 À frente do seu tempo, viriam muitas mudanças.

 Dirigiu-se àquela que estava à sua frente.

 Estiveram frente à frente, mas evitaram se falar.

A crase é a fusão da preposição "a" com o artigo definido feminino "a(s)". Para entender quando a crase é corretamente utilizada, é necessário verificar se, no contexto da frase, a palavra "a" ocorre antes de um substantivo feminino e se naquele contexto é exigida a preposição "a". 

Vamos analisar as alternativas fornecidas:

A) "À frente do seu tempo, viriam muitas mudanças." 
Nesta frase, a expressão "à frente" requer crase, pois "frente" é um substantivo feminino e está sendo usada com a preposição "a". Além disso, faz sentido dizer "viriam muitas mudanças a frente do seu tempo". 

B) "Referiu-se à frente do terreno." 
Aqui também temos um uso correto da crase. "Frente" é um substantivo feminino e está regido pela preposição "a", sugerindo localização. Poderíamos reescrever a frase como "referiu-se a a frente do terreno", justificando o uso da crase.

C) "Dirigiu-se àquela que estava à sua frente." 
Nesta alternativa, "àquela" indica uma direção específica a uma pessoa ou coisa, exigindo a preposição "a", e o pronome "aquela" vem acompanhado do artigo definido, logo a crase é usada corretamente. Da mesma forma, "à sua frente" utiliza a preposição “a” mais o artigo definido feminino "a", antes de "frente", substantivo feminino.

D) "Estiveram frente à frente, mas evitaram se falar." 
Neste caso, a expressão "frente a frente" é uma locução adverbial de modo, que não exige a crase, pois não há regência da preposição "a" que justifique o uso do artigo definido. Assim, a expressão deveria ser escrita sem crase: "frente a frente".

Gabarito: Letra D

Graças a dados do telescópio Soar, observatório do qual o Brasil é sócio majoritário no Chile, pesquisadores confirmaram que a Terra tem um asteroide de 1,2 km de diâmetro que acompanha o planeta em sua órbita ao redor do Sol.
 Muito tem sido dito sobre os pontos de libração (ou lagrangianos) de um sistema como o Terra-Sol, agora que o Telescópio Espacial James Webb se instalou em um deles, o L2, localizado a 1,5 milhão de km da Terra, acompanhando o planeta em seu passeio pelo carrossel solar. Mas outros dois pontos do mesmo tipo, L4 e L5, ficam exatamente na órbita terrestre, a 60 graus do planeta, um adiante e outro atrás.
 Eles servem, assim como os demais, como uma espécie de estacionamento natural, em que a gravidade dos dois astros (Sol e Terra, no caso) se contrabalança para estabilizar objetos ali localizados. Vale para naves, como o Webb, e também para asteroides, que, quando param por lá, são chamados de troianos.
 O termo foi originalmente usado para descrever os pedregulhos que ficam nos pontos L4 e L5 do sistema Júpiter-Sol, acompanhando o planeta gigante em sua órbita. Mas em tese qualquer mundo com massa suficiente pode tê-los. Com efeito, há troianos associados a todos os gigantes gasosos e a quase todos os rochosos (só Mercúrio não teve ao menos um objeto desse tipo descoberto).
 O primeiro troiano terrestre a ser achado foi o 2010 TK7, detectado, adivinhe só, em 2010. O segundo, esmiuçado agora, pintou uma década depois, quando o telescópio Pan-Starrs1, no Havaí, descobriu o 2020 XL5. Mas, por ocasião de sua descoberta, era possível que fosse apenas um asteroide de passagem, não um troiano.
 Contudo, uma busca nas imagens de arquivo da DECam, câmera do projeto Dark Energy Survey, revelou a posição do objeto em vários momentos entre 2012 e 2019. Somando-a às novas observações, foi possível determinar a órbita e constatar que de fato ele acompanha a Terra – e assim o fará por pelo menos mais uns 4.000 anos, até ser perturbado gravitacionalmente e pegar outro caminho.
 Os dados do Soar em particular permitiram estimar o tamanho e a composição do 2020 XL5. Trata-se de um asteroide tipo C, rico em carbono, e seu diâmetro é dos grandões. Com 1,2 km, ele tem o triplo do tamanho do 2010 TK7. Ambos estão localizados no L4, um ponto lagrangiano que viaja à frente da Terra em sua órbita. No L5, que vem na esteira do trajeto do planeta em torno do Sol, ainda não encontraram nada.
 O resultado foi publicado no periódico Nature Communications e pode ser só mais um em uma lista: é bem possível que a Terra tenha outros troianos esperando para ser descobertos. Marte, apesar de muito menor, tem pelo menos nove (e possivelmente 14, se contarmos os objetos ainda não listados oficialmente como troianos). Facilita, nesse caso, estar perto de um grande repositório, o cinturão de asteroides.

