Análise Geral da Questão:
Neste exercício, a Fundação Getúlio Vargas apresenta um fragmento que contém uma descrição de aspectos estéticos e históricos da cidade de Praga. O candidato deve identificar a tipologia textual predominante no trecho, conforme as alternativas propostas, recorrendo ao conhecimento das funções da linguagem e tipologias textuais, que são fundamentais para a compreensão e análise de textos em concursos públicos.

Análise das Alternativas:
<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
 <li>A) Dissertativo-argumentativo: Esse tipo de texto normalmente apresenta argumentações e posições defendidas pelo autor por meio de uma estrutura que visa persuadir o leitor. No trecho, não há exposição de argumentos ou debates de ideias, apenas uma descrição positiva de uma cidade.</li>
 <li>B) Dissertativo-expositivo: Um texto dissertativo-expositivo apresenta informações e conhecimentos de forma objetiva, sem a finalidade de persuadir. Apesar do conteúdo informativo, o principal foco recai na apreciação estética e histórica da cidade, o que indica uma função descritiva, não expositiva em sentido técnico.</li>
 <li>C) Narrativo: O texto narrativo caracteriza-se pela presença de personagens, enredo e eventos sequenciais. No fragmento, não há acontecimentos ou sequência de ações, mas sim uma apresentação que enfatiza a beleza e o estado de conservação dos elementos arquitetônicos de Praga.</li>
 <li>D) Descritivo: A alternativa descritiva é a mais adequada, pois o fragmento apresenta um relato com foco na descrição das características visuais e históricas da cidade, destacando aspectos como sua arquitetura boêmia e os elementos art nouveau.</li>
 <li>E) Injuntivo: Textos injuntivos têm como característica a transmissão de orientações ou instruções, convidando o leitor a executar determinadas ações. Esse não é o caso do fragmento, que não tem tom imperativo nem apresenta comandos ou instruções.</li>
</ul>

O texto analisado destaca características visuais e históricas da cidade de Praga por meio de detalhes que enfatizam sua beleza e o cuidado na preservação de seus elementos arquitetônicos, demonstrando, portanto, a função descritiva. Essa abordagem é típica de textos descritivos que têm como finalidade detalhar aspectos sensoriais e visuais de determinado objeto ou lugar, para que o leitor possa formar uma imagem mental precisa.

Dessa forma, fica evidente que a melhor classificação para o fragmento é a tipologia textual descritiva, concluindo que a alternativa correta é a letra D.

Gabarito: Letra D

Leia o fragmento textual a seguir.

Praga é uma cidade belíssima. Não só a velha arquitetura boêmia e os surpreendentes acréscimos em art nouveau que foram poupados da guerra como tudo foi restaurado e é conservado com cuidado exemplar.

 O texto representa objetos fixos, justapostos no espaço e sem evolução temporal.

 O texto nos proporciona uma visão contemplativa e estática da realidade.

 A unidade textual provém do conjunto de traços, qualidades e características que formam a cena.

 A descrição mostra preferência por verbos de ação e de movimento.

 As descrições não constituem em si mesmas textos completos, participando de outros modos de organização discursiva.

Análise Geral:
A questão apresentada exige que o candidato identifique uma característica típica do texto narrativo, ou seja, algo que se afaste da natureza estática e contemplativa do texto descritivo. Enquanto os textos descritivos enfatizam a reprodução de cenas, lugares, objetos e ambientes de forma estática, os textos narrativos se caracterizam pela presença de ação e movimento, os quais são expressos por meio de verbos que indicam desenvolvimento de acontecimentos.

