Analisando o segmento “quando se depara com o tempo de resolutividade e os gastos para a manutenção do serviço de prestação jurisdicional”, devemos atentar para a função do pronome “se” nesta oração. Trata-se de um caso de construção pronominal em que o verbo “deparar-se” é utilizado de forma impessoal, isto é, sem que seja expresso de maneira clara ou específica o sujeito que realiza a ação. Em orações com verbos pronominais usados de maneira impessoal, o pronome “se” pode configurar o índice de indeterminação do sujeito, pois não há um agente definido ou explicitamente mencionado, fazendo com que a ação seja atribuída a um sujeito indeterminado.

A alternativa afirma que “o pronome ‘se’ indica que o sujeito da oração é indeterminado”. Essa assertiva está correta, pois o “se” aqui não está funcionando como mero elemento reflexivo ligado a um sujeito determinado, mas sim marcando a generalidade da ação, sem ligar essa atividade a um sujeito especificado. Em síntese, a estrutura “quando se depara com” comunica uma situação geral, em que se entende “quando alguém se depara”, sem explicitá-lo, o que é característico da orações que constroem um sujeito indeterminado.

<ul>
 <li>Alternativa C) Certo: Está correta porque o pronome “se” na forma apresentada concretiza a ideia de impessoalidade, indicando que o sujeito é indeterminado, conforme analisado;</li>
 <li>Alternativa E) Errado: Esta alternativa estaria incorreta, pois contraria a análise gramatical da construção, ignorando a funcionalidade de “se” na indeterminação do sujeito, o que torna a ideia equivocada.</li>
</ul>

Concluindo, a análise da estrutura e a função do pronome “se” no verbo “deparar-se” evidenciam que o sujeito não está explicitamente indicado, assumindo o caráter indeterminado, o que confirma a correção da afirmação apresentada na questão.

Gabarito: Letra C

No segmento “quando se depara com o tempo de resolutividade e os gastos para a manutenção do serviço de prestação jurisdicional” (primeiro período do segundo parágrafo), o pronome “se” indica que o sujeito da oração é indeterminado.

    O Poder Judiciário brasileiro tem em torno de 80 milhões de processos judiciais. Esse número é estarrecedor quando comparado com a população do país, cuja estimativa é de 203 milhões de brasileiros. Sendo assim, para pouco mais de dois brasileiros, há um processo judicial, o que representa uma situação praticamente insustentável sob o aspecto econômico, gerencial e jurídico.
    Já houve redução no tempo e no custo do processo judicial com a implantação do processo eletrônico, mas há muito o que fazer quando se depara com o tempo de resolutividade e os gastos para a manutenção do serviço de prestação jurisdicional: estima-se que, no ano de 2022, tenham sido gastos, só na justiça federal, R$ 12.369.100.765. Em relação ao custo processual, no ano de 2015, por exemplo, cada brasileiro desembolsou R$ 387,00 para manter o Poder Judiciário, o que equivalia a 1,3% do PIB. Se avaliarmos de 2009 a 2015, o crescimento foi de 31%.
Em 2020, os gastos foram de R$ 479,16 por habitante.


Em relação às ideias e propriedades linguísticas do texto precedente, julgue o item a seguir.


Na frase “Ninguém deixa de falar comigo por falta de telefone”, o sujeito é representado pelo termo “ninguém”. Este pronome indefinido é o núcleo do sujeito e, por sua natureza, não admite pluralidade ou composição. Assim, o sujeito é simples, visto que há apenas um núcleo – “ninguém” – que exerce a função de sujeito da oração.

A seguir, analisamos cada alternativa:

<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
 <li>A) Oculto: Errada. Um sujeito oculto ocorre quando há flexão verbal que indica o sujeito, mas o mesmo não é expresso explicitamente. Nesta frase, “ninguém” é expresso, não se tratando de um sujeito oculto.</li>
 <li>B) Simples: Correta. Como explicado, “ninguém” é o único núcleo do sujeito presente na oração, configurando o sujeito simples.</li>
 <li>C) Composto: Incorreta. Sujeito composto ocorre quando há dois ou mais núcleos, ou seja, dois ou mais termos que exercem função de sujeito, o que não acontece neste caso.</li>
 <li>D) Inexistente: Incorreta. O sujeito inexistente – também conhecido como oração sem sujeito – ocorre quando o verbo não admite sujeito ou quando não há indivíduo praticando a ação, o que não se aplica à oração em análise.</li>
 <li>E) Indeterminado: Incorreta. O sujeito indeterminado ocorre quando a forma verbal impessoal não permite identificar o agente da ação de forma precisa. Como há o pronome “ninguém” indicando explicitamente o sujeito, não se trata de sujeito indeterminado.</li>
</ul>

Portanto, a análise demonstra que o sujeito da oração é simples, pois conta com um único núcleo (“ninguém”), que desempenha a função de agente na ação verbal. Desta forma, a alternativa correta é a letra B.