 Não tinha nada à declarar sobre o ocorrido.

 Dirija-se àquele portão, pois este encontra-se interditado.

Para resolver essa questão, precisamos entender o uso correto da crase na Língua Portuguesa. A crase ocorre antes de palavras femininas e consiste na fusão da preposição "a" com o artigo definido feminino "a" ou "as", resultando em "à" ou "às".
 
Analisando as alternativas:
 
Alternativa A: "Não tinha nada à declarar sobre o ocorrido." Está incorreta porque "declarar" é um verbo no infinitivo. A crase não é usada antes de verbos. A frase correta seria "Não tinha nada a declarar sobre o ocorrido."
 
Alternativa B: "Chegarei daqui à dez minutos." Está incorreta. A crase não é utilizada antes de palavras masculinas como "dez minutos". A frase correta seria "Chegarei daqui a dez minutos."
 
Alternativa C: "Dirija-se àquele portão, pois este encontra-se interditado." Está correta. A crase é utilizada antes de pronomes demonstrativos femininos (àquela, àquelas, àquele, àqueles quando equivalente a àquela), o que é o caso aqui.
 
Alternativa D: "Você vai sair à esta hora?" Está incorreta. A crase não deve ser usada antes de palavras femininas que iniciam com pronome demonstrativo "esta". O correto seria "Você vai sair a esta hora?".
 
Portanto, a alternativa correta é C, pois aplica corretamente o uso da crase diante de um pronome demonstrativo feminino.
Gabarito: Letra C

Para resolver a questão sobre o uso da crase, precisamos analisar cada lacuna do trecho citado para verificar se é apropriado ou não o uso da crase.

1. Primeira lacuna: "não é dado __ contemplação destes fenômenos mentais"
 - A preposição "a" é necessária após o verbo "dado", que exige a preposição "a" ao se referir a algo que alguém tenha inclinação ou predisposição;
 - O termo "contemplação" é feminino e determinado pela expressão "destes fenômenos mentais", tornando o uso do artigo definido "a" necessário;
 - Juntando a preposição "a" (do verbo "dado") e o artigo "a" (antes de "contemplação"), temos o uso da crase: à.

 

2. Segunda lacuna: "vá direto __ narração"
 - Novamente, a preposição "a" é usada para dirigir-se "a" algo no sentido figurado;
 - "Narração" é feminino, porém não acompanha artigo neste contexto específico; assim, a crase não ocorre, mantendo somente a preposição "a".

 

3. Terceira lacuna: "durante uns vinte __ trinta minutos"
 - "Durante" é uma preposição que será seguida de "trinta minutos". Como se refere a uma quantidade não específica e o uso de artigo é inapropriado, não se utiliza a crase, conservando somente a preposição "a".

 

Assim, preenchendo as lacunas com as análises feitas, obtemos:
- Primeira lacuna: à;
- Segunda lacuna: a;
- Terceira lacuna: a.

 

Comparando com as alternativas dadas:

A ) à/ à/ a 
B ) a/ a/ a 
C ) à/ à/ à 
D ) a/ a/ à

A alternativa que preenche correta e respectivamente as lacunas é:
Gabarito: Letra A

O uso da crase no português é um ponto frequentemente examinado em provas e pode gerar dúvidas. A crase é o resultado da contração da preposição "a" com o artigo feminino "a" ou "as". A formação do acento grave, que indica essa contração (à), ocorre apenas antes de palavras femininas. Além disso, é importante ressaltar que a crase só será usada quando a preposição "a" se junta ao artigo definido feminino "a" (ou "as") ou ao "a" inicial dos pronomes demonstrativos "aquela(s)", "aquele(s)" ou "aquilo".

 

No exemplo fornecido na prova, a frase "à direita, o rosto lindo de Lélia" utiliza a forma "à direita". Esta frase indica um localização, usar "à" com crase é apropriado aqui pois existe a preposição "a" indicando um movimento para um lugar mais a utilização do feminino definido (nos referimos aos pontos cardeais como femininos em português— a direita, a esquerda).

 

Outro fator importante é verificar a regência do nome e a presença de artigo. A locução "à direita" sugere um movimento em direção a esse lugar, seguindo o cunho de direção e justificando o uso da preposição. Como "direita" pede o artigo feminino "a" (a direita), a preposição "a" e o artigo se contraem formando "à".

 

Se fosse uma expressão masculina, como "ao lado", a crase não seria usada (ao invés de ào lado). Isso reflete a importância de entender os gêneros dos substantivos na aplicação correta da crase.

 

Com base nessas informações e na construção da frase em questão que se refere a um lugar específico (“à direita"), pode-se afirmar que o emprego do sinal indicativo de crase é obrigatório e a frase está corretamente pontuada com a crase.

