Em "não se persegue o encarceramento do agressor", o termo "o encarceramento do agressor" é de natureza substantiva, não está preposicionado e serve, portanto, de sujeito para a estrutura "se persegue", em que o "se" possibilita a interpretação de voz passiva. Lembre-se: sempre que houver um sujeito possível para o verbo, deve-se dar preferência para esta análise, em detrimento da de sujeito indeterminado. O "se", portanto, é partícula apassivadora nesta frase, que está na voz passiva sintética.

Em “não se persegue” (R.31), a partícula “se” está empregada
como um recurso para indeterminar o sujeito.

Acerca dos aspectos linguísticos do texto apresentado,    julgue os
itens seguintes.


Os juízes que se deparam com o tema dos conflitos
familiares e da violência doméstica assistem a situações de
violência extrema, marcadas pelo abuso das relações de afeto
e parentesco, pela deslealdade nas relações íntimas de afeto e
confiança. A violência doméstica exclui e segrega os
integrantes da família, pois as vítimas são muitas vezes
consideradas responsáveis pelas agressões que sofrem. É a
mulher agredida quem “gosta de apanhar”, é a criança
espancada quem “provoca” os pais. Obviamente os membros
da família ficam apavorados diante da possibilidade da
agressão e da exclusão e temem pela própria vida quando
dependem da família para sobreviver emocional ou
materialmente. Assim, todos são atingidos pela agressão a um
deles dirigida.
Importa destacar que a violência intrafamiliar pode se
dar tanto de forma omissiva, pela ausência de cuidados
necessários ao desenvolvimento do indivíduo, de alimentação
regular e abrigo, quanto comissiva, pela prática de atos que
violam a liberdade e a integridade física e psíquica da vítima,
agressões físicas ou verbais. Esses atos são capazes de gerar
sentimento de insegurança nos membros da família. No âmbito
doméstico, as agressões decorrem da vontade de dominar e
subjugar o mais fraco, da luta por poder dentro de casa. A
maior parte dos ataques tem motivos banais, como o
espancamento de mulheres que se recusam a preparar o almoço
ou a esquentar a comida dos companheiros, ou, como no caso
das crianças, o choro excessivo.
O processo judicial restaura a verdade dos fatos.
O agressor é sentado no banco dos réus e é tratado como tal. A
vítima tem o direito de expor a dor, o sofrimento e exigir a
reparação devida. Muitas vezes não se persegue o
encarceramento do agressor, mas apenas a responsabilização
pelos atos, de natureza cível ou criminal. O juiz observa as
partes com os olhos da lei, da equidade, da justiça. A justiça
analisa tais casos dia após dia, noite após noite, e os diversos
agentes envolvidos no amparo e proteção às vítimas
desenvolvem sensibilidade especial para o tema. E, movidos
pela empatia com os mais fracos nas relações sociais e
familiares, buscam ajudar a restabelecer a linguagem de
respeito entre os membros da comunidade familiar,
propiciando o resgate dos sentimentos que a mantêm coesa e
saudável.

Em "Importa destacar que a violência intrafamiliar pode se dar tanto de forma omissiva...", há três orações: 1) Importa 2) destacar 3) que a violência (...) pode se dar (...) Há marca de subordinação na 2 (infinitivo) e na 3 (conjunção), sendo a 1 a oração principal. O sujeito de "Importa" é, assim, a oração seguinte, "destacar". Trata-se de oração subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo. Compare: Importa o resultado (sujeito) Importa ganhar (sujeito) *** Lembre-se: *** São marcadores de subordinação: conjunção integrante, conjunção adverbial e pronome relativo, além de verbos não conjugados (infinitivo, gerúndio e particípio)

Em “Importa destacar” (R.15), a oração “destacar” exerce
função de sujeito.

O trecho "de produzir materiais preciosos" liga-se a "capaz", que é um adjetivo. Trata-se, portanto, de complemento nominal, em forma de oração reduzida. (Para quem gosta de nomes: oração subordinada substantiva completiva nominal reduzida de infinitivo.)Aliás uma oração ligada a um adjetivo com preposição regida por ele vai ser sempre completiva nominal.No outro trecho, "condutor de energia elétrica", o termo em destaque se liga a um substantivo que indica processo ou ação verbal (a de conduzir). Neste caso, temos duas possibilidades: ou o termo preposicionado é complemento nominal ou é adjunto adnominal. O cipoal de macetes e charadas para revelar quando é um ou outro muito mais confunde do que ajuda o aluno, além de essa distinção ser bem inútil do ponto de vista sintático. Mas, como pode cair na prova, vamos a mais um macete, que costuma funcionar bem:- Se o termo preposicionado que você está querendo analisar se liga a um substantivo que indica processo, relação ou ação verbal:a) sendo o termo o agente do processo = adjunto adnominalb) sendo o termo que você quer analisar o paciente ou algo próximo disso = complemento nominalc) se você não conseguir ver relação de agente/paciente, prefira considerar complemento nominal também. Voltemos ao nosso item: condutor de energia elétrica. O trecho destacado não é agente dessa condução, e sim paciente e, portanto, complemento nominal.

A oração “de produzir materiais preciosos” (R.1) e o termo
“de ENERGIA ELÉTRICA” (R.2) desempenham a mesma
função sintática no período.

Tendo como referência os aspectos gramaticais do texto, julgue os
próximos itens.


A natureza é capaz de produzir materiais preciosos,1
como o ouro e o cobre — condutor de ENERGIA ELÉTRICA.
O ouro já é escasso. A energia elétrica caminha para
isso. Enquanto cientistas e governos buscam novas fontes de4
energia sustentáveis, faça sua parte aqui no TJDFT:
— Desligue as luzes nos ambientes onde é possível
usar a iluminação natural.7
— Feche as janelas ao ligar o ar-condicionado.
— Sempre desligue os aparelhos elétricos ao sair do
ambiente.10
— Utilize o computador no modo espera.
Fique ligado! Evite desperdícios.
Energia elétrica.
A natureza cobra o preço do desperdício.

Se assim fosse, deveria haver preposição após "possível": toda complementação de adjetivo precisa de preposição.Como não há, a análise é outra: "usar a iluminação natural" é sujeito de "é", e "possível" é predicativo do sujeito.

A oração “usar a iluminação natural” (R.7) exerce a função de
complemento do adjetivo “possível” (R.6).

Questões de Português - Análise sintática do período simples - Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios