Vamos lá desvendando a parada da crase nessa questão sem perder o ritmo! A crase é aquela famosa junção da preposição "a" com o artigo feminino "a(s)", né? Então, quando a gente manda um "às" no meio da frase, tem que ter um motivo gramatical. 
 
Na frase "dando viço às suas peregrinações", a expressão "às" é a junção da preposição "a" (que indica direção ou destino em "dando viço a") com o artigo feminino plural "as" (porque peregrinações é um substantivo feminino plural). A gente usa a crase porque a preposição "a" se liga com o artigo "as" que, por sua vez, está definindo o substantivo "peregrinações". 
 
Se a gente tirasse a crase daí, iríamos perder essa conexão legal entre a direção que o "dando viço" dá com o destino que são as "peregrinações". Iria soar estranho, tipo "dando viço a suas peregrinações", o que é gramaticalmente incorreto porque faltaria o artigo definindo o substantivo. 
 
Por isso, no mundo das letras e da gramática, a presença da crase em "às suas peregrinações" é mandatória para manter a correção do texto. 
 
Portanto, a alternativa correta é C.

É obrigatório o sinal indicativo de crase empregado em
“às suas peregrinações” (R.11), de maneira que sua supressão
acarretaria incorreção gramatical no texto.

Com referência aos sentidos do texto precedente e às estruturas
linguísticas nele empregadas, julgue os itens a seguir.


Eis que se inicia então uma das fases mais intensas na
vida de Geraldo Viramundo: sua troca de correspondência com
os estudantes, julgando estar a se corresponder com sua amada.
E eis que passo pela rama nesta fase de meu relato, já que me
é impossível dar a exata medida do grau de maluquice que
inspiraram tais cartas: infelizmente se perderam e de nenhuma
encontrei paradeiro, por maiores que tenham sido os meus
esforços em rebuscar coleções, arquivos e alfarrábios em minha
terra. Sou forçado, pois, a limitar-me aos elementos de que
disponho, encerrando em desventuras as aventuras de
Viramundo em Ouro Preto, e dando viço às suas peregrinações.

o emprego da crase sinaliza a junção de 
uma preposição com um artigo feminino.

o verbo “pegar” é o termo regente do 
substantivo “felicidade”.

a crase pode ser empregada quando o 
termo regido for um substantivo masculino.

o acento indicativo de crase pode ser 
empregado, quando houver uma preposição 
e um artigo indefinido “uma”.

o uso da crase revela que a palavra 
“felicidade” está sendo utilizada em sentido 
indefinido, amplo.

O uso correto da crase na língua portuguesa é muitas vezes difícil de entender. A crase acontece quando há a fusão da preposição "a" com o artigo definido feminino "a" ou "as", ou ainda com o "a" inicial dos pronomes demonstrativos "aquele(s)", "aquela(s)", "aquilo".

 

No caso da alternativa A, ela é correta porque afirma que "o emprego da crase sinaliza a junção de uma preposição com um artigo feminino." É o entendimento básico e necessário para o uso correto da crase. Este é um princípio geral que se aplica ao uso da crase antes de substantivos femininos quando precedidos pela preposição "a" e seguidos de palavras que exigem artigo feminino.

 

A alternativa B menciona que o verbo "pegar" é o termo regente do substantivo "felicidade". Isso não tem relação com o uso da crase, já que é relacionado à regência verbal e não à junção da preposição com o artigo definido.

 

Na alternativa C, o erro está na afirmação de que "a crase pode ser empregada quando o termo regido for um substantivo masculino". Tradicionalmente, o uso da crase está associado a termos femininos, já que envolve o artigo feminino "a".

 

A alternativa D é incorreta ao sugerir que "o acento indicativo de crase pode ser empregado, quando houver uma preposição e um artigo indefinido 'uma'." A crase não ocorre com artigos indefinidos; ela ocorre com artigos definidos femininos.

 

Por fim, a alternativa E erra ao indicar que "o uso da crase revela que a palavra 'felicidade' está sendo utilizada em sentido indefinido, amplo." O uso da crase não está relacionado ao sentido em que a palavra é utilizada, mas às circunstâncias gramaticais que envolvem preposição e artigo.

