A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) apresenta a Geografia como um componente capaz de promover a compreensão do mundo de forma crítica pelos indivíduos, ao passo que permite com que construam sua identidade por meio de suas relações com os mais diversos lugares.


Alternativa A: 
A alternativa A afirma que todas as três proposições estão corretas, ou seja, V – V – V. Vamos analisar cada uma das afirmativas para entender por que essa alternativa é a correta. 
 

A afirmativa I diz respeito a novos modelos de produção que buscam salvaguardar os ecossistemas e trazer benefícios sociais, com o objetivo de alcançar e manter a sustentabilidade. Neste contexto, a preocupação com a sustentabilidade visa a utilizar os recursos naturais de forma consciente e responsável, garantindo que as futuras gerações também possam usufruir desses recursos. A Logística Reversa se insere nesse contexto ao auxiliar na redução do impacto ambiental, promovendo o reaproveitamento de resíduos e a reciclagem. Este conceito está plenamente alinhado com a busca por novas formas de produção que sejam mais sustentáveis e ecologicamente corretas, atendendo a uma necessidade contemporânea de harmonizar práticas econômicas e ambientais de forma a salvaguardar o meio ambiente e garantir benefícios sociais.
 

A afirmativa II refere-se à busca pela destinação correta de produtos e resíduos sólidos através de seu retorno a um novo ciclo de vida, por exemplo, como matéria-prima para a fabricação de um novo produto. Essa afirmativa reflete diretamente a essência da Logística Reversa, que é um processo chave na gestão sustentável de resíduos dentro da economia circular. Essa prática envolve recolher produtos ao final de seu ciclo de vida útil, reciclá-los ou reutilizá-los, reduzindo, assim, a necessidade de novos recursos. A ideia é criar um sistema onde os resíduos sejam minimizados e os materiais sejam reintroduzidos no ciclo produtivo, reduzindo o impacto ambiental e contribuindo para a sustentabilidade.
 

A afirmativa III menciona ações de responsabilidade compartilhada como obrigação para empresas de todos os tamanhos, reforçando as discussões sobre ESG (Environmental, Social and Governance). A responsabilidade compartilhada de resíduo e produtos, dentro da Logística Reversa, envolve diversos atores — como empresas, consumidores e governo — para garantir que o ciclo de vida dos produtos seja gerido de forma sustentável. As práticas de ESG estão cada vez mais no centro das atenções das políticas corporativas e discutem maneiras de gerir negócios de forma ética e sustentável, com foco em melhorias para o meio ambiente, justiça social e governança responsável. Esta abordagem reflete uma visão holística, que considera que todos os indivíduos e organizações têm papéis a desempenhar na mitigação dos impactos ambientais.
 

Ao analisarmos as três afirmativas, percebemos que todas estão corretas dentro do contexto da sustentabilidade integrada à Logística Reversa. Esta alternativa é a correta porque aborda de maneira adequada os três aspectos importantes para a promoção da sustentabilidade e responsabilidade ambiental dentro do campo da geografia aplicada a práticas contemporâneas de gestão ambiental. Cada proposição também representa uma dimensão crucial para o entendimento do papel que a Logística Reversa ocupa na construção de uma economia mais sustentável e socialmente responsável. Sendo assim, todas as afirmativas são válidas e pertinentes no contexto proposto. Este é o motivo pelo qual a alternativa A é considerada correta de acordo com o gabarito oficial.
 

Portanto, a alternativa correta é A.

Atualmente, existe uma preocupação mundial quanto à questão ambiental, no que diz respeito às maneiras de promover a preservação dos recursos naturais.(...) Para isso, é possível aplicar a sistemática da Logística Reversa.


O enunciado da questão refere-se às mudanças ocorridas na agricultura brasileira nas últimas décadas, destacando a relevância do geoprocessamento e sua utilização na agricultura. Vamos analisar cada uma das afirmações apresentadas na questão:

 

Afirmativa I: 
"Atua na redução da concentração do controle do setor agropecuário por grandes empresas nacionais e transnacionais." 

Na verdade, o geoprocessamento em si não tem um impacto direto sobre a concentração do controle no setor agropecuário. O geoprocessamento é uma tecnologia de análise espacial que permite a coleta, processamento e modelagem de dados espaciais. Enquanto pode, de fato, aumentar a eficiência operacional e a competitividade dos pequenos e médios produtores, não reduz intrinsecamente a concentração de mercado. Pelo contrário, grandes empresas, com melhores recursos para investir em tecnologia, muitas vezes lideram a adoção dessas práticas avançadas, potencialmente aumentando seu domínio. Portanto, a afirmativa I é incorreta. 

 

Afirmativa II: 
"Tem suas atividades executadas pelos Sistemas de Informações Geográficas (SIG), com o objetivo de processar informações espaciais." 

