 Embarcou emocionado rumo a Roma das fecundas conquistas de seus antepassados.

 E a própria mágoa revelou o tortuoso caminho do perdão, e a dor lancinante que afogava o peito... passou.

 O coração não fazia objeções a distância que deveria percorrer para conseguir, ainda que fosse, um breve olhar...

 Escapando furiosa do bico da caneta, escondeu a escura tinta as lembranças que, no fundo, desejava esquecer.

A frase em questão envolve um dos temas mais desafiadores da Língua Portuguesa: o uso da crase. Vamos analisar cada alternativa para entender qual oferece a possibilidade de dupla leitura, incluindo ou omitindo o acento indicativo de crase.

<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
<li>A) Embarcou emocionado rumo a Roma das fecundas conquistas de seus antepassados. Aqui, "a Roma" refere-se a um local específico (Roma), onde geralmente não aplicamos o acento de crase pois é um nome de cidade que não é precedido por um artigo definido. Portanto, não há ambiguidade ou dupla possibilidade de leitura envolvendo a crase.</li>

<li>B) E a própria mágoa revelou o tortuoso caminho do perdão, e a dor lancinante que afogava o peito... passou. Nesta alternativa, a expressão "e a dor lancinante que afogava o peito... passou" pode ter uma dupla interpretação. Pode-se entender que a dor passou ao lado do peito (sem crase), ou que a dor invadiu o peito (com crase antes de "peito", indicando movimento para dentro). Portanto, esta alternativa permite uma dupla leitura, onde uma delas necessitaria do uso da crase.</li>

<li>C) O coração não fazia objeções a distância que deveria percorrer para conseguir, ainda que fosse, um breve olhar... "a distância" aqui não sugere uma dupla leitura com crase. O termo "a distância" é usado como uma expressão fixa, referindo-se ao espaço que deve ser percorrido, mas não implicando um movimento específico que exigiria crase.</li>

<li>D) Escapando furiosa do bico da caneta, escondeu a escura tinta as lembranças que, no fundo, desejava esquecer. Esta alternativa não apresenta uma situação de ambiguidade ou dupla leitura envolvendo crase. A frase fala metaforicamente sobre tintas e lembranças, sem referências a movimentos ou posições que exigiriam crase.</li>
</ul>

Levando em consideração o enunciado pedido, a alternativa correta é aquela que oferece uma dupla interpretação de leitura, onde uma delas pode exigir o uso do acento indicativo de crase. A alternativa "B" é a mais adequada nesse contexto, seguindo exatamente essa condição.

Vamos analisar cada item no uso da crase:

<ol style="margin-bottom: 1.5em;">
 <li>Essa história é muito parecida à que minha mãe me contava. - A crase é utilizada aqui corretamente, pois há a fusão da preposição "a" com o artigo definido feminino "a" antes de um pronome relativo que faz referência a um substantivo feminino ("a história").</li>
 <li>Ele escreve à Machado de Assis, isto é, com elegância e naturalidade. - Neste caso, a crase é utilizada de forma figurativa ou estilística, indicando o estilo literário 'à maneira de', o que é aceitável em contextos formais e literários.</li>
 <li>Os inimigos estavam cara a cara. - Não se usa crase porque a expressão "cara a cara" é uma locução adverbial de modo formada por palavras repetidas, que não aceita artigo antes de "cara", pois "cara" é usada aqui como advérbio, não como substantivo feminino.</li>
 <li>Não voltarei a casa para almoçar. - Não se usa crase antes da palavra "casa" quando esta está sendo usada no sentido de lar, sem especificação ou adjetivação. Se houvesse uma especificação, como 'a minha casa' ou 'à casa da praia', a crase seria necessária.</li>
 <li>Não compareço a festas públicas. - Também está correto, pois a palavra "festas" é um substantivo feminino plural e não é precedida de artigo "as", logo, o uso da crase é inadequado.</li>
</ol>

Analisando as correções dos usos da crase nesses contextos específicos, todos os itens estão corretos dentro de suas respectivas explicações e usos gramaticais. A questão requer uma compreensão detalhada de quando aplicar ou não a crase, considerando tanto as regras gramaticais quanto usos estilísticos, figurativos ou excepcionais, como em expressões fixas.

A alternativa correta é E.

 À entrada da casa havia um aviso: cão bravo.

 Estão todos esses homens à disposição da justiça.

 Tudo acontecia à distância de mil metros, não poderíamos ser afetados. 

A questão apresentada requer a identificação de uso incorreto do sinal indicativo de crase, que é a fusão da preposição “a” com o artigo feminino “a” ou com o “a” inicial dos pronomes aquele(s), aquela(s), aquilo. Vamos analisar cada alternativa:

A) À entrada da casa havia um aviso: cão bravo.
O uso da crase aqui é correto. A preposição “a” (indicando lugar) se funde com o artigo feminino “a” que precede o substantivo feminino “entrada”. A frase implica “na entrada da casa”, onde o “na” é corretamente substituído por "à".

