... e a exposição de um certo verniz social ...

... implicavam em moldar as mulheres de uma determinada classe.

Nas imagens dos jornais das cidades do Sul ...

Os altos preços do café no mercado externo ...

Para resolver essa questão, devemos identificar a função sintática do termo sublinhado e buscar a alternativa que apresenta uma situação semelhante com base no mesmo contexto sintático.

No texto original, o segmento "ou seja, como fornecedora de alimentos para o mercado interno" caracteriza a região Sul como "fornecedora de alimentos". A expressão "fornecedora de alimentos" funciona como um aposto explicativo, ou seja, uma explicação ou especificação do termo anterior, aqui elidido mas entendido como a "região Sul". Esta construção é utilizada para adicionar uma informação, esclarecendo ou ampliando a ideia do elemento ao qual se refere.

Vamos analisar as alternativas:

A) "Nas cidades do Sul": A expressão "cidades do Sul" funciona como núcleo do adjunto adverbial de lugar apresentado por "em", sem caracterizar uma função de aposto ou explicação.

B) "e a exposição de um certo verniz social": A expressão "a exposição de um certo verniz social" atua também como um aposto, explicando ou esclarecendo o efeito ou as consequências de determinadas ações (não explícitas nesta curta citação, mas que se referem às práticas de distinção social mencionadas no texto). Este aposto, embora contextualmente não exato como o original, são semântica e sintaticamente similares.

C) "implicavam em moldar as mulheres de uma determinada classe": Aqui, "mulheres de uma determinada classe" é o objeto direto do verbo "moldar", participando como complemento verbal, e não como aposto.

D) "Nas imagens dos jornais das cidades do Sul": "Imagens dos jornais" é parte de um adjunto adverbial de lugar e não funciona como um aposto.

E) "Os altos preços do café no mercado externo": "Preços do café" é o sujeito da oração, não estando em uma função explicativa ou de aposto.

Portanto, a alternativa que apresenta um uso de aposto similar ao do segmento sublinhado no texto é a letra B.
Gabarito: Letra B

Escrever sobre as mulheres do Sul não significa traçar um perfil único que as identifique e as diferencie das outras mulheres do 
restante do país. No Sul encontramos diferentes perfis femininos nos diversos períodos históricos: mulheres oriundas de etnias e 
classes sociais várias. 
[...] 
A idealização das mulheres em seus papéis familiares é muito semelhante àquelas idealizações divulgadas no final do século 
XVIII e início do século XX nos grandes centros europeus. Nas cidades do Sul, imagens idealizadas foram frequentes a partir da 
segunda metade do século XIX, durante a formação das elites nos centros urbanos. 
O crescimento das áreas urbanas, em meados do século XIX, foi impulsionado com a inclusão da região no comércio agrário-
exportador brasileiro como subsidiária, ou seja, como fornecedora de alimentos para o mercado interno. Os altos preços do café no 
mercado externo e a destinação da mão de obra escrava para a produção cafeeira provocaram o aumento da procura por alimentos e 
a consequente elevação de preços. Esse fato propiciou o surgimento de um novo grupo de pessoas mais abastadas nos centros 
urbanos da região Sul. 
Em cada capital do Sul, esses grupos assumiram configurações diferentes. [...] 
Num futuro próximo, esses grupos iriam promover os jornais responsáveis pela divulgação de modelos de comportamento, 
especialmente para as mulheres. Os jornais pareciam veicular um projeto civilizador com pretensão de construir novos homens e 
mulheres, divulgando imagens idealizadas para ambos os sexos. [...] 
Embora os jornais sulistas reproduzissem estereótipos existentes há séculos, faziam-no em um contexto específico, 
respondendo a uma conjuntura determinada, na qual a demonstração de distinção e a exposição de um certo verniz social implicavam 
em moldar as mulheres de uma determinada classe. Nas imagens dos jornais das cidades do Sul, e provavelmente em outras cidades 
do restante do país, as mães seriam responsáveis pelo progresso e a civilização, pois eram consideradas criadoras e educadoras das 
novas gerações.