Gabarito: Letra A

Sei que deveria ir mais a Minas Gerais do 
que vou, umas duas, três vezes ao ano. Pra 
rever meus parentes, meus amigos, pra não 
perder o sotaque. 
Sotaque que, acho eu, fui perdendo ao 
longo dos anos, desde aquele 1973, quando 
abandonei Belo Horizonte pra ir morar a mais 
de dez mil quilômetros de lá. 
Senti isso quando, outro dia, pousei 
no aeroporto de Uberlândia e fui direto na 
lanchonete comer um pão de queijo que, fora 
de brincadeira, é mesmo o mais gostoso do 
mundo. 
- Cê qué qui eu isquento um tiquinho procê? 
Foi assim que a mocinha me recebeu, quase 
de braços abertos, como se fosse uma amiga 
íntima de longo tempo. 
Sei não, mas eu acho que o sotaque 
mineiro aumentou – e muito – desde que parti. 
Quando peguei o primeiro avião com destino 
à felicidade, todos chamavam o centro de Belo 
Horizonte de cidade. O trólebus subia a Rua 
da Bahia, as pessoas tomavam Guarapan, 
andavam de Opala, ouviam Fagner cantando 
Manera Fru Fru, Manera, chamavam acidente 
de trombada e a polícia de Radio Patrulha.
Como pode, meu filho mais velho, que 
nasceu tão longe de Beagá, e, que hoje mora 
lá, me ligar e perguntar: 
- E ai pai, tudo jóia, tudo massa?
A repórter Helena de Grammont, quando 
ainda trabalhava no Show da Vida, voltou 
encantada de lá e veio logo me perguntar se 
o sotaque mineiro era mesmo assim ou se 
estavam brincando com ela. Helena estava no 
carro da Globo, procurando um endereço perto 
de Belo Horizonte, quando perguntou para um 
guarda de trânsito se ele poderia ajudá-la. A 
resposta veio de imediato. 
- Cê ségui essa istrada toda vida e quando 
acabá o piche, cê quebra pra lá e continua 
siguino toda vida!
Já virou folclore esse negócio de mineiro 
engolir parte das palavras. Debaixo da cama 
é badacama, conforme for é confórfô, quilo 
de carne é kidicarne, muito magro é magrilin, 
atrás da porta é trádaporta, ponto de ônibus 
é pôndions, litro de leite é lidileiti, massa de 
tomate é mastumati e tira isso daí é tirisdaí. 
Isso é verdade. Um garoto que mora em São 
Paulo foi a Minas Gerais e voltou com essa:Após o almoço Lá 
deve ser muito mais fácil aprender o português 
porque as palavras são muito mais curtas. 
Mineiro quando para num sinal de trânsito, 
se está vermelho, ele pensa: Péra. Se pisca o 
amarelo: Prestenção. Quando vem o verde: 
Podií. 
Mas não é só esse sotaque delicioso que o 
mineiro carrega dentro dele. Carrega também 
um jeitinho de ser. 
A Gabi, amiga nossa mineira, que mora em 
São Paulo há anos, toda vez que vem, aqui em 
casa, chega com um balaio de casos de Minas 
Gerais. 
Da última vez que foi a Minas, ela viu na 
mesa de café da tia Teresa uma capinha de 
crochê, cobrindo a embalagem do adoçante. 
Achou aquilo uma graça e comentou com a 
tia prendada. Pra quê? Tem dias que Teresa 
não dorme, preocupada querendo saber qual 
é a marca do adoçante que a Gabi usa, pra 
ela fazer uma capinha igual, já que ela gostou 
tanto. Chega a ligar interurbano pra São Paulo: 
- Num isquéci de mi falá a marca do seu 
adoçante não, preu fazê a capinha de crocrê 
procê...
Coisa de mineiro.
Bastou ela contar essa história que a Catia, 
outra amiga mineira – e praticante – que estava 
aqui em casa também, contar a história de um 
doce de banana divino que comeu na casa da 
mãe, dona Ita, a última vez que foi lá. Depois 
de todos elogiarem aquele doce que merecia 
ser comido de joelhos, ela revelou o segredo:
- Cês criditam que eu vi um cacho de banana 
madurin, bonzin ainda, no lixo do vizinho, e 
pensei: Genti, num podêmo dispidiçá não!
Mais de quarenta anos depois de ter deixado 
minha terra querida, o jeito mineiro de ser me 
encanta e cada vez mais.
Quer saber o que é ser mineiro? No final dos 
anos 80, quando o meu primeiro casamento 
se acabou, minha mãe, que era uma mineira 
cem por cento, queria saber se eu já “tinha 
outra”, como se diz lá em Minas Gerais. Um 
dia, cedo ainda, ela me telefonou e, ao invés 
de perguntar assim, na lata, se eu já tinha um
novo amor, usou seu modo bem mineiro de 
ser: 
- Eu tava pensâno em comprá um jogo de 
cama procê, mas tô aqui sem sabê. Sua cama 
nova é di casal ou di soltero?

