 Quando não se ama demais, não se ama bastante.

 É impossível amarmos uma segunda vez o que realmente cessamos de amar.

 O único prêmio da virtude é a virtude.

 Não faz um amigo quem nunca fez um inimigo.

 Há pessoas que julgam as falhas dos amigos; com isso não se ganha nada.

Analisemos cada alternativa para compreender qual delas se configura como uma frase argumentativa, isto é, aquela que apresenta uma tese e argumentos que a sustentem.

<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
 <li>Alternativa A: "Quando não se ama demais, não se ama bastante." – Essa frase, de caráter proverbial, sugere uma reflexão sobre intensidade do amor, mas não apresenta de forma explícita uma tese e os respectivos argumentos que a comprovem. Trata-se mais de uma afirmação de caráter generalizado, sem o desenvolvimento de um raciocínio argumentativo.</li>
 <li>Alternativa B: "É impossível amarmos uma segunda vez o que realmente cessamos de amar." – Embora esta alternativa apresente uma ideia reflexiva e possa parecer conter uma argumentação implícita, ela se sustenta mais como um aforismo do que como um argumento estruturado, pois não há a apresentação clara de premissas que conduzam à conclusão.</li>
 <li>Alternativa C: "O único prêmio da virtude é a virtude." – Trata-se de uma afirmação típica de máximas ou ditados, enfatizando um valor, sem, contudo, o desenvolvimento de um passo a passo lógico que constitua uma argumentação propriamente dita.</li>
 <li>Alternativa D: "Não faz um amigo quem nunca fez um inimigo." – Essa frase também se aproxima do formato de um provérbio, onde uma contradição implícita é usada para reforçar uma ideia, mas falta o desenvolvimento de uma tese com argumentos que a sustentem formalmente.</li>
 <li>Alternativa E: "Há pessoas que julgam as falhas dos amigos; com isso não se ganha nada." – Nesta alternativa identificamos a presença de uma tese ("com isso não se ganha nada") sustentada por um argumento declarado na oração anterior ("Há pessoas que julgam as falhas dos amigos"). O uso do conectivo “com isso” evidencia a relação de causa e efeito, estruturando, assim, uma argumentação clara e eficaz.</li>
</ul>

Alternativa Correta:
Portanto, a alternativa E é a única que reúne os elementos caracterizadores de uma argumentação: apresenta uma ideia central (tese) e a fundamenta por meio de um argumento que estabelece uma consequência lógica. Essa estrutura permite que o leitor identifique claramente o raciocínio argumentativo, distinguindo-a dos ditos ou aforismos presentes nas demais alternativas. Assim, a alternativa E atende ao enunciado, pois é a frase argumentativa que possui uma tese e argumentos que a sustentam.

Gabarito: Letra E

 Não deixe para amanhã o que pode fazer hoje.

Para analisar a questão, é necessário compreender que a função conativa (ou apelativa) da linguagem é aquela que se dirige ao receptor com o objetivo de provocar uma reação, seja por meio de comandos, apelos ou pedidos. Essa função é bastante utilizada em contextos em que se deseja influenciar ou orientar o comportamento do interlocutor.

Análise das Alternativas:

<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
 <li>Alternativa A: "Não deixe para amanhã o que pode fazer hoje." – Nesta frase, há um imperativo implícito que incita o receptor a agir imediatamente, caracterizando a função conativa ao estimular uma ação.</li>
 <li style="margin-bottom: 1.5em;">Alternativa B: "Faz o bem sem olhar a quem." – Apesar de ser um ditado popular, essa frase orienta e incentiva a prática do bem, direcionando o receptor à ação, o que evidencia a função conativa.</li>
 <li style="margin-bottom: 1.5em;">Alternativa C: "Siga em frente que atrás vem gente." – A frase apresenta uma ordem ou conselho para o receptor, utilizando o imperativo para persuadir, caracterizando, assim, a função conativa da linguagem.</li>
 <li style="margin-bottom: 1.5em;">Alternativa D: "Fiz o que pude para ajudar os demais." – Aqui, a frase relata uma ação realizada pelo emissor, caracterizando uma função principalmente referencial ou narrativa, pois o foco está na transmissão de uma informação factual e não na tentativa de influenciar o receptor.</li>
 <li style="margin-bottom: 1.5em;">Alternativa E: "Veja bem o que você vai fazer." – Esta frase dirige um apelo ao receptor, utilizando o imperativo “veja”, que visa chamar a atenção e influenciar a forma de agir do interlocutor, representando a função conativa.</li>
</ul>