Comentário: o termo destacado está indicando concessão, portanto, é necessário identificar qual das alternativas apresenta uma conjunção concessiva, ou seja, que introduza uma oração em que se exprime fato oposta à ação principal, mas incapaz de impedi-la. Em "a" - Certo: Conquanto é&nbsp;conjunção subordinativa concessiva. É o mesmo que "ainda que", "embora", apesar de".Em "b" - Errado: Contanto que é conjunção subordinativa condicional. É o mesmo que "se", "caso". Em "c" - Errado: Porquanto é conjunção subordinativa causal. É o mesmo que "visto que".Em "d" - Errado: idem ao item "b". Em "e" - Errado: Contudo é conjunção Coordenativa Adversativa. É o mesmo que "entretanto". Resposta: Letra A.

Recordo ainda... e nada mais me importa…
Aqueles dias de uma luz tão mansa
Que me deixavam, sempre, de lembrança,
Algum brinquedo novo à minha porta... 
Mas veio um vento de desesperança
Soprando cinzas pela noite morta!
E eu pendurei na galharia torta
Todos os meus brinquedos de criança... 
Estrada afora após segui... Mas, ai,
Embora idade e senso eu aparente,
Não vos iluda o velho que aqui vai: 
Eu quero os meus brinquedos novamente!
Sou um pobre menino... acreditai…
Que envelheceu, um dia, de repente!... 
(QUINTANA, Mario. Melhores poemas. São Paulo: Global, 2005)

em importa / porta (1ª estrofe) e em mansa / lembrança (1ª estrofe).

em desesperança / criança (2ª estrofe) e em morta / torta (2ª estrofe).

em desesperança / criança (2ª estrofe) e em ai / vai (3ª estrofe).

em mansa / lembrança (1ª estrofe) e em morta / torta (2ª estrofe).

em ai / vai (3ª estrofe) e em novamente / repente (4ª estrofe).

Comentário: o enunciado solicita a indicação da frase com dois requisitos, sendo eles: rima → coincidência final de sons (1) + mesma classe gramatical (2). Em "a" - Errado: "importa" (verbo)&nbsp; rima com "porta" (substantivo)&nbsp;+&nbsp;"mansa" (adjetivo) e "lembrança " (substantivo). Tem-se o requisito 1, mas não o 2. Em "b" - Certo: "desesperança" (substantivo) e "criança"&nbsp;(substantivo) +&nbsp;"morta" (adjetivo) e "morta" (adjetivo) . Tem-se os dois requisitos, rima (1) e mesma classe gramatical (2).Em "c" - Errado: "desesperança" (substantivo) rima com "criança"&nbsp;(substantivo) +&nbsp;"ai" (conjunção conclusiva) e "vai" (verbo). Tem-se o requisito 1, mas não o 2. Em "d" - Errado: "mansa" (adjetivo) rima com "lembrança" (substantivo) + "morta" (adjetivo) + "torta" (adjetivo). Tem-se o requisito 1, mas não o 2. Em "e" - Errado: "ai" (conjunção conclusiva) rima com "vai " (verbo) + "novamente" (advérbio) e "repente" (advérbio). Tem-se o requisito 1, mas não o 2. Resposta: Letra B.

O avião estava atrasado (3º parágrafo).

Mas acontecem coisas (1º parágrafo).

Acontece que estou aqui (9º parágrafo).

Não havia remédio (11º parágrafo).

Não desejamos nada (14º parágrafo).

Comentário: em geral, esse tipo de enunciado, ao fazer essa solicitação, está te pedindo a indicação do sujeito. E, para localizar o sujeito, basta inverter a ordem dos elementos na oração. Em "a" - Errado: o sujeito da oração é "avião", não "atrasado".Em "b" - Certo: o sujeito da oração é "coisas".Em "c" - Errado: o sujeito da oração é eu (sujeito oculto), não "aqui".Em "d" - Errado: o sujeito da oração é inexistente, portanto, por ser impessoal, não há que se falar em flexão do verbo.Em "e" - Errado: o sujeito da oração é "nós"(oculto). Resposta: Letra B.