Análise das Alternativas:
<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
 <li>Alternativa A: “O texto representa objetos fixos, justapostos no espaço e sem evolução temporal.” – Essa alternativa caracteriza precisamente o texto descritivo, pois evidencia a ausência de progressão temporal e movimento, o que não é típico do texto narrativo.</li>
 <li>Alternativa B: “O texto nos proporciona uma visão contemplativa e estática da realidade.” – Aqui encontra-se a mesma característica do texto descritivo, reafirmando a ideia de imobilidade e ausência de ação.</li>
 <li>Alternativa C: “A unidade textual provém do conjunto de traços, qualidades e características que formam a cena.” – Essa característica também aponta para o texto descritivo, já que enfatiza a recriação minuciosa de um cenário fixo.</li>
 <li>Alternativa D: “A descrição mostra preferência por verbos de ação e de movimento.” – Esta é a alternativa que se refere a uma característica típica do texto narrativo, pois os verbos de ação e de movimento são os elementos que conduzem o enredo, marcando o desenvolvimento temporal do fato narrado. Assim, essa opção não se aplica à descrição, mas sim à narrativa, que visa contar uma história por meio de acontecimentos dinâmicos.</li>
 <li>Alternativa E: “As descrições não constituem em si mesmas textos completos, participando de outros modos de organização discursiva.” – Essa afirmação é verdadeira para a análise da tipologia textual, porém não evidencia uma característica exclusiva aos textos narrativos, permanecendo, portanto, sem a especificidade exigida na questão.</li>
</ul>

Alternativa Correta:
A alternativa D é a que identifica a característica típica da narrativa, pois o uso de verbos de ação e movimento está relacionado ao dinamismo e à progressão temporal próprios dos textos narrativos, ao contrário da ênfase na imobilidade e na descrição detalhada sem movimento encontrada nos textos descritivos.

Gabarito: Letra D

Analisando o segmento expositivo apresentado, nota-se que o autor utiliza uma linguagem que tem, como principal finalidade a instrução e a explicação de conceitos, definindo claramente a abordagem sincrônica e diacrônica no estudo linguístico. Esse tipo de texto caracteriza uma exposição com tom didático, pois apresenta conteúdos voltados para o ensino e a aprendizagem, demonstrando uma estrutura que visa transmitir conhecimentos de forma organizada e clara.

Análise das alternativas:

<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
 <li>A) Exposição científica: Embora o conteúdo trate de um tema da Linguística e possua caráter acadêmico, o propósito principal não é a divulgação de um método científico ou a apresentação de resultados de pesquisa, mas sim a exposição de conceitos de forma instrucional.</li>
 
 <li style="margin-bottom: 1.5em;">B) Exposição didática: Correta. Esta alternativa é adequada porque o texto possui o intuito de ensinar e explicar conceitos fundamentais da linguística, apresentando-os de maneira clara e sistemática. Essa característica está presente na estruturação e na linguagem utilizada, que são voltadas para a construção do conhecimento em um ambiente educativo.</li>
 
 <li style="margin-bottom: 1.5em;">C) Exposição informativa: Embora o texto também tenha caráter informativo, esse tipo de exposição se limita a transmitir informações sem necessariamente se preocupar com a organização ou a finalidade pedagógica tão evidente. No caso em análise, há uma preocupação clara com a didática para facilitar a compreensão dos conceitos apresentados.</li>
 
 <li style="margin-bottom: 1.5em;">D) Exposição técnica: A expressão “exposição técnica” pode remeter a textos que utilizam uma linguagem mais especializada e voltada para profissionais de uma área específica. No entanto, o segmento analisado, apesar de tratar de conceitos técnicos da linguística, tem um enfoque mais pedagógico do que puramente técnico.</li>
 
 <li style="margin-bottom: 1.5em;">E) Exposição humanística: Esta alternativa não se adequa ao contexto apresentado, pois “exposição humanística” relacionaria o texto a temas voltados para as ciências humanas de uma maneira mais geral e reflexiva, o que não é o caso, pois o foco é especificamente didático.</li>
</ul>

Alternativa Correta:

A alternativa “Exposição didática” é a mais adequada, pois a estrutura do texto e o seu intuito de ensinar conceitos linguísticos evidenciam esse caráter pedagógico. Assim, o segmento se configura como uma exposição didática, objetivando a clareza na transmissão de ideias para compreensão dos estudantes ou dos leitores familiarizados com a área de Linguística.

