Neste enunciado, a questão aborda a aplicação dos tempos verbais no trecho “tinham caído”, comparando-o com o tempo verbal da expressão “voltou”. A análise centra-se na utilização do mais‑que‑perfeito para indicar que a ação de “cair” das lentes ocorreu antes da ação principal, narrada pelo pretérito perfeito “voltou”.

O tempo mais‑que‑perfeito verbal é empregado para evidenciar uma ação concluída antes de outra ação já no passado. No contexto apresentado, o uso do mais‑que‑perfeito “tinham caído” justifica-se ao marcar que, quando a adolescente voltou ao local, as lentes já haviam caído previamente. Assim, a anterioridade fica clara na construção temporal do relato, uma vez que a sequência dos eventos demonstra que a queda efetiva ocorreu antes do retorno da adolescente.

Além disso, a concordância entre os tempos verbais mantém a clareza e a coesão textual, essenciais para a perfeita compreensão da cronologia dos acontecimentos. Essa escolha de tempo verbal evita ambiguidades sobre quando a ação ocorreu, reforçando a sequência correta: primeiro, as lentes caíram; depois, a adolescente voltou ao local. Essa interpretação está em conformidade com os princípios do uso dos tempos compostos na Língua Portuguesa.

Dessa forma, a alternativa que afirma que “o mais‑que‑perfeito, em ‘tinham caído’, justifica‑se pela anterioridade em relação ao tempo expresso com ‘voltou’” é, de fato, a correta. A combinação desses tempos verbais proporciona uma narração linear e coerente do acontecimento, essencial para a interpretação do texto.

Gabarito: Letra C

Na linha 22, o mais‑que‑perfeito, em “tinham caído”, justifica‑se pela anterioridade em relação ao tempo expresso com “voltou”.


1     Uma adolescente, de 17 anos, teve os dentes
   desgastados com necrose pulpar e óssea [morte da
   polpa dentária e dos ossos] após fazer a aplicação de
4  entes de resina com uma mulher que não era dentista.
   A menina, que não quis se identificar, disse ter pago R$ 1
   mil pelo procedimento. “Não tinha noção que ela não era
7  dentista”, desabafou.
      Moradora de São Vicente, no litoral de São
   Paulo, ela contou ter conhecido a mulher por meio do pai,
10 que é pedreiro e havia sido contratado pela profissional.
   Segundo o relato, o homem decidiu presentear a filha
   com a aplicação das lentes após ver “muitas pessoas”
   passando pelo procedimento.
      O advogado Gabriel Ferreira Lacerda, que
   representa Andreza Aline, informou que ela é considerada
16 “hábil” para prestar o serviço de aplicação de lentes de
   resina. Ele acrescentou que a cliente “não se passou por
   dentista e tampouco exerceu a função”.
19    A aplicação aconteceu em junho deste ano, na
   casa de Andreza, em São Vicente (SP). A adolescente
   contou que voltou ao local três dias depois do
22 procedimento, uma vez que três lentes tinham caído.
   Segundo a jovem, a profissional justificou a situação
   dizendo que ela não tomou os cuidados necessários.
25    “Não conheço o material de dentista só que vi
   que algumas coisas que ela estava usando eram muito
   parecidas com [os utensílios] de manicure”, disse a
28 adolescente. “Ainda falei para ela que parecia, e ela
   falou que realmente parecia, só que não era, que eram
   materiais profissionais”.
31    A adolescente relatou que outras lentes caíram
   em seguida, mas sequer voltou à residência da mulher
   para não ser cobrada pelo serviço. Ela passou a sentir
34 incômodo na gengiva e percebeu que a arcada dentária
   estava ficando “escura”.
      Preocupada, a adolescente encaminhou uma
37 foto para a irmã, que é estudante de odontologia.
   A parente recomendou que ela procurasse uma
   clínica odontológica com urgência para remover as
40 lentes, pois estava com infiltração nos dentes e com a
   gengiva inflamada.


