 O ouro não é tudo. Também existem diamantes.

 Estou vivendo a experiência de ficar sem dinheiro.

 O que aprendemos com o passado é que raramente aprendemos com o passado.

 A diferença entre pê e pé não é só no acento gráfico.

 A verdadeira constituição das coisas gosta de ocultar-se.

Ao analisarmos as funções da linguagem, é fundamental identificar a função metalinguística, que ocorre quando a própria linguagem é utilizada para falar sobre a linguagem, esclarecendo ou explicando seu funcionamento, seus elementos ou suas regras. Essa função é característica de enunciados que se referem a termos, conceitos ou regras linguísticas.

Vejamos o que nos oferece cada alternativa:

<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
 <li>Alternativa A: “O ouro não é tudo. Também existem diamantes.” – Essa frase expressa uma ideia literal sobre valores, sem utilizar a linguagem para analisar ou explicar elementos linguísticos, atendendo mais à função referencial.</li>
 <li style="margin-bottom: 1.5em;">Alternativa B: “Estou vivendo a experiência de ficar sem dinheiro.” – Aqui há uma narração de uma situação pessoal, sem foco em explicação ou análise da linguagem, funcionando principalmente na esfera emotiva ou expressiva.</li>
 <li style="margin-bottom: 1.5em;">Alternativa C: “O que aprendemos com o passado é que raramente aprendemos com o passado.” – Trata-se de uma frase de cunho reflexivo e irônico, com ênfase na crítica ao comportamento humano, mas não se utiliza a linguagem para explicar ou refletir sobre ela mesma.</li>
 <li style="margin-bottom: 1.5em;">Alternativa D: “A diferença entre pê e pé não é só no acento gráfico.” – Esta frase faz referência direta aos elementos da própria língua, destacando a importância do acento gráfico para diferenciar palavras homófonas ou quase homófonas. A presença da explicação sobre a forma escrita dos termos torna visível a aplicação da função metalinguística, que visa explicar o funcionamento e os termos da língua.</li>
 <li style="margin-bottom: 1.5em;">Alternativa E: “A verdadeira constituição das coisas gosta de ocultar-se.” – Trata-se de uma frase de caráter filosófico ou metafórico, que embora seja rica em sentido figurado, não aborda a análise da linguagem em si.</li>
</ul>

Dessa forma, a alternativa D se destaca pela utilização da linguagem para explicar elementos próprios da linguagem (a grafia e o acento gráfico dos termos “pê” e “pé”), caracterizando, portanto, a função metalinguística. Na prática, esse tipo de enunciado é comum em contextos onde se busca esclarecer dúvidas sobre ortografia ou gramática, como nos ambientes acadêmicos e de concursos públicos.

Alternativa Correta:
A alternativa D é a correta por utilizar um recurso da linguagem que visa explicar elementos gramaticais, caracterizando a função metalinguística, essencial para a compreensão e o ensino da Norma Culta.

Gabarito: Letra D

 Intuito de relatar histórias fictícias.

 Apresentar uma descrição pormenorizada.

 Defesa de uma tese por meio da argumentação.

Na questão apresentada, o texto possui caráter expositivo, ou seja, tem como principal finalidade informar e explicar um conceito ou ideia sobre as relações mediadas pelas redes sociais e seus impactos na solidão. Essa característica é típica dos textos expositivos, que objetivam apresentar informações de maneira clara e objetiva, sem a intenção primordial de narrar histórias fictícias ou argumentar de forma a defender uma tese.

A alternativa A, que sugere “Intuito de relatar histórias fictícias”, está incorreta, pois textos expositivos não se dedicam a narrar acontecimentos imaginários, mas sim a explicar e informar o leitor acerca de um assunto. Da mesma forma, a alternativa C, “Apresentar uma descrição pormenorizada”, também está equivocada, já que embora o texto possa conter descrições, o foco reside em expor ideias e conceitos, sem a minúcia típica de textos descritivos que focam, por exemplo, em retratar ambientes ou cenas de forma detalhada.