Gabarito: Letra B

No enunciado apresentado, observamos a estrutura típica de uma notícia: a divulgação de uma informação atual sobre uma medida adotada na Austrália, apresentada de forma objetiva e imparcial, com menção a fatos, dados (como as multas), citações e a referência a fontes oficiais, elementos característicos do gênero jornalístico noticioso. Assim, o texto objetiva informar o leitor sobre um acontecimento relevante e recente, que engloba tanto fatos quanto opiniões de autoridades, sem o uso de elementos literários que seriam característicos de uma crônica, editorial ou resenha.

Análise das alternativas:
<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
 <li>A ) notícia – Correta. Essa alternativa reconhece que o texto objeto da análise apresenta as características de uma notícia: clareza, objetividade, e uma estrutura que inclui os principais fatos, dados e declarações de autoridades. A abordagem informativa e descritiva do acontecimento corrobora esse entendimento.</li>
 <li style="margin-bottom: 1.5em;">B ) crônica – Incorreta. A crônica, geralmente, tem um caráter mais subjetivo e opinativo, focando em impressões pessoais e momentos cotidianos, o que não se verifica no texto em análise.</li>
 <li style="margin-bottom: 1.5em;">C ) editorial – Incorreta. O editorial se caracteriza por apresentar uma opinião deliberada da entidade que o publica, havendo argumentos e sugestões de medidas, o que não se observa no trecho, que se restringe a informar os fatos.</li>
 <li style="margin-bottom: 1.5em;">D ) resenha – Incorreta. A resenha é um gênero textual que avalia e comenta uma obra ou acontecimento cultural, enfatizando aspectos críticos e pessoais, diferente do texto noticioso analisado.</li>
</ul>

Alternativa Correta:
A alternativa "A) notícia" é a correta, pois o texto reúne as principais características deste gênero: divulgação de fatos com objetividade e uso de linguagem formal, visando informar o público sobre acontecimentos recentes e relevantes.

Gabarito: Letra A

<center>Depois de ter sido aprovado na véspera pela Câmara Baixa do Parlamento, o Senado votou nesta quinta-feira a favor da regulamentação pioneira</center>
A Austrália aprovou, nesta quinta-feira (28), uma lei histórica que proíbe o acesso de menores de 16 anos às redes sociais, uma das medidas mais severas do mundo para manter os adolescentes afastados de plataformas como Facebook, Instagram e X.

Depois de ter sido aprovado na véspera pela Câmara Baixa do Parlamento, o Senado votou nesta quinta-feira a favor da regulamentação pioneira, e as redes sociais serão em breve obrigadas a tomar “medidas razoáveis” para impedir que os adolescentes tenham contas nas suas plataformas.

As empresas de tecnologia, que enfrentam multas de até 50 milhões de dólares australianos (32,5 milhões de dólares americanos ou 189 milhões de reais) por não cumprimento, qualificaram a legislação como “precipitada”, “problemática” e “imprecisa”.

O primeiro-ministro de centro-esquerda, Anthony Albanese, que disputará a reeleição em 2025, fez campanha a favor desta lei e pediu o apoio dos pais.

Albanese descreveu as redes sociais como “plataformas onde se exerce pressão de grupo, provocadoras de ansiedade, canais para golpistas e, o pior de tudo, uma ferramenta para predadores online”.

“Quero ver as crianças longe dos seus dispositivos e em campos de futebol, piscinas e quadras de tênis”, disse Albanese em entrevista em setembro.

No papel, a proibição é uma das mais rigorosas do mundo, mas atualmente não está claro como as empresas de redes sociais irão aplicá-la.

Levará pelo menos 12 meses para que os detalhes sejam finalizados e a proibição entre em vigor.

Algumas empresas, como WhatsApp e YouTube, provavelmente receberão isenções.

A legislação será acompanhada de perto por outros países, incluindo muitos que cogitam proibições semelhantes.