Gabarito: Letra B

Flanando outro dia pela avenida Rio Branco, vi-me sem querer numa galeria formada por camelôs na cidade do Rio de Janeiro. E, como estava ali, caí na tentação de procurar um objeto: uma lanterninha, daquelas micro, de plástico, a pilha. O camelô me mostrou uma pequena peça, que acoplou a seu celular, e produziu um jatinho de luz. Agradeci e respondi que não me servia – “Não uso celular”, expliquei.

O camelô se escandalizou: “Não usa celular???”, perguntou, com vários pontos de interrogação e num volume que o fez ser ouvido por todo mundo em volta. A frase se espalhou pelos demais camelôs e, em segundos, à medida que eu passava pelo corredor humano, podia sentir os dedos apontados para mim e a frase: “Não usa celular!!!”. Para eles, eu devia equivaler a alguém que ainda não tinha aderido ao banho quente ou à luz elétrica. Acho até que um camelô me fotografou, talvez para mostrar a algum amigo incrédulo – como pode haver, em 2017, quem não use celular? 

Consciente de ser um anacronismo ambulante, confesso-me esta pessoa e me atrevo a dizer que o celular nunca me fez falta – e continua não fazendo. Para me comunicar, vivo hoje mais ou menos como em 1990, quando o treco ainda não existia e nem se pensava no assunto.

Ninguém deixa de falar comigo por falta de telefone. Se estou em casa, atendo àquele aparelho que hoje chamam, com desprezo, de “fixo”. Se tiver de sair, faço as ligações de que preciso e vou alegremente para a rua. Se eu estiver fora e alguém me telefonar, paciência – se for importante, ligará de novo.

Por que não uso celular? Porque, com suas 1001 utilidades, tipo Bombril, ele é capaz de me escravizar. O único jeito é manter-me à distância – até o dia em que, com ou sem ele, provavelmente ficarei inviável de vez.


Na frase “O distúrbio é normalmente diagnosticado com o cálculo do IMC, uma medida criada no século 19 calculada a partir do peso e da altura de um indivíduo”, o sujeito da forma verbal “é” está explicitamente indicado, sendo “O distúrbio” o núcleo do sujeito. Este sujeito é formado por um único núcleo (substantivo “distúrbio”), o que caracteriza um sujeito simples.

A alternativa A (Inexistente) está incorreta porque a frase contém um sujeito expresso. Já a alternativa B (Indeterminado) não se aplica, pois o sujeito é claramente definido, ao contrário do sujeito indeterminado, que ocorre quando não se pode identificar nominalmente o sujeito, como na estrutura com o verbo na 3ª pessoa do plural sem o sujeito expresso ("Fala-se muito sobre isso").

A alternativa C (Oculto) também não é adequada, pois sujeito oculto ocorre quando o sujeito não aparece expresso na oração, mas é possível identificá-lo pelo contexto ou pela desinência verbal. No caso em análise, “O distúrbio” encontra-se claramente presente. Por sua vez, a alternativa D (Simples) é a correta, pois o sujeito “O distúrbio” é constituído por um único núcleo, sem haver a presença de mais elementos que possam configurá-lo como composto, caracterizando assim um sujeito simples.

Por fim, a alternativa E (Composto) está equivocada, pois um sujeito composto demanda a presença de dois ou mais núcleos, o que não ocorre na frase em questão.

Dessa forma, fica evidente que o sujeito da forma verbal “é” é classificado como sujeito simples.

Gabarito: Letra D

Para responder a seguinte questão, considere a frase “O distúrbio é normalmente diagnosticado com o cálculo do IMC, uma medida criada no século 19 calculada a partir do peso e da altura de um indivíduo”. 

 1. Composto | 2. Simples | 3. Indeterminado

Nesta questão, analisaremos a classificação dos sujeitos dos três verbos destacados no segundo parágrafo do texto, identificando-os e justificando as respostas com base nos conceitos gramaticais da língua portuguesa.

Verbo “emitiu”: Neste caso, o sujeito é "o Ministério da Saúde". Trata-se de um sujeito simples, pois há apenas um núcleo ("Ministério") que determina quem pratica a ação. Não há outros termos ou núcleos compostos que indiquem mais de um agente na ação verbal, o que caracteriza o sujeito como simples.

