado da questão. Assim, a resposta correta é:
Gabarito: Letra C

Para encontrar a alternativa correta, é importante compreender os papeis gramaticais que os adjetivos, substantivos e advérbios desempenham em uma frase:

- Adjetivos: modificam substantivos, indicando uma característica.
- Substantivos: são palavras que nomeiam seres, objetos, fenômenos, sentimentos, ideias, etc.
- Advérbios: modificam verbos, adjetivos ou outros advérbios, indicando circunstâncias como tempo, modo, intensidade, etc.

 

Vamos analisar cada uma das alternativas dadas:

 

A) seus (1º parágrafo)

A palavra "seus" é um pronome possessivo atuando como adjetivo, pois está qualificando os substantivos que se seguem, indicando posse. No caso, modifica "ferimentos".

 

B) alguns (2º parágrafo)

"Alguns" é um pronome indefinido que aqui funciona como adjetivo, qualificando o substantivo "casos". Ele indica uma quantidade indeterminada dentre um total.

 

C) outro (2º parágrafo)

No contexto "Em um deles, uma fêmea adulta chamada Carol cuidou de um ferimento na perna de um macho adulto, Littlegrey. Ela pegou um inseto e o deu a Littlegrey, que o colocou entre os lábios e o aplicou na ferida. Mais tarde, Carol e outro macho adulto...", a palavra "outro" é usada como substantivo, referindo-se a um outro indivíduo, não explicando características ou modificando outro substantivo. 

 

D) outros (5º parágrafo)

"Outros" nesse contexto funciona como adjetivo, modificando o substantivo "machos", indicando outros indivíduos além do mencionado anteriormente.

 

Dado o entendimento desses papeis:
Gabarito: Letra C

Os chimpanzés criam e usam ferramentas, como já sabemos.
Mas é possível que eles também usem medicamentos para tratar seus ferimentos? Um novo estudo sugere que sim.
 Desde 2005, pesquisadores vêm estudando uma comunidade de aproximadamente 45 chimpanzés no Parque Nacional Loango, no Gabão, na costa oeste da África. Em um período de 15 meses, de novembro de 2019 a fevereiro de 2021, os pesquisadores notaram 76 feridas abertas em 22 chimpanzés. Em 19 casos eles viram um deles realizar o que parecia um autotratamento da ferida, usando um inseto como remédio. Em alguns casos, um chimpanzé parecia tratar outro. Os cientistas publicaram suas observações na revista Current Biology na segunda-feira (7).
 O procedimento era semelhante em todas as ocasiões.
Primeiro, os chimpanzés pegavam um inseto voador; depois o imobilizavam, apertando-o entre os lábios. Aí colocavam o inseto sobre a ferida, movendo-o em círculo com as pontas dos dedos.
Finalmente, retiravam o inseto, usando a boca ou os dedos. Com frequência eles colocavam o inseto na ferida e o retiravam diversas vezes.
 Os pesquisadores não sabem que inseto os chimpanzés usavam, ou exatamente como ele pode ajudar a curar um ferimento. Sabem que eram pequenos insetos voadores de cor escura. Não há evidência de que os chimpanzés comam os insetos – eles com certeza os espremem entre os lábios e os aplicam sobre os ferimentos.
 Há outros relatos de automedicação em animais, incluindo cães e gatos que comem capim ou plantas, provavelmente para fazê-los vomitar, e ursos e veados que consomem plantas medicinais, aparentemente para se automedicar. Orangotangos foram vistos aplicando material para aliviar lesões musculares.
Mas os pesquisadores não sabem de relatos anteriores de mamíferos não humanos usarem insetos para fins medicinais.
 Em três casos, os pesquisadores viram os chimpanzés usarem a técnica em outro chimpanzé. Em um deles, uma fêmea adulta chamada Carol cuidou de um ferimento na perna de um macho adulto, Littlegrey. Ela pegou um inseto e o deu a Littlegrey, que o colocou entre os lábios e o aplicou na ferida. Mais tarde, Carol e outro macho adulto foram vistos esfregando o inseto em torno da ferida de Littlegrey. Outro macho adulto se aproximou, retirou o inseto da ferida, colocou-o entre seus lábios e depois o reaplicou na perna de Littlegrey.
 Um chimpanzé macho adulto chamado Freddy era um grande entusiasta da medicina com insetos, tratando-se diversas vezes de ferimentos na cabeça, nos braços, região dorsal, o pulso esquerdo e o pênis. Um dia, os pesquisadores o viram tratar-se duas vezes do mesmo ferimento no braço. Os pesquisadores não sabem como Freddy se feriu, mas alguns casos provavelmente envolviam brigas com outros machos.
 Alguns animais cooperam com outros de maneiras semelhantes, segundo Simone Pika, diretora do laboratório de cognição animal na Universidade de Osnabruck, na Alemanha, que é um dos autores do estudo. “Mas não sabemos de qualquer outro caso em mamíferos”, disse ela. “Pode ser um comportamento adquirido que só existe nesse grupo. Não sabemos se nossos chimpanzés são especiais nesse sentido.” 
 Aaron Sandel, antropólogo na Universidade do Texas em Austin, achou o trabalho valioso, mas ao mesmo tempo manifestou certas dúvidas. “Eles não oferecem uma explicação alternativa para o comportamento, nem fazem conexão com que inseto poderia ser", disse. "O salto para uma potencial função médica é um exagero, nesta altura.” 
 Mas, disse ele, “cuidar de seus próprios ferimentos ou de outros usando um instrumento, outro objeto, é muito raro”. A documentação dos chimpanzés cuidando de outros é “uma importante contribuição para o estudo do comportamento social dos macacos”, acrescentou Sandel. “E é interessante também perguntar se há empatia envolvida nisso, como nos humanos.” 
 Em algumas formas de comportamento social de macacos, fica claro que há uma troca valiosa. Por exemplo, pentear outro chimpanzé oferece alívio dos parasitas para o animal penteado, mas também um lanche de insetos para o que penteia. Mas em casos que Pika observou, segundo disse, o chimpanzé não recebe nada em troca. Para ela, isso mostra que os macacos estão envolvidos num ato que aumenta “o bem-estar de outro ser” e nos ensina mais sobre os relacionamentos sociais dos primatas.
 “Em cada observação em campo aprendemos mais sobre os chimpanzés”, disse ela. “Eles realmente nos surpreendem.”

Questões de Português - Substantivos, adjetivos e advérbios - Múltipla escolha