Para identificar o tipo de sujeito no trecho "Trata-se [...] de um ‘problema continental’", precisamos analisar a estrutura da oração. No contexto, "Trata-se" é uma expressão que indica uma forma verbal reflexiva de "tratar", sendo uma locução verbal passiva. A frase não especifica quem ou o que especificamente está tratando algo como um problema, mas sim apresenta algo, a saber, um "problema continental".
 
A forma "Trata-se" sugere uma generalidade, típica do que gramaticalmente chamamos de sujeito indeterminado. Isso ocorre porque o enunciado lida com uma situação geral sem indicar exatamente quem é o agente, ou seja, quem está executando a ação. No caso específico da expressão "Trata-se", falta um agente claro e explícito que estaria tratando do assunto da migração de menores como um problema continental. Este é um recurso linguístico muito utilizado quando o agente é irrelevante ou desnecessário para o entendimento da mensagem.
 
Observando as opções de resposta:
- A ) oculto: refere-se a sujeitos que estão implícitos e podem ser identificados, geralmente associados à conjugação verbal (ex: nós em "Vamos ao cinema?");
- B ) simples: contém apenas um núcleo e está explicitamente mencionado na oração;
- C ) composto: possui mais de um núcleo, está explícito e envolve mais de um elemento;
- D ) inexistente: ocorre em orações onde não há sujeito, como em fenômenos da natureza (ex: "Choveu.");
- E ) indeterminado: usado quando o sujeito realiza a ação, mas não está especificado ou seja importante identificar.
 
Sendo assim, a análise confirma que o tipo de sujeito present no trecho fornecido é o sujeito indeterminado, pois o agente da ação não é especificado nem reconhecível.
Gabarito: Letra E

Menores de 11 anos representam 91% das crianças e adolescentes que frequentemente viajam desacompanhados

 Nova York – A América Latina e o Caribe estão enfrentando “uma das maiores e mais complexas crises” de migração infantil do mundo, com quantidades recordes de crianças cruzando seus principais pontos de trânsito, alertou o Unicef nesta quarta-feira (6).
 Cerca de 25% dos migrantes na região são menores de idade, em comparação com 15% globalmente, de acordo com um relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância, que aponta a pobreza, a violência e a degradação do meio ambiente como causas do êxodo em massa.
 Os menores de 11 anos representam 91% das crianças e adolescentes que frequentemente viajam desacompanhados pelos três principais pontos de trânsito de migração: a perigosa e inóspita selva do Darién, entre Colômbia e Panamá, o norte da América Central e o México, de acordo com o relatório “O rosto em transformação da infância migrante na América Latina e no Caribe”.
 A situação da infância migrante na região “não tem parâmetro por sua complexidade e magnitude”, alertou o diretor-regional do Unicef para a América Latina e o Caribe, Gary Conille, durante coletiva de imprensa.
 Trata-se, disse ele, de um “problema continental”, que exige uma “resposta unificada”.
 A pobreza, as consequências socioeconômicas da pandemia de covid-19, a violência de quadrilhas armadas, os impactos de desastres naturais, exacerbados pelas mudanças climáticas, e o desejo de se reunir com suas famílias explicam esse êxodo.
 Os menores desacompanhados correm mais riscos de serem alvo de traficantes, criminosos, quadrilhas organizadas e outras pessoas que desejam explorá-los, feri-los, se viajarem sozinhos ou em pequenos grupos, segundo o relatório.
 Independentemente de serem migrantes ou solicitantes de asilo, “estas crianças estão expostas a um enorme nível de riscos” e o “tratamento deveria ser padronizado, sistemático”, disse Conille.
 Nos primeiros seis meses de 2023, mais de 40.000 menores e adolescentes cruzaram a selva do Darién. Por sua vez, o Serviço de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos Estados Unidos registrou no primeiro semestre deste ano 83.000 menores, em comparação com 149.000 em 2021 e 155.000 no ano seguinte.

a função sintática do pronome "se" nas orações apresentadas no enunciado, bem como a identificação do sujeito nessas orações.

O trecho em discussão é: “os órgãos públicos têm-se preocupado, cada vez mais, com sua imagem organizacional” e “A imagem organizacional pública tem valor estratégico na medida em que interfere diretamente no relacionamento da organização com diferentes atores”. 

Analisando o primeiro uso do "se" em "têm-se preocupado", observa-se que ele funciona como índice de indeterminação do sujeito. Portanto, nessa oração, o sujeito é indeterminado, pois não especifica quem são os responsáveis pela ação, indicando que quaisquer entidades possíveis dentro de um contexto podem executá-la. 

Já na segunda parte, ao analisar “interfere diretamente”, não há a partícula “se”, e o sujeito é claramente determinado e expresso na frase anterior, “A imagem organizacional pública”. Portanto, nesta oração, a imagem organizacional é que executa a ação de interferir, sendo um sujeito específico e determinado. 

Sendo assim, a afirmação de que ambas as ocorrências do “se” indicam sujeitos indeterminados é incorreta, visto que apenas na primeira ocorrência existe essa função, enquanto na segunda sequência citada (que descreve o ato de interferir) o sujeito é claramente especificado. 

Gabarito: Letra E

No primeiro período do terceiro parágrafo, a partícula “se”, em ambas as suas ocorrências, indica que é indeterminado o sujeito sintático de cada uma das orações que formam o período.