Vamos desvendar essa questão, galera! A tática aqui é entender qual forma se encaixa perfeitamente em cada lacuna levando em conta nosso conhecido português. 
 
1. Primeira lacuna: "___ duas coisas no mundo verdadeiramente fatigantes". Precisamos de uma expressão que indique existência. "Há" é a forma do verbo haver usada para indicar que existe algo. Assim, as opções que começam com "Há" são as únicas que fazem sentido aqui. 
 
2. Segunda lacuna: "Se ___ notabilidade reside num cavalheiro". Neste contexto, estamos falando sobre uma condição (se a notabilidade reside...), então precisamos de um artigo definido. "A" é o artigo correto aqui, combinando com o nome "notabilidade" que já sabemos ser feminino e singular. 
 
3. Terceira lacuna: "dado ___ poesia". Essa é um pouco mais complicada. Estamos lidando com uma expressão que sugere uma certa dedicação a algo, indicando "a" poesia como uma área especifica. No entanto, dado que é uma expressão fixa, o correto seria "à", implicando "a + a", mas somente nas alternativas A e B estamos olhando para "a" simples. 
 
4. Quarta lacuna: "ele e Apolonius de Rhodes desprezam ___ crítica". Isso é um pouco mais direto, pois estamos falando de um objeto direto do verbo "desprezar", exigindo o artigo "a" antes de "crítica". 
 
Analisando cada uma dessas explicações, a alternativa B ("Há, a, à, a.") é a única que preenche todas as condições necessárias para atender ao sentido e à gramática do texto proposto. Então esses são os correto enchimentos para as lacunas! 
 
A alternativa correta é B.

seria grafada com acento indicador de crase em “as”.

não seria grafada qualquer acento em “as”.

seria grafada “ligada” em vez de “ligadas”.

seria grafada “outra” em vez de “outras”.

seria grafado “oje” em vez de “hoje”.

Entendi! A gente tá olhando aqui pro uso da crase nesse contexto específico. A passagem do Padre Antonio Vieira é bacana porque alude a um uso arcaico da língua, então algumas regras atuais não se aplicavam. Mas partindo para a nossa língua atual, vamos livrar essa dúvida.

 

O uso da crase, essencialmente, acontece quando há a fusão da preposição “a” com o artigo feminino “a” (ou “as” no plural). No trecho “ligadas hoje umas às outras”, se a gente for atualizar a grafia para o padrão atual, a gente mantém o uso da crase porque:

<ul>
<li>O termo “às” está antecedendo o substantivo feminino plural “outras”. Isso acontece porque temos aqui a preposição “a” devido ao fato delas estarem ligadas “a algo” (no caso “às outras”) e o artigo “as” devido ao fato de serem especificamente “as outras”.</li>
</ul>

 

Se fossem mencionados substantivos masculinos ou palavras no singular, a coisa mudaria de figura. Mas como a questão é bem direta e fala sobre o termo “ligadas hoje humas ás outras”, a crase fica por conta dessa fusão da preposição com o artigo feminino antes de um substantivo feminino plural.

 

Logo, observando as alternativas dadas, a alternativa correta é A.