Com base no texto, julgue o item seguinte.


Analisando o trecho “A estudante Samille Leão Malta foi a única aluna do Brasil vinda de uma escola pública a tirar nota 1.000 na redação do Enem em 2024”, observamos que o verbo “foi” é a forma conjugada do verbo SER no pretérito perfeito do indicativo, usada para indicar uma ação concluída no passado. É importante distinguir esse tempo verbal de outras formas, como o pretérito imperfeito ou o pretérito perfeito do verbo IR. Nesse contexto, a conjugação “foi” refere-se especificamente à ação de “ser” e não à de “ir”.

O pretérito perfeito é empregado para descrever ações que se completaram no passado. Por exemplo, em frases como “Ele foi ao cinema” ou “Ela foi muito elogiada”, o uso do pretérito perfeito sinaliza a finalização da ação. No caso do verbo SER, “foi” cumpre essa função ao afirmar que, em determinado momento no passado, Samille ocupou o papel de “única aluna” daquela característica, ou seja, foi identificada como a única aluna vinda de escola pública a alcançar determinados resultados no exame.

Analisando as alternativas disponíveis, notamos que as opções A e C fazem referência ao verbo IR, que estaria incorretamente empregado se aplicado ao contexto. Já a opção D trata de pretérito imperfeito do verbo SER, o que não se adequa à forma “foi”, uma vez que esta corresponde ao pretérito perfeito, indicando uma ação pontual e finalizada. Assim, a alternativa correta é a que afirma que “foi” está na forma do pretérito perfeito do verbo SER.

Alternativa Correta:

Gabarito: Letra B

<center>Além dela, Minas teve outra nota máxima no concurso, mas de um estudante de escola particular; no Brasil, só 12 pessoas "gabaritaram" a redação</center>
 A estudante Samille Leão Malta foi a única aluna do Brasil vinda de uma escola pública a tirar nota 1.000 na redação do Enem em 2024. A estudante concluiu o ensino médio no Colégio de Aplicação (Coluni), em Viçosa, na Zona da Mata.

 A informação foi confi rmada pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), instituição a que o Coluni é vinculado. Samille também é ex-estudante da rede de ensino estadual. Ela frequentou a Escola Estadual Nossa Senhora do Patrocínio, em Virginópolis, no Vale do Rio Doce.

 “Estou muito feliz e surpresa com o resultado. Sou grata a todos que me apoiaram ao longo do meu caminho de preparação, minha família, meus professores, meus amigos", disse a jovem, que espera que essa nota a ajude a garantir uma vaga no curso de medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

 Além de Samile, um candidato de uma escola particular também alcançou a nota máxima na redação. Ao todo, 12 participantes do Enem conquistaram tal feito. Minas também foi o estado com mais redações com notas entre 950 e 1000, segundo o Ministério da Educação (MEC).

 Para o secretário de Estado de Educação de Minas Gerais, Igor de Alvarenga, esse resultado é motivo de orgulho e motivação para continuar avançando. "Os estudantes mineiros mostraram sua dedicação e capacidade, alcançando resultados expressivos em um exame de relevância nacional, que vai influenciar diretamente no futuro profissional deles", disse.

 Os demais estados com estudantes que tiveram as notas máximas são Alagoas, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e São Paulo.

Os dados foram apresentados pelo Ministério da Educação (MEC) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Mais de 3 milhões de pessoas fi zeram as provas da última edição. As notas individuais estão disponíveis na Página do Participante.

Alternativa Correta:

Na frase “Ao todo, 12 participantes do Enem conquistaram tal feito”, o verbo "conquistar" é usado com sentido de obter ou alcançar algo desejado, no caso, "tal feito". Por esse motivo, o verbo exige a presença de um objeto direto que complemente o seu sentido, ou seja, o termo "tal feito" estabelece a relação necessária para a transitividade do verbo, sem necessidade de uma preposição para conectá-lo ao complemento. Assim, o verbo "conquistar" na situação apresentada é classificado como transitivo direto.