    Uma organização é um sistema complexo de comunicações com um objetivo funcional. Durante sua existência e atuação, a organização vai formando uma imagem perante seus diversos públicos em função de todo um conjunto de contatos realizados, e não somente pelas iniciativas planejadas de comunicação que ela toma para formar a imagem pretendida.
Essa imagem, chamada imagem organizacional, pode ser descrita como uma compilação de opiniões e pontos de vista baseados em informações processadas de várias fontes, ao longo do tempo, que gera uma imagem mental dos atributos da organização.
    Seguindo uma tendência já percebida na iniciativa privada, os órgãos públicos têm-se preocupado, cada vez mais, com sua imagem organizacional. A imagem organizacional pública tem valor estratégico na medida em que interfere diretamente no relacionamento da organização com diferentes atores, bem como na sua legitimação e credibilidade perante a sociedade. No entanto, apesar de sua relevância, ainda há poucos estudos sobre a imagem organizacional no contexto público, tanto nacional quanto internacionalmente.
    Quando se trata da construção da imagem de uma organização, ressalta-se o papel dos veículos de imprensa. Esses veículos, ao publicarem uma notícia, atuam na associação e formação das crenças, das ideias, dos sentimentos e das impressões que uma pessoa ou um grupo tem ou passa a ter sobre aquela organização. Não obstante, a migração desses meios de comunicação para a Internet aumenta o volume de informações em circulação e eleva o seu poder de influência, uma vez que é possível acessar dados e informações de qualquer lugar e a qualquer momento, de modo a expandir a comunicação entre as pessoas e as organizações.


Julgue o item a seguir, relativo a aspectos linguísticos do texto CG1A1-I.


Análise da questão:

A questão propõe uma análise de estrutura frasal dentro do contexto morfossintático e semântico, focando na indeterminação do sujeito em uma oração do texto apresentado. A indeterminação do sujeito é uma estratégia gramatical que ocorre em variadas formas na língua portuguesa, e essa questão gira em torno de saber se a estrutura "Criou-se a carne" reflete ou não essa indeterminação de forma similar à expressão "Criaram-me a carne."

Análise das alternativas:
<ul>
<li>"Criaram-me a carne" trata-se de uma oração na voz ativa em que o sujeito é indeterminado. O pronome 'me' neste caso funciona como objeto indireto e não como indicador de sujeito. Esta construção não identifica os agentes da ação, mas sugere sua existência plural.</li>
<li>"Criou-se a carne" é um exemplo de voz passiva sintética ou pronominal, utilizando o pronome apassivador 'se'. Esta estrutura sugere que o evento ocorreu por si, mas não necessariamente conduz à uma percepção de ação causada por uma entidade não especificada, como induz o 'criaram-me'. A ação aqui é refletida como menos dirigida por agentes deste modo, e mais como um acontecimento geral ou natural.</li>
</ul>

O enunciado da prova afirma que as duas estruturas explicitariam igualmente a indeterminação do sujeito. No entanto, a percepção de indeterminação em "Criaram-me a carne" é de fato de uma ação por agentes indeterminados múltiplos, enquanto que "Criou-se a carne" traz uma noção mais de autofecundidade ou resultado sem a explicitação clara de múltiplos agentes. As duas formas diferem sutileza em termos de interpretação da ação e do sujeito. Assim, a afirmação feita na questão é incorreta por misturar essas nuances gramaticais e semânticas.

A alternativa correta é E.

Em “Criaram-me a carne” (segundo período do segundo parágrafo), observa-se uma estratégia de indeterminação do sujeito que se explicitaria igualmente com a estrutura Criou-se a carne.

    Quando os jornais anunciaram para o dia 1.º deste mês uma parede de açougueiros, a sensação que tive foi muito diversa da de todos os meus concidadãos. Vós ficastes aterrados; eu agradeci o acontecimento ao céu. Boa ocasião para converter esta cidade ao vegetarismo.
    Não sei se sabem que eu era carnívoro por educação e vegetariano por princípio. Criaram-me a carne, mais carne, ainda carne, sempre carne. Quando cheguei ao uso da razão e organizei o meu código de princípios, incluí nele o vegetarismo; mas era tarde para a execução. Fiquei carnívoro. Era a sorte humana; foi a minha. Não importa, o homem é carnívoro.
    Deus, ao contrário, é vegetariano. Para mim, a questão do paraíso terrestre explica-se clara e singelamente pelo vegetarismo. Deus criou o homem para os vegetais, e os vegetais para o homem.
    Enfim, chegou o dia 1.º de março; quase todos os açougues amanheceram sem carne. Chamei a família; com um discurso mostrei-lhe que a superioridade do vegetal sobre o animal era tão grande, que devíamos aproveitar a ocasião e adotar o são e fecundo princípio vegetariano. Ervas, ervas santas, puras, em que não há sangue; todas as variedades das plantas, que não berram nem esperneiam, quando lhes tiram a vida.
Convenci a todos; não tivemos almoço nem jantar, mas dois banquetes. Nos outros dias a mesma cousa.
    O vegetarismo é pai dos simples. Os vegetarianos não se batem; têm horror ao sangue. Eu não me dou por apóstolo único desta grande doutrina. Creio até que os temos aqui, anteriores a mim, e, — singular aproximação! — no próprio conselho municipal. Só assim explico a nota jovial que entra em alguns debates sobre assuntos graves e gravíssimos.


No que diz respeito aos aspectos morfossintáticos e semânticos do texto V, julgue o seguinte item.


A – Errado – Veja que os “apartamentos são alugados”; logo, o sujeito não está oculto, mas sim explícito.B – Certo – Veja que a frase está na voz passiva; por isso, o sujeito é paciente, pois recebe/sofre a ação verbal.C – Errado – Já vimos que o sujeito está determinado no contexto.D – Errado – A nomenclatura correta é “sujeito paciente”. Gabarito: Letra B.&nbsp;

Questões de Português - Tipos de sujeito