Verbo “recomendou”: Analisando o verbo, temos como sujeito a expressão "a pasta". Assim como no caso anterior, o sujeito é simples, pois “pasta” é o único núcleo que indica o agente da ação. Não há essa conjunção de elementos ou a presença de mais de um termo realizando a ação, configurando um sujeito simples.

Verbo “salientou”: Aqui, o sujeito não está expresso na oração. Ou seja, o sujeito é omitido, e sua identificação deve ser feita pelo contexto da mensagem. Trata-se, portanto, de um sujeito elíptico (ou desinencial), cujo núcleo pode ser recuperado a partir das orações anteriores. Observa-se que a retomada do sujeito se dá pelo elemento “a pasta” que já foi mencionado no enunciado anterior, mas, no trecho “salientou ainda que…”, o sujeito não está grafado, caracterizando-o como elíptico.

Portanto, a classificação dos sujeitos dos verbos destacados no segundo parágrafo é: o sujeito de "emitiu" é simples, o de "recomendou" é simples e o de "salientou" é elíptico.

Gabarito: Letra D

Autoridades de saúde começam o ano com a incumbência de manter no radar o enfrentamento à dengue, à chikungunya e à febre amarela 
06/02/25 

 Sob a sombra da avalanche dos casos de dengue em 2024, autoridades de saúde começam este ano com a incumbência de manter no radar outras duas arboviroses: a febre amarela e a chikungunya. O aumento de ambas as infecções no Brasil começa a destoar da curva, evidenciando que o combate ao Aedes aegypti, que transmite as três doenças, e os avanços na imunização são estratégias vitais para um país que se vê sobressaltado por urgências sanitárias desde 2020, com a chegada da covid-19.
 O enfrentamento à febre amarela parece mais evidente. No último domingo, o Ministério da Saúde emitiu1 um alerta sobre o aumento da transmissão da doença em quatro unidades da Federação: São Paulo, Minas Gerais, Roraima e Tocantins. Em nota técnica às secretarias de Saúde dos estados, a pasta recomendou2 a intensificação de ações de vigilância e a imunização nas áreas de risco. Salientou3 ainda que o período de maior preocupação com a enfermidade vai de dezembro a maio, praticamente o mesmo da dengue.
 Essa janela de vulnerabilidade engloba também o carnaval, que, pelo maior deslocamento de pessoas, favorece o avanço de doenças virais. No caso da disseminação da febre amarela, o risco sobrevoa cidades que fazem parte dos grandes circuitos momescos do país. São Paulo, por exemplo, concentra a maior parte dos casos da doença neste ano e calcula que 16 milhões de pessoas sairão às ruas até a quarta-feira de cinzas. Belo Horizonte espera 6 milhões.
 Há outro agravante: é pertinente imaginar que foliões podem não saber se estão, de fato, protegidos. Isso porque, em 2018, seguindo um protocolo de emergência da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil aplicou doses fracionadas do imunizante na Bahia, em São Paulo e no Rio de Janeiro. Quem recebeu essa vacina precisa completar a imunização, e pode ter se esquecido ou não ter sido orientado sobre o reforço. Caso planeje viajar para locais em que há transmissão de febre amarela ou regiões rurais e de mata, deve fazê-lo com pelo menos 10 dias de antecedência.
 Considerando que faltam praticamente três semanas para o carnaval, são urgentes campanha de esclarecimento sobre a cobertura vacinal e disponibilidade de vacinas. Há de se ressaltar que o governo federal trabalha no envio de 800 mil doses extras para São Paulo até o início deste mês. Mas é preciso investir no escoamento da imunização o quanto antes, considerando, ainda, o obstáculo da resistência vacinal.
 Quanto à chikungunya, o foco de atenção é o Centro-Oeste. Ao Correio, o sanitarista e professor da Universidade de Brasília (UnB) Jonas Brant alertou que a região concentrou a maioria dos casos em 2024 e que, pelos números já registrados, o cenário deve se repetir neste ano. Ainda não há vacina no Brasil disponível para a doença, que, devido às dores incapacitantes, demanda uma rede de suporte mais complexa, com assistência do diagnóstico à reabilitação, o que pode durar meses.
 Fica claro que, ainda que compartilhem o mesmo vetor, febre amarela, chikungunya e dengue demandam respostas diferentes das autoridades. O início da gestão em saúde em prefeituras, em razão das eleições municipais de 2024, tende a deixar a situação ainda mais complexa. É certo, porém, que não se trata de um desafio sanitário a ser enfrentado apenas pelos gestores públicos. As arboviroses são, de fato, uma luta de todos.

 oculto ou desinencial que poderia ser representado por tu.

 oculto ou desinencial que poderia ser representado por você.

 oculto ou desinencial correspondente à terceira pessoa do plural.

Questões de Português - Tipos de sujeito