A alternativa D, “Defesa de uma tese por meio da argumentação”, não é a mais adequada ao se referir à função principal do texto, pois esta alternativa refere-se a um texto argumentativo. Na argumentação, há uma postura persuasiva e de defesa de pontos de vista particulares, enquanto que o texto expositivo se caracteriza pela apresentação imparcial e esclarecedora de teorias ou dados, deixando ao leitor a formação de uma opinião a partir das informações expostas.

Alternativa Correta:
A alternativa B, “Apresentação de um conceito ou ideia”, é a correta, pois reflete perfeitamente a finalidade do texto expositivo, que é informar e explicar, sem adotar a postura persuasiva de uma argumentação. O texto analisa como as redes sociais, embora ofereçam a possibilidade de conexão, podem também contribuir para sentimentos de solidão, explorando esse fenômeno de maneira informativa e analítica.

Gabarito: Letra B

    Nós nunca estivemos tão conectados. As redes sociais podem fortalecer relacionamentos preexistentes e permitir que novas conexões sejam estabelecidas. No entanto, o uso __________ também pode nos fazer sentir mais sozinhos.
    Na Espanha, 92% das pessoas têm um smartphone e o utilizam principalmente para se comunicar por mensagens instantâneas com aplicativos como o WhatsApp. Nós nos comunicamos mais com nossas famílias e amigos por mensagens instantâneas do que face a face. Na verdade, passamos cada vez mais tempo interagindo com a mídia digital. Apesar disso, uma em cada três pessoas se sente solitária.
    A solidão indesejada tem consequências negativas para o __________ e a saúde. Quando persistente, pode levar a mudanças negativas em nossos sistemas nervoso, imunológico e cardiovascular. A solidão indesejada pode até aumentar o risco de morte — na mesma proporção que o fumo e mais do que a obesidade e a inatividade física.
    Então, o contato cara a cara é melhor que a comunicação virtual? Um pilar essencial na felicidade são as relações sociais. As pessoas que têm mais interações sociais face a face estão mais satisfeitas e têm um melhor estado de saúde em comparação com aquelas com uma rede social limitada. Por outro lado, a comunicação por meio de plataformas digitais nos permite nos expressar e construir a comunidade, mas parece ter um efeito negativo na satisfação das pessoas que não têm uma rede de apoio.
    Aplicativos como o WhatsApp nos permitem conectar com qualquer pessoa a qualquer momento. No entanto, a mensagem é mais simples e perdemos as nuances de tom de voz e expressão facial presentes na comunicação face a face, fundamentais para um intercâmbio social adequado. Além disso, parece haver um viés positivista nas comunicações virtuais, nós expomos mais aspectos positivos do que negativos, portanto temos a impressão de que os outros têm uma vida melhor e são mais felizes. Tudo isso pode gerar altos níveis de ansiedade. Experiências negativas em redes sociais, baixa _________ ou uma rede de apoio limitada poderiam ser alguns dos fatores que explicariam esses resultados.


Alternativa Correta:

A questão trata da tipologia textual e das funções da linguagem, utilizando o excerto narrativo apresentado. O texto é, de fato, narrativo, uma vez que relata uma experiência vivida pela personagem, descrevendo suas impressões e acontecimentos durante o trajeto pelas ruas sob intenso calor.

No excerto, observamos que o ambiente é retratado com riqueza de detalhes: o calor insuportável, as pessoas com "expressões de condenados" e a atmosfera quase opressiva que influencia diretamente o comportamento da personagem. Esses elementos ajudam a definir o cenário e o clima psicológico, sendo essenciais na construção de uma narrativa em que o ambiente exerce papel determinante na condução dos eventos. 

Além disso, o trecho enfatiza a decisão da personagem de não pedir desculpas ao homem com o qual se deparou, justificando sua atitude pelo desconforto causado pelo calor extremo. Esse aspecto evidencia como o contexto (o calor) interfere no comportamento dos indivíduos, culminando na decisão dificultada de realizar uma visita que, inclusive, já não parecia tão necessária, visto que "tio Samuel não me esperava mesmo". Assim, a análise apresentada na questão corresponde com precisão ao conteúdo do texto narrativo.