O assunto, que tem sido ultimamente objeto de algumas controvérsias, foi tratado pelo autor no Estado de S. Paulo de 11 e
18 de maio e 13 de junho de 1945, em artigos cujo texto se reproduz, a seguir, quase na íntegra. 
Admite-se, em geral, sobretudo depois dos estudos de Teodoro Sampaio, que ao bandeirante, mais talvez do que ao indígena, 
se deve nossa extraordinária riqueza de topônimos de procedência tupi. Mas admite-se sem convicção muito arraigada, pois parece 
evidente que uma população “primitiva”, ainda quando numerosa, tende inevitavelmente a aceitar os padrões de seus dominadores 
mais eficazes. 
Não faltou, por isso mesmo, quem opusesse reservas a um dos argumentos invocados por Teodoro Sampaio, o de que os 
paulistas da era das bandeiras se valiam do idioma tupi em seu trato civil e doméstico, exatamente como os dos nossos dias se 
valem do português. 
Esse argumento funda-se, no entanto, em testemunhos precisos e que deixam pouco lugar a hesitações, como o é o do padre 
Antônio Vieira, no célebre voto que proferiu acerca das dúvidas suscitadas pelos moradores de São Paulo em torno do espinhoso 
problema da administração do gentio. “É certo”, sustenta o grande jesuíta, “que as famílias dos portuguezes e indios de São Paulo 
estão tão ligadas hoje humas ás outras, que as mulheres e os filhos se criam mystica e domesticamente, e a lingua que nas ditas 
familias se fala he a dos indios, e a portugueza a vão os meninos aprender à escola [...]’

Vamos lá! A questão pede para identificarmos onde há o uso correto da crase de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa. A crase ocorre quando há a fusão da preposição "a" com o artigo feminino "a(s)" ou com o "a" inicial dos pronomes aquele(s), aquela(s), aquilo e aquém.

Primeiro, analisemos a frase dada:

Um novo termo é cunhado devido _____ necessidade de se dar um nome _____ um conceito que antes não existia e que passará, assim, _____ ser usado.

 

1. Para a primeira lacuna: "devido _____ necessidade" - Aqui, temos a preposição "devido a" seguida por um substantivo feminino "necessidade". Logo, conforme as regras de crase, há a fusão do "a" da preposição com o "a" do artigo feminino, formando "à".

 

2. Para a segunda lacuna: "dar um nome _____ um conceito" - Não ocorre crase aqui, pois o termo "dar um nome a um conceito" não exige artigo feminino antes de "um conceito". Portanto, usamos somente a preposição "a".

 

3. Para a terceira lacuna: "passará, assim, _____ ser usado" - Novamente não há crase, pois não é precedido por artigo feminino, usamos apenas a preposição "a".

 

Colocando tudo junto resulta em: devido à necessidade de se dar um nome a um conceito que antes não existia e que passará, assim, a ser usado.

 

Logo, a alternativa correta é "D ) à … a … a", onde apenas a primeira lacuna tem crase, enquanto as outras duas não têm. 

Alternativa correta é D.

Um estudo publicado em junho de 2018 analisa as transfor-
mações ocorridas em Hong Kong ao longo de duas décadas, 
dos anos 1980 aos 2000, com foco em como a mudança de 
status das mulheres na sociedade e de atitude delas em rela-
ção ao casamento impactou o mercado imobiliário da cidade.
Descobriu-se que as mulheres solteiras tiveram um papel 
“surpreendente e pouco estudado” na gentrificação de Hong 
Kong.
O termo vem do inglês “gentrification”, cunhado nos anos 
1960 pela socióloga Ruth Glass para descrever mudanças no 
perfil de bairros da Zona Norte de Londres e se refere a um 
processo no qual investimentos que promovem a renovação 
de um bairro ou região atraem frequentadores e moradores 
de classes mais altas e provocam a saída de seus habitantes 
originais, de uma faixa de renda mais baixa.
Ainda que as mulheres tenham tido papel de agente 
nesse processo, o estudo ressalta que elas são as principais 
vítimas da gentrificação, “em decorrência da feminização da 
pobreza, fenômeno global e onipresente”.
O conceito de feminização da pobreza corresponde ao 
aumento absoluto ou relativo da pobreza entre mulheres ou 
entre famílias chefiadas por mulheres.

Questões de Português - Uso da crase - Administração