1. João Brandão foi ao Aeroporto Internacional para abraçar um amigo dileto, que viajava com destino ao Paraguai. Pessoa comum despedindo-se de pessoa comum. Mas acontecem coisas. Alguém, informado da viagem, pedira ao amigo que levasse uma encomenda a Assunção. A encomenda apareceu na hora, entregue por um senhor que foi logo dizendo:
 – O doutor não precisa se incomodar. Eu providencio o despacho e tudo mais.
 O avião estava atrasado duas horas, o que não é muito, em comparação com outros atrasos por aí, inclusive o da chegada do estado de direito. O senhor da encomenda procurou amenizar a espera: 
 – O doutor não vai ficar duas horas sentado numa dessas cadeiras aí, vendo os minutos se arrastarem. Espere um momento, que eu dou um jeitinho. 
5. Saiu para confabular mais adiante e voltou com a boa nova: – Por obséquio, me acompanhe até a sala VIP.
 – Não é preciso – objetou o meu amigo. – Posso esperar perfeitamente aqui mesmo.
 – Não senhor. Estará melhor lá em cima.
 – Acontece que estou aqui com um amigo. 
10. − Ele também vai com o doutor.
 Não havia remédio senão subir à sala VIP. Seu amigo, encabulado, e João Brandão mais ainda. Seria indelicado insistir na recusa. E depois, por que não ir àquela sala?
 Subiram pelas escadas rolantes, precedidos de um abridor de caminhos, que com o indicador ia pedindo passagem para os dois ilustres desconhecidos.
 Na sala VIP, enorme e vazia, pois há uma hora na vida em que até os VIP escasseiam, João Brandão e seu amigo foram convidados por um garçom solícito a beber qualquer coisa, a ler revistas, a pedir o que lhes aprouvesse.
 – Obrigado – respondeu o amigo. – Não desejamos nada. Ou você, João, deseja alguma coisa? 
15. – Também não. Obrigado.
 O garçom insistia:
 – Nem um cafezinho, doutor?
 Vá lá, um cafezinho. Sorvendo-o a lentos goles, pareciam sorver o espanto de serem promovidos a VIP.
 – Veja como são as coisas, João. Nós aqui na maciota, em poltronas deleitáveis, contemplando quadros abstratos, e lá embaixo o povo concreto fazendo fila para conferir as passagens ou esperando em cadeiras padronizadas a hora do embarque. 
20. – É mesmo, sô.
 – Entretanto eles pagaram imposto como nós, custearam como nós a construção deste edifício, têm direitos iguais ao nosso de desfrutar as comodidades deste salão, mas na hora de desfrutá-las só nós dois é que somos convocados.
 – Nem me fale. Estou ficando com remorso.
 – Vivemos numa república, João. Você acha isso republicano?
 – Eu? Eu acho que estou aqui de intrometido. Você ainda passa, porque está levando alguma coisa a alguém, e por isso lhe conferiram honras de VIP. Mas eu sou apenas acompanhante de um VIP, e acompanhante por cento e vinte minutos. E agora que você me disse essas coisas, não aguento mais, vou-me embora já. Desculpe. 
25. – Que é isso, João, estava brincando. Pensando bem, o povão foi homenageado em nossas humildes pessoas. E, como diz o Milton Carneiro na televisão, a vida é curta, e isto é muito bom!
 João Brandão quis assimilar o sentimento do amigo, se é que este sentia realmente a doçura da situação, mas quando a gente é promovida a VIP e não tem estrutura de VIP (é uma coisa que nasce com o indivíduo, ou não nasce, e jamais lhe será consubstancial)... A verdade é que os dois continuaram ali sem a menor convicção de serem VIP.
(Adaptado de: ANDRADE, Carlos Drummond de. Boca de luar. São Paulo: Companhia das Letras, 2014)

Comentário: é preciso verificar a regência verbal. Regra geral: No caso em tela, "aspirar" significando de desejar, almejar, é verbo transitivo indireto, e, assim, exige artigo + preposição, ou seja, à. Em "a" - Errado: a primeira sugestão, "à", já elimina a alternativa, pois, apesar da regra geral, aqui há uma exceção, pois porém, não se emprega crase antes de verbo (apesar da presença pronome pessoal entre os termos). Em "b" - Errado: idem ao item anterior. Em "c" - Errado: extrapola a questão, pois termo significado do termo "há"("existir", "ter") nada tem a ver com o sentido do fragmento.Em "d" - Errado: a primeira sugestão está correta, porém, a segunda está errada, pois esse segundo fragmento exige apenas o artigo, por isso, não há crase.Em "e" - Certo: "a" está de acordo, pois, embora a transitividade do verbo "aspirar" exigir preposição, o termo seguinte é um verbo, e, como tal, não pode ser antecedido por crase. Resposta: Letra E.

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