B) Estão todos esses homens à disposição da justiça.
Neste caso, o uso da crase também é correto. A crase ocorre pela fusão da preposição “a” (usada na expressão “à disposição”) com o artigo feminino “a” que faria parte da expressão feminina "disposição". A expressão “à disposição” é fixa e admite crase.

C) Estamos dispostos à colaborar.
Essa é a alternativa incorreta. Não ocorre a crase antes de verbos. O correto seria “a colaborar” sem o uso da crase, pois não há artigo definido feminino, apenas a preposição “a”, que precede o verbo no infinitivo “colaborar”.

D) Tudo acontecia à distância de mil metros, não poderíamos ser afetados.
Aqui o uso da crase é adequado. Ocorre a fusão da preposição “a”, que integra a locução prepositiva “à distância de”, com o artigo feminino “a” antes do substantivo feminino “distância”. A frase sugere uma especificação de localização que justifica a crase.

Portanto, a alternativa que apresenta o uso incorreto do sinal indicativo de crase é a alternativa C.

 A quem puxaste? A teu pai ou a tua mãe? 

 A chuva reteve-o no clube e só pela madrugada regressou a casa.

 Fiz uma visita à velha casa de meus avós.

A questão pede para identificar a alternativa que faz uso incorreto da crase. Na língua portuguesa, a crase ocorre quando há a fusão da preposição 'a' com o artigo definido feminino 'a' ou 'as'. Vamos analisar cada alternativa:

<ul>
<li>A) "A quem puxaste? A teu pai ou a tua mãe?" - Nesta alternativa, o uso das preposições 'a' está correto, pois separadamente precedem pronomes possessivos masculinos (teu, tua), que não requerem nem são precedidos por artigos femininos. Portanto, não haveria fusão para formar crase.</li>

<li>B) "A jovem era devota a Virgem Maria." - A frase deveria ser corrigida para "A jovem era devota à Virgem Maria." Aqui, a preposição 'a' se funde com o artigo feminino definido 'a' que precede "Virgem Maria", exigindo o uso da crase. Essa é a única alternativa em que o acento indicativo de crase é necessário e está ausente.</li>

<li>C) "A chuva reteve-o no clube e só pela madrugada regressou a casa." - Aqui, o termo 'a casa' é uma expressão fixa que não usa crase por estar empregada em seu sentido mais geral de "ao lar", sem artigo definido. Portanto, está correto o não uso da crase.</li>

<li>D) "Fiz uma visita à velha casa de meus avós." - Corretamente usa crase porque resulta da fusão da preposição 'a' com o artigo que acompanha o nome feminino 'casa' (a casa). Esta fusão é corretamente marcada pelo acento grave indicativo de crase.</li>
</ul>

Portanto, considerando o uso correto ou incorreto da crase conforme definido nas regras gramaticais do português, a alternativa B está incorreta, pois deveria utilizar a crase ("à Virgem Maria"), colocando o artigo feminino com a preposição para indicar especificidade.

 O esporte preferido de Lara é andar à cavalo.

 Todos precisam estar dispostos à colaborar com o meio ambiente.

 À medida que caminhava pelas ruas de sua cidade natal, recordava-se da infância.

 O chefe está discutindo à portas fechadas com os funcionários.

 Após o acontecido, o filho retornaria à casa somente com a autorização do pai.

A questão proposta pede para identificar a alternativa em que o uso da crase está correto. Analisemos cada uma das alternativas:

Alternativa A: "O esporte preferido de Lara é andar à cavalo." 
Nessa expressão, o uso da crase é inadequado, uma vez que "cavalo" é um substantivo masculino e a crase é aplicada antes de palavras femininas quando há a fusão da preposição "a" com o artigo feminino "a". 

Alternativa B: "Todos precisam estar dispostos à colaborar com o meio ambiente."
Aqui, o uso da crase é incorreto, visto que "colaborar" é um verbo infinitivo. A crase não deveria ser utilizada antes de verbos em sua forma infinitiva.

Alternativa C: "À medida que caminhava pelas ruas de sua cidade natal, recordava-se da infância."
Esta alternativa emprega corretamente a crase na locução prepositiva "à medida que", que indica circunstância de modo e sempre é acompanhada de crase por consistir da preposição "a" mais o artigo definido feminino "a".

Alternativa D: "O chefe está discutindo à portas fechadas com os funcionários."
O uso da crase aqui é incorreto. A expressão correta seria "a portas fechadas", pois não ocorre a fusão da preposição "a" com o artigo feminino "a" antes de palavras no plural como "portas".

Alternativa E: "Após o acontecido, o filho retornaria à casa somente com a autorização do pai."
A crase antes de "casa" deveria ser analisada conforme o contexto. Se "casa" indicar o lar, usualmente não se utiliza a crase, a menos que venha especificada (ex.: “à casa da praia”). No texto, o renovável "casa" é genérico, não exigindo crase.

Por essas análises, a alternativa correta é C, pois está corretamente empregada a locução "à medida que", justificando a fusão da preposição "a" com o artigo "a".

Questões de Português - Uso da crase - Administração