A alternativa C é a correta, pois reafirma que o excerto narra um episódio onde o contexto ambiental (o calor intenso) exerce influência sobre as ações e decisões da protagonista, principalmente no que tange à sua hesitação em prosseguir com a visita ao tio.

Gabarito: Letra C

O texto, que se classifica como narrativo, relata episódio em que a personagem segue pelas ruas da cidade, sob forte calor, cuja intensidade afeta o comportamento das pessoas e da personagem, particularmente na decisão sobre a visita que faria ao tio.


    Retardei o passo. A tarde estava brilhante, mas o calor era o do inferno, os transeuntes a desfilarem pela fornalha com uma expressão de condenados, os rostos lustrosos, o olhar pesado. Um homem de terno branco esbarrou em mim. Caiu-lhe a pasta.
Resmungou enquanto se inclinava para apanhá-la. A culpa fora minha e por isso pensei em voltar-me para pedir-lhe desculpas, mas prossegui preguiçosamente pela rua afora. Para que desculpas? Fazia calor e era cansativo ser amável num calor assim. A vontade queria o ócio. O corpo queria nudez. Voltei a cara para o céu ardente. Havia poucas nuvens, mas a tempestade já conspirava no ar. Melhor escolher um outro dia, não? Afinal, tio Samuel não me esperava mesmo, talvez fosse até aborrecê-lo com a minha presença, os loucos estranham às vezes a invasão nos seus mundos.


Considerando os sentidos e aspectos linguísticos do texto apresentado, julgue o item subsecutivo.


O texto em questão, intitulado “Visão do Correio: Alerta para o avanço das arboviroses”, caracteriza-se basicamente pelo desenvolvimento de uma análise que expõe fatos e argumentos. Trata-se, portanto, de um texto dissertativo, pois o autor apresenta uma argumentação construída a partir de dados e informações relevantes sobre o avanço de arboviroses, fazendo conexões entre a situação de saúde pública, a necessidade de campanhas de esclarecimento e a complexidade da situação imposta pelas arboviroses, em especial, diante de eventos como o carnaval e o início da gestão nas prefeituras.

A redação adota uma estrutura típica dos textos dissertativos, que envolve introdução do tema, apresentação dos argumentos e conclusões fundamentadas em dados e informações precisas. Apesar do texto também informar e alertar sobre medidas de saúde, como o envio de doses extras de vacinas e recomendações aos gestores, sua principal finalidade é discutir, comentar e analisar os desafios que o enfrentamento das arboviroses impõe à população e aos gestores públicos, característica inerente ao gênero dissertativo-argumentativo.

<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
 <li>Alternativa A – Dissertativo: Correta, pois o texto apresenta desenvolvimento argumentativo, expondo o tema com clareza, análise crítica e justificativas baseadas em dados técnicos, conferindo ao texto uma estrutura dissertativo-argumentativa.</li>
 <li>Alternativa B – Descritivo: Incorreta, pois um texto descritivo enfatiza a representação detalhada de cenários, personagens ou ambientes, sem preocupação central com a argumentação ou exposição racional de ideias.</li>
 <li>Alternativa C – Injuntivo: Incorreta, já que textos injuntivos destinam-se a orientar ou instruir o leitor por meio de comandos, o que não caracteriza a abordagem predominante do texto em análise.</li>
 <li>Alternativa D – Narrativo: Incorreta, pois textos narrativos contam uma história ou relato de fatos em sequência, o que não condiz com o objetivo informativo e argumentativo presente no texto analisado.</li>
</ul>

Dessa forma, a opção correta é a que indica que o texto possui caráter dissertativo, devido à sua estrutura e finalidade argumentativa, ressaltando a exposição e análise dos fatos para alertar e informar a população sobre o avanço das arboviroses.