 

Gabarito: Letra C

Em “à direita, o rosto lindo de Lélia” (penúltimo período), o emprego do sinal indicativo de crase é obrigatório.  


Abre-se uma janela do Centro Operário. Será a aula de Dona Palmira em 1920 ou há reunião para discutir os estatutos? Durante toda a minha infância, eles discutiram os estatutos. Eu não podia entender nada, mas havia pontos terrivelmente sérios.
Era “Centro Operário de Proteção Mútua” ou “Centro Operário E de Proteção Mútua”? Pela noite afora, ano após ano, um mulato meio velho e magro, de óculos, o dedo em riste, a voz rascante, atacava com extraordinária ferocidade aquele E. Não conseguiu derrubá-lo; os operários talvez se sentissem fracos, sozinhos, precisavam daquele E que os conjugava com outras camadas sociais. Ficou o E, meu pai foi diretor e, quando morreu, teve auxílio no enterro, tudo sem ser operário, tudo graças àquele E.
Sem o E eu talvez não tivesse estudado ali, não me sentaria no comprido banco, onde o último da esquerda era o preto Bernardino, e à direita, o rosto lindo de Lélia, com seus cabelos doces e uma covinha quando sorria. Quando não estavam discutindo os estatutos, ou providenciando um enterro de sócio, com a bandeira do Centro em cima do caixão, os operários E todos que queriam proteção mútua estavam dançando; sons de pistom atravessam meu sono infantil; eu achava estranho e ao mesmo tempo alegre e feliz haver baile na mesma sala onde eu tinha aulas.


Considerando os sentidos e aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item a seguir.


 O sinal indicativo de crase é obrigatório em I e facultativo em II.

 O sinal indicativo de crase está correto em I e incorreto em II.

 O sinal indicativo de crase foi utilizado, em ambos os casos, para evitar ambiguidade.

 O sinal indicativo de crase está incorreto em I, mas correto em II.

 Tanto em I quanto em II o sinal indicativo de crase foi utilizado corretamente.

Vamos analisar o uso da crase nas duas passagens citadas:

Passagem I: "a captação na cidade foi interrompida às 7h".
- A crase é utilizada antes de horários fixos, indicando a fusão da preposição "a" com o artigo feminino "a" que naturalmente precede substantivos femininos como "hora".

Passagem II: "água fornecida à população".
- Aqui, a crase foi utilizada antes do termo "população". Esse é um uso correto porque a expressão é uma locução prepositiva (à), com a fusão da preposição "a" (proveniente da regência nominal do termo "fornecida", que pede a preposição "a") e do artigo feminino "a", já que "população" é um substantivo feminino.

Analisando cada alternativa:

A) Errada. Afirma que o uso da crase é obrigatório em I e facultativo em II, sendo que na verdade é obrigatório em ambos os contextos.
B) Errada. Sugere que a crase está incorretamente empregada em II, com o que não concordo.
C) Errada. A utilização da crase nessas passagens não visa evitar ambiguidade; ela está presente devido aos requisitos gramaticais.
D) Errada. Assume erradamente que a crase em I estaria incorreta.
E) Correta. Estabelece o emprego correto da crase nas duas passagens, respeitando as regras de emprego desse sinal.

Com base nessa análise detalhada, a alternativa correta é E.

Acidente com caminhão causou derramamento de 3 mil litros de produto. Carga vazou em córrego; suspeita é que tivesse chegado ao rio Bocaina.

 Um acidente com um caminhão que transportava carga química afetou a captação de água por cerca de 5 horas em Cachoeira Paulista - apesar disso, o abastecimento à população não foi afetado. O acidente aconteceu durante a madrugada e a carga vazou no córrego Santa Cabeça. Ninguém ficou ferido.
 Segundo a Polícia Rodoviária Federal, o caminhão tombou por volta de 2h em um viaduto próximo ao km 34 da Dutra. Cerca de 3 mil litros da substância química Isocianato de Polifenila vazaram do caminhão e a suspeita inicial é que tivesse atingido o córrego Sapé, afluente do Rio Bocaina, onde é feita a captação de água.
 Por conta disso, a captação na cidade foi interrompida às 7h e retomada por volta das 12h, segundo a Sabesp. A companhia suspeitava que tivesse havido contaminação da água fornecida à população e adotou a medida preventiva.
 De acordo com o relatório da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), o Isocianato de Polifenila, um líquido escuro, é registrado como toxidade grau 6, podendo irritar a pele e os olhos. A agência esteve no local com equipes do Corpo de Bombeiros para avaliar a situação - o risco foi descartado. O relatório também aponta risco de explosão.
 A responsável pela retirada do material químico é a empresa de transporte. O produto estava sendo transportado de Campinas para uma empresa de Cruzeiro.

Questões de Português - Uso da crase - Administração