Esta afirmativa está correta. Os Sistemas de Informações Geográficas (SIG) são uma ferramenta essencial do geoprocessamento, utilizadas para juntar, armazenar, manipular, analisar, gerenciar e apresentar dados espaciais ou geográficos. Na agricultura, o SIG é usado para mapear e analisar solos, plantas, água e condições climáticas, facilitando a melhoria do gerenciamento de recursos e a tomada de decisões. Essa tecnologia transforma dados espaciais e não espaciais em informações compreensíveis através de mapas e relatórios, exatamente como mencionado na afirmativa. 

 

Afirmativa III: 
"Possibilita a criação de abstrações digitais do real, manejar e armazenar eficientemente dados, gerando relatórios e mapas." 

Novamente, a afirmativa é correta. O geoprocessamento e o uso do SIG permitem a criação de representações digitais dos dados do mundo real, que podem ser manipuladas e armazenadas em bancos de dados eficientes. O processamento dessas informações muitas vezes resulta em relatórios e mapas detalhados, que são extremamente úteis na otimização do manejo agrícola. Eles fornecem uma visão clara para o planejamento, análise de tendências, mapeamento e gestão dos recursos naturais. Portanto, esta afirmativa está alinhada com as funções e capacidades do geoprocessamento. 

 

Diante da análise das três afirmativas, podemos concluir que: 

A afirmativa II está correta: O geoprocessamento realmente tem suas atividades executadas pelo SIG para processar informações espaciais. 
A afirmativa III está correta: Ele também possibilita a criação de abstrações digitais do real, manejar e armazenar dados eficientemente para gerar relatórios e mapas. 
Por outro lado, a afirmativa I está incorreta, visto que fala de desconcentração do controle do setor agropecuário, o que não é um efeito direto do geoprocessamento. 

 

Portanto, a alternativa correta é D.

Desde o começo da década de 90 a agricultura brasileira vem sendo transformada (...). Por muito tempo os produtores lidam com o manejo de culturas sem armazenar as informações em bancos de dados, foi através do surgimento de novas tecnologias, como o geoprocessamento, que isso mudou.


A questão aborda o entendimento das causas de enchentes urbanas, que são um dos problemas ambientais mais comuns nas metrópoles brasileiras e no mundo. Vamos analisar cada uma das alternativas fornecidas para entender como os processos de urbanização afetam o escoamento natural das águas e contribuem para situações de alagamento.

 

Alternativa A:
A alternativa A menciona apenas a I: "canalização parcial ou completa dos córregos." Este ponto refere-se à prática urbana de canalizar cursos d'água, o que altera significativamente o regime hidrológico natural. Ao canalizar um córrego, o espaço do leito para a passagem das águas é reduzido, e, durante chuvas intensas, a falta de espaço adequado para o escoamento rápido pode causar transbordamentos e enchentes. No entanto, embora a canalização contribua para as enchentes, esta alternativa isolada não considera outros fatores importantes. Assim, a alternativa A não é a mais completa.

 

Alternativa B:
A alternativa B menciona apenas a II: "permeabilização das superfícies urbanas." Este é um fator essencial, pois a urbanização geralmente envolve asfalto, concreto e outras superfícies impermeáveis que impedem a infiltração da água no solo. Isso aumenta o volume de água que corre superficialmente, potencializando inundações e alagamentos. Contudo, como no caso anterior, considerar essa causa de forma isolada não abrange completamente o quadro das causas das enchentes urbanas destacadas na questão.

 

Alternativa C:
A alternativa C menciona I e II juntas. A combinação da canalização dos córregos e a impermeabilização do solo urbano é altamente contributiva para enchentes. A canalização dos córregos reduz a capacidade natural de contenção dos corpos d’água, enquanto a impermeabilização impede a infiltração, aumentando o escoamento superficial. No entanto, esta alternativa ainda não aborda a questão do assoreamento que pode agravar a capacidade de escoamento dos cursos d'água.

 

Alternativa D:
A alternativa D menciona I e III: "canalização parcial ou completa dos córregos" e "diminuição da capacidade do fluxo de água devido ao assoreamento." Pequenos cursos d'água ficam com sua capacidade de escoamento reduzida pela efetiva canalização. Além disso, o assoreamento diminui a profundidade e a capacidade dos corpos d’água de reter água, agravando as inundações durante chuvas intensas. O assoreamento resulta de práticas inadequadas de uso do solo, como o desmatamento e a erosão. Portanto, esta alternativa conta com os principais elementos que, juntos, resultam na intensificação das enchentes urbanas.

 

Alternativa E:
A alternativa E menciona I, II e III. Embora todos os três fatores contribuam para alegações, esta alternativa apresenta um erro de entendimento. A questão da impermeabilização das superfícies urbanas (item II) é crítica e amplamente discutida no contexto de inundações urbanas, mas a questão, conforme explicitada, limita sua análise à contribuição da canalização e assoreamento no quadro de alagamentos, tornando a alternativa D mais coerente e focada no enunciado.

 

Portanto, a alternativa correta é D.

A chuva que caiu sobre Natal e cidades da região metropolitana da capital potiguar na manhã desta sexta-feira (17/05/204) causou alagamentos e lentidão do trânsito em diferentes vias. Uma árvore caiu e poste ficou tombado na rua Tuiuti, no bairro Petrópolis, atingindo a fiação de energia elétrica.