Gabarito: Letra A

Autoridades de saúde começam o ano com a incumbência de manter no radar o enfrentamento à dengue, à chikungunya e à febre amarela 
06/02/25 

 Sob a sombra da avalanche dos casos de dengue em 2024, autoridades de saúde começam este ano com a incumbência de manter no radar outras duas arboviroses: a febre amarela e a chikungunya. O aumento de ambas as infecções no Brasil começa a destoar da curva, evidenciando que o combate ao Aedes aegypti, que transmite as três doenças, e os avanços na imunização são estratégias vitais para um país que se vê sobressaltado por urgências sanitárias desde 2020, com a chegada da covid-19.
 O enfrentamento à febre amarela parece mais evidente. No último domingo, o Ministério da Saúde emitiu1 um alerta sobre o aumento da transmissão da doença em quatro unidades da Federação: São Paulo, Minas Gerais, Roraima e Tocantins. Em nota técnica às secretarias de Saúde dos estados, a pasta recomendou2 a intensificação de ações de vigilância e a imunização nas áreas de risco. Salientou3 ainda que o período de maior preocupação com a enfermidade vai de dezembro a maio, praticamente o mesmo da dengue.
 Essa janela de vulnerabilidade engloba também o carnaval, que, pelo maior deslocamento de pessoas, favorece o avanço de doenças virais. No caso da disseminação da febre amarela, o risco sobrevoa cidades que fazem parte dos grandes circuitos momescos do país. São Paulo, por exemplo, concentra a maior parte dos casos da doença neste ano e calcula que 16 milhões de pessoas sairão às ruas até a quarta-feira de cinzas. Belo Horizonte espera 6 milhões.
 Há outro agravante: é pertinente imaginar que foliões podem não saber se estão, de fato, protegidos. Isso porque, em 2018, seguindo um protocolo de emergência da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil aplicou doses fracionadas do imunizante na Bahia, em São Paulo e no Rio de Janeiro. Quem recebeu essa vacina precisa completar a imunização, e pode ter se esquecido ou não ter sido orientado sobre o reforço. Caso planeje viajar para locais em que há transmissão de febre amarela ou regiões rurais e de mata, deve fazê-lo com pelo menos 10 dias de antecedência.
 Considerando que faltam praticamente três semanas para o carnaval, são urgentes campanha de esclarecimento sobre a cobertura vacinal e disponibilidade de vacinas. Há de se ressaltar que o governo federal trabalha no envio de 800 mil doses extras para São Paulo até o início deste mês. Mas é preciso investir no escoamento da imunização o quanto antes, considerando, ainda, o obstáculo da resistência vacinal.
 Quanto à chikungunya, o foco de atenção é o Centro-Oeste. Ao Correio, o sanitarista e professor da Universidade de Brasília (UnB) Jonas Brant alertou que a região concentrou a maioria dos casos em 2024 e que, pelos números já registrados, o cenário deve se repetir neste ano. Ainda não há vacina no Brasil disponível para a doença, que, devido às dores incapacitantes, demanda uma rede de suporte mais complexa, com assistência do diagnóstico à reabilitação, o que pode durar meses.
 Fica claro que, ainda que compartilhem o mesmo vetor, febre amarela, chikungunya e dengue demandam respostas diferentes das autoridades. O início da gestão em saúde em prefeituras, em razão das eleições municipais de 2024, tende a deixar a situação ainda mais complexa. É certo, porém, que não se trata de um desafio sanitário a ser enfrentado apenas pelos gestores públicos. As arboviroses são, de fato, uma luta de todos.

Alternativa Correta:

O texto de Mario Prata se enquadra no gênero crônica. A crônica é um gênero textual marcado por uma abordagem leve e informal, abordando temas do cotidiano por meio de uma narrativa que, ainda que breve, utiliza frequentemente a ironia e o humor para comentar aspectos da realidade. No caso em questão, o autor utiliza a ironia para discutir a passagem das fases da vida, enfatizando a “envelhescência” como um período de transição com características peculiares, de forma bem-humorada e irreverente. Essa forma de tratamento cotidiana, que mistura reflexão e entretenimento, é típica das crônicas, que costumam ter uma linguagem acessível e pessoal, frequentemente publicadas em jornais e revistas.