Para ilustrar, podemos comparar com outros exemplos: "Ela conquistou o prêmio" e "Eles conquistaram a vitória". Nestes casos, o objeto direto (prêmio e vitória) é o elemento que completa o sentido do verbo, sem a necessidade de preposição entre o verbo e o seu complemento. Essa característica determina que o verbo seja categorizado como transitivo direto.

Na interpretação gramatical, é importante identificar quando um verbo demanda um objeto que receba a ação diretamente. No exemplo proposto, "tal feito" funciona perfeitamente nessa função, sem que seja necessário o auxílio de preposições, o que diferencia verbos transitivos diretos dos verbos transitivos indiretos, que exigem elemento preposicionado para a complementação de seu sentido, como, por exemplo, "precisar de".

Portanto, com base na análise sintática e nas funções dos complementos verbais, conclui-se que “conquistar” na frase apresentada é um verbo transitivo direto.

Gabarito: Letra B

 IR, no pretérito perfeito do indicativo

 IR, no pretérito imperfeito do indicativo

 SER, no pretérito perfeito do indicativo

 SER, no pretérito imperfeito do indicativo

Alternativa Correta:

Na frase “os papiros de Herculano que foram queimados durante a erupção do Vesúvio em 79 d.C.”, a forma “foram” corresponde ao verbo SER, no pretérito perfeito do indicativo. Nesta construção, utilizamos a voz passiva analítica para expressar que os papiros sofreram a ação de ser queimados. Ao empregar o verbo SER seguido de um particípio passado (queimados), indicamos que a ação foi realizada em um momento específico do passado e que se consumou integralmente.

Analisando as alternativas, a opção A (IR, no pretérito perfeito do indicativo) está incorreta, pois, apesar de o verbo IR também apresentar a forma “foram” no passado, seu significado está relacionado ao deslocamento ou mudança de lugar, o que não se coaduna com o contexto de sofrer uma ação (queimada). A alternativa B (IR, no pretérito imperfeito do indicativo) não se aplica nem pelo verbo em si nem pelo tempo verbal, já que o pretérito imperfeito expressa uma ação contínua ou habitual no passado. A alternativa D (SER, no pretérito imperfeito do indicativo) também está errada, pois o pretérito imperfeito não expressa uma ação concluída, e, na frase, a ação de queimar os papiros é apresentada como algo finalizado e pontual.

Portanto, a ação de “queimar” os papiros é apresentada como um evento consumado no passado, e a forma “foram” está corretamente conjugada no pretérito perfeito do indicativo do verbo SER, funcionando para indicar uma condição resultante de uma ação sofrida pelos papiros.

Gabarito: Letra C

<center>Com uma nova técnica, a inteligência artificial ajudou a decifrar papiros e mais textos antigos.</center>
 Para que uma inteligência artificial (IA) seja usada para determinada função, ela é treinada, por meio de experiências, para que as máquinas adquiram conhecimentos e possam se adaptar às condições e desempenhar tarefas como os seres humanos.
Seu uso pode ser infinito e nos mais variados campos. Como por exemplo, essa inteligência artificial que conseguiu decifrar o que dizem os textos de papiros históricos.

 Isso é algo que revoluciona todo o setor e traz vários dados inéditos sobre o passado. Com essa inteligência artificial, os especialistas foram capazes de decifrar os papiros de Herculano que foram queimados durante a erupção do Vesúvio em 79 d.C.

 Além desse feito, outras coisas que puderam ser decifradas por essa tecnologia foram o grande arquivo a respeito dos reinados de 27 reis coreanos, que viveram entre os séculos XIV e XX, e as tabuinhas de Creta, esculpidas com uma escrita complexa chamada “Linear B”.

 No caso dos papiros de Herculano, uma técnica de desenrolamento virtual foi criada. Ela consegue escanear os papiros, através de uma tomografia de raios X, e mapear cada camada. Depois que isso é feito, essa técnica o desenrola em uma imagem plana.