Alternativa Correta:

A alternativa D não exemplifica a função conativa de linguagem, pois não fornece um comando, pedido ou orientação ao receptor, mas sim informa sobre uma ação já concluída pelo emissor. Dessa forma, essa alternativa possui uma predominância da função referencial, focada na transmissão objetiva de informações.

Gabarito: Letra D

 Muitas pessoas são dotadas de razão, poucas de bom senso.

 Com a razão tudo se prova e tudo se impugna.

 Nós estamos sempre com a razão, o destino está sempre errado.

 A razão do melhor é sempre a mais forte.

Para responder à questão sobre tipologia textual, é fundamental compreender o conceito de texto injuntivo. Textos injuntivos têm como objetivo orientar, instruir ou recomendar uma ação ao leitor, utilizando, geralmente, verbos no imperativo, no infinitivo ou outras formas que indiquem ordem, conselho, pedido ou sugestão. São exemplos típicos desse tipo de texto receitas culinárias, manuais de instrução, regulamentos e campanhas educativas. 
Vamos analisar detalhadamente cada alternativa:

<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
 <li>A) Muitas pessoas são dotadas de razão, poucas de bom senso. 
 Este enunciado está meramente constatando um fato ou fazendo uma reflexão. Não há qualquer intenção de orientar ou direcionar o comportamento do leitor. Portanto, não é um texto injuntivo.</li>
 <li>B) Com a razão tudo se prova e tudo se impugna. 
 Trata-se de uma frase afirmativa e analítica, que apenas expõe uma ideia, sem dirigir-se ao interlocutor para sugerir, ordenar ou aconselhar qualquer ação.</li>
 <li>C) Nós estamos sempre com a razão, o destino está sempre errado. 
 Simples constatação/opinião, sem qualquer traço imperativo ou recomendação de ação. Texto expositivo/opinativo, logo não injuntivo.</li>
 <li>D) A razão do melhor é sempre a mais forte. 
 Aqui temos novamente uma frase que expressa uma opinião ou conclusão, sem intenção de mover o comportamento do leitor.</li>
 <li>E) Procuremos ter sempre razão. 
 Este enunciado, ao utilizar o verbo “procurar” no subjuntivo (“Procuremos”), insta o leitor à ação: convida, aconselha e sugere uma conduta. Tal construção é característica dos textos injuntivos, pois há a intenção clara de incentivar uma ação ou um comportamento.</li>
</ul>

Alternativa Correta:

A alternativa E diferencia-se das demais por apresentar uma orientação que envolve o leitor, usando um verbo em modo verbal que convida à ação (procuremos). Essa é uma clara marca dos textos injuntivos, conforme esperado na questão. Vale lembrar que textos injuntivos nem sempre têm tom autoritário, podendo aparecer também como conselhos, instruções ou alertas, desde que incitem algum tipo de ação.

Gabarito: Letra E

 Se eu não fosse político, queria ser publicitário.

 Juiz é um estudante de direito que dá notas a si próprio.

 Um ladrão passa por cavalheiro depois que os roubos o enriqueceram.

 Não há regras. Apenas siga o seu coração.

Para responder à questão, é preciso compreender as funções da linguagem, em especial a função emotiva. Essa função, também chamada de expressiva, está centrada no emissor da mensagem e tem como objetivo principal revelar emoções, sentimentos, opiniões ou estados de espírito do locutor. Normalmente, utiliza-se a 1ª pessoa e percebe-se a manifestação pessoal de quem fala ou escreve.