Analisando as outras alternativas, podemos justificar a incorreção das mesmas: 
<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
 <li>Alternativa A – Dissertação: A dissertação é um texto argumentativo, com estrutura formal e divisão clara de introdução, desenvolvimento e conclusão, o que não ocorre na crônica, cujo formato é mais livre e reflexivo.</li>
 <li>Alternativa B – Conto: O conto é um gênero narrativo de ficção que geralmente possui enredo mais estruturado, com personagens e situação definida, diferente da característica leve e fragmentária das crônicas.</li>
 <li>Alternativa C – Reportagem: A reportagem é um gênero jornalístico que busca relatar fatos com objetividade e precisão, diferente do tom informal e subjetivo adotado na crônica de Prata.</li>
 <li>Alternativa E – Resenha: A resenha tem como objetivo apresentar, criticar e resumir uma obra, com uma estrutura mais analítica, o que não se aplica ao texto em questão.</li>
</ul>

Portanto, considerando a presença de comentários irônicos, a abordagem cotidiana e a reflexão sobre comportamentos sociais de maneira descontraída, conclui-se que o texto é um exemplo claro de crônica.

Gabarito: Letra D

    Se você tem entre 55 e 70 anos, preste bastante atenção no que se segue. Se você for mais novo, preste também, porque um dia vai chegar lá. E, se já passou, confira.
    Sempre me disseram que a vida do homem se dividia em quatro partes: infância, adolescência, maturidade e velhice.
Quase correto. Esqueceram de nos dizer que entre a maturidade e a velhice (entre os 55 e os 70), existe a envelhescência.
    A envelhescência nada mais é que uma preparação para entrar na velhice, assim com a adolescência é uma preparação para a maturidade. Engana-se quem acha que o homem maduro fica velho de repente, assim da noite para o dia. Não.
Antes, a envelhescência. E, se você está em plena envelhescência, já notou como ela é parecida com a adolescência? Coloque os óculos e veja como este nosso estágio é maravilhoso: 
    – Já notou que andam nascendo algumas espinhas em você? Notadamente na bunda? 
    – Assim como os adolescentes, os envelhescentes também gostam de meninas de vinte anos.
    – Os adolescentes mudam a voz. Nós, envelhescentes, também. Mudamos o nosso ritmo de falar, o nosso timbre. Os adolescentes querem falar mais rápido; os envelhescentes querem falar mais lentamente.
    – Os adolescentes vivem a sonhar com o futuro; os envelhescentes vivem a falar do passado. Bons tempos… 
    – Os adolescentes não têm ideia do que vai acontecer com eles daqui a 20 anos. Os envelhescentes até evitam pensar nisso.
    – Ninguém entende os adolescentes… Ninguém entende os envelhescentes… 
    Ambos são irritadiços, se enervam com pouco. Acham que já sabem de tudo e não querem palpites nas suas vidas.
    – Às vezes, um adolescente tem um filho: é uma coisa precoce. Às vezes, um envelhescente tem um filho: é uma coisa pós-coce.
    – Os adolescentes não entendem os adultos e acham que ninguém os entende. Nós, envelhescentes, também não entendemos eles. Ninguém me entende é uma frase típica de envelhescentes.
    – Quase todos os adolescentes acabam sentados na poltrona do dentista e no divã do analista. Os envelhescentes, também a contragosto, idem.
    – O adolescente adora usar uns tênis e uns cabelos. O envelhescente também. Sem falar nos brincos.
    – Ambos adoram deitar e acordar tarde.
    – O adolescente ama assistir a um show de um artista envelhescente (Caetano, Chico, Mick Jagger). O envelhescente ama assistir a um show de um artista adolescente (Rita Lee).
    – O adolescente faz de tudo para aprender a fumar. O envelhescente pagaria qualquer preço para deixar o vício.
    – Ambos bebem escondidos.
    – Os adolescentes fumam maconha escondidos dos pais. Os envelhescentes fumam maconha escondido dos filhos.
    – O adolescente esnoba que dá três por dia. O envelhescente quando dá uma a cada três dia, está mentindo.
    – A adolescência vai dos 10 aos 20 anos: a envelhescência vai dos 55 aos 70. Depois sim, virá a velhice, que nada mais é que a maturidade do envelhescente.
    – Daqui a alguns anos, quando insistirmos em não sair da envelhescência para entrar na velhice, vão dizer: – É um eterno envelhescente! Que bom.


Questões de Português - Tipologia textual e funções da linguagem - Superior