A questão em análise aborda um tema relevante e contemporâneo no campo da Geografia e da gestão ambiental: o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) e os conflitos decorrentes de sua implementação. Vamos explorar as três afirmativas presentes na questão e esclarecer por que todas são consideradas corretas, conforme indicado na alternativa E.

 

Alternativa I: 
A primeira afirmativa refere-se à escala local como o âmbito onde os conflitos se tornam mais evidentes, visto que é nesse nível que as relações socioespaciais se concretizam e o exercício do poder é mais claramente percebido. Na prática, quando uma unidade de conservação é criada, sua implementação afeta diretamente os moradores locais, que possuem usos e costumes específicos em relação ao território. Os modos de vida locais, atividades econômicas e culturais, muitas vezes, são impactados pelas novas restrições e regulações impostas pela área protegida. Por exemplo, populações tradicionais que dependem da pesca, coleta ou agricultura para sua subsistência podem encontrar suas práticas limitadas ou proibidas, gerando tensões. O exercício do poder em contexto local se manifesta através das negociações, resistências e adaptações dos atores envolvidos – comunidades, governos locais e gestores de conservação. Portanto, a afirmação de que o acirramento de conflitos ocorre na escala local é correta. 

 

Alternativa II: 
A segunda afirmativa destaca o papel do capital produtivo no fomento aos conflitos em torno das unidades de conservação. De fato, setores como a indústria e a agricultura desempenham papéis centrais na economia, frequentemente colocando-se em oposição às restrições impostas por unidades de conservação. Essas atividades econômicas buscam acesso a recursos naturais, terra e infraestrutura, o que muitas vezes entra em conflito com as metas de preservação das áreas protegidas. No Brasil, conflitos emblemáticos podem ser observados em locais como a Amazônia, onde a expansão agrícola e mineradora muitas vezes colide com os limites impostos pelas unidades de conservação. A pressão econômica para desregulamentar ou minimizar as restrições das áreas protegidas é comum, pois o capital produtivo frequentemente visa a exploração de recursos em áreas protegidas para aumentar seus lucros. Assim, a afirmação de que esses fatores econômicos se opõem à regulamentação das unidades de conservação está correta. 

 

Alternativa III: 
A terceira afirmativa aborda um problema que se verifica na relação entre escalas geográficas distintas – a dissociação entre a escala decisória (geralmente nacional ou estadual) e a escala local. Em muitos casos, as decisões de criar e manejar unidades de conservação são tomadas em níveis burocráticos superiores, sem envolver ou consultar adequadamente as comunidades locais diretamente afetadas. Isso resulta em desarticulação, pois as políticas de preservação são frequentemente vistas como impostas de cima para baixo, sem consideração adequada dos interesses, necessidades e realidades locais. Essa falta de articulação pode levar a uma implementação deficiente e a ressentimentos locais. Por exemplo, uma política de conservação poderia ser criada em uma capital estadual e não levar em conta a dinâmica econômica e social de uma comunidade rural afetada. A afirmação de que tal desarticulação gera conflitos devido a diferentes interesses e usos relacionados à escala local é precisa. 

 

Ao considerar as três afirmações, observa-se que cada uma aborda um aspecto crucial do contexto de conflitos ambientais relacionados à implantação do SNUC. Elas lidam com a realidade local, as pressões econômicas e o descompasso entre diferentes escalas de decisão. Entender essas dinâmicas é essencial para qualquer candidato que estuda Geografia e se prepara para concursos públicos. Esses conceitos são valiosos não apenas na teoria, mas também na prática da gestão territorial e ambiental.

 

A criação de unidades de conservação é uma medida vital para a proteção dos diversos ecossistemas e para preservar a biodiversidade. Contudo, a forma como estas políticas são implementadas necessita de uma abordagem sensível e integrada, que leve em consideração as necessidades das populações locais e busque harmonia entre os interesses econômicos e ambientais. A adoção de práticas de planejamento participativo e a valorização do conhecimento local podem ajudar a mitigar os conflitos aqui discutidos.

 

No contexto mundial, temas similares são observados, como em conflitos pelo uso de terras em reservas naturais nos Estados Unidos, onde comunidades indígenas buscam manter seus direitos tradicionais e resistem a decisões de gestão centralizadas.

 

Em resumo, o entendimento das escalas de conflito ambiental e suas causas é chave para uma gestão territorial eficiente e justa, e a questão nos convida a explorar esta complexidade.

 

Portanto, a alternativa correta é E.

A implantação do SNUC – SISTEMA Nacional de Unidades de Conservação – , sobretudo por estimular a criação e efetivação de unidades de conservação de proteção integral, sempre gera conflitos em diferentes escalas, pois a intenção primordial do Estado ao estabelecer áreas protegidas é ter controle sobre o território.

Questões de Concurso para Secretaria de Estado da Educação e da Cultura do Rio Grande do Norte - Professor - Geografia