Na análise do primeiro parágrafo do texto “Utilidades demais”, observamos que o autor relata uma experiência vivida de forma sequencial, descrevendo uma situação ocorrida em um momento específico do seu cotidiano. Essa narrativa está marcada por elementos típicos do gênero narrativo, como a apresentação de personagens, a descrição de um ambiente (a avenida Rio Branco e uma galeria de camelôs) e a ocorrência de um evento que envolve a interação direta entre o narrador e os camelôs, o que caracteriza um relato de episódio.

A alternativa A – narrativo – está correta, pois o parágrafo em questão apresenta uma sequência de ações e acontecimentos, elementos essenciais do gênero narrativo. O narrador conduz o leitor por meio de uma história pessoal, que embora contenha traços descritivos ao ambientar a cena, se apoia primariamente na narração dos fatos vividos, enfatizando a sucessão temporal dos eventos e o impacto da situação sobre as relações interpessoais.

Analisando as demais alternativas, podemos considerar o seguinte:
<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
 <li>Alternativa B – injuntivo: Esse tipo de texto tem a finalidade de instruir ou ordenar ações, o que não ocorre no parágrafo analisado, pois o autor não dá ordens ou conselhos.</li>
 <li>Alternativa C – descritivo: Embora haja elementos de descrição (como dos locais e objetos), a predominância dos eventos narrados faz com que este gênero não seja o principal.</li>
 <li>Alternativa D – dissertativo: O texto dissertativo se caracteriza pela exposição e argumentação a respeito de um tema, o que não é o caso deste parágrafo que se foca no relato de uma experiência pessoal.</li>
 <li>Alternativa E – argumentativo: Textos argumentativos visam persuadir o leitor e apresentar argumentos, o que também não é identificado na estrutura do parágrafo, que preza pela narração dos fatos.</li>
</ul>

Portanto, ao analisarmos os elementos predominantes no primeiro parágrafo do texto “Utilidades demais”, concluímos que sua estrutura e finalidade estão alinhadas com o gênero narrativo, evidenciando a escolha correta da alternativa.

Gabarito: Letra A

Flanando outro dia pela avenida Rio Branco, vi-me sem querer numa galeria formada por camelôs na cidade do Rio de Janeiro. E, como estava ali, caí na tentação de procurar um objeto: uma lanterninha, daquelas micro, de plástico, a pilha. O camelô me mostrou uma pequena peça, que acoplou a seu celular, e produziu um jatinho de luz. Agradeci e respondi que não me servia – “Não uso celular”, expliquei.

O camelô se escandalizou: “Não usa celular???”, perguntou, com vários pontos de interrogação e num volume que o fez ser ouvido por todo mundo em volta. A frase se espalhou pelos demais camelôs e, em segundos, à medida que eu passava pelo corredor humano, podia sentir os dedos apontados para mim e a frase: “Não usa celular!!!”. Para eles, eu devia equivaler a alguém que ainda não tinha aderido ao banho quente ou à luz elétrica. Acho até que um camelô me fotografou, talvez para mostrar a algum amigo incrédulo – como pode haver, em 2017, quem não use celular? 

Consciente de ser um anacronismo ambulante, confesso-me esta pessoa e me atrevo a dizer que o celular nunca me fez falta – e continua não fazendo. Para me comunicar, vivo hoje mais ou menos como em 1990, quando o treco ainda não existia e nem se pensava no assunto.

Ninguém deixa de falar comigo por falta de telefone. Se estou em casa, atendo àquele aparelho que hoje chamam, com desprezo, de “fixo”. Se tiver de sair, faço as ligações de que preciso e vou alegremente para a rua. Se eu estiver fora e alguém me telefonar, paciência – se for importante, ligará de novo.

Por que não uso celular? Porque, com suas 1001 utilidades, tipo Bombril, ele é capaz de me escravizar. O único jeito é manter-me à distância – até o dia em que, com ou sem ele, provavelmente ficarei inviável de vez.


Questões de Português - Tipologia textual e funções da linguagem - Superior