 A IA vem para fazer a distinção da tinta com a base de carbono, que é invisível nas digitalizações porque tem a mesma densidade do papiro. É assim que a inteligência artificial ajuda a decifrar essas folhas.

 Conseguir fazer isso é um grande passo no estudo da história da humanidade. Tanto que, no começo de 2024, três pesquisadores foram premiados com 700 mil dólares por terem conseguido produzir 16 colunas de texto claramente legíveis.
Também existiu uma competição internacional nesse tema que foi capaz de desvendar letras, palavras e sentenças inteiras dos textos que foram carbonizados.

 “Nesse momento você realmente pensa: ‘Agora estou vivenciando algo que constituirá um momento histórico para minha área'”, afirmou Federica Nicolardi, papirologista da Universidade Federico II de Nápoles.

 A inteligência artificial ter ajudado a decifrar os papiros é uma nova porta para que a leitura de outros textos, antes inacessíveis, também possa acontecer. Alguns exemplos são os que estão escondidos nas encadernações de livros medievais ou nas bandagens envolvendo múmias antigas.

Na frase “O distúrbio é normalmente diagnosticado com o cálculo do IMC, uma medida criada no século 19 calculada a partir do peso e da altura de um indivíduo”, a forma verbal “é” é derivada do verbo “ser”, que, nesta construção, desempenha a função de verbo de ligação. Esse tipo de verbo, além de estabelecer a ligação entre o sujeito e o predicativo do sujeito, não carrega a ideia de ação propriamente dita, mas sim de estado, condição ou características. Assim, “é” liga o sujeito “O distúrbio” com o predicativo “normalmente diagnosticado com o cálculo do IMC”, proporcionando uma avaliação ou qualificação do sujeito.

Uma análise detalhada das alternativas reforça essa conclusão:

<ul style="margin-bottom: 1.5em;">
 <li>Alternativa A – Verbo transitivo direto: Verbos transitivos diretos exigem complemento sem preposição. Na frase em questão, “é” não exige complemento direto, pois a função desempenhada é de ligação, e não de transmitir uma ação sobre um objeto direto.</li>
 <li>Alternativa B – Verbo intransitivo: Verbos intransitivos não possuem complemento, mas “é” não indica uma ausência de predicado, e sim a existência de uma ligação entre o sujeito e seu predicativo, característica dos verbos de ligação.</li>
 <li>Alternativa C – Verbo de ligação: Esta é a alternativa correta. Verbos de ligação, como “ser”, “estar” e “parecer”, conectam o sujeito a um predicativo, que qualifica ou caracteriza o sujeito.</li>
 <li>Alternativa D – Verbo bitransitivo: Verbos bitransitivos exigem dois complementos, normalmente um objeto direto e um objeto indireto. O verbo “é” não realiza essa função na estrutura apresentada.</li>
 <li>Alternativa E – Verbo transitivo indireto: Verbos transitivos indiretos requerem complemento regido por preposição. Novamente, “é” não tem essa característica, pois age somente como conector entre o sujeito e o seu predicativo.</li>
</ul>

Portanto, ao analisar a estrutura da frase e a função sintática do “é” nela contida, percebemos que o mesmo atua como verbo de ligação, estabelecendo uma conexão semântica entre o sujeito “O distúrbio” e a característica a ele atribuída, ou seja, “normalmente diagnosticado com o cálculo do IMC”. Essa característica permite classificar de forma correta a forma verbal “é” como um verbo que não expressa uma ação, mas sim uma condição ou estado resultante, propriamente característico dos verbos de ligação.

Gabarito: Letra C

Para responder a seguinte questão, considere a frase “O distúrbio é normalmente diagnosticado com o cálculo do IMC, uma medida criada no século 19 calculada a partir do peso e da altura de um indivíduo”. 

Questões de Português - Verbos: tempos e modos