Vamos analisar cada alternativa:

<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
 <li>
 A) Se eu não fosse político, queria ser publicitário. 
 Esta alternativa utiliza a primeira pessoa do singular ("eu") e revela um desejo ou uma projeção pessoal do enunciador. É um exemplo nítido da função emotiva da linguagem, pois expõe um sentimento, uma aspiração do sujeito que fala.
 </li>
 <li>
 B) Juiz é um estudante de direito que dá notas a si próprio. 
 Aqui, temos uma definição irônica ou uma crítica, com caráter mais reflexivo ou até metalinguístico, mas sem clara manifestação dos sentimentos pessoais do locutor.
 </li>
 <li>
 C) Um ladrão passa por cavalheiro depois que os roubos o enriqueceram. 
 A frase faz uma observação de cunho social, uma crítica indireta, mas não demonstra emoção direta ou sentimento do enunciador.
 </li>
 <li>
 D) Quase tudo vem de quase nada. 
 Esta alternativa apresenta uma reflexão filosófica, genérica, sem marca de subjetividade explícita do emissor.
 </li>
 <li>
 E) Não há regras. Apenas siga o seu coração. 
 Apesar de a frase sugerir um conselho, a manifestação aqui é voltada para o receptor (à função apelativa/conativa), recomendando uma ação, e não expressando diretamente o sentimento do enunciador.
 </li>
</ul>

Alternativa Correta:

A letra A é a correta, pois está centrada na subjetividade e visão pessoal do emissor, deixando explícita sua opinião e desejo particular. A utilização do "eu" e o conteúdo da frase refletem de modo claro a presença da função emotiva da linguagem.

Gabarito: Letra A

 Amigo, oculta a tua vida e propaga teu espírito.

 Goste de quem o aconselhe e não de quem o elogie.

 Não se deve imitar somente um, ainda que seja o mais sábio.

 O que busco, antes de mais nada, é a grandeza: o que é grande sempre é belo. 

A análise tipológica e das funções da linguagem requer atenção à intenção comunicativa predominante em cada frase. Textos de tipo argumentativo caracterizam-se pela defesa de um ponto de vista, apresentação de razões, justificativas ou opiniões fundamentadas, buscando convencer ou influenciar o interlocutor.

Análise das Alternativas:

<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
 <li>
 A) Após a vitória, afie sua faca! 
 Utiliza estrutura imperativa, típica do texto instrucional ou de conselho (tipo injuntivo), mas não apresenta justificativa ou defesa de ponto de vista.
 </li>
 <li>
 B) Amigo, oculta a tua vida e propaga teu espírito. 
 Também apresenta tom de conselheiro, recomendando comportamentos, sem contudo argumentar ou justificar em profundidade essas recomendações.
 </li>
 <li>
 C) Goste de quem o aconselhe e não de quem o elogie. 
 Forma imperativa, transmitindo conselho ou injunção, mas não justifica ou defende a ideia com argumentos, mantendo-se fora do domínio argumentativo propriamente dito.
 </li>
 <li>
 D) Não se deve imitar somente um, ainda que seja o mais sábio. 
 Embora contenha um elemento opinativo (“não se deve imitar somente um”), não há exposição explícita dos motivos ou fundamentação para essa ideia, sendo um conselho sentencioso.
 </li>
 <li>
 E) O que busco, antes de mais nada, é a grandeza: o que é grande sempre é belo. 
 Esta alternativa apresenta explicitamente uma fundamentação: há a enunciação de um desejo (“o que busco... é a grandeza”) e a justificativa dada na sequência (“o que é grande sempre é belo”). Essa relação entre tese e argumento caracteriza o texto argumentativo. A ligação causal — buscar a grandeza porque ela é bela — demonstra claramente o esforço de convencer o leitor a respeito da motivação apresentada.
 </li>
</ul>

Alternativa Correta:
A alternativa E é a única que se insere no domínio argumentativo, pois apresenta uma opinião apoiada por uma justificativa. As demais alternativas, apesar de conterem conselhos, recomendações ou máximas, carecem de fundamentação clara, estabelecendo-se mais propriamente como sentenças injuntivas ou sentenciosas, e não como argumentativas.

Gabarito: Letra E

Questões de Português - Tipologia